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REGULAÇÃO DO CONSUMO DE ALIMENTOS EM NÃO- RUMINANTES PROF. DR. JEFFERSON GANDRA INTRODUÇÃO • O consumo de alimentos constitui o primeiro ponto determinante do ingresso de nutrientes necessários ao atendimento das exigências de mantença e de produção. • A quantidade total de nutrientes absorvidos vai depender também da digestibilidade, mas o consumo é responsável pela maior parte das diferenças entre os alimentos. INTRODUÇÃO • A complexidade do comportamento alimentar não pode ser totalmente explicada apenas por um conhecimento da fisiologia e do metabolismo, mas sim pela verificação por completo de outros fatores que o interferem. INTRODUÇÃO • É improvável talvez, que os nutrientes do alimento em oferta estarão presentes na mesma proporção que a exigida pelo animal. • Exemplo: • o teor de energia seja muito baixo em relação à proteína e o animal é então obrigado, instintivamente, a aumentar o seu consumo a fim de satisfazer suas necessidades energéticas, tendo assim, um excesso no consumo de proteína, ou ainda, reduzir o seu consumo de ração a fim de evitar um consumo excessivo de proteína. CONCEITOS IMPORTANTES • O termo "fome" refere-se a um forte desejo de alimento, que está associado a diversas sensações objetivas. • Por exemplo: • uma ave que passou muitas horas sem receber alimentação, o seu proventrículo sofre intensas contrações rítmicas, conhecidas como contrações da fome. CONCEITOS IMPORTANTES • O termo “apetite” é quase sempre utilizado com o mesmo sentido de fome, exceto que, em geral, implica o desejo de certos tipos de alimentos, e não de qualquer nutriente. • Assim, o apetite ajuda o animal a escolher a qualidade dos alimentos que irá ingerir, diferente da fome, que faz com que se tenha desejo por nutrientes, não um alimento em especial. CONCEITOS IMPORTANTES • A “saciedade” é o oposto da “fome”. • Significa uma sensação de plenitude em relação à necessidade de alimentos e nutrientes. • Em geral, a saciedade surge após alimentação completa, em particular quando os depósitos de armazenamento nutricional do indivíduo, isto é, o tecido adiposo e as reservas de glicogênio, já estão cheios CONTROLE DA FOME E SACIEDADE • O controle da fome e da saciedade encontra-se no hipotálamo. • Sua estimulação nos núcleos laterais faz com que o animal coma com mais voracidade, o que chamamos de hiperfagia. • Em contrapartida, a estimulação dos núcleos ventromediais do hipotálamo produz a sensação de saciedade completa, e, até mesmo na presença de um alimento altamente apetitoso, o animal ainda irá recusá-lo, constituindo a afagia. CONTROLE DA FOME E SACIEDADE • Os núcleos laterais do hipotálamo como Centro da Fome, enquanto os núcleos ventromediais do hipotálamo podem ser denominados Centro da Saciedade. Fome Saciedade FATORES REGULATÓRIOS • O consumo de alimentos, ele pode ser regulado por: – mecanismos físicos, – fisiológicos, – hormonais e – ingestão de água. FATORES REGULATÓRIOS • Fisicamente quando o consumo voluntário de alimento está relacionado à capacidade de distensão do trato gastrintestinal, mais comumente estudada em ruminantes. • Fisiologicamente quando a regulação é dada pelo balanço nutricional ou status energético ou , seja, por suas exigências de manutenção e produção. • Existem também situações em que os animais nascem com preferências e aversões inatas a determinados alimentos ou até mesmo são condicionados a escolher um tipo de ração com base na visão, odor e outras características. FATORES REGULATÓRIOS • Podemos dividir a regulação do processo de alimentação em : • nutricional ou regulação em longo prazo, • relacionada primariamente com a manutenção de quantidades normais de reservas nutritivas no organismo, • regulação alimentar, que trata da regulação em curto prazo • relacionada com o mecanismo de evitar a superalimentação durante cada refeição. FATORES REGULATÓRIOS • Regulação Nutricional • o mecanismo de controle