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14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 1/35 RECRUTAMENTO ERECRUTAMENTO E SELEÇÃOSELEÇÃO Me. Carolina dos Santos Jesuino da Natividade I N I C I A R 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 2/35 introdução Introdução As pessoas responsáveis pelo recrutamento e seleção precisam entender de vários fenômenos que ocorrem dentro das organizações para ter compreensão exata de como seu trabalho in�uencia e é in�uenciado pelos outras subáreas de gestão de pessoas. Aspectos como a cultura, o poder, a comunicação interna e externa re�etem um bom ambiente de trabalho ou não. Fato que pode ser determinante para a seleção e colocação de um candidato em uma empresa ou setor especí�co. O processo de seleção conta com métodos muito usados, mas que exigem maior conhecimento para que atinjam seu objetivo. As dinâmicas de grupo e entrevista apresentam falsa simplicidade, o que as torna alvo de muitos estudos e constante aprofundamento. Quando e como aplicar uma dinâmica e que aspectos enfocar numa entrevista exige muito do selecionador. Outro tipo de entrevista é a de desligamento, que permite mapear alguns problemas organizacionais e auxilia na prevenção de perda de talentos fundamentais. 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 3/35 Alocar pessoas em setores e organizações em que demonstrarão o seu máximo potencial é mais complexo do que se supões. Para compreender aspectos sutis da relação entre pessoa contratada e organização temos de aprofundar no conceito de reciprocidade. A reciprocidade entre pessoa e organização ajuda a esclarecer porque certas composições entre vaga e pro�ssional, apesar de ter muitos fatores a favor, não obtém sucesso. Reciprocidade entre profissional e organização A reciprocidade a que nos referimos é a interação psicológica entre funcionário e organização. Chiavenato (2009) descreve-a como a organização realizar certas atividades e ofertar coisas para o empregado, remunera-o, dá segurança e status; em resposta o funcionário desempenha suas tarefas e oferece resultados. Relações Humanas naRelações Humanas na OrganizaçãoOrganização 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 4/35 A reciprocidade, ainda segundo Chiavenato (2009), é dividida em contrato formal e escrito e contrato psicológico. Enquanto no formal e escrito há muita objetividade nas informações, como o conteúdo do trabalho, horário e salário, no psicológico, há algo mais subjetivo, como o que indivíduo e organização esperam dessa troca. De modo mais explícito, temos que: O contrato psicológico refere-se à expectativa recíproca do indivíduo e ao fato de a organização estender-se muito além de qualquer contrato formal de emprego que estabeleça o trabalho a ser realizado e a recompensa a ser recebida. Embora não exista acordo formal ou coisa claramente dita, o contrato psicológico é um entendimento tácito entre indivíduo e organização, no sentido de que uma vasta gama de direitos, privilégios e obrigações consagrados pelo uso, serão respeitados e observados por ambas as partes. (CHIAVENATO, 2009, p. 195). Decorrente do motivo exposto, o selecionador deve ter muita certeza sobre o ambiente de trabalho antes de prometer algo ao candidato, para que �que a sensação de não cumprimento do que foi prometido. Cultura organizacional Como já citado em outras unidades, o reconhecimento da cultura de uma empresa é um elemento estratégico para a obtenção de boas relações entre empresa e indivíduo. Cada organização desenvolve uma cultura própria. Chiavenato (2009) defende que para conhecer uma organização é preciso conhecer sua cultura. Este destaca a relação das pessoas e a cultura organizacional: Fazer parte de uma organização, trabalhar nela, atuar em suas atividades, desenvolver carreira nela é participar intimamente de sua cultura organizacional. O modo como as pessoas interagem em uma organização, as atitudes predominantes, as pressuposições subjacentes, as aspirações e os assuntos relevantes nas interações entre os membros fazem parte da cultura da organização. A cultura organizacional constitui o DNA da organização. (CHIAVENATO, 2009, p. 199, sem grifo no original). 