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ESTAGIO SUPERVISIONADO 2019/1 - Constitucional 2

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.
Processo nº: (...).
Natureza: AÇÃO CIVIL PÚBLICA.
AGRAVO DE INSTRUMENTO.
AGRAVANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO.
AGRAVADO: Município de Rosana – SP.
O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO, por seu Órgão abaixo assinado, no uso e gozo de suas atribuições legais, vem a presença de Vossa Excelência, nos autos do processo acima identificado, não se conformando com a r. decisão de fls. (...) do respectivo instrumento em anexo, através da qual o MMº Juiz da (...) Vara Cível da Comarca de Rosana - SP indeferiu Pedido de Tutela de Urgência, vem dentro do prazo legal, com fundamento no artigo 1.015 e seguintes do Código de Processo Civil, bem como no art. 1.048, II do mesmo diploma legal, interpor o presente
RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO
 
contra indeferimento do Pedido de Tutela de Urgência, demonstrando as razões de seu inconformismo através da manifestação anexa.
Termos em que,
Pede Deferimento.
	Rosana/SP, 23 de setembro de 2017.
__________________________
Luiz ...
Promotor de Justiça da Comarca de Rosana/SP
Autos do processo nº: (...)
Natureza: Ação Civil Pública.
Agravante: Ministério Público Estadual.
Agravado: Município de Rosana – SP.
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
COLENDA CÂMARA CÍVEL
Tratam os presentes autos de Agravo de Instrumento, interposto pelo Ministério Público Estadual contra decisão de fls. (...), do Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da (...) Vara Cível da Comarca de Rosana – SP, que indeferiu pedido de Tutela de Urgência, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
I - DO RESUMO DOS FATOS
Esta Promotoria de Justiça, após tomar conhecimento de que um grupo de crianças não estaria tendo acesso à vagas em Escolas Municipais, em virtude da destinação de recursos da Administração Pública para a construção de um Estádio de Futebol, em detrimento da manutenção e ampliação dos estabelecimentos de ensino, ajuizou Ação Civil Pública em face do município de Rosana – SP, com o propósito de garantir aos infantes do citado município o direito fundamental à educação e, para que não houvesse prejuízo de caráter irreparável àquelas crianças, requereu na exordial a competente Tutela de Urgência.
Ocorre que o respeitado Magistrado indeferiu tal pedido, fundamentando sua decisão no fato de o direito à educação ser um direito social, de modo que sua natureza seria de norma programática, não cabendo, então, ao Poder Judiciário interferir na Administração Pública para efetivar tal direito.
Por discordar da r. Decisão, eis as razões para a interposição da presente peça recursal.
II - DO DIREITO E RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA
Diferente do que foi lançado em decisão interlocutória da lavra do juízo cível da comarca de Rosana - SP, a Constituição Federal dá à educação infantil a natureza de direito fundamental, o que nos força a invocar a efetivação do Princípio Constitucional da Máxima Efetividade dos Direitos Fundamentais, exigindo, assim, a imediata concessão destes direitos:
II.a Da tutela de Urgência
A tutela de urgência faz-se necessário para que a atuação do município seja ajustada de acordo com as regras e princípios constitucionais, de modo a não permitir que os danos a que estão sendo expostos os infantes deste município causem efeitos permanentes. Desse modo, valemo-nos da sapiência do art. 12, §§ 1º e 2º da Lei 7347/85, que assim diz: 
Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem justificação prévia, em decisão sujeita a agravo.
§ 1º A requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia pública, poderá o Presidente do Tribunal a que competir o conhecimento do respectivo recurso suspender a execução da liminar, em decisão fundamentada, da qual caberá agravo para uma das turmas julgadoras, no prazo de 5 (cinco) dias a partir da publicação do ato.
§ 2º A multa cominada liminarmente só será exigível do réu após o trânsito em julgado da decisão favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver configurado o descumprimento.
 
