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Resumão de Antropologia III-Primeira Prova

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Resumão de Antropologia – O Evolucionismo, O 
Funcionalismo e o Método Etnográfico 
Domingues, M. A. 
O Evolucionismo 
O evolucionismo cultural se consolida a partir de três clássicos, são eles 
Lewis Henry Morgan, Edward Burnett Tylor e James George Frazer. 
Levando-se em conta suas divergências, estes três grandes nomes da 
antropologia tendiam a um ponto em comum, para eles a diversidade 
cultural não era um processo de evolução biológico. Portanto a idéia de 
evolução como explicação para a diversidade cultural não tem decorrência 
direta da Teoria da “Seleção Natural” de Charles Darwim, onde 
sobreviveriam os mais fortes, este é um primeiro ponto de grande 
importância, que deve ser esclarecido. 
Hoje veremos o evolucionismo cultural sendo muito mais criticado do que 
utilizado como método. Porém de acordo com Maria Cláudia Araujo 
(2012, p.45) Morgan, Tylor e Frazer lançaram as bases para o 
desenvolvimento de teorias posteriores, como o funcionalismo e o 
estruturalismo. Ou seja, devem receber suas devidas considerações no 
campo da antropologia. 
Podemos destacar como principais características do evolucionismo 
cultural, quatro idéias gerais. Como aponta Roberto Da Matta: 
1. [...] a idéia de que as sociedades humanas deviam ser comparadas 
entre si e por meio de seus costumes. Mas tais costumes são 
definidos pelo investigador e não são situados lado a lado de modo 
horizontal. Eles não são vistos como peças de um sistema isolado de 
relações sociais e valores, mas como entidades isoladas de seus 
respectivos contextos ou totalidades. Essa separação é que vai 
permitir situar cada costume como sendo uma ilustração critica de 
momentos (estágios) sócio-culturais específicos. (Da Matta, 1987. 
P.91) 
2. [...] a de que os costumes têm uma origem, uma substância e uma 
individualidade e, evidentemente, um fim. O fim não é jamais 
discutido pelos teóricos do século XIX, porque é sempre encarado 
como sendo a encarnação da sociedade branca, tecnológica, 
européia onde viviam os pesquisadores. (Da Matta, 1987. P.93) 
3. [...] a de que as sociedades se desenvolvem de modo linear, 
irreversivelmente, com eventos podendo ser tomados como causas 
e outros como conseqüências. Junto com essa idéia de 
desenvolvimento linear, temos a noção de progresso e a de 
determinação. Assim os sistemas evoluem do mais simples para o 
mais complexo e do mais indiferente para o mais diferenciado, 
numa escala irreversível. (Da Matta, 1987. P.95) 
4. Trata-se do modo típico pelo qual essas doutrinas enquadram as 
diferenças entre os homens. Nós já vimos que, no evolucionismo e 
em toda variedade de historicismo mais abrangente, as diferenças 
são sempre reduzidas a momentos históricos específicos. Deste 
modo, a sociedade que não conheço, que percebo como estranha a 
mim e aos meus que, no entanto, é minha contemporânea, fica 
reduzida nesta forma de pensamento a uma etapa pela qual minha 
sociedade já passou. Ou seja, o modo típico de pensar as diferenças 
na posição evolucionista é pela redução da diferença espacial, dada 
pela contemporaneidade de formas sociais diferenciadas, dentro de 
uma unidade temporal postulada, posto que inexistente ou 
conjectural. (Da Matta, 1987. P. 98. 
Abrindo mão de outros autores da linha evolucionista da antropologia 
(que no momento não nos interessam) iremos agora sintetizar [...] 
“idéias-chave de teoria e método característicos do evolucionismo 
cultural” (CELSO; Castro, 2005, p. 8). 
Morgan 
Lewis Morgan determinou que as condições básicas que se pode 
analisar em cada estágio da história humana são, por um lado, as 
invenções e descobertas e, por outro lado, o surgimento das primeiras 
instituições. Dessa forma, constatam-se alguns fatos que marcavam a 
gradual formação e desenvolvimento de certas paixões, idéias e 
aspirações, comuns aos humanos em cada estágio. Seriam eles: 
1. A subsistência; 
2. O governo 
3. A linguagem; 
4. A família; 
5. A religião; 
6. A arquitetura; 
7. A propriedade. 
Cada um desses fatos e seus desenvolvimentos caracterizam a 
formação de um período étnico, permitindo a sua distinção e 
identificação dos demais. De forma geral, Morgan designou três 
grandes períodos étnicos da humanidade: a Selvageria, a Barbárie e a 
Civilização. Vejamos como ocorreram: 
 A selvageria iniciou-se com o surgimento da raça humana, adquirindo uma 
dieta à base de peixes e também desenvolvendo o conhecimento e uso do 
fogo, chegando, por fim, à invenção do arco e flecha; 
 A barbárie é a fase imediatamente posterior à selvageria, tendo como 
característica distintiva a invenção da arte da cerâmica. É também 
caracterizada pela domesticação de animais, bem como do cultivo de 
plantas através de um sistema de irrigação. O uso de tijolos de adobe e 
pedras na construção de moradias também fez parte deste período. Por 
fim, a invenção do processo de fundição do minério de ferro e o uso de 
ferramentas deste metal. 
 A civilização, período ao qual pertencemos, tem início, conforme Morgan, 
com a invenção do alfabeto fonético e o uso da escrita e estende-se, como 
dito, até a atualidade. 
Morgan se utiliza, assim como outros autores de seu tempo do método 
dedutivo para preencher os espaços vazios que surgem neste seu 
esquema classificatório. Como aponta Cañete (p.34) “A comparação mas 
sobretudo a dedução foram seus métodos de pesquisa”. 
Morgan se baseia na ideia de que toda a humanidade segue a mesma 
história, determinada por uma natureza comum. Sua visão teleológica e 
idealista concebe que todos os povos estão destinados a cumprir sua 
realização no atingimento da civilização. Esta, obviamente, é idealizada 
com base na cultura ocidental eurocêntrica. Seu etnocentrismo (e o de 
autores evolucionistas) o levou a pensar na própria cultura como padrão 
para todas as outras. Dessa forma, Morgan compreende que há uma 
uniformidade cultural que só se diferencia em termos de grau. Essa 
perspectiva será revisada pela antropologia do século XX, que 
conceberá as culturas (no plural) como dotadas de características únicas. 
Ele analisa as diversas sociedades segundo o desenvolvimento de 4 
variáveis: as invenções e descobertas, a organização sócio-política, a 
organização familiar e a noção de propriedade. O grau de complexidade 
de cada uma dessas variáveis é o que permite, segundo Morgan, 
diagnosticar o estágio evolutivo de uma determinada sociedade. Mais 
uma vez vemos o etnocentrismo por trás de seu pensamento, pois a 
importância dessas variáveis (arbitrárias) só tem sentido para o ponto de 
vista de sua cultura. 
Uma vez que os objetos de estudo dessa antropologia são os diferentes 
povos ao redor do mundo, Morgan considerava importante preservá-los 
da influência e esfacelamento provocados pelos “civilizados”, pois não 
bastava ter acesso à produção material desses povos (objeto de estudo 
mais da Arqueologia), sendo necessário observar sua linguagem, suas 
instituições, seus manifestações artísticas em sua forma “pura”. Assim, se 
a antropologia contemporânea possui uma outra visão sobre as culturas (e 
não sobre a cultura), e considera que as influências mútuas são inevitáveis 
e fazem parte da vida intercultural humana, podemos considerar que os 
esforços por proteger os povos “primitivos” são a herança de um germe 
que se formou já nos primórdios dessa disciplina. 
 