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 5/35 A cultura está no que não está escrito, mas que in�uencia no comportamento das pessoas da organização. É um conjunto de: “(...) hábitos e crenças estabelecido por meio de normas, valores, atitudes e expectativas compartilhados por todos os membros da organização.”(CHIAVENATO, 2009, p. 201). Só se reconhece a cultura por meio dos seus efeitos e consequências. As características principais da cultura organizacional conforme Luthans (2002 são: Regularidade nos comportamentos observados: as interações entre colaboradores apresentam linguagem comum, terminologias próprias e condutas típicas. Normas: são padrões de comportamento. Valores dominantes: os principais valores que uma empresa exige na prática, nem sempre são os mesmos que estão escritos e são formalmente divulgados. Filoso�a: crenças sobre como empregados, clientes e fornecedores devem ser tratados. Regras: guias estabelecidos que devem ser aprendidos pelos novos membros. Clima organizacional: sentimento transmitido com as interações entre participantes da organização. Um fator que impacta profundamente na cultura ao mesmo tempo em que a re�ete é o poder dentro das organizações. Um esquema que permite veri�car os tipos de poder nas organizações e sua in�uência é dado por Paz;Neiva (2014). 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 6/35 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 7/35 Quadro 3.1. – Poder organizacional Fonte: Paz; Neiva (2014, p. 112) Diante de tantas formas de poder, de tantas culturas, cabe ao responsável pela seleção identi�car as pessoas que mais se adequam a situação de poder da organização em questão. 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 8/35 A cultura organizacional se manifesta a todo momento dentro das organizações, orientando de modo discreto, mas fortemente, o como fazer as tarefas e lidar com outras pessoas. Ao compreendê-la, se compreendeu a empresa. Fenômenos que impactam no recrutamento e seleção O que ocorre dentro das organizações afeta o bom desempenho das pessoas nos cargos para os quais foi contratada. Fatores como os possíveis con�itos entre a vida pessoal e a pro�ssional devem ser considerados pelo selecionador para que tanto a empresa quanto a funcionário �quem satisfeitos. Conhecer os aspectos pessoais dos candidatos e as exigências do cargo, como viagens constantes e hora extra, ajuda o selecionador e ao próprio candidato a descobrirem se é um cargo compatível com os objetivos 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 9/35 de vida dele. Possibilitando mais adequação entre pro�ssional e função evita- se ou reduz a rotatividade e o absenteísmo. Conflito entre vida pessoal e profissional Já foi comum considerar trabalho e família como dois domínios independentes da vida. As fronteiras entre vida pessoal e pro�ssional vêm se diluindo, tanto que na década de 1980 já era um assunto que chamava a atenção dos gestores devido ao aumento de mulheres com �lhos que entravam no mercado de trabalho. Logo se percebeu que o con�ito entre família e trabalho não se restringe somente a mulheres com �lhos. Foi observadoque: Os funcionários e funcionárias sem �lhos também tinham problemas. A carga horária excessiva e a grande demanda por viagens a trabalho, por exemplo, cada vez mais di�cultavam o ajuste entre as exigências pro�ssionais e as responsabilidades pessoais 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 10/35 para muitos trabalhadores. (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010, p. 550-551). Independente do gênero e de ter �lhos ou não, constantemente há uma interconexão estreita e dinâmica entre questões de trabalho e família. Bastos; Aguiar (2014) se posicionam a esse respeito: Uma vez identi�cada a existência da interdependência entre trabalho e família, o desa�o volta-se para a busca de equilíbrio entre eles. Sabe-se, no entanto, que não se trata de tarefa simples, uma vez que as demandas das duas esferas nem sempre são facilmente conciliáveis. De modo geral, pode-se considerar a existência de dois resultados possíveis dessa interação: de um lado, o envolvimento em um domínio pode ser capaz de in�uenciar positivamente o desempenho em outro domínio; de outro, o engajamento