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Comportamento Organizacional Seção 4.1 – Conceitos de qualidade de vida no trabalho (QVT) Profa. Elaine Testoni Fonte: CINTRA, Josiane; DALBEM, Eloísa. Comportamento organizacional. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S. A., 2016. Pré-aula – Retomada de Conteúdo • Vantagens do trabalho em equipe (melhores decisões, produtividade, inovação, ambiente gratificantes de trabalho, forma eficiente de atender aos desafios de desempenho e de mudanças). • Mitos sobre equipes. • Três critérios para a efetividade de equipes: resultado produtivo do trabalho, satisfação dos membros, sobrevivência da equipe. • Características da tomada de decisão em equipe e em grupo. • Técnicas utilizadas para a tomada de decisão em grupo/equipe: brainstorming presencial ou eletrônico, técnica nominal de grupo, técnica Delfos e mapas de consenso. Pré-aula – Retomada de Conteúdo • Competição e cooperação. • Variáveis centrais. • Seleção de profissionais de uma equipe. • Construção da equipe – programas de treinamento – CHA. • Desenvolvimento da liderança em equipe. • Intervenção – reestruturação – alterar o processo de trabalho (autonomia, liberdade na tomada de decisão). • Vieses no processamento de informações (dificuldade de fazer circular as informações mais relevantes). • Inércia. • Conformidade social ou pensamento grupal. Aula - Qualidade de vida “A percepção do indivíduo sobre sua posição na vida, no contexto da cultura e do sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” (The WHOQOL GROUP, 1998). Qualidade de vida no trabalho (QVT) Condições de vida de um indivíduo dentro do ambiente organizacional. Demanda da qualidade de vida no trabalho vem das transformações ocorridas em diversos aspectos: Vínculos e estrutura da vida pessoal: família, atividades de lazer e esportes, hábitos de vida, cuidados com a saúde, alimentação, combate à vida sedentária, grupos de afinidades e apoio. Fatores socioeconômicos: globalização, tecnologia, informação, desemprego, expansão do mercado de seguro-saúde, padrões de consumo mais sofisticados. Metas empresariais: competitividade, qualidade do produto, velocidade, custos, imagem corporativa. Pressões organizacionais: novas estruturas de poder, informação, agilidade, corresponsabilida de, remuneração variável, transitoriedade no emprego, investimento em projetos sociais. Fonte: Limongi-França (2009, p. 23). Qualidade de vida no trabalho envolve “Desde cuidados médicos estabelecidos pela legislação de saúde e segurança até atividades voluntárias dos empregados e empregadores nas áreas de lazer, motivação, entre inúmeras outras” (LIMONGI-FRANÇA, 2009, p. 24). Elaboração de programas de Qualidade de vida no trabalho (WALTON, 1973) Critérios: Compensação justa e adequada Indicadores da QVT: Equidade interna e externa (o quanto os salários pagos estão em equilíbrio com os demais salários da empresa e com o mercado em geral). Justiça na compensação. Planilha dos ganhos com produtividade. Proporcionalidade entre salários. Elaboração de programas de Qualidade de vida no trabalho (WALTON, 1973) Critérios: Condição de trabalho Indicadores da QVT: Jornada de trabalho razoável. Ambiente físico seguro e saudável. Ausência de insalubridade. Elaboração de programas de Qualidade de vida no trabalho (WALTON, 1973) Critérios: Uso e desenvolvimento de capacidades Indicadores da QVT: Autonomia. Autocontrole relativo. Qualidades múltiplas. Informação sobre o processo total de trabalho. Elaboração de programas de Qualidade de vida no trabalho (WALTON, 1973) Critérios: Oportunidade de crescimento e segurança Indicadores da QVT: Possibilidade de carreira. Crescimento pessoal. Perspectiva de avanço salarial. Segurança de emprego. Elaboração de programas de Qualidade de vida no trabalho (WALTON, 1973) Critérios: Integração social na organização Indicadores da QVT: Ausência de preconceitos. Igualdade. Mobilidade. Relacionamento. Senso comunitário. Elaboração de programas de Qualidade de vida no trabalho (WALTON, 1973) Critérios: Constitucionalismo Indicadores da QVT: Direitos de proteção ao trabalhador. Privacidade pessoal. Liberdade de expressão. Tratamento imparcial. Direitos trabalhistas. Elaboração de programas de Qualidade de vida no trabalho (WALTON, 1973) Critérios: Trabalho e o espaço total de vida Indicadores da QVT: Papel balanceado no trabalho. Estabilidade de horários. Poucas mudanças geográficas. Tempo para lazer da família. Elaboração de programas de Qualidade de vida no trabalho (WALTON, 1973) Critérios: Relevância social do trabalho Indicadores da QVT: Imagem da empresa. Responsabilidade social da empresa. Responsabilidade pelos produtos. Práticas de emprego Modelo de Hackman e Oldham (QVT) Privilegia as características da tarefa na análise de QVT e compreende as “dimensões essenciais do trabalho”, que geram “estados psicológicos críticos” e, por sua vez propiciam “resultados pessoais e no trabalho”, todos esses elementos são