 
 
 
Tylor 
Edward Tylor é conhecido por ter apresentado o primeiro conceito 
antropológico de cultura, em sua obra mais célebre, Cultura Primitiva, de 
1871, de acordo com Celso Castro (2005, p. 17) 
“Cultura ou Civilização, tomada em seu mais amplo 
sentido etnográfico, é aquele todo complexo que 
inclui conhecimento, crença, arte,moral, lei, costume 
e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos 
pelo homem na condição de membro da sociedade”. 
Deve-se ressaltar, no entanto, algo muitos vezes 
esquecido nas inúmeras citações desde então feitas 
dessa frase: que Tylor fala de cultura ou civilização. Ao 
tomar as duas palavras como sinônimas as definição 
de Tylor distingue-se do uso moderno do termo 
cultura (em seu sentido, relativista, pluralista e não-
hierárquico), que só seria popularizado com a obra de 
Franz Boas, já no inicio do século XX. Cultura para 
Tylor, era palavra usada sempre no singular, e 
essencialmente hierarquizada em estágios. 
Nesta definição, fica clara a noção, vista anteriormente em Morgan, de 
uma relação íntima entre cultura e civilização. Para Tylor, a cultura 
humana ou civilização se apresenta em vários estágios e não é entendida 
de forma plural e relativista, mas sob uma perspectiva universalizante. Os 
povos do mundo são vistos neste viés como numa escala, sendo alguns 
mais “cultos” ou “civilizados” do que outros. 
Tylor deixa claro em sua obra que as leis que regem a sociedade devem 
ser as mesmas que regem a natureza. A evolução da humanidade e da 
cultura seria então análoga à evolução das espécies segundo os biólogos 
evolucionistas, como Charles Darwin, defendiam na época. Sua proposta 
era estudar a evolução das instituições (religião, arte, costumes etc.) 
enquanto variáveis isoladas e não como parte de um organismo social 
dentro do qual elas têm um sentido (da mesma forma que um biólogo 
poderia estudar a evolução do olho ou outra parte do corpo em diferentes 
espécies). 
Esse método marcava toda a corrente evolucionista e seria criticado pelas 
gerações de antropólogos posteriores, pois era baseado no simples 
preconceito de que os povos agrupados em estágios evolutivos 
semelhantes são semelhantes entre si. No entanto, essa constatação era 
feita somente através dos instrumentos coletados em museus e não pela 
observação direta dos referidos povos. Além disso, Tylor apontava para a 
importância das “sobrevivências” de estágios evolutivos anteriores como 
provas do progresso da cultura. 
Entretanto, apesar do forte etnocentrismo que perpassa toda a ideia 
central do evolucionismo cultural, é interessante notar que as bases da 
perspectiva relativista e antirracista já estavam sutilmente presentes nas 
obras desses autores, como vemos neste trecho da obra de Tylor: 
Para o presente propósito, parece tanto possível quanto desejável eliminar 
considerações de variedades hereditárias, ou raças humanas, e tratar a 
humanidade como homogênea em natureza, embora situada em 
diferentes graus de civilização. Os detalhes da pesquisa provarão, parece-
me, que estágios de cultura podem ser comparados sem se levar em conta 
o quanto tribos que usam o mesmo implemento, seguem o mesmo 
costume ou acreditam no mesmo mito podem diferir em sua configuração 
corporal e na cor de pele e cabelo. 
Diferente de Morgan, Tylor afirma que o pensamento primitivo é tão 
racional quanto o do ser humano civilizado, embora reitere a posição de 
que aquele é mais ignorante do que este. Ironicamente, essa constatação 
sobre o “pensamento selvagem” seria reafirmada pelo estruturalismo de 
Claude Lévi-Strauss, este já inserido numa corrente que herdou o 
relativismo de Franz Boas, um dos mais importantes críticos do 
evolucionismo cultural. 
 