em um papel pode ser responsável por prejuízos no desempenho de outro papel em uma esfera da vida distinta. (BASTOS; AGUIAR, 2014, p. 123-124). Como apontado acima, nem sempre um domínio da vida (trabalho ou família) implica em prejuízos no outro. Contudo, tão frequente são os con�itos, que são divididos em três tipos. O primeiro tipo de con�ito é baseado no tempo. Nesse tipo, múltiplos papéis competem pelo tempo do indivíduo. Pode ocorrer das pressões de tempo para participação em um domínio tornem �sicamente impossível cumprir expectativas de outro domínio. O segundo tipo de con�ito é o baseado em tensão. Nesse a tensão decorrente de um domínio di�culta o desempenho em outro domínio. Fala-se também de um terceiro tipo, o con�ito baseado em comportamento. Nesse con�ito os padrões comportamentais especí�cos de um papel são incompatíveis com as expectativas de desempenho no outro papel. Robbins; Judge; Sobral (2010) descrevem iniciativas que reduzem con�itos entre vida pessoal e pro�ssional, são eles: Estratégia com base no tempo. Horários �exíveis, compartilhamento de tarefas, trabalho de meio período e etc. 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 11/35 Estratégias com base na informação. Assistência a recolocação e recursos para programas de terceira idade. Estratégias �nanceiras. Convênios com creches, benefícios �exíveis, convênios com instituições de ensino e licenças remuneradas. Serviços diretos. Creche, cuidados emergenciais, serviços de atendimento e academia de ginástica. Estratégias de mudança de cultura. Treinamento para os gerentes ajudarem seus subordinados a enfrentar os con�itos entre vida pessoal e trabalho e foco no desempenho real dos funcionários e não no cumprimento de horários. Para o selecionador, é relevante reconhecer se a empresa apresenta esses itens para avaliar a compatibilidade maior ou menor entre a organização e o candidato. O selecionador também pode sugerir que a empresa adote certas iniciativas para diminuir os con�itos entre vida pessoal e pro�ssional. 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 12/35 atividadeAtividade O poder diz respeito à capacidade que A tem de in�uenciar o comportamento de B, de maneira que B haja de acordo com a vontade de A. Uma pessoa pode ter poder, mas não necessariamente usá-lo; ou seja, o poder é uma capacidade ou potencial. Provavelmente, o aspecto mais importante do poder é o de ser uma função de dependência. ROBBINS, Stephen; JUDGE, Timothy, A.; SOBRAL, Filipe. Comportamento organizacional. 14. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. Analise as a�rmativas a seguir sobre o poder nas organizações e assinale (V) para a(s) verdadeira(s) e (F) para a(s) falsa(s): ( ) O ideal seria selecionar um candidato com per�l muito autônomo para uma empresa com característica de autocracia. ( ) Nas empresas em que vigora a meritocracia quanto mais antigo um funcionário, mais poder ele tem. ( ) Quando o tipo de poder é de instrumento, a diretoria age para exclusivamente para um bem social. ( ) A forma como se expressa o poder organizacional in�uência na cultura da organização. A partir das associações feitas anteriormente, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: a) F - F- F - V b) F - F - F - F c) V - F - F- V d) V - F - V - F 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 13/35 e) F- V - V - F 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 14/35 Há muitos sentidos para o termo dinâmicas de grupo, que foi criado por Kurt Lewin, recebendo alguns sentidos como: a) campo de pesquisa; b) técnicas aplicadas em planejamentos e treinamentos de habilidades humanas. No processo de seleção as dinâmicas servem como meio que direciona e motiva pessoas, que podem se conhecer previamente ou não, de interagirem para atingir um alvo proposto na dinâmica. Elas criam situações focadas e direcionadas para chegar a objetivos, como nos jogos e exercícios grupais. Sobre as dinâmicas, Paya; Melo; Figlie (2013, p. 29) expõem que: “(...) são formas indiretas de lidar com temas variados que envolvem questões interpessoais, intrapessoais, afetivas e até questões mais práticas e objetivas (...)”