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RESP. CIVIL - NOÇÕES INTRODUTÓRIAS - PARTE I

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RESPONSABILIDADE CIVIL – 
 
 
Anotações criadas usando como base o livro “Responsabilidade Civil” – Carlos Roberto 
Gonçalves 
Noções Introdutórias: A Responsabilidade Civil é parte integrante do Direito Obrigacional, pois 
a principal obrigação gerada pelo autor do ato ilícito é a reparação do dano, sendo a mesma 
obrigação esta de natureza pessoal, que se resolve em perdas e danos. 
(Direito Obrigacional: Área do Direito Civil que estuda as relações obrigacionais, sendo estas, um 
vínculo entre duas figuras centrais, quais sejam, o credor e devedor, sendo o objeto desta 
obrigação a prestação de dar, fazer ou não fazer.) 
(Ato Ilícito: Ação ou Omissão voluntária, com negligencia ou imprudência, contrárias a lei, sendo 
que o resultado de tal ato viola direito e traz dano a outrem, mesmo que este dano seja 
exclusivamente moral.) 
É importante salientar, por questões de conhecimento histórico, que o Código Civil de 1916, 
trazia em seu bojo, apesar de não estar de maneira sistematizada por limitações do estudo na 
época, dispositivos que abordavam o tema, versando, ao meu entender, mesmo de maneira 
tímida sobre a matéria e dando um pequeno ponto de luz para guiar os passos daqueles que se 
viam desprotegidos quando tinham seus direitos violados e, por tanto, passíveis de reparação. 
Justo trazer à tona que os estudos sobre a matéria apenas tiveram seu impulso com o 
desenvolver das máquinas e quantidade de acidentes que aumentou. Tivemos influência da 
jurisprudência francesa no estudo da responsabilidade civil. 
“Quem pratica um ato, ou incorre omissão de que resulte dano, deve suportar as consequências 
do seu procedimento. Trata-se de uma regra de equilíbrio social, na qual se resume, em verdade, 
o problema da responsabilidade. Vê-se, portanto, que a responsabilidade é um fenômeno social. 
” 
A teoria clássica da responsabilidade civil diz que existem três pressupostos para que seja 
conduzida: um dano, a culpa e a relação de causalidade entre o fato culposo e o mesmo dano. 
No início, no desenvolver da humanidade, não se cogitava a culpa, visto que, qualquer dano era 
reparado com violência bruta de quem estava ofendido. Por não haver qualquer tipo de 
regulação ou direito vigente o que imperava era a vingança privada. Com o passar dos séculos 
iniciou-se um outro tipo de reparação, a talional, que tinha como frase emblemática “olho por 
olho, dente por dente”. Posteriormente inicia-se a compensação econômica como forma de 
reparar dano causado. Ainda não se cogitava a culpa em tal período. Num estágio mais 
avançado, já havendo uma vontade soberana, o legislador veda a vítima que faça justiça com as 
próprias mãos. A composição econômica, que antes era opcional, passa a ser obrigatória. 
Códigos de Ur-Nammu, Código de Manu e da Lei das XII Tábuas adotavam este tipo de 
reparação. Na Lei Aquilia é visto um princípio geral regulador da reparação do dano. 
Aquilia, levissima culpa venit - Na lei aquília até a culpa levíssima é valorizada 
 
O direito francês aperfeiçoou as ideias românicas, criando um explicito princípio geral para guiar 
a responsabilidade civil (direito a reparação sempre que houvesse culpa, ainda que leve, 
separando a responsabilidade civil – perante a vítima – da responsabilidade penal – perante o 
Estado; existência de uma culpa contratual – das pessoas que descumprem as obrigações – que 
não se liga nem a crime nem a delito, mas se origina da negligência ou imprudência). 
** A teoria do risco, que vem cada vez mais ganhando espaço, é aquela que está subordinada a 
ideia de atividade perigosa como fundamento da responsabilidade civil. Ex.: O operário, vítima 
de acidente do trabalho, tem sempre o direito a indenização, haja ou não culpa do acidentado 
o do patrão. O patrão irá indenizá-lo não porque tenha culpa, mas porque é o dono da 
maquinaria ou dos instrumentos de trabalho que provocaram o infortúnio. ** 
Responsabilidade Civil Objetiva: A ideia de responsabilidade objetiva está ligada a ideia de 
equidade percebida no direito romano. Aquele que lucra com a situação deve responder pelos 
riscos ou pelas desvantagens dela resultantes. Quem aufere os cômodos deve suportar os 
incômodos. No direito moderno está apresentada sobre duas faces: a teoria do risco e a teoria 
do dano objetivo. Esta última diz que se existir um dano, haverá a necessidade reparação, 
independente da culpa.

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