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CONTRARAZOES DE APELAÇÃO ´ronto

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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da DA 5° VARA CÍVEL DA COMARCA DE UBERLANDIA DE MINAS GERAIS
Autos nº: 0704.12.023863-0
RECORRIDOS: ADRI RUAN SANTOS OLIVEIRA e outros
RECORRENTE: ESTADO DE MINAS GERAIS
Adri Ruan Santos Oliveira e Adrel Ruan Santos Oliveira já qualificado nos autos da ação em epígrafe, é presente a Vossa Excelência para apresentar Contrarrazões ao Recurso de Apelação interposto pelo Estado de Minas Gerais, nos termos do art. 1.010 §1° CPC, as quais seguem anexas, requerendo a juntada aos autos e remessa ao competente Tribunal de Justiça.
Termos em que,
Pede Deferimento.
Teófilo Otoni, 12 de Abril de 2019.
Anecléia Araujo de Oliveira
OAB-MG 134.201
 
CONTRARRAZÕES RECURSAIS
Autos nº: 0704.12.023863-0
5ª VARA CÍVEL
Recorrido: ADRI RUAN SANTOS OLIVEIRA e outros
Recorrente: ESTADO DE MINAS GERAIS
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
COLENDA CÂMARA
Ínclitos DESEMBARGADORES
DATA VENIA, a sentença proferida no juízo a quo deve ser mantida, pois a matéria foi examinada em sintonia com as provas constantes dos autos e fundamentada com as normas legais aplicáveis, com a devida razoabilidade e proporcionalidade.
BREVE SÍNTESE DOS FATOS
Conforme consta nos autos, o Recorrente Estado de Minas Gerais interpôs recurso de apelação em decorrência de sentença proferida que o condenou ao pagamento de danos materiais em forma de pensão aos recorridos menores representados por sua genitora Elisângela Oliveira Cru
			Da sentença, sobreveio Apelação, da qual se contrarrazoa.
Breve é o relatório.
DA TEMPESTIVIDADE
A sentença foi publicada no dia 11 de maio de 2016, o prazo para interposição de recurso de apelação é de 15 dias, conforme artigo 1003 do Código Processo Civil, portanto é tempestivo.
		 Trata-se da sentença, proferida, as formas dos Presentes autos.
. 
DO MÉRITO
Recorrente Estado de Minas Gerais ao interpor o recurso de apelação contra sentença proferida, atribuiu toda a responsabilidade  da morte do genitor dos requeridos ao próprio, por ser encontrado morto dentro da própria célula porém for casamento ainda segundo a parte  o estado não teria responsabilidade civil mediante o fato Pois não teria como impedi-lo.
 Entretanto Vossa Excelência, a jurisprudência dominante desta Corte, se firmou no sentido de que o Estado tem o dever objetivo de zelar pela integridade física e moral do preso sob sua custódia, atraindo então a responsabilidade civil objetiva, em razão de sua conduta omissiva, motivo pelo qual é devida a indenização decorrente da morte do detento, ainda que em caso de suicídio”, afirmou o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, ao relatar um recurso do Estado de Goiás que buscava reverter decisão que o condenou a indenizar a família de um preso que se suicidou:
RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO DO CONSUMIDOR. CONTRATO BANCÁRIO. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. CUMULAÇÃO. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. INOCORRÊNCIA. PRINCÍPIOS DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO. MATÉRIA COM REPERCUSSÃO GERAL REJEITADA PELO PLENÁRIO DO STF NO ARE 748.371. AGRAVO DESPROVIDO. Decisão: Trata-se de agravo nos próprios autos, interposto com fundamento no artigo 544 do Código de Processo Civil, objetivando a reforma de decisão que inadmitiu recurso extraordinário, manejado com arrimo na alínea a do permissivo constitucional, contra acórdão que assentou, verbis: “APELAÇÃO. AÇÃO REVISIONAL. CONTRATO DE CAPITAL DE GIRO. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. CUMULAÇÃO. INADMISSIBILIDADE. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS. POSSIBILIDADE.” Nas razões do apelo extremo, sustenta preliminar de repercussão geral e, no mérito, aponta violação ao artigo 5º, XXXV e LV, da Constituição Federal. O Tribunal a quo negou seguimento ao recurso extraordinário por entender que a ofensa à Constituição, acaso existente, seria indireta. É o relatório. DECIDO. Não merece prosperar o agravo. Os princípios da ampla defesa, do contraditório, do devido processo legal e os limites da coisa julgada, quando debatidos sob a ótica infraconstitucional, não revelam repercussão geral apta a tornar o apelo extremo admissível, consoante decidido pelo Plenário Virtual do STF na análise do ARE 748.371, da Relatoria do Ministro Gilmar Mendes, DJe de 1º/8/2013, conforme se pode destacar do seguinte trecho da manifestação do referido julgado: “Ante o exposto, manifesto-me pela rejeição da repercussão geral do tema relativo à suposta violação aos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal, quando o julgamento da causa depender de prévia análise da adequada aplicação das normas infraconstitucionais.” Por fim, quanto à alegação de ofensa ao artigo 5°, XXXV, da Constituição, melhor sorte não assiste ao agravante, tendo em vista que da análise dos autos é possível observar que a parte se valeu dos meios recursais cabíveis e teve a jurisdição devidamente prestada por decisões fundamentadas, embora contrária aos seus interesses. Assim, não resta caracterizada a negativa de prestação jurisdicional. Nesse sentido, ARE 740.877-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe de 4/6/2013, o qual possui a seguinte ementa: “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Administrativo. 