da alimentação do organismo é determinado pelo estado nutricional do corpo • Exemplo: • Jejum X Alimentação Forçada Regulação Nutricional • As concentrações sanguíneas de glicose, aminoácidos e lipídeos possibilitam certos controles no consumo de alimentos pelos animais que determinam, para cada um desses nutrientes, teorias que explicam seus efeitos diretos. • Essas são as teorias glicostática, aminostática e lipostática. Regulação Nutricional • O consumo de alimento é equilibrado pela necessidade de equilíbrio dos nutrientes e que, quando esses são diminuídos nas fontes de alimento, o animal acaba regulando seu consumo para cima com a única intenção de normalizar as concentrações normais destes nutrientes no corpo. FATORES REGULATÓRIOS • Longo Prazo X Curto Prazo • Longo prazo: – inclui todos os mecanismos de feedback por metabólitos, mantendo constante as reservas de nutrientes nos tecidos do corpo evitando que elas fiquem baixas ou elevadas durante um determinado tempo FATORES REGULATÓRIOS • Longo Prazo X Curto Prazo • Curto prazo: – fazem com que o animal se alimente em menor quantidade, permitindo que o alimento passe pelo sistema digestório em um ritmo mais uniforme, de modo que os mecanismos de digestão e de absorção possam atuar com maior intensidade e mais eficiência; – impedem que ocorra uma ingestão exagerada de alimentos. TEORIAS DE REGULAÇÃO DO CONSUMO • Cada teoria pode ser aplicável em diversas situações, mas o controle do consumo na verdade envolve a integração de vários estímulos. TEORIAS DE REGULAÇÃO DO CONSUMO • O comportamento alimentar também pode ser influenciado por fatores externos: – condições ambientais – constituintes da ração CONDIÇÕES AMBIENTAIS CONSTITUINTES DA RAÇÃO Farinha de carne Ólelos e Gorduras TEORIAS DE REGULAÇÃO DO CONSUMO • As teorias diferem quanto aos mecanismos em físicos e químicos e, entre as teorias estudadas para entender a regulação do consumo de alimentos, podemos destacar: – Glicostática; – Lipostática; – Aminostática; – Termostática. TEORIAS DE REGULAÇÃO DO CONSUMO • Glicostática • Baseia-se na regulação da glicemia no sangue e na quantidade de glicose que chega ao fígado no pós-prandial. – A hipoglicemia estimula o centro da fome e a hiperglicemia estimula o centro da saciedade. Teoria Glicostática • A elevação do nível de glicemia: – aumenta a freqüência de descarga dos neurônios glicorreceptores no centro da saciedade no núcleo ventromedial do hipotálamo; – reduz consideravelmente a descarga de neurônios glicossensíveis no centro da fome do hipotálamo lateral. TEORIAS DE REGULAÇÃO DO CONSUMO • Lipostática • Credita à concentração sérica de triacilgliceróis e metabólitos derivados de seu catabolismo o papel de veículo para a transmissão de informações referentes às reservas energéticas para o restante do corpo. • Exemplo: – Reserva energética elevada – Jejum TEORIAS DE REGULAÇÃO DO CONSUMO • Aminostática • Ao consumirem uma ração com desbalanço aminoacídico em relação às suas reais necessidades, os animais sofrerão alterações fisiológicas que promovem alterações que influenciam diretamente o consumo de ração Teoria Aminostática • Controle do consumo de ração em desbalanço de aminoácidos: • Mecanismo cerebral, mais precisamentena região do córtex pré-piriforme, capaz de perceber a variação na concentração dos aminoácidos no plasma • promove uma redução no consumo de ração de imediato, evitando que o animal eleve os problemas provenientes do consumo de uma ração desbalanceada em aminoácidos. • Retorno ao consumo de ração cíclico (regulação do consumo de alimentos em curto e em longo prazos) Teoria Aminostática • Causas de desbalanço no consumo de aminoácidos: • excesso ou falta de um ou mais em relação a outro; • antagonismo, pois um aminoácido pode inibir a absorção e logicamente, o consumo do outro, em função, principalmente, da disputa pelo mesmo sítio de absorção; – Ex.: lisina e arginina • toxidez do aminoácido – Ex.: metionona