influenciados pela necessidade de crescimento individual. Necessidade de crescimento individual Dimensões Essenciais do Trabalho - Variedade da tarefa. - Identidade da tarefa. - Significância da tarefa. Autonomia Feedback Estados Psicológicos Críticos Significância percebida do seu trabalho. Responsabilidade percebida pelos resultados de seu trabalho. Conhecimento dos resultados do seu trabalho. Resultados Pessoais do Trabalho - Motivação interna ao trabalho. - Satisfação geral com o trabalho. - Satisfação com a sua produtividade. - Absenteísmo e rotatividade. Necessidade de crescimento individual Auditoria Operacional de Recursos Humanos para a QVT (Edna Fernandes). “Dependendo das contingências, a cultura organizacional é afetada, e o clima organizacional melhora, refletindo-se no bem-estar do trabalhador e na produtividade da empresa”. Inclui fatores como: Condições de trabalho, Compensação, Moral, Imagem da empresa, Saúde, Organização do trabalho, Participação, Comunicação e Relação Chefe-Subordinado (FERNANDES, 1996 apud MEDEIROS; FERREIRA, 2011, p. 14). Comprometimento organizacional “O comprometimento é o cimento que une as pessoas em torno de metas e objetivos organizacionais” (BASTOS et al. apud BORGES; MOURÃO, 2013, p. 280). Siqueira e Gomide Júnior (apud ZANELLI, 2004, p. 89) definem o comprometimento organizacional como o “vínculo que é estabelecido entre o trabalhador e a organização”. Fenômeno composto por: comprometimento normativo; comprometimento afetivo ou atitudinal; e comprometimento calculativo ou instrumental (TAMAYO, 2005; BASTOS et al. apud SIQUEIRA, 2008; CARVALHO-FREITAS et al., 2013). Comprometimento Normativo É um vínculo de base psicológica cognitiva (conjunto de crenças), expressa sentimentos de lealdade e obrigação, que impelem o colaborador a permanecer na organização, retribuir os benefícios que recebe e agir de acordo com os interesses da organização. Comprometimento Afetivo ou Atitudinal É um vínculo de base psicológica afetiva (afetos positivos ou negativos), definido a partir da identificação e do envolvimento do colaborador com a organização a que pertence, a partir da aceitaçãode seus valores, normas e objetivos; da disposição em empregar esforços em favor da organização, assim o colaborador permanece na organização porque quer. Comprometimento Calculativo ou Instrumental É um vínculo de base psicológica cognitiva, refere-se à disposição do empregado permanecer na organização para não perder os investimentos pessoais já realizados na mesma. Baseado nas trocas e na avaliação dos custos associados à saída da organização. Nesse caso, as pessoas permanecem na organização por necessidade. Comprometimento organizacional (antecedentes e consequentes) Pessoas que estão satisfeitas com as dimensões de trabalho relacionadas à QVT (modelo de Walton) tendem a manter níveis mais altos de comprometimento afetivo e normativo; Pessoas insatisfeitas com a integração social e com a relevância do trabalho tendem a ter um maior comprometimento instrumental. Paulo trabalha em um comércio especializado em hortifrúti como estoquista. Tem orgulho da empresa. Ele se identifica com sua cultura e considera o ambiente muito agradável, tanto pela organização da loja, em se tratando da limpeza e aparência, quanto pelo relacionamento que tem com os colegas e gestores. Ele gosta do que faz e é reconhecido como um bom funcionário, é dedicado, respeita as regras da empresa. Ainda assim, preferia ocupar a função de caixa, devido ao tipo de trabalho e da remuneração. Conversou com seu gerente sobre isso, mas a mudança não será possível, em razão de sua qualificação (precisaria ter formação completa no ensino médio, ele não tem), quanto por falta de vagas. Apesar da vontade de permanecer, ele está participando de um processo seletivo para caixa em outra empresa. Que elementos do comprometimento organizacional estão presentes nesse caso? Como gestor, qual seria sua percepção sobre a situação e como poderia intervir para manter esse colaborador? O caso mostra um funcionário comprometido com a empresa em alguns pontos: comprometimento afetivo (tem orgulho da empresa, se identifica com sua cultura, gosta do que faz, mantém bons relacionamentos), comprometimento normativo (dedicado, aceita as regras e gostaria de permanecer na empresa), comprometimento calculativo (considera a possibilidade de sair da empresa, devido ao tipo de trabalho e remuneração). O gerente poderia entender o pedido de Paulo como um “sinal de alerta” e tentar entender a situação de forma mais profunda. Mesmo sem ter condições de promovê-lo e havendo interesse em mantê-lo, o gestor poderia considerar algumas possibilidades que estivessem de acordo com as reais possibilidades da empresa, como: negociar a remuneração, mudança para outra função Pós-aula Como você se sente com relação à organização em que trabalha? Sente-se comprometido com ela? Que tipo de vínculo você percebe nessa relação?
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