Frazer 
Nascido em Glasgow, Escócia, em 1857, Frazer sempre se interessou pelos 
estudos das obras da antiguidade greco-romana, e seguiu uma longa 
carreira acadêmica nesse campo. Na década e 1880, conheceu William 
Robertson Smith, que o convenceu a se enveredar pela Antropologia. 
Aliando seus dois interesses, Frazer conceberia sua maior e mais célebre 
obra, O Ramo de Ouro (The Golden Bough). 
A primeira edição tinha dois volumes 800 páginas, mas o livro foi 
crescendo a cada edição, até atingir mais de 4.500 páginas em 13 
volumes. Em 1922, Frazer lançou uma versão resumida em um volume. 
Sua obra obteve grande sucesso entre o público, mas no final de sua 
carreira os antropólogos já a consideravam anacrônica e mais literária, do 
que científica. Nessa época, o evolucionismo cultural já havia se esgotado. 
A obra de Frazer é talvez a que deixa mais explícito o método comparativo 
característico da antropologia evolucionista. O Ramo de Ouro, por 
exemplo, propõe colocar lado a lado um imenso número de exemplos de 
mitos e ritos das mais diversas culturas, com o objetivo de encontrar 
semelhanças que demonstrem a natureza comum a toda a cultura 
humana. 
Frazer ajudou a definir o lugar da Antropologia entre os ramos científicos. 
No ensaio Escopo da Antropologia Social, ele localiza esta nova ciência 
como uma sub-área da Sociologia, reconhecendo sua especificidade mas 
ainda subordinando-a a outra área. Além disso, para validar a 
Antropologia como ciência, Frazer propunha que ela servisse como meio 
de intervenção (os governantes deveriam usar esse saber para incentivar 
o desenvolvimento da sociedade) e previsão (através dela poderíamos 
antever o futuro da humanidade). 
Porém, ainda mais séria é a proposição de que a dominação imperialista 
dos povos “selvagens” pelas nações européias é justificada pela suposta 
necessidade de desenvolvimento da “cultura”. Partindo da noção da 
desigualdade natural entre os seres humanos, Frazer enfatiza que a 
evolução dos povos mais “primitivos” deve se dar com a atuação da 
liderança dos povos mais “civilizados”, entendidos por ele como dotados 
de uma inequívoca superioridade intelectual. Essa seria a única forma de 
garantir a predominância da “ordem” civilizada sobre o “caos” selvagem. 
O antropólogo escocês deixa claro que o estudo dos povos “selvagens” é 
uma forma de conhecermos o passado das nações “civilizadas”, já que, na 
perspectiva evolucionista, cada povo pode ser encaixado em um dos 
estágios diacrônicos, e se uma sociedade “civilizada” está no topo dessa 
evolução, é porque ela passou por todos os estágios anteriores, inclusive o 
estágio “selvagem”. E se uma sociedade é “selvagem” é porque ela não 
saiu da fase mais rudimentar dessa escala evolutiva. 
Dessa forma, o interesse pelos povos mais “primitivos” advém do esforço 
por entender nossa própria evolução (vale dizer, a evolução da cultura da 
qual faziam parte esses intelectuais). Além disso, assim como Tylor, Frazer 
também trabalhava com a ideia de “sobrevivências”. As crenças mais 
primitivas perderiam este status na evolução da cultura e se manteriam 
apenas como crendices ou folclore, o que serviria para se estabelecer um 
elo evolutivo entre os diferentes estágios. 
É bom ressaltar a distinção que Frazer faz entre “selvagem” e “primitivo”. 
Para ele, este termo só poderia ser aplicado a um estágio anterior à da 
formação da cultura e que já se perdeu na história da humanidade. Os 
povos de cultura mais rudimentar que existem hoje estariam, segundo 
Frazer, na “selvageria” e não na “primitividade”. Esse detalhe pode ser 
considerado, à revelia do que pensava Frazer, uma base para se dissociar a 
evolução biológica da realidade cultural humana, que não segue a mesma 
lógica da seleção natural. 
A Evolução do Evolucionismo 
Embora a antropologia evolucionista tomasse emprestada a noção de 
evolução darwiniana para postular uma evolução cultural ou civilizatória, 
esta está mais atrelada à noção de progresso presente no pensamento de 
Herbert Spencer. Enquanto Darwin apresentava em seu A Origem das 
Espécies uma árvore genealógica que mostrava uma diversidade de 
caminhos por que passa a evolução dos seres vivos, Spencer entendia o 
progresso como uma escada unilateral. 
Para os evolucionistas, a cultura era entendida como um fenômeno 
universal e singular. Em seu paradigma, havia apenas uma “cultura 
humana”, que se manifestava em diversos graus de desenvolvimentode 
acordo com o grupo social considerado. As diferenças culturais, para esses 
teóricos, se devia a uma diferença de grau de evolução e não a 
peculiaridades históricas de cada sociedade. 
Mas o ideal presente no degrau mais alto da escada evolucionista era 
ocupado pelas sociedades europeias e norte-americana, ou seja, as 
mesmas às quais pertenciam seus pensadores, pois cada sociedade pensa 
na própria cultura como a mais exemplarmente humana, e se qualquer 
outra cultura tivesse desenvolvido o Evolucionismo, teria colocado a si 
mesma no estágio da civilização. 
Franz Boas, antropólogo alemão radicado nos EUA, daria o pontapé inicial 
para relativizar as culturas humanas (no plural) e compreender suas 
diferenças em termos de histórias distintas e não de grau evolutivo. Já o 
método comparativo seria abandonado com o desenvolvimento da 
observação participante, empreendida por Bronislaw Malinowski. 
A Antropologia se desenvolveria posteriormente com uma perspectiva 
relativista, vendo as diversas culturas como formas diferentes de viver e 
ver o mundo, e passaria a servir muito mais para veicular a voz dos povos 
“nativos” do que como instrumento de sua dominação. Entretanto, 
podemos ver nas obras de Morgan, Tylor e Frazer algumas das sementes 
que permitiriam esse desenvolvimento. 
O Funcionalismo – Uma nova visão da antropologia 
 