3. Alegação de ausência de prestação jurisdicional. Decisão fundamentada, embora contrária aos interesses da parte, não configura negativa de prestação jurisdicional. Precedente: AI-QO-RG 791.292 de minha relatoria, DJe 13.8.2010. 4. Afronta aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório, se dependente do reexame prévio de normas infraconstitucionais, configura ofensa reflexa à Constituição Federal, o que inviabiliza o processamento do recurso extraordinário. 5. Alegação de ofensa ao princípio da legalidade. Enunciado 636 da Súmula desta Corte. 6. Ausência de argumentos suficientes para infirmar a decisão recorrida. 7. Agravo regimental a que se nega provimento.” Ex positis, DESPROVEJO o agravo, com fundamento no artigo 21, § 1º, do RISTF. Publique-se. Brasília, 17 de fevereiro de 2016. Ministro Luiz Fux Relator Documento assinado digitalmente (ARE 944590, Relator(a): Min. LUIZ FUX, julgado em 17/02/2016, publicado em DJe-035 DIVULG 24/02/2016 PUBLIC 25/02/2016)
 Destarte, não há subsistir, "data vênia", a pretensão do Apelante, devendo ser mantida incólume a decisão proferida pelo respeitável juiz de Direito. 
Insta salientar, por oportuno, que é indiscutivel a culpa Do Estado de Minas Gerais, devendo reparar eventuais danos.A partir do momento em que o indivíduo é detido, este é o posto sob a guarda, proteção e vigilância das autoridades policiais, que têm por dever legal, nos termos do art. 5º, XLIX, da CF, tomar medidas que garantam a incolumidade física daquele, quer por ato do próprio preso (suicídio), quer por ato de terceiro (agressão perpetrada por outro preso). 
É inegável e demonstrado nos autos que o resultado danoso decorreu de conduta omissiva do Estado ao faltar com seu dever de vigilância do detento, o qual foi encarcerado e posteriormente, encontrado morto no interior da cela, configurada está a responsabilidade do ente público em arcar com os danos causados de modo que deve ser prestigiada a decisão de primeiro grau, neste entediimento, afirma o Tribunal de Justiça de Minas Gerais que:
 
EMENTA: APELAÇÃO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - MORTE DE DETENTO - QUEDA DE BELICHE - RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO - DANO MORAL - VALOR DA INDENIZAÇÃO - JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. 1. Constitui garantia fundamental inserta na Constituição Federal, o direito do preso cumprir sua pena em condições dignas, com devido respeito e proteção à sua integridade física e moral, a teor do disposto no art. 5º inciso XLIX da Constituição Federal. 2. A responsabilidade civil do Estado, nos termos do disposto no art. 37, § 6º da CF, sob o espectro da teoria do risco administrativo, é objetiva, tanto para as condutas estatais comissivasquanto para as omissivas. 3. Para que a responsabilidade civil do Estado reste configurada, se faz necessário demonstrar o nexo de causalidade em relação ao dano sofrido pela vítima e a conduta omissiva do Estado, que tinha o dever de agir para impedir o resultado danoso. 5. Se a queda do preso poderia ser impedida com a construção de estrutura capaz de evitar o acidente, a responsabilidade estatal não pode ser afastada. 6. O valor da indenização por danos morais deve atender ao chamado 'binômio do equilíbrio', não podendo causar enriquecimento ou empobrecimento das partes envolvidas, devendo ao mesmo tempo desestimular a conduta do ofensor e consolar a vítima. 7. Considerando a decisão de suspensão proferida nos Embargos Declaratórios no Recurso Extraordinário nº. 870.947/SE, nas condenações da Fazenda Pública deverão incidir, a título de correção monetária, os índices oficiais de remuneração básica (TR) e juros de mora aplicáveis à caderneta de poupança, nos termos do disposto no art. 1º-F, da Lei nº 9.494/97, com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 11.960/09.  (TJMG -  Apelação Cível  1.0407.15.000474-2/001, Relator(a): Des.(a) Wagner Wilson , 19ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 28/03/2019, publicação da súmula em 04/04/2019)
)
Objetivando o enriquecimento da presente Contrarrazões de Apelação, foram colhidos precedentes do Egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais, senão vejamos:
EMENTA: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - DANOS MORAIS E MATERIAIS - RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO - FALECIMENTO DE PRESO - SITUAÇÃO DE RISCO - DEVER DE GUARDA DO PODER PÚBLICO - RESPONSABILIDADE OBJETIVA - SENTENÇA REFORMADA PARCIALMENTE EM DUPLO GRAU. 