e triptofano TEORIAS DE REGULAÇÃO DO CONSUMO • Termostática • Todos os animais homeotérmicos apresentam um consumo de alimento inversamente proporcional à temperatura do meio ambiente. • A teoria pressupõe a existência de um ponto de referência (“set-point”) térmico corporal, acima do qual, o consumo de alimento seria diminuído e, abaixo, aumentado. Teoria Termostática • As críticas a essa teoria : – dificuldade de se estabelecer qual é o “set-point” térmico hipotalâmico – a temperatura corporal profunda é passível de modificações temporais não relacionadas com alterações da temperatura ambiental e nem com o início e término das refeições Teoria Termostática • A temperatura corporal profunda é influenciada por modificações na taxa metabólica altera-se com o nível de alimentação e/ou temperatura ambiental é possível que outro mecanismo, que não o do “set-point”, esteja envolvido na regulação da ingestão alimentar: – via temperatura ambiental/temperatura corporal; – participação de hormônios calorigênicos (tiroxina- T4, triiodotironina- T3); – hormônios metabólicos que atuam na partição de energia corporal (insulina, glugagon, hormônio de crescimento) HORMÔNIOS X REGULAÇÃO DO CONSUMO • Colecistoquinina (CCK): – secretada por células endócrinas do intestino proximal, as células I do duodeno em neurônios do íleo terminal e cólon, sintetizada também no sistema nervoso central por neurônios do córtex cerebral. • O aumento da sua secreção ocorre pela presença de dois estímulos fisiológicos : – Monoglicerídeos e ácidos graxos (mas não triglicerídeos) no estômago; – Pequenos peptídeos e aminoácidos no estômago ou no duodeno. – Leva 15 minutos para elevar seus níveis no sangue, e mantem os níveis elevados por cerca de 3 horas. É inibido pelos ácidos da bile no intestino delgado e pela somatostatina. HORMÔNIOS X REGULAÇÃO DO CONSUMO • Colecistoquinina (CCK): • Reduz o consumo de alimentos; • Age no centro da Saciedade; HORMÔNIOS X REGULAÇÃO DO CONSUMO • Peptídeo YY • O peptídeo YY é constituído de trinta e quatro aminoácidos: – secretado por células presentes no revestimento do cólon e do intestino delgado. – secreção ocorre com a entrada do bolo alimentar nas respectivas áreas. – há uma maior presença deste hormônio após a refeição. HORMÔNIOS X REGULAÇÃO DO CONSUMO • Peptídeo YY • Ele age inibindo a liberação de NPY (neuropeptídeo Y) – Como o NPY é responsável pela sensação de fome, o peptídeo YY inibe a fome. HORMÔNIOS X REGULAÇÃO DO CONSUMO HORMÔNIOS X REGULAÇÃO DO CONSUMO • Leptina: • A ação da leptina no sistema nervoso central (hipotálamo), em mamíferos, reduz a ingestão alimentar, aumenta o gasto energético e regula a função neuroendócrina e o metabolismo da glicose e de gorduras. – Em outras palavras, a leptina reduz o apetite ao informar o cérebro que os estoques de energia em forma de gordura estão adequados através da inibição da formação de neuropeptídeos relacionados ao apetite. – Do lado oposto, baixos níveis de leptina induzem hiperfagia HORMÔNIOS X REGULAÇÃO DO CONSUMO • Grelina: • Conhecida como o hormônio da fome,associado a sensação da fome e por conseqüência um estimulante de apetite. – produzida principalmente pelo estômago, mas também pelas células epsilon do pâncreas e pelo hipotálamo. • Este quando fica vazio intensifica a secreção da grelina, o hormônio atua nos núcleos laterais do hipotálamo dando a sensação de fome. – No período pos-prandial a secreção da grelina diminui e a sensação da fome passa HORMÔNIOS X REGULAÇÃO DO CONSUMO • Grelina: HORMÔNIOS X REGULAÇÃO DO CONSUMO HORMÔNIOS X REGULAÇÃO DO CONSUMO • Insulina • Hormônio produzido pelas células β do pâncreas – Reduz o consumo de alimentos, inibindo o apetite, • Resistência X Sensibilidade a Insulina OUTROS FATORES • Fatores Visuais; • Fatores Olfatórios; • Fatores Orais; • Palatabilidade; • Fatores Físicos Gastrointestinais; • Densidade Energética das Dietas.
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