O Funcionalismo (também chamado Análise Funcional) é uma linha de 
análise que procura explicar aspectos da sociedade em termos de funções 
realizadas por instituições e suas consequências para sociedade como um 
todo. É uma corrente teórica centralmente fundamentada na obra do 
sociólogo Durkheim. 
Durkheim forneceu as basses do desenvolvimento teórico dos 
funcionalistas na antropologia, sobretudo aprofundando e desenvolvendo 
as novas análises antropológicas baseadas as categorias/conceitos 
durkheinianos de função e integração funcional. 
Para esta corrente cada instituição exerce uma função específica na 
sociedade e seu mau funcionamento significa um desregramento da 
própria sociedade, fazendo com que os funcionalistas se atenham 
centralmente na relação função ↔ conseqüência como explicadora da 
dinâmica social. Tal tradição desenvolve uma análise que originalmente 
tenta explicar as instituições sociais como meios coletivos de satisfazer 
necessidades biológicas individuais, vindo mais tarde a se concentrar nas 
maneiras como as instituições sociais satisfazem necessidades sociais, 
especialmente a solidariedade social. 
Foi uma das primeiras teorias antropológicas do século XX, até ser 
superado pela análise Estrutural-funcionalista. 
Estritamente vinculado ao trabalho de campo (embora não se reduza a 
uma técnica de pesquisa) os funcionalistas ganham espaço tecendo 
pesadas críticas aos métodos de investigação e interpretação dos 
evolucionistas e difusionistas, apontando novos métodos de ordenação e 
interpretação das evidencias empíricas. 
A preocupação com a adequação das categorias à realidade estudada está 
estreitamente associada ao empenho em reconhecer e preservar a 
especificidade. Para os funcionalistas, os elementos culturais não podem 
ser manipulados e compostos arbitrariamente porque fazem parte de 
sistemas definidos, próprios de cada cultura e que cabe ao investigador 
descobrir. Essa noção se expressa no postulado da integração funcional, 
que assume importância fundamental em toda análise funcionalista. O 
conceito de função aparece como o elemento que permite reconstruir, a 
partir de dados aparentemente caóticos que se oferecem à observação de 
um pesquisador de outra cultura, os sistemas que ordenam e dão sentido 
aos costumes, nos quais se cristaliza o comportamento dos homens. 
 