. É a maleabilidade de criar situações de diversas áreas que torna as dinâmicas tão utilizadas em vários processos seletivos. Alguns avisos sobre a aplicação de dinâmicas de grupo são dados por Paya; Melo; Figlie (2013, p. 32), pois: Quando o pro�ssional se utiliza dessa intervenção, é de extrema importância, antes de tudo, a de�nição do que ele deseja alcançar; Dinâmicas de GrupoDinâmicas de Grupo 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 15/35 como a dinâmica será aplicada; quais os recursos necessários para atingir os objetivos; o nível de exposição e envolvimento que poderá explorar; entre outras particularidades que fundamentam sua aplicabilidade. O pro�ssional recorre às técnicas e as utiliza a partir de valores, ou seja, não as emprega mecanicamente. (PAYÁ; MELO; FIGLIE, 2013, p. 32). Dentro da seleção, as dinâmicas de grupo criam um contexto social para a observação dos comportamentos que emergem, possibilitando gerar um ambiente em que os resultados provém do desempenho coletivo. Geralmente, antes da dinâmica avaliadora, inicia-se com alguma dinâmica mais prazerosa para aproximar as pessoas e as tranquilizar, as chamadas dinâmicas “quebra-gelo”. Com as dinâmicas escolhidas para investigar reações e modos de agir perante o novo se consegue ter acesso ao comportamento individual em situação de grupo. Elas podem ainda ser complementadas com questionamentos �nais sobre as atitudes de cada um perante o grupo e como enxergam o resultado do que criaram. São inúmeras as características e os objetivos que as dinâmicas de grupo atendem, como nos mostra Paya; Melo; Figlie (2013, p 29): 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 16/35 Tomada de decisão: podem ser de grande ajuda nos processos decisórios individuais e grupais. Lidar com incertezas/ambiguidades: oferecem a possibilidade de posicionamento frente ao con�ito, à imprevisibilidade, às frustrações, desenvolvendo recursos internos para lidar com sentimentos ambíguos e difíceis, pela administração de con�itos de maneira positiva. Riscos de desa�os: discernimento para administrar riscos e desa�ar por meio de autocontrole e autoe�cácia, explorando fatores de risco ede proteção. Observa-se que as dinâmicas de grupo, além de facilitarem a observação de comportamentos, ajuda aqueles que por ela passam a identi�car os pontos a melhorar em si mesmo. Quando se trata de recrutamento dentro da própria empresa também estará contribuindo para seu desenvolvimento e aperfeiçoamento, caso um funcionário não esteja apto no momento para vaga com maiores exigências. Certos cuidados devem ser tomados ao escolher dinâmicas, elas devem ser adaptadas quando necessário para se adequarem à faixa etária (como em seleção para estágios de nível médio), condição sócio-cultural dos participantes e outras que podem ocorrer. As avaliações e julgamentos sobre os participantes devem atender aos critérios e indicações apresentados abaixo, no tópico entrevista. 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 17/35 atividadeAtividade A maneira como as dinâmicas são aplicadas também é de grande relevância para o sucesso ou não da técnica. É imprescindível, independentemente da �nalidade, a garantia de um ambiente con�ável, seguro, livre de julgamentos, para que os par - ticipantes possam se expressar de modo construtivo. Fonte: PAIÁ, Roberta; MELO, Denise g.;FIGLIE, Neliana B. Propriedades das dinâmicas em grupo. In.; Dinâmicas de grupo e atividades clínicas aplicadas ao uso de substâncias. Neliana B. Figlie, Roberta Payá (Orgs). São Paulo: Roca, 2013, p. 32. A partir do conteúdo estudado e do texto acima, indique a alternativa correta sobre as dinâmicas de grupo. a) O termo dinâmica de grupo se refere somente aos métodos usados na seleção de pessoas, como os jogos. b) As dinâmicas de grupo são muito utilizadas nos processos seletivos porque todas podem ser usadas a qualquer momento. c) A aplicação de dinâmicas com �ns de seleção pode ter o efeito colateral de auxiliar no autoconhecimento do indivíduo. d) Nenhuma dinâmica pode apresentar incertezas pois seus objetivos devem ser claros. e) Não é necessário aquecer as pessoas para que se soltem antes da dinâmica. 