Corroborando com o dispositivo supra, o Código de Processo Civil, prudentemente, prevê a tutela de urgência como medida necessária em situações onde a probabilidade de dano é patente. Vejamos o constante em sua redação:
 “Art. 300: A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo”.
Clarividente demonstrado nesta inicial, há todo um aparato de leis que tutelam o direito à educação – fundamental e indisponível −, de sorte que não é facultado, mas sim obrigatório ao poder público a obediência ao ordenamento jurídico e o consequente atendimento a esse direito. Assim, o fumus boni iuris que assiste o pedido é revelado de forma estreme de dúvidas.
Por conseguinte, a marcha inexorável do tempo há de trazer prejuízos irreparáveis aos destinatários do direito aqui defendido em caso do não atendimento do pleito. A educação é ferramenta essencial na busca de um futuro digno e de uma formação que permita ao homem o exercício pleno de suas faculdades, direitos e cidadania. O periculum in mora resta mais que demonstrado, é patente e indiscutível. Tendo como base o artigo 227, da CF:
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Logo, a concessão da tutela de urgência é medida que se impõe!
II.b – Da legitimidade Ativa
Confiados a este órgão ministerial a defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis, bem como a defesa da ordem jurídica (art. 127, CF/88), com fulcro no texto constitucional fica demonstrada a legitimidade para a propositura da presente ação, conforme o que determina o texto constitucional:
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
(...)
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias à sua garantia;
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
II.c – Da legitimidade Passiva
Em se tratando do direito fundamental e indisponível que esta propositura tem por objeto, no caso a educação infantil, o ente que tem por obrigação a prestação desse direito é o município, o que faz com que este figure, naturalmente, no polo passivo. A Constituição da República Federativa do Brasil, assim como o artigo 75, inciso III, do CPC/2015, traz em claramente em suas linhas essa obrigação, vejamos:
Constituição Federal/88
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.
§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; 
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil. 
§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio. 
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensinoobrigatório. 
§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular.
Código de Processo civil/2015 
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
III - o Município, por seu prefeito ou procurador;
Desse modo, verifica-se que a Constituição Federal garante expressamente que a prestação de educação é dever da família e do Estado, tendo este que organizar-se para fornecer o ensino gratuito e obrigatório, em obediência aos dispositivos de nossa Lei Maior, o que demonstra, de maneira estreme de dúvidas, que a reforma da Decisão Interlocutória aqui combatida é a medida de justiça que cabe ao caso.
II – d - Cabimento Da ACP
Insculpido nas linhas da nossa Constituição Cidadã, está o direito à educação e o dever do Estado em prover este direito em todas as suas etapas e ainda mais, proporcionando as condições necessárias para que os destinatários desse direito possam exercê-lo plenamente, sob pena de ser a autoridade competente responsabilizada por tal negligência. Nesse sentido, vejamos o que diz os artigos 208, I, IV, § 1º e 2º; e 211 § 2º da CF/88:
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria;
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; 
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil.
Não é necessário destacar qualquer trecho do dispositivo colacionado, visto que sua literalidade é suficiente para denotar a importância do direito aqui defendido, e do dever aqui postulado.
Ademais, a Lei 8.069/90, que dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente, reforça que a educação se faz conditio sine qua non para o desenvolvimento pleno e a obtenção de preparo para o exercício da cidadania e qualificação profissional do indivíduo em formação. Vejamos o que a r. Lei traz em sua redação:
“Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.” 
No mesmo norte da Constituição Federal, o ECA reafirma o dever do Estado e sua responsabilidade quanto ao proporcionar – ou não – a educação e os meios necessários para que todos tenham acesso a ela. Assim, recorremos à inteligência de dispositivo constante no Estatuto da Criança e do Adolescente:
“Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;
IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade; 
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador;
VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela freqüência à escola.”
III - DO PEDIDO
1 - Requer a Vossa Excelência, o conhecimento e provimento do presente recurso a fim de reformar a DECISÃO INTERLOCUTÓRIA que indeferiu o pedido de criação e disponibilização de vagas no ensino fundamental infantil no município Requerido, conforme autoriza o art. 1.019, I do Código de Processo Civil; e
2 - Seja intimado o Agravado, na pessoa do seu Representante, para, querendo, responder aos termos do presente recurso, no prazo legal.
Termos em que,
Pede deferimento.
	Rosana/SP, ___ de _______________ de 201_.
__________________________
Luiz de Tal
Promotor de Justiça da Comarca de Rosana/SP
Anexos:
a) Cópia integral dos autos;
b) Cópia da r. Decisão agravada (fl. ); e
c) Cópia da certidão da intimação da r. Decisão agravada ( fl. )

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