 
O Funcionalismo segundo Malinowski 
O funcionalismo encontrou seu apogeu a partir de 1930, mas veio 
crescendo desde 1914 quando Malinowski iniciou seus estudos. Um ponto 
marcante do funcionalismo foi haver imprimido ao estudo da antropologia 
uma nova orientação. Até então, tanto o evolucionismo como os 
difusionismos preocuparam-se com as origens, com os problemas das 
transformações sócio-culturais. 
 Malinowski e, depois Radcliffe Brow, preocuparam-se em estudar e 
explicar o funcionalismo da cultura num momento dado. Ao funcionalismo 
não interessa mais explicar o presente pelo passado, mas o passado pelo 
presente. 
 Minha indiferença pelo passado e sua reconstituição 
não é, portanto, uma questão de pretérito por assim 
dizer, o passado sempre será atraente para o 
antiquário e todo antropólogo é um antiquário (...) eu 
pelo menos, certamente sou. A minha indiferença por 
certos tipos de evolucionismo é uma questão de 
métodos. (MALINOWSKI: 241) 
Um outro ponto marcante desta escola é a visão sistemática utilizada na 
análise da cultura, procurou explicar a maneira de ser de cada cultura, 
buscando as razões não mais nas origens. Os funcionalistas acreditavam 
ser possível conhecer uma cultura sem estudar-lhe a história. 
 Além disso, há o fato de ela ter-se apoiado de modo decisivo nas 
pesquisas de campo. Malinowski foi quem mais desenvolveu esse tipo de 
atuação dentro da antropologia. Segundo ele era preciso fazer um estágio 
dos antropólogos junto aos povos primitivos. 
Definir a cultura como produto da natureza humana, isto é, reconhecia-se 
como filha da unidade psiquica do homem. O próprio conceito de cultura 
vai apoiar-se no conceito de natureza humana. 
 Por natureza humana, portanto exprimimos o 
determinismo biológico que impõe a toda civilização e 
a todos os indivíduos a realização de funções corporais 
tais como respirar, dormi, repousar, reproduzir 
(MALINOWSKI: 246) 
 O determinismo de que ele fala e o que se prende ao fato irretorquível de 
que as culturas poderão assumir formas mais variadas, mas deverão, 
necessariamente se aptas a satisfazer as necessidades básicas do homem. 
Cultura, segundo MALINOWSKI é o todo integral constituído por 
implementos de bem de consumo, por cartas constitucionais para os 
vários agrupamentos sociais, por idéias e ofícios humanos, por crenças e 
costumes. 
 Malinowski considerou axiomas gerais do funcionalismo: 
1. A cultura é essencialmente uma aparelhagem instrumental pela qual o 
homem é colocado numa posição melhor para lidar com os problemas 
específicos, concretos que lhe deparam em seu ambiente, no curso da 
satisfação de suas necessidades. 
2. É um sistema de objetos, atividades e atitudes, no qual parte existe 
como meio para um fim. 
3. É uma integral na qual vários elementos são interdependentes. 
4. Essas atividades e objetos organizados em torno de tarefas importantes 
e vitais, em instituições tais como a família, o clã, a comunidade local, a 
tribo e as equipes organizadas de cooperação econômica política, legal e 
atividade educacional. 
 5. Do ponto de vista dinâmico a cultura pode ser analisada numa série de 
aspectos tais como: educação, controle social, economia, sistemas de 
conhecimento, crença e moralidade e também modos de expressão 
criadora e artística. 
O método funcionalista 
Refere-se ao estudo das culturas sob o ponto de vista da função, ou seja, 
ressalta a funcionalidade de cada unidade da cultura no contexto cultural 
global. 
 Uma característica da abordagem funcional é descobrir as convenções 
existentes em uma cultura e saber como funcional. 
 Averiguar as funções de usos e costumes de determinada cultura que 
levam a uma identidade cultural, observação, entrevista, etc. 
As formas de pensar e agir de grupos diferentes, devem merecer o maior 
respeito possível e, por isso, seria injusto a introdução deliberada de 
mudanças no interior dessas culturas. 
Por exemplo: o ensino do cristianismoentre grupos tribais brasileiros 
durante praticamente quinhentos anos foi uma violência e um desrespeito 
à cultura indígena. 
Para os antropólogos, a cultura tem significado amplo: engloba os modos 
comuns e aprendidos da vida transmitidos pelos indivíduos e grupos em 
sociedade. 
O evolucionismo e o Funcionalismo a partir da Magia (Aqui fiz um muito 
breve resume, apontando as principais divergências entre o conceito de 
magia para as duas escolas, é preciso que se faça uma leitura mais 
aprofundada dos textos para se compreender a totalidade do tema!) 
Vamos confrontar estas duas escolas? Mais exatamente Frazer e 
Malinowski? A magia possui um significado completamente distinto para 
cada um destes grandes antropólogos. Já estudamos até aqui sobre as 
características do evolucionismo e do funcionalismo dados suficientes 
para compreender a enorme diferença entre elas. O modo de enxergar o 
outro, de enxergar aquilo que lhe é estranho. Passemos então 
diretamente ao tema. 
Para Frazer e a escola evolucionista no geral, a Magia, se encontra lá 
embaixo na linha de evolução da humanidade. Ou seja, ela seria um 
estágio inicial da civilização/cultura humana, descrita como um conjunto 
de artes puramente práticas, executadas para atingir um fim. Na escala de 
evolução a magia é o inicio do processo que se encaminha até chegar à 
religião, da civilização. 
No funcionalismo, como já vimos, esta idéia de evolução é derrubada. 
Passamos a estudar as outras culturas e os outros povos, com um olhar 
atento e não mais de dentro de um gabinete, Malinowski e demais 
antropólogos desta escola conviveram pessoalmente com os povos que 
estudaram. Aqui a magia já não é mais considerada como o nível mais 
baixo da civilização menos evoluída, que precede a religião; Ela é 
considerada caso a caso, como sendo parte integrante importantíssima e 
fundamental de cada cultura. 
O Método Etnográfico (aqui concentrei os estudos no método etnográfico 
de Malinowski, isso se deve ao fato de que ainda não estudamos Radcliff-
Brown e ele não cairá nesta primeira prova!) 
Um antropólogo funcionalista bem importante chamado Bronislaw 
Malinowski foi um dos primeiros caras a se preocupar com uma 
sistematização do método etnográfico. No final do século XIX e início do 
século XX, com a criação da sociologia como ciência, começava-se também 
a elaborar as bases da antropologia. Essas duas ciências sociais nascem 
mais ou menos juntas, e têm um ponto de convergência interessante na 
relação intelectual e familiar entre Durkheim(fundador da sociologia) 
e Marcel Mauss, seu sobrinho (considerado o pai da etnologia, que, grosso 
modo, dizemos que inaugurou a antropologia). Malinowski desenvolveu 
seus estudos mais ou menos na mesma época, contribuindo com a 
construção dessa nova disciplina científica. 
 