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 18/35 A entrevista é um método muito tradicional de seleção, de modo que é possível encontrarmos várias de�nições diferentes sobre o que ela é. A entrevista é uma conversação dirigida a um �m que não é o prazer da conversação em si, segundo Lodi (1991). O autor nos fala que a entrevista é um método de coleta de informações entre os mais conhecidos e usados. O mesmo defende que se deve notar as vantagens e desvantagens desse método. A entrevista voltada para a seleção de pessoas também se baseia em observação (como, por exemplo, nas dinâmicas de grupo) e em documentos (como o currículo e carteira de trabalho). O entrevistador está constantemente interpretando documentos e observando comportamentos. Lodi (1991, p. 15) explica que o uso de entrevista, observação e análise de documentos é muito útil, contudo assevera que: “A escolha do método mais adequado a uma situação depende de critérios como: acessibilidade, economia de recursos, precisão, relevância e quali�cações pessoais do próprio investigador.” Uma desvantagem da entrevista é que está muito sujeita a erros e distorções decorrentes de preconceitos do entrevistador, também de falhas de memória ou da imprecisão de documentos do candidato. EntrevistaEntrevista 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 19/35 A literatura divide a entrevista em não estruturada e estruturada. Tem como premissa: “(...) que todas as respostas devam ser comparáveis contra o mesmo conjunto de perguntas, e de que as diferenças devam re�etir diferenças entre os respondentes e não diferenças nas perguntas.” (LODI, 1991, p.16). O grau de estruturação na entrevista padronizada varia, pode haver rigidez na ordem de apresentação de cada pergunta, já previamente planejadas, ou apenas um roteiro de indicação para que o aplicador formule as perguntas quando achar conveniente. A forma estruturada é mais fácil para um entrevistador iniciante, porque trabalha com perguntas padronizadas que serão feitas sempre na mesma ordem para todos os candidatos. Esse tipo de entrevista baseia-se na análise de cargo. Na entrevista não estruturada, as perguntas são elaboradas pelo próprio entrevistador, há mais liberdade para este, porém se exige mais experiência do mesmo. Lodi (1991) atesta que nesse tipo de entrevista, quem a aplica não objetiva obter o mesmo tipo de resposta usando o mesmo tipo de perguntas. É muito relevante para explorar mais uma questão, produzir resultados inesperados ou indagar sobre novos temas. Existe a entrevista situacional, em que se cria um incidente hipotético e o candidato deve responder que comportamento teria. Essa forma permite que se conheça o candidato em situações que são difíceis de simular em um ambiente de teste. Há a entrevista de descrição comportamental, que foca em situações reais e como o candidato agiu. O candidato pode ser questionado sobre situações desa�antes pelas quais passou e que comportamentos emitiu.Esse tipo de pergunta é útil porque o comportamento anterior nos dá um bom prognóstico de comportamento futuro. Ou seja, é provável que em condições semelhantes a pessoa apresente atitude parecida. Também encontramos a entrevista coletiva, em que o candidato se reúne com três a cinco entrevistadores ao mesmo tempo, cada um faz perguntas ao candidato alternadamente. Esse formato previne possibilidades de discriminação no processo de contratação. (SNELL; BOHLANDER, 2010). 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 20/35 A depender do cargo, um candidato pode ser entrevistado por um selecionador, por uma equipe de trabalho, pelo gerente de unidade ou etc. Existem modos para inferir a validade das respostas obtidas: a) comparação com fontes externas (como ao pedir referência para a antiga empregadora e análise de currículo); b) comparação com outro entrevistado; c) observando as dúvidas, incertezas e hesitações demonstradas pelo candidato. (LODI, 1991). O psicólogo humanista Carl Rogers (1942, apud Lodi, 1991), descreve três características que produzem uma atmosfera e�ciente para a entrevista que são: a) expressão genuína de interesse pelo candidato; b) permissão de expressão de sentimentos; c) o entrevistador se abstém de introduzir sua vontade, reações e preconceitos na entrevista. Tão importante deixar os preconceitos de lado quando na função de entrevistador que