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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE MARÍLIA/SP. (ESPAÇO) FRANCISCO LEITE, brasileiro, casado, profissão xxx, portador do RG xxx e do CPF xxx, residente e domiciliado na rua xxx, nº xxx, bairro xxx, Petrópolis, Rio de Janeiro, CEP: xxx, endereço eletrônico xxx, por seu advogado infra-assinado e devidamente constituído, instrumento procuratório anexo (documento nº xxx), vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS, com fulcro no artigo 319 do Código de processo Civil (CPC) em face de VOE BEM LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº xxx, com sede na Rua xxx, nº xxx, bairoo xxx, Marília, São Paulo, CEP:xxx, endereço eletrônico xxx, pelas razões de fato e direito a seguir expostas: PRELIMINARMENTE – DA JUSTIÇA GRATUITA O requerente é pobre0 no sentido legal do termo, não podendo, portanto, arcar com as despesas do processo, sem se privar do necessário à sua sobrevivência; neste sentido embasado tanto na lei quanto no entendimento Jurisprudencial que assim dispõe: “A simples declaração do requerente de que não pode arcar com as despesas do processo, é suficiente ao deferimento da assistência judiciária cujo pedido pode ser feito com a própria inicial da ação, que deste modo não está sujeito a preparo”. Requer, pois, a concessão dos benefícios da Gratuidade da Justiça, nos termos da Lei 13.105/2015 artigo 98 e 99. X 1. DOS FATOS. O autor adquiriu um pacote de viagem da ré, através de contato via whatsapp. O pacote de viagem contemplava passagem aérea para Aracaju, com 7 diárias de hospedagem em hotel 5 estrelas, incluído café da manhã, traslado e 2 passeios. Pagou o valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) á vista. Francisco adquiriu o pacote de viagem para presentear sua esposa no aniversário de 15 anos de casamento. Ocorre, Excelência, que ao chegarem ao hotel se depararam com a informação que não havia reserva em nome do autor e de sua esposa tampouco quarto disponíveis para os dias em que iriam ficar hospedados. O autor, após fazer uma longa viagem até o estado do Sergipe teve que sair em busca de outro local para se hospedar, tudo de modo apressado, pois em virtude do transtorno causado pela agência, sequer tiveram oportunidade de pesquisar preços das diárias, tendo que se hospedar na primeira que ofereceu vaga disponível, que no caso foi um hotel duas estrelas e localizado longe do centro da cidade, com um custo de R$ 2.200,00 (dois mil e duzentos reais), somente pela hospedagem, o que tornou a viagem, que serviria de fonte de descanso em uma grande fonte de estresse e indignação. O requerente não foi reembolsado pelo transtorno ocasionado, o que serviu para aumentar ainda mais os prejuízos causados, tanto na esfera moral como na econômica, o que motiva a presente demanda. 2. DO DIREITO 2.1. Dos danos materiais e morais. Não existem dúvidas quanto à aplicabilidade das regras do Código de Defesa do Consumidor aos fatos, por envolverem, indiscutivelmente, relações de consumo, conforme constam expressamente os art. 2º e 3º da legislação consumerista. Pelos fatos expostos, a reclamada é responsável pela má prestação de serviço, por força do disposto no Art. 18 do CDC. Pela atitude única e exclusiva do reclamado, o autor acumulou o prejuízo material no valor de R$ 2.200,00 correspondente ao valor da hospedagem tal qual faz necessária a devolução do montante pago pelo autor atualizado e corrigido monetariamente. Pelos transtornos proporcionado aos requerentes que visavam aproveitar a estadia naquela cidade para descasar e renovar as energias, acabaram experimentando o desgosto do ato praticado pela reclamada, pois além de conseguirem retirar a paz e o sossego planejados pelo autor, o mesmo ainda teve que ficar em um hotel bem inferior ao que foi contratado no pacote. O transtorno e a frustração provocados pelo reclamado estão inequívocos no caso em tela e a reparação pelos danos se faz necessário para compensar o ato ilícito praticado, bem como pela inobservância