Pois foi em suas viagens às Ilhas Trobriand, procurando estudar as práticas 
culturais ligadas à magia entre os trobriandeses, que ele percebeu uma 
série de problemas na forma com que se fazia etnografias até então. Quer 
dizer, as chamadas "etnografias" feitas até o início do século XX eram 
muito mais parecidas com relatos intuitivos de viagens do que métodos 
científicos propriamente ditos. Isso significa que o conhecimento que se 
podia obter por meio dessas primeiras etnografias era altamente 
questionável, pois não existia nenhuma preocupação com a solidez desses 
dados. Muitas vezes, a opinião e os preconceitos culturais do viajante se 
misturavam a informações sobre práticas culturais, outras vezes os relatos 
eram baseados em pontos de vista de colonizadores, etc. 
 
No livro "Os argonautas do pacífico ocidental", em que publica sua 
etnografia dos trobriandeses, Malinowski sistematiza o método 
etnográfico, conferindo-lhe cientificidade pela primeira vez. Para facilitar a 
compreensão da proposta do antropólogo, dividi suas ideias em três 
pontos centrais. 
Atitudes centrais para o bom desenvolvimento de uma etnografia, 
segundo ele: 
 
1. Viver entre os nativos 
 
Para Malinowski, viver entre os nativos deve ser uma premissa básica da 
etnografia. Sem viver entre nativos, convivendo constantemente com 
colonizadores brancos, não é possível captar e compreender a cultura 
nativa nela mesma (postura de alteridade, lembram?). Acabaríamos, 
segundo ele, captando as percepções dos brancos, e não nos livraríamos 
de nossos preconceitos e de nossa cultura. Por isso, a observação 
participante (viver entre os nativos, entrar na rotina deles) é fundamental. 
Ela é, segundo Malinowski, a única forma de captarmos realmente o 
funcionamento de uma certa cultura, da maneira mais precisa o possível, 
o que nos permite compreendê-la nela mesma. 
 
 
 
 
2. Ter uma pergunta na cabeça 
 
A observação científica, seja em laboratórios com microscópios, seja no 
espaço sideral com satélites ou numa ilha no meio do Oceano Pacífico, é 
sempre, orientada por uma pergunta científica. Não é uma observação 
casual, desinteressada. É uma observação sistemática que tenta 
responder a alguma coisa. Essa "alguma coisa" também não é criada do 
zero, imaginada num vácuo pelo cientista. Essa "alguma coisa" dialoga 
com teorias científicas e conhecimento acumulado que já existem. 
 
Malinowski propõe que a etnografia seja um método científico, logo, uma 
ferramenta usada para, observando as culturas, responder a uma 
pergunta científica que dialoga com teorias e conhecimento acumulado 
sobre a cultura. 
 
Essa característica da etnografia faz também com que: 
 
I) Se produza de fato algum conhecimento a partir da observação; e 
 
II) Esse conhecimento seja útil, sirva para compreendermos alguma coisa, 
explicarmos outras, elucidarmos outras ainda, etc. 
 