encontramos que: Qualquer entrevista pretende ser uma medida de pessoas. Como medida ou instrumento de precisão, ela deve precaver-se de interferências negativas, excesso de dosagem ou erros de critério. Esses são os assim chamados preconceitos. Quando os preconceitos orientam mal a mira de um instrumento sistemático como pretende ser a entrevista, resulta um acúmulo de fatos sistematizados na direção errada. (LODI, 1991, p. 41). É interessante destacar que a falta de preparação e falta de técnica para conduzir uma entrevista são fáceis de se sanar, contudo os preconceitos podem se manifestar mesmo que o entrevistador já domine bem as entrevistas. É necessário de quem está na função de entrevistador ter bom autoconhecimento. Para que possamos investigar a nós próprios é válido atentar para os preconceitos mais comuns segundo Lodi (1991), que são: Basear-se em opiniões particulares. Deixar-se levar pela in�uência, o efeito halo, a tendência a generalizar características boas a um candidato de que se gosta, ou o contrário. Preconceitos de raça, religião ou política. Determinar que só existe um estereótipo para cada função. 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller21/35 Tomar as características do homem ideal de modo isolado e não no conjunto. Apoiar-se na ideia de homem médio. Ao entrevistador iniciante, não basta apenas conhecer métodos e técnicas de entrevistas, deve também conhecer a si mesmo! As atitudes baseadas em preconceito não levam só à exclusão de bons candidatos de modo consciente, pequenos detalhes envolvem o autoconhecimento do entrevistador e a habilidade de se auto avaliar cuidadosamente para não incorrer em erros como: Levar o entrevistando a tomar uma posição de comportamentos admitidos como certos por quem dirige a entrevista. Querer melhorar a forma ou conteúdo das respostas. Elaborar perguntas de modo que incorpore nela sua própria opinião. Exteriorizar espanto ou aprovação que in�uenciem nas atitudes do candidato. Outro aspecto que revela ser muito mais complexo do que inicialmente se imagina é a formulação de perguntas. Podemos considerá-la uma habilidade fundamental do entrevistador, justamente porque a pergunta é a principal ferramenta de trabalho do entrevistador. Nas palavras de Lodi (1991, p. 44): “Perguntar é uma arte difícil que requer técnica, intuição e treinamento.”. Os elementos que compõem essa habilidade para a boa formulação de perguntas são listadas abaixo: Clareza de objetivos. Amplitude de vocabulário. Precisão no uso das palavras. Observação crítica das respostas. As etapas da formulação de perguntas se inicia com a especi�cação dos alvos da entrevista. O planejamento precede a elaboração das questões. O que será mensurado deve estar muito claro para o entrevistador. Alguns cuidados necessários na formulação de perguntas são: usar vocabulário adequado a 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 22/35 cada contexto, evitar linguagem técnica com pessoas de baixa escolaridade, evitar linguagem popular diante de um candidato de alta escolaridade. Em caso de resposta inadequada, o entrevistador deve aceitar a possibilidade de haver elaborado mal a pergunta. Lodi (1991) aponta quatro tipos de respostas inadequadas: a) resposta parcial que não satisfaz; b) resposta insigni�cante, que foge ao âmbito questionado, focando em outros aspectos fora os procurados; c) resposta descuidada, que só descreve aspectos irrelevantes; d) a não resposta que surge na forma de silêncio, sorriso, ambiguidade ou monossílabo. Para �car mais claro como se portar na realização de entrevistas, veja o quadro abaixo. 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 23/35 Quadro 3.2 - Como desenvolver a capacidade de perguntar. Fonte: LODI, João B. A entrevista: teoria e prática. 7. ed. São Paulo:Pioneira. 1991, p. 46 Para Lodi (1991) a entrevista de seleção e colocação de pessoas possui três funções especí�cas: a) obter informações sobre a personalidade e experiência 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 24/35 do candidato; b) fornecer informações sobre a empresa e cargo ao candidato;c) estabelecer uma relação amigável. Na entrevista de seleção o investigador deverá de antemão ter familiaridade com a terminologia do cargo, suas especi�cidades, requisitos do cargo e as normas da área dentro da empresa ou setor requisitante. Os aspectos fundamentais são os que afetam mais diretamente nos resultados da empresa. 