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AULA 9 Praticas seguras de higienização

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AULA: Práticas Seguras de Higienização em Saúde
A Klebsiella pneumoniae produtora de carbapenemase, popularmente conhecida como KPC, é uma bactéria restrita a ambiente hospitalar, cuja característica é a produção de uma betalactamase denominada carbapenemase, que tem a propriedade de inibir a ação dos antibióticos carbapenêmicos (imipenem, meropenem e ertapenem), dificultando ou reduzindo as opções terapêuticas disponíveis.
O surto de Klebsiellas multirresistentes está freqüentemente
relacionado ao uso indiscriminado de antibióticos, tais como as cefalosporinas, de terceira geração, por exemplo, a ceftriaxona, cefotaxima e ceftazidima, associado a transmissão horizontal entre os pacientes, quando a equipe de saúde não lava as mãos antes e depois de manipular um paciente, e por último, não coloca em prática as precauções de contato nos pacientes com infecção ou colonização por bactérias multirresistentes. 
A NDM-1 é um tipo de enzima identificada em 2009 pelo professor Timothy Walsh, da Universidade de Cardiff, nas bactérias Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli. 
Trata-se de uma enzima que torna as bactérias resistentes a uma variedade de antibióticos betalactâmicos. 
Evento Adverso 
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é qualquer ocorrência médica desfavorável ao paciente ou sujeito da investigação clínica e que não tem necessariamente relação causal com o tratamento. 
Os gestores do serviço de saúde e do laboratório possuem papéis determinantes sobre as medidas técnicas e administrativas de prevenção e controle das infecções no ambiente hospitalar, devendo direcionar os esforços, juntamente aos demais trabalhadores de saúde, para garantir a identificação precoce, a correta precaução padrão e a limpeza do ambiente. 
RECOMENDAÇÕES 
“..... Enfatizar a importância da higienização das mãos para todos os profissionais de saúde, visitantes e acompanhantes;
 Disponibilizar continuamente insumos para a correta higienização das mãos, conforme a RDC no 42/2010; 
Disponibilizar continuamente Equipamento de Proteção Individual;
• Enfatizar as medidas gerais de higiene do ambiente;
Aplicar, durante o transporte intra-institucional e inter-institucional, as medidas de precauções de contato, em adição às precauções-padrão.
MICRORGANISMOS GRAM NEGATIVOS COM MECANISMOS DE RESISTENCIA DIFERENTE DOS CARBAPENÊMICOS, NOTIIFICADOS À CECISS DESDE 2013 
Guerra da Criméia (1854-1856)
Doentes deitados no chão sob acúmulos de palha
Mortos e detritos acumulados
Sem sistema de água corrente e esgoto a céu aberto no porão 
Florence Nightingale organiza equipe de enfermagem
Utilização de dados estatísticos para administração e avaliação de resultados (epidemiologia hospitalar)
-Colchões
-Escovões para limpeza
-Rede de esgoto e água quente chegando às enfermarias
-Humanizou o hospital criando atividades recreacionistas 
-Redução de 20 vezes na mortalidade institucional
Evolução Histórica das Práticas de Isolamento 
Séc.XIX
1847 - Ignaz Philips Semmelveis – importância da lavagem das mãos. (aumento da expectativa da sobrevida da população)
 1854-1855 Guerra da Criméia – Florence Nightingale – limpeza e desinfecção; separação física de doentes.
1877 - 1a recomendação publicada (separação de pacientes com doença infecciosa) – criação de hospitais de doenças infecciosas.
1880 – Brasil - Fundado o Hospital Emilio Ribas. 
Séc. XX
1910 - EUA - Enfermarias de isolamento em hospitais gerais
surgem as “barreiras de enfermagem”.
1940 – era da “Medicina curativa” – descoberta dos antibióticos.
1945 - Brasil – 1º hospital geral com unidade de moléstia contagiosa – Santa Casa de Misericórdia de Santos.
1950 - Fechamento dos Hospitais de Doenças Infecciosas nos EUA, exceto para Tuberculose (TB).
Surgimento de S. aureus resistente à penicilina.
- Epidemiologia Hospitalar (fatores de risco, modos de transmissão).
1960 – Fechamento dos Hospitais para TB. Tratamento domiciliar de TB e áreas de isolamento nos hospitais gerais.
CDC - investiga surto de infecção nosocomial -necessidade de uma política padronizada para o isolamento de pacientes internados.
Anos 80 – Surgimento do HIV
 Até o início do anos 90 – diversas recomendações e interpretações - ?!?!?!?!?!
1996 - "Guideline for Isolation Precautions in Hospitals“ - CDC / HICPAC
2007 – ”Guideline for Isolation Precautions:
Preventing Transmission of Infectious Agents in Healthcare Settings – 2007” 
PRECAUÇÕES PADRÃO 
Medidas básicas são agrupadas em Precauções Padrão – cujas medidas devem ser aplicadas em TODOS os pacientes, TODO o tempo, independente do diagnóstico ou estado infeccioso e em TODOS os serviços de saúde; 
Medidas adicionais (além das Precauções Padrão) baseadas na transmissão de agentes etiológicos epidemiologicamente importantes: 
Precauções Específicas - CONTATO, GOTÍCULAS e AEROSSÓIS 
Precauções Padrão e Precauções Específicas: 
Assumir que todas as pessoas são potencialmente infectadas ou colonizadas com microrganismos que podem ser transmitidos nas instituições de saúde sendo saúde, necessário 
Adotar as práticas de controle de infecção durante a assistência.
Prevenir a transmissão de micro-organismos de um paciente infectado ou colonizado para outros pacientes, para visitantes e para o pessoal da área da saúde (PAS). 