III) Esse conhecimento possa ser articulado a outros, e acumulado para 
que a sociedade se desenvolva. 
 
3. Usar e elaborar ferramentas eficazes que complementem a 
observação 
 
Vivendo entre os nativos, com sua observação orientada por uma 
pergunta científica, é possível captar e descrever uma série de práticas 
concretas, materiais das pessoas. Também é possível perceber uma série 
de discursos trocados e elaborados na vida social daquele povo que se 
observa. Acontece que, no caso das ciências sociais, há uma parte razoável 
dos dados que precisamos analisar que são dados subjetivos não 
evidentes. Quer dizer, estamos interessados em entender a maneira de 
pensar e executar o que se pensa numa certa cultura. Só que nem sempre 
essa maneira de pensar e executar o que se pensa acaba aparecendo 
concretamente nas ações observáveis do cotidiano. Por isso, os etnógrafos 
fazem uso de outras ferramentas, complementares à observação. 
Malinowski destaca as três mais importantes: 
 
a) a descrição da observação, feita em diários de campo, precisa ser 
minuciosa explicitar aquilo que for óbvio e aquilo que não for óbvio para o 
observador; ao fazer isso, o etnógrafo torna possível separar sua própria 
subjetividade e seus preconceitos daquilo que é concreto sobre as práticas 
do povo observado. 
 
b) uma descrição mais geral daquela sociedade enquanto um todo, 
também ajuda a contextualizar as observações específicas num quadro 
geral; esse "quadro" pode incluir informações demográficas, estatísticas, 
descrição dos sistemas de parentesco e outras hierarquias sociais, etc. 
 
c) por fim, as entrevistas etnográficas devem ser realizadas com alguns 
nativos; essas entrevistas são alongadas, e não se estruturam a partir das 
perguntas do observador, mas sim a partir da fala dos entrevistados, o que 
permite que eles forneçam ao observador um retorno reflexivo subjetivo 
sobre as práticas observadas, ampliando a compreensão do etnógrafo 
sobre aquela cultura. 
 
“Os Argonautas do Pacífico Ocidental” 
 Quando a pesquisa de campo intensiva de Malinowski foirealizada nas 
Ilhas Trobriand, no início do século XX, a etnografia ainda não havia se 
consolidado como uma importante ferramenta de trabalho para os 
antropólogos. Malinowski (1976), na introdução de “Os Argonautas do 
Pacífico Ocidental”, apresenta uma preocupação em detalhar os princípios 
fundamentais que compõe o método de pesquisa da antropologia 
moderna. Para compreender melhor os objetivos de Malinowski (1976), é 
preciso uma observação mais apurada sobre os diferentes caminhos 
propostos por ele para a pesquisa etnográfica. O primeiro refere-se à 
busca pela organização da tribo e pela anatomia de sua cultura, que 
devem ser delineadas através do método da documentação concreta e 
estatística, já que o objetivo fundamental da pesquisa de campo é 
delinear o esquema básico da vida tribal. Por isso, torna-se importante 
observar todos os aspectos da cultura nativa e anotar o maior número 
possível de manifestações concretas do que é observado em um diário de 
campo. O segundo caminho completa o primeiro, ao tratar dos 
imponderáveis da vida real, referido aos fenômenos cotidianos que devem 
ser observados por meio do acompanhamento contínuo da tribo. Assim, 
os diversos tipos de comportamentos podem ser coletados através de 
observações detalhadas e minuciosas, possibilitadas apenas pelo contato 
íntimo com a vida nativa. 
O terceiro passo é denominado de corpus inscriptionum, referido à coleta 
de narrativas típicas, palavras e expressões características da mentalidade 
nativa que contribuem para a compreensão da sua visão de mundo. 
Assim, para além do esqueleto da vida nativa, composto pelo corpo e 
sangue da tribo, ou melhor, pelas descrições das manifestações, 
comportamentos e costumes habituais, o antropólogo deve ser capaz de 
apreender o seu espírito, ou seja, o ponto de vista nativo. Procurando 
descobrir os modos de pensar e sentir típicos à cultura estudada. 
 A partir da aplicação prática destes princípios, Malinowski rompe com 
uma “antropologia de gabinete1 ” e inaugura um novo estilo de pesquisa 
pautado em um constante diálogo entre a observação participante e as 
descrições etnográficas. O método proposto por Malinowski compreende 
uma investigação aprofundada da vida nativa de modo que o etnógrafo 
possa compreender a organização social da vida tribal, sintetizados 
através da compreensão do ponto de vista nativo. A importância da obra 
de Malinowski fica explicitada, portanto, em seu trabalho monográfico, 
onde estão expressas as possibilidades interpretativas suscitadas pelo 
método etnográfico. 
Os nativos do extremo leste da Nova Guiné são descritos como 
navegadores bravos que atravessam rotas comerciais bem definidas para 
negociação de materiais de diversos tipos e valores, a fim de 
estabelecerem a troca cerimonial de colares e braceletes, que caracteriza 
o kula. A troca assume um caráter intertribal, restringindo a circulação dos 
objetos, que segue uma série de regras e convenções, abarcando um 
conjunto de atividades inter-relacionadas de modo a formar um todo 
orgânico.O Kula estabelece uma parceria entre os indivíduos que 
participam das trocas, assumindo um status fixo permanente, na medida 
em que estabelece entre os parceiros uma série de deveres e obrigações 
recíprocas. 
 Malinowski explica a vida nativa através da concepção, extraída de sua 
própria experiência de campo. O kula se apresenta como um 
empreendimento econômico cuja importância teórica e empírica está em 
sua capacidade de sintetizar e expressar o código cultural. Sua eficácia 
está relacionada ao estabelecimento de trocas incessantes que se 
relacionam a outros aspectos fundamentais da vida social que funcionam 
de modo integrado, como: magia, religião, cultura material, parentesco e 
organização social. 
O kula é um empreendimento que produz a circulação de um conjunto de 
valores, materiais e relações que interligam os indivíduos participantes em 
torno deles mesmos, em nome de necessidades precisas. O kula, este 
sistema de prestações e contraprestações, é tomado como eixo central 
para a descrição de Malinowski sobre as instituições que fazem parte da 
totalidade cultural trobriandesa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências: 
CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto. Tempo e tradição: interpretando a 
Antropologia. In: Sobre o pensamento antropológico. Rio de Janeiro: 
Tempo Brasileiro,1997. 
 