- O Estado responde objetivamente pelos danos causados à integridade física ou moral dos detentos, que se encontram sob a sua guarda, como decorre do art. 5º, XLIX. 
- O dano moral independe de comprovação material, por repercutir na esfera íntima da pessoa, presumindo-se em vista da situação a que foi exposto o prejudicado. 
- Incumbe ao Estado garantir aos presos o respeito à integridade física e moral, de modo que ocorrido o falecimento dentro de cadeia pública em decorrência de negligência do ente público, o qual não foi evitado ou contido a tempo e modo, deve o ente político responder pelos danos causados por sua própria incúria. 
- A verba indenizatória decorrente de dano moral tem como objetivo minimizar a dor e a aflição suportada em decorrência da morte da vítima. 
- Presume-se a necessidade dos menores, que dependiam da mãe para se sustentarem. 
- Sobre o montante devido deverá incidir correção monetária, conforme os índices do IPCA-E e juros de mora a partir da citação nos termos da nova redação do art. 1º-F da Lei 9.494/97. 
- Os honorários advocatícios devem ser fixados de maneira razoável, levando-se em consideração a complexidade da causa.  (TJMG -  Ap Cível/Rem Necessária  1.0480.12.006689-3/001, Relator(a): Des.(a) Belizário de Lacerda , 7ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 26/03/2019, publicação da súmula em 02/04/2019)
EMENTA: AÇÃO INDENIZATÓRIA - MORTE DE DETENTO EM ESTABELECIMENTO PRISIONAL - SUICÍDIO POR ENFORCAMENTO - DIREITO À INCOLUMIDADE - INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 5º, XLIX, DA CF/1988 - RESPONSABILIDADE CIVIL ESTADO - CULPA IN VIGILANDO - DANOS MORAIS - FIXAÇÃO - CRITÉRIOS - RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE - CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA - SENTENÇA MANTIDA. 
1. O Estado é responsável pela integridade física de detento sob sua custódia em Estabelecimento Prisional, incumbindo aos seus Agentes a vigilância e a adoção de medidas preventivas eficazes. A falha na prevenção e vigilância que redunda na morte de detento, ainda que por suicídio por enforcamento, enseja a reparação dos danos decorrentes. 
2. Não havendo parâmetros legais para a fixação do valor dos danos morais, cabe ao Juiz fixá-lo sob seu prudente arbítrio, evitando que seja irrisório ou de molde a converter o sofrimento em móvel de captação de lucro. 
3. O valor fixado a título de danos morais deve ser corrigido monetariamente desde a data do arbitramento, a teor da Súmula 362 do Superior Tribunal de Justiça, com incidência de juros de mora desde a data do evento danoso, nos termos da Súmula 54 do STJ, pelos índices da caderneta de poupança previstos no art. 1º-F da Lei nº 9.494/1997, com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009.  (TJMG -  Ap Cível/Rem Necessária  1.0878.12.000636-5/002, Relator(a): Des.(a) Elias Camilo , 3ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 14/03/2019, publicação da súmula em 26/03/2019)
Destarde que o Estado é responsável pela integridade física de detento sob sua custódia em Estabelecimento Prisional, incumbindo aos seus Agentes a vigilância e a adoção de medidas preventivas eficazes. A falha na prevenção e vigilância que redunda na morte de detento, ainda que por suicídio por enforcamento, enseja a reparação dos danos decorrentes.
Incensurável, data venia, a sentença hostilizada.
Em situações que envolvem a morte de presos ou detentos, que se encontram sob a custódia do Estado, os Tribunais Superiores já firmaram o entendimento, ao qual me filio, de que a responsabilidade civil do Ente Público é objetiva, pela teoria do risco administrativo, devendo o ente estatal zelar pela integridade física do custodiado, conforme dispõe o art. 5º, XLIX, da Constituição Federal de 1988, mantendo para isso, vigilância constante e eficiente. Tal entendimento se mantém, ainda que a morte tenha se dado em decorrência de suicídio por enforcamento.
