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Semana 5 CASO CONCRETO (OAB/FGV) Felipe Homem de Sorte foi contratado pela empresa Piratininga Comércio de Metais Ltda., para exercer a função de auxiliar administrativo. Após um ano de serviços prestados, sem que tivesse praticado qualquer ato desabonador de sua conduta, recusou-se a cumprir ordem manifestamente legal de seu superior hierárquico, por discordar de juízo de mérito daquele, em relação à tomada de uma decisão administrativa. De pronto foi verbalmente admoestado, alertado para que o ato não se repetisse e sobre a gravidade do ilícito contratual cometido. No mesmo dia, ao final do expediente, foi chamado à sala de Diretor da empresa, que lhe comunicou a decisão de lhe impor suspensão contratual por 20 (vinte) dias, em virtude da falta cometida. Em face da situação acima, responda, de forma fundamentada, aos seguintes itens: A) São válidas as punições aplicadas pelo empregador? Apenas a advertência verbal é lícita, visto que foi de imediato aplicada como primeira punição pelo descumprimento injustificado de ordem legal. A suspensão não deve prosperar, pois o fato só é admissível uma única penalidade para a mesma falta (non bis in idem). B) Se a ordem original fosse ilegal, o que poderia o empregado fazer? Poderia rescindir o contrato de trabalho, conforme o artigo 483, a, da CLT. QUESTÃO OBJETIVA (OAB/FGV) João da Silva ajuizou reclamação trabalhista em face da empresa Alfa Empreendimentos Ltda., alegando ter sido dispensado sem justa causa. Postulou a condenação da reclamada no pagamento de aviso prévio, décimo terceiro salário, férias proporcionais acrescidas do terço constitucional e indenização compensatória de 40% (quarenta por cento) sobre os depósitos do FGTS, bem como na obrigação de fornecimento das guias para levantamento dos depósitos do FGTS e obtenção do benefício do seguro-desemprego. Na peça de defesa, a empresa afirma que o reclamante foi dispensado motivadamente, por desídia no desempenho de suas funções (artigo 482, alínea e, da CLT), e que, por essa razão, não efetuou o pagamento das verbas postuladas e não forneceu as guias para a movimentação dos depósitos do FGTS e percepção do seguro desemprego. Considerando que, após a instrução processual, o juiz se convenceu da configuração de culpa recíproca, assinale a alternativa correta. (A) A culpa recíproca é modalidade de resilição unilateral do contrato de trabalho. pois a culpa recíproca, além de não ser modalidade de resilição do contrato de trabalho, não há como se admitir que seja modalidade unilateral de extinção do mesmo. Resilição é a extinção do contrato de trabalho, mediante a declaração de uma ou ambas as partes, de forma convencional. A hipótese da situação-problema, portanto, é de rescisão do contrato de trabalho. Rescisão é a lesão ao contrato, no caso, por ambas as partes. (B) O reclamante tem direito a 50% do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais. uma vez que a indenização a ser paga pelo empregador corresponde à metade daquela que seria devida no caso de culpa exclusiva. Veja-se, pois, o art. 484 da CLT. (C) O reclamante não poderá movimentar a conta vinculada do FGTS. uma vez que no caso de culpa recíproca o saldo da conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada, nos termos do art. 20, inc. I, da Lei n.º 8.036/90: (D) O reclamante não tem direito ao pagamento de indenização compensatória sobre os depósitos do FGTS. pois no caso de culpa recíproca é devido o pagamento de indenização compensatória de 20% sobre os depósitos do FGTS. Como fundamento, veja-se o art. 18, §2º da Lei 8.036/90: Art. 18. Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por parte do empregador, ficará este obrigado a depositar na conta vinculada do trabalhador no FGTS os valores relativos aos depósitos referentes ao mês da rescisão e ao imediatamente anterior, que ainda não houver sido recolhido, sem prejuízo das cominações legais. § 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa, depositará este, na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta por cento do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros. § 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior, reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de que trata o § 1º será de 20 (vinte) por cento.
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