da boa fé objetiva contratual que deveria permear a relação de consumo mantido entre as partes. Com efeito, o autor foi vítima do descaso e desorganização, bem como do descumprimento contratual pela reclamada. No presente caso fácil reconhecer que o fato envolve danos morais puros e, portanto, danos que se esgotam na própria lesão à personalidade, na medida em que estão ínsitos nela. Por isso, a prova destes danos restringir-se-á à existência do ato ilícito, devido à impossibilidade e à dificuldade de realizar-se a prova dos danos incorpóreos. No entanto, não sendo possível a restitutio in integrum em razão da impossibilidade material desta reposição, transforma-se a obrigação de reparar em uma obrigação de compensar, haja vista que a finalidade da indenização consiste, justamente, em ressarcir a parte lesada, devendo o nobre julgador analisar as questões que envolvem os fatos, ao comportamento dos envolvidos, as condições econômicas e sociais de ambas as partes e à repercussão dos fatos para se chegar a um valor justo ao caso concreto. Nesse compasso, restaram demonstrado os elementos ensejadores da reparação civil – ato ilícito, nexo causal e dano, pois o transtorno causado ao autor na qualidade de consumidor foram demasiadamente prejudicados, pois, deixou de aproveitar um significativo período na cidade para ficar procurando hospedagem, esta que já estava devidamente paga. 2.2. Da inversão do ônus da prova. Percebe-se, outrossim, que o requerente deve ser beneficiado pela inversão do ônus da prova, pelo que reza o inciso VIII do artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que a narrativa dos fatos encontra respaldo nos documentos anexos, que demonstram a verossimilhança do pedido, conforme disposição legal: "Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: (...) VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;" O requerimento ainda encontra respaldo em diversos estatutos de nosso ordenamento jurídico, a exemplo do Código Civil, que evidenciam a pertinência do pedido de reparação de danos. Além disso, segundo o Princípio da Isonomia, todos devem ser tratados de forma igual perante a lei, mas sempre na medida de sua desigualdade. Ou seja, no caso ora debatido, os requerentes realmente devem receber a supracitada inversão, visto que se encontram em estado de hipossuficiência, uma vez que disputa a lide com uma empresa de grande porte, que possui maior facilidade em produzir as provas necessárias para a cognição do Excelentíssimo magistrado. 3. DOS PEDIDOS Ante ao exposto, requer: a) Seja deferido o pedido de justiça gratuita, por ser garantia constitucional insculpida no artigo 5º, LXXIV da CF, artigos 98 e seguintes do CPC, Lei 1.060/50 e pelo fato dos autores não terem condições de arcar com as custas e honorários advocatícios da presente demanda; b) Seja procedida a citação do Requerido, para que no prazo legal conteste a ação, se assim o desejar, sob a pena de revelia, nos termos do art. 344 do NCPC; c) A condenação do Requerido ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios no percentual de 20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 85, § 2º do NCPC; d) A NÃO DESIGNAÇÃO da audiência de conciliação com base no artigo 334 do CPC; e) a total PROCEDÊNCIA da ação para condenar as reclamadas a pagarem aos autores o pagamento de danos materiais no valor de R$ xx, bem como danos morais no valor de R$ 30.000 para cada autor por agir em descompasso com o princípio da boa fé objetiva e ter propiciado transtornos, dissaborese constrangimentos aos autores pela não realização da reserva no hotel escolhido; f) A inversão do ônus da prova por se tratar de relação de consumo, nos moldes do Art. 6º, VIII, do CDC; g) Protesta pela juntada de novas provas que se fizerem necessárias, tais como documentos, oitiva de testemunhas e todas àquelas admitidas em direito. Dá-se à presente o valor de R$ 60.000 (sessenta mil reais). Nestes termos Requer deferimento. Local, data. ADVOGADO OAB
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