A propósito, sobre a questão, destaca-se da precedência do Superior Tribunal de Justiça: 2ª Turma, Agravo Interno no Agravo em Recurso Especial nº 1.027.206-PE, Relatora Ministra Assusete Magalhães, j. 05.09.2017, DJe 11.09.2017.
E em sede de decisões monocráticas: REsp. nº 1.755.291-CE, Relator Ministro Sérgio Kukina, j. 24.10.2018, DJe 29.10.2018; Agravo em Recurso Especial nº 1.268.746-PI, Relator Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, j. 03.04.2018, DJe 11.04.2018
Sobre o tema, ensina HELY LOPES MEIRELLES:
"O exame desse dispositivo revela que o constituinte estabeleceu para todas as entidades estatais e seus desmembramentos administrativos a obrigação de indenizar o dano causado a terceiros por seus servidores, independentemente da prova no cometimento da lesão. Firmou, assim, o princípio objetivo da responsabilidade sem culpa pela atuação lesiva dos agentes públicos e seus delegados. (...).
Para obter a indenização basta que o lesado acione a Fazenda Pública e demonstre o nexo causal entre o fato lesivo (comissivo ou omissivo) e o dano, bem como seu montante. 
Enfim, ao indivíduo recluso é assegurado o respeito à integridade física e moral, o que não ocorreu no caso vertente. Ressalta-se que o Estado é responsável pela integridade física de detento sob sua custódia em Estabelecimento Prisional, incumbindo aos seus Agentes a vigilância e a adoção de medidas preventivas eficazes. A falha na prevenção e vigilância que redunda na morte de detento, ainda que por suicídio por enforcamento, enseja a reparação dos danos decorrentes.
É admissível falar que não há como o Ente Público exercer uma vigilância integral em relação aos detentos custodiados. Entretanto, na espécie, ao Estado cabia zelar pela integridade física e moral do preso que estava sob a guarda da Administração Estadual. De fato, revela-se patente a culpa in vigilando do Agente Público ao deixar de adotar medidas que evitassem o ocorrido, não havendo nos autos quaisquer elementos elisivos de sua responsabilidade.
Caracterizado, portanto, o dano moral, passa-se a analisar o quantum indenizatório a ser arbitrado.
Na reparação do dano moral, o Juiz a arbitra por equidade, segundo as circunstâncias de cada caso. Ressalta-se que a fixação do valor do dano moral fica adstrita ao exame das circunstâncias e das consequências de cada caso, não devendo ser excessivo, nem exíguo, observando-se os critérios da razoabilidade e da proporcionalidade. Aliás, MARIA HELENA DINIZ (in Revista Jurídica Consulex, nº 3, de 31.03.1997), sob título "INDENIZAÇÃOPOR DANO MORAL: A PROBLEMÁTICA DO QUANTUM", ensina:
A reparação do dano moral é, em regra, pecuniária, ante a impossibilidade do exercício do jus vindicatae, visto que ele ofenderia os princípios da coexistência e da paz sociais. A reparação em dinheiro viria neutralizar os sentimentos negativos de mágoa, dor, tristeza e angústia, pela superveniência de sensações positivas de alegria ou satisfação, pois possibilitaria ao ofendido algum prazer que, em certa medida, poderia atenuar seu sofrimento. Trata-se da reparação por equivalente, ou melhor, da indenização entendida como remédio sub-rogatório, de caráter pecuniário, do interesse atingido".
DO PEDIDO E REQUERIMENTO
Assim, pelo exposto e por entender que matéria restou por bastante esgotada na peça de ingresso e que ficou integralmente comprovado na fase de instrução, requer a esta Augusta Corte:
Seja mantida a sentença de fls. 159/160 proferida no juízo monocrático, julgando improcedente o Recurso de Apelação.
Seja condenado o Apelante nos ônus da sucumbência, e honorários sucumbenciais no importe de 20% sobre o valor da condenação.
Com o que terá sido feita a costumeira e salutar JUSTIÇA!
Com respeito, roga-se pelo deferimento da presente Contrarrazões de Apelação.
Teófilo Otoni, 31 de Janeiro de 2017.
 Sarah Moura Santos Wallace Gonçalves Valente
 OAB-MG 170.425 OAB-MG 117.201
 
Rua das Oliveiras, 691 – Centro - Uberlandia – MG 
(33) 3522 1345

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