Higiene das mãos;
Seleção de EPIs;
Higiene respiratória da tosse;
Higiene ambiental;
Cuidados com material, equipamentos, roupas, utensílios alimentares;
Segurança na administração de medicações injetáveis;
Prevenção de acidentes com material perfuro cortante e material biológico;
Evitar tocar desnecessariamente as superfícies próximas ao paciente.
LIMPEZA E DESINFECÇÃO AJUDAM A REDUZIR A TRANSMISSÃO DE INFECÇÕES?
Considerável número de estudos têm mostrado que melhorar a limpeza e desinfecção de superfícies ambientais pode reduzir a transmissão de microrganismos como 
C. difficile, Enterococcus vancomicina-resistente (VRE), e 
S. aureus meticilina-resistente (MRSA), Acinetotobacter. 
SUPERFÍCIES
As superfícies carreiam um risco mínimo de transmissão direta de infecção, mas podem contribuir para a contaminação cruzada secundária, por meio das mãos dos profissionais de saúde e de instrumento ou produtos que poderão ser contaminados ao entrar em contato com essas superfícies.
Segundo Rutala (2004), as superfícies limpas e desinfetadas conseguem reduzir em cerca de 99% o número de patógenos, enquanto as superfícies que foram apenas limpas os reduzem em 80%.
Múltiplas publicações sugerem que intervenções de desinfecção podem reduzir a aquisição de microrganismos associado ao cuidado em saúde.
Há evidências de que as superfícies contaminadas contribuem de forma importante para a transmissão epidêmica e endêmica do C. difficile, VRE, MRSA, A. baumannii e P. aeruginosa e à transmissão epidêmica de norovírus. 
Superfícies contaminadas podem contribuir para transmissão de microrganismos.
Por servirem como fonte pelas quais profissionais contaminam suas mãos ou luvas
Equipamentos hospitalares contaminados que entram em contato direto com pacientes podem atuarem como fontes de transmissão.
Fatores que favorecem a contaminação do ambiente:
Mãos dos profissionais de saúde em contato com as superfícies;
Ausência da utilização de técnicas apropriadas pelos profissionais de saúde;
Manutenção de superfícies úmidas ou molhadas;
Manutenção de superfícies empoeiradas;
Condições precárias de revestimentos;
Manutenção de matéria orgânica sem rápida remoção.
Superfícies /Acabamentos
Lisos , Laváveis , Impermeáveis , Fácil Higienização, Resistentes aos produtos químicos , Resistentes ao atrito,
Impacto, deslocamento De leitos e equipamentos pesados , Monolíticos 
LIMPEZA EM SERVIÇOS DE SAÚDE
Limpeza: é a remoção de sujidades, mediante aplicação de energia química e mecânica.
Desinfecção: é a eliminação de microrganismos na sua forma vegetativa.
Classificação das áreas em Serviços de Saúde:
- Área Crítica;
- Área Semi-crítica;
- Área não Crítica;LIMPEZA DIÁRIA
Na limpeza diária, merece maior atenção, a limpeza das superfícies horizontais que tenham maior contato com as mãos do paciente e das equipes profissionais, tais como maçanetas das portas, telefones, interruptores de luz, grades de camas, chamada de enfermagem e outras (SEHULSTER & CHINN, 2003).
PRECAUÇÃO PADRÃO
INDICAÇÃO: para todos os pacientes, independente do diagnóstico de suspeita ou confirmação. 
Deve ser adotada na manipulação de sangue, fluídos corporais, secreção, excreções (exceto suor), pele não 
íntegra e mucosas.
Luvas de borracha
Retirar as luvas com técnica correta evitando a contaminação 
Quando estiver usando luvas, nunca toque desnecessariamente em superfícies e materiais como: telefones, maçanetas, portas, botões de elevadores, objetos, etc...
Calçados devem ser fechados e usados com meias;
Os uniformes devem ser usados somente durante o trabalho. Em áreas específicas, os mesmos devem ser trocados ou acrescidos de outras vestimentas como: aventais descartáveis em quartos com isolamento, e uniformes privativos em centro cirúrgico.
BIOSSEGURANÇA
Os serviços de saúde prestam serviços específicos à população em geral e apresentam uma variedade de ações de saúde que expõe seus trabalhadores a uma ou mais cargas, dentre as quais destaca-se a exposição a doenças infecto-contagiosas (TB, HIV, HBV, HCV, outras), e aquelas em contato direto com artigos e equipamentos contaminados com material orgânico.
BARREIRAS DE PROTEÇÃO
Imunização para todos os profissionais de saúde: hepatite B, tétano e vírus influenza;
Utilização de EPIs com a finalidade de reduzir a exposição do profissional ao acidente;
Segundo dados da OMS em agosto/2004 os riscos de contaminação em acidentes com perfuro cortantes (seringas e agulhas) são: HIV (0,3%); Hepatite B (30,0%); Hepatite C (1,8%), via percutânea.
REFERÊNCIAS
Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa; 2010.
FLORIANÓPOLIS. Secretaria Municipal de Saúde. Vigilância em Saúde. Manual de normas e rotinas de processamento de artigos de superfícies para rede municipal de saúde de Florianópolis / Coordenado por Antônio Anselmo Granzotto de Campos; Organizado por Lucila Fernandes More e Suzana Schmidt de Arruda. Florianópolis: IOESC, 2007. 77 p.
SIGLAS
Coordenação Estadual de Controle de Infecção em Serviços de Saúde – CECISS
Coordenação Municipal de Controle de Infecção Hospitalar (CMCIH)
KPC Klebsiella pneumoniae produtora de carbapenemase,
AHRQ Agência de Pesquisa e Qualidade em Assistência à Saúde

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