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 25/35 atividadeAtividade Formular-se-ão as perguntas levando-se em conta o nível cultural do candidato. Evitar-se-ão perguntas e atitudes agressivas, que levem a comportamentos defensivo por parte do entrevistado. Fonte: PONTES, Benedito R. Planejamento, recrutamento e seleção de pessoal. 6. ed. São Paulo: LTr, 2010, p.163. Indique a alternativa correta sobre entrevista. a) Os cuidados na aplicação da entrevista são os mesmos de uma conversação no ambiente de trabalho. b) O efeito halo nunca ocorre em entrevistas, somente em avaliações de desempenho. c) O entrevistador deve planejar a entrevista a partir dos objetivos. d) Entrevistas do tipo estruturadas são sempre mais indicadas. e) A entrevista do tipo não estruturado permite explorar novos temas não previstos em roteiros. 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 26/35 Devido à complexidade de eventos que de�nem o sucesso da contratação e a necessidade de demissão de funcionários, faz-se necessário entender melhor porque determinado colaborador está sendo desligado ou pede demissão. Para isso existe a entrevista de desligamento. Mas, o que é entrevista de desligamento? Ela: (...) tem como objetivo conhecer o nível de satisfação dos colaboradores ao deixarem a empresa e gerar melhorias na gestão de pessoas e clima organizacional para os pro�ssionais que permanecem. Os dados serão tabulados, analisados e monitorados na forma de indicador e relatório gerencial pela área de Recursos Humanos. (GONÇALVES, 2015, sem página). A entrevista de desligamento apresenta como vantagem permitir veri�car as causas de rotatividade e obter dados para corrigir problemas e agir preventivamente para manter os bons funcionários. Uma limitação desse tipo de entrevista é que nem sempre permite análises conclusivas do clima da organização. Essa limitação ocorre porque: Entrevista deEntrevista de DesligamentoDesligamento 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 27/35 As pessoas objeto da pesquisa são as que estão saindo da organização. As desligadas por iniciativa da empresa estão de certa forma descontentes com ela e geralmente suas críticas são mais acirradas. As que estão desligando-se voluntariamente às vezes preferem não fazer críticas, para não denegrir sua imagem pessoal. Os dados obtidos podem ser enviesados. Por isso é preciso muito cuidado com o trato dos dados da pesquisa e nem sempre as análises são conclusivas. Para evitar as distorções dos dados, é necessária muita perspicácia por parte do entrevistador. (PONTES, 2010, p. 33). Quando o próprio selecionador faz a entrevista de desligamento ele pode obter dados que serão de grande valia em uma futura seleção. Como já �cou evidente ao longo das discussões, a subárea de recrutamento e seleção se articula com várias outras, in�uenciando e sendo in�uenciada reciprocamente. Abaixo algumas perguntas que servem de modelo para a entrevista de desligamento. 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 28/35 Quadro 3.3 - Questionário de desligamento Fonte: Pontes (2010, p. 34-35). Como procedimento, antes da entrevista, pode ser entregue ao funcionário um formulário com perguntas abertas ou fechadas. Como toda entrevista, o entrevistador precisa motivar a pessoa a falar sobre o que deseja entender. 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 29/35 As perguntas devem ser claras, sem ambiguidades e objetivas. Sempre demonstrando respeito pelo entrevistado. Algumas empresas vão além ao demitir um funcionário. Elas mesmas prestam assessoria ou contratam empresa especializada para auxiliar o ex-funcionário a se recolocar no mercado de trabalho. Essa postura ética ainda tem como benefício para a empresa deixar imagem positiva nos trabalhadores dispensados e na comunidade ao seu redor. Permite também que os trabalhadores que estão na empresa a reconheçam como interessada no bem-estar das pessoas, o que melhora sua imagem interna também. reflitaRe�ita Cada empresa elabora a sua política de demissão — enquanto algumas promovem encontros até com a presença do gestor,outras se limitam a pedir que um formulário seja preenchido. Em comum, o fato de todas as informações serem tratadas sigilosamente, garantindo que a pessoa possa falar sem medo de represálias. Fonte: AMORIN (2012). 