CASTRO, Celso. Apresentação. In CASTRO, Celso (Org.). Evolucionismo 
Cultural: textos de Morgan, Tylor e Frazer. Rio de Janeiro: Zahar, 20005. P. 
7-40 
 
DA MATTA, Roberto. História da Antropologia. In: Relativizando: Uma 
introdução á Antropologia Social. Rio de Janeiro: Rocco, 1987. P. 86-101 
 
DOUGLAS, Mary. Introdução. In: FRAZER, Sir James George. O Ramo de 
Ouro. Rio de Janeiro: Guanabara, 1982 (1980). P.9-15 
 
FRAZER, Sir James George.O Ramo de Ouro.Rio de Janeiro: 
Guanabara,1982(1980). – Trechos selecionados: O rei do bosque, Os reis 
sacerdotes, A magia simpática, Nossa dívida para com o selvagem p. 19-46, 
p. 97-98 
 
DURHAM, Eunice Ribeiro. Uma nova visão da antropologia. In DURHAM, 
Eunice Ribeiro (Org.). Malinowski: antropologia. São Paulo: Ática, 1986. P. 
7-22 
 
MALINWSKi, Bronislaw. O significado do Kula. In: DURHAM, Eunice Ribeiro 
(Org.) Malinowski: antropologia. São Paulo:àtica, 1986. P.107-116. 
 
Bibliografia complementar: 
DA MATTA, Roberto. Funcionalismo In: Relativizando: uma introdução à 
Antropologia Social. Rio de Janeiro, Rocco, 1987. P. 101-106 
 
MALINOWSKI, Bronislaw. Introdução: o assunto, o método e o objetivo 
desta investigação. In: DURHAM, Eunice Ribeiro. Malinowski: antropologia. 
São Paulo: Ática, 1986. P. 24-48 
 
MALINOWSKI, Bonislaw. A coleta e a interpretação dos dados empíricos. In: 
DURHAM, Eunice Ribeiro. Malinowski: antropologia. São Paulo: Ática, 1986. 
P. 143-158 
 
MALINOWSKI, Bonislaw. Um diário no sentido estrito do termo. São Paulo: 
Record, 1997. (Prefácio, de Valetta Malinowska / Introdução e Segunda 
introdução, de Raymond Firth / trecho do diário de campo de Malinowski) – 
p. 10-35, p. 262-271 
 
 
Sites visitados: 
 
http://teianeuronial.com/evolucionismo-cultural/ 
 
http://publicacoes.fatea.br/index.php/angulo/article/viewFile/841/607 
 
http://www.brasilescola.com/filosofia/evolucionismo-cultural-segundo-lewis-
morgan.htm 
 
http://arquivos.unama.br/nead/graduacao/ccbs/fisioterapia/1semestre/fund_socio_antr
o_da_saude/material/pdf/apendice_a.pdf 
 
https://pensandoaantropologia.wordpress.com/escolas/funcionalismo/ 
 
http://antropologiauecegrupo1.blogspot.com.br/2012/05/o-funcionalismo-de-
malinowski.html 
 
http://old.kov.eti.br/ciencias-sociais/ciencias-
sociais/artigos/antropologia/estruturalismo-funcionalismo.pdf 
 
http://sociologiadiario.blogspot.com.br/2013/05/h23-etnografia.html 
 
 
http://uaiinformatica.net/luciana/textos-para-cursos/5_giselle_lage.pdf

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