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 30/35 atividadeAtividade O último diálogo entre empresa e funcionário não tem o objetivo de criar um clima hostil, mas deve ser entendido como uma oportunidade de apontar melhorias para ambos os lados. Uma vez que o colaborador não faz mais parte da empresa, poderá ser mais sincero ao colocar as suas percepções em relação ao trabalho desenvolvido pela companhia e o que ele aprendeu durante todo o tempo em que fez parte da equipe. Sobre a entrevista de desligamento, indique a alternativa correta. Fonte: ENTREVISTA de desligamento: saiba como fazer. Revista eletrônica Tuacarreira.com. a) Apesar do alto custo, os dados provindos das entrevistas de desligamento são conclusivos. b) Ao sair da empresa, uma pessoa pode preferir não fazer críticas para não denegrir sua imagem pessoal. c) Atualmente, é obrigatório que as empresas auxiliem na recolocação pro�ssional de seus ex-funcionários demitidos sem justa causa. d) Os benefícios da entrevista de desligamento não justi�cam os custos. e) A entrevista de desligamento apenas faz o ex-funcionário reviver eventos ruins. 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 31/35 indicações Material Complementar LIVRO Recrutamento, Seleção e Competências Marcia Regina Banov Editora: Atlas ISBN: XXX-XX-XXX-XXXX-X Comentário: Ter selecionadores competentes permite às organizações encontrar pro�ssionais habilidosos e criativos para manter as empresas competitivas. Aos pro�ssionais que trabalham com seleção de pessoas é necessário constante aperfeiçoamento para dar sua contribuição às organizações. 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 32/35 FILME Em boa companhia Ano: 2005 Comentário: Filme mostra uma situação de instabilidade sobre o emprego de um senhor de 51 anos após a compra da empresa em que trabalha por uma multinacional, ter seu antigo cargo passado para um jovem de 26 anos e lidar com a crise entre os funcionários com as mudanças implementadas. Para conhecer mais sobre o �lme, acesse o trailer. T R A I L E R 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 33/35 conclusão Conclusão A atuação em recrutamento e seleção exige conhecimento de vários aspectos da gestão de pessoas para se tornar mais e�ciente. Aplicar as técnicas e instrumentos de recrutamento e seleção é só uma parte do leque de competências de quem atua nessa subárea. Para realizar prognósticos de compatibilidade entre organização e pessoa é necessário reconhecer os elementos que interagem para que os pro�ssionais desejem continuar na empresa e possam se empenhar para desenvolverem-se junto com a organização. Para aqueles que por diversos motivos tiveram que se afastar ou foram demitidos, é válido questioná-los sobre sua experiência na organização para poder sanar eventuais problemas. referências Referências Bibliográ�cas AGUIAR, Wesley. As redes sociais nos processos de recrutamento e seleção. Revista online Administradores.com.br. Disponível em <http://www.administradores.com.br/artigos/cotidiano/as-redes-sociais-nos- processos-de-recrutamento-e-selecao/80300/> Acesso em 27 mar 2019. 14/05/2019 Ead.br https://fmu.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 34/35 AS redes sociais no processo de recrutamento e seleção. WWW.CIEE. ORG.BR. Disponível em <https://www.cieepr.org.br/as-redes-sociais-no-processo-de- recrutamento-e-selecao/>. Acesso em 27 mar 2019. AMORIN, Maíra. Entrevista de desligamento dá oportunidade para desabafar. O Globo. 28 jan 2012. Disponível em <https://oglobo.globo.com/economia/emprego/entrevista-de-desligamento- da-oportunidade-para-desabafar-3787284> Acesso em 02 mai 2019. BASTOS, Antônio, V. B.; AGUIAR, Carolina, V. N. Con�ito trabalho-família. In. Novas medidas do comportamento organizacional: ferramentas de diagnóstico e de gestão. Mirlene M. M. Siqueira (Org). Porto Alegre: Artmed, 2014. CHIAVENATO, Idalberto. 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