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REDAÇÃO 1 SÚMARIO LINGUAGEM................................................................................................................................................02 FIGURAS DE LINGUAGEM...........................................................................................................................04 TEXTO...........................................................................................................................................................02 TEXTO...........................................................................................................................................................04 RASCUNHO Inclusão para a vida | 1 | Pró Universidade 2 LINGUAGEM Sistema de signos convencionados (gráficos, visuais, sonoros, ou aparecendo de modo misto) que funciona como suporte de comunicação de sentimentos ou ideias. ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO o locutor (aquele que diz algo a alguém) o interlocutor (aquele com quem o locutor se comunica) a mensagem (o texto, isto é, o que foi transmitido entre os falantes) o código (a língua portuguesa) o canal (a língua oral, ou seja, o meio físico que conduz a mensagem até o interlocutor) o referente (o assunto da mensagem) Esses elementos podem ser esquematizados: FUNÇÕES DA LINGUAGEM Função emotiva (ou expressiva) É aquela centralizada no emissor, revelando sua opinião, sua emoção. Nela prevalece a primeira pessoa do singular, interjeições e exclamações. É a linguagem das biografias, memórias, poesias líricas e cartas de amor. Primeira pessoa do singular (eu), Emoções, Interjeições; Exclamações; Blog; Autobiografia; Cartas de amor. Ex: Muito obrigada, não esperava surpresa tão boa assim! Não,... não estou triste, mas também não quero comentar o assunto. Função referencial (ou denotativa) É aquela centralizada no referente, pois o emissor oferece informações da realidade. Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a terceira pessoa do singular. Linguagem usada na ciência, na arte realista, no jornal, no “campo” do referente e das notícias de jornal e livros científicos. Ex: Numa cesta de vime temos um cacho de uvas, duas laranjas, dois limões, uma maçã verde, uma maçã vermelha e uma pêra. Função apelativa (ou conativa) É aquela que centraliza-se no receptor; o emissor procura influenciar o comportamento do receptor. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além de vocativos e imperativos. Usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor. Segunda pessoa do singular, Imperativo; Figuras de linguagem, Discursos políticos, Sermões, Promoção em pontos de venda - Propaganda. Função Fática É aquela centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou não o contato com o receptor, ou testar a eficiência do canal. Linguagem das falas telefônicas, saudações e similares. Interjeições, Lugar comum, Saudações, Comentários sobre o clima. Ex: - Olá, como vai, tudo bem? - Alô, quem está falando? Função poética É aquela centralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos criados pelo emissor. Afetiva, sugestiva, conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se as palavras, suas combinações. É a linguagem figurada apresentada em obras literárias, letras de música, em algumas propagandas. Subjetividade,Figuras de linguagem, Brincadeiras com o código, Poesia, Letras de música. Ex: Tecendo a manhã João Cabral de Melo Neto Função metalinguística É aquela centralizada no código, usando a linguagem para falar dela mesma. A poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. Principalmente os dicionários são repositórios de metalinguagem. Referência ao próprio código, Poesia sobre poesia, Propaganda sobre propaganda, Dicionário. Ex: - Não entendi o que é metalinguagem, você poderia explicar novamente, por favor? - Metalinguagem é usar os recursos da língua para explicar alguma teoria, um conceito, um filme, um relato, etc. Exercícios de Sala 1. ENEM 2010 A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se desenvolvem os seres vivos, se divide em unidades menores chamadas ecossistemas, que podem ser uma floresta, um deserto e até um lago. Um ecossistema tem múltiplos mecanismos que regulam o número de organismos dentro dele, controlando sua reprodução, crescimento e migrações. DUARTE, M.O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. Predomina no texto a função da linguagem: a) emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em relação à ecologia. Referente Mensagem Locutor...................................................Interlocutor Canal Código RASCUNHO Inclusão para a vida | 3 b) fática, porque o texto testa o funcionamento do canal de comunicação. c) poética, porque o texto chama a atenção para os recursos de linguagem. d) conativa, porque o texto procura orientar comportamentos do leitor. e) referencial, porque o texto trata de noções e informações conceituais. 2. ENEM 2009 - CANCELADO Sentimental Ponho-me a escrever teu nome com letras de macarrão. No prato, a sopa esfria, cheia de escamas e debruçados na mesa todos contemplam esse romântico trabalho. Desgraçadamente falta uma letra, uma letra somente para acabar teu nome! — Está sonhando? Olhe que a sopa esfria! Eu estava sonhando... E há em todas as consciências este cartaz amarelo: "Neste país é proibido sonhar." ANDRADE, C. D. Seleta em Prosa e Verso. Rio de Janeiro: Record, 1995. Com base na leitura do poema, a respeito do uso e da predominância das funções da linguagem no texto de Drummond, pode-se afirmar que: a) por meio dos versos "Ponho-me a escrever teu nome" e "esse romântico trabalho", o poeta faz referências ao seu próprio ofício: o gesto de escrever poemas líricos. b) a linguagem essencialmente poética que constitui os versos "No prato, a sopa esfria, cheia de escamas e debruçados na mesa todos contemplam" confere ao poema uma atmosfera irreal e impede o leitor de reconhecer no texto dados constitutivos de uma cena realista. c) na primeira estrofe, o poeta constrói uma linguagem centrada na amada, receptora da mensagem, mas, na segunda, ele deixa de se dirigir a ela e passa a exprimir o que sente. d) em "Eu estava sonhando...", o poeta demonstra que está mais preocupado em responder à pergunta feita anteriormente e, assim, dar continuidade ao diálogo com seus interlocutores do que em expressar algo sobre si mesmo. e) no verso "Neste país é proibido sonhar.”, o poeta abandona a linguagem poética para fazer uso da função referencial, informando sobre o conteúdo do "cartaz amarelo" presente no local. 3. (Enem-MEC) O canto do guerreiro Aqui na floresta Dos ventos batida, Façanhas de bravos Não geram escravos, Que estimem a vida Sem guerra e lidar. – Ouvi-me, Guerreiros, – Ouvi meu cantar. Valente na guerra, Quem há, como eu sou? Quem vibra o tacape Com mais valentia? Quem golpes daria Fatais, como eu dou? – Guerreiros, ouvi-me; – Quem há, como eu sou? DIAS, Gonçalves. Macunaíma (Epílogo)Acabou-se a história e morreu a vitória. Não havia mais ninguém lá. Dera tangolomângolo na tribo tapanhumas e os filhos dela se acabaram de um em um. Não havia mais ninguém lá. Aqueles lugares, aqueles campos, furos puxadouros arrastadouros meios-barrancos, aqueles atos misteriosos, tudo era solidão do deserto... Um silêncio imenso dormia à beira do rio Uraricoera. Nenhum conhecido sobre a terra não sabia nem falar da tribo nem contar aqueles casos tão pançudos. Quem podia saber do Herói? ANDRADE, Mário de. Considerando-se a linguagem desses dois textos, verifica-se que: a) a função da linguagem centrada no receptor está ausente tanto no primeiro quanto no segundo texto. b) a linguagem utilizada no primeiro texto é coloquial, enquanto, no segundo, predomina a linguagem formal. c) há, em cada um dos textos, a utilização de pelo menos uma palavra de origem indígena. d) a função da linguagem, no primeiro texto, centra-se na forma de organização da linguagem e, no segundo, no relato de informações reais. e) a função da linguagem centrada na primeira pessoa, predominante no segundo texto, está ausente no primeiro. 4. No quadrinho acima, observamos um problema de comunicação entre os personagens. Assinale a alternativa que apresenta o elemento da comunicação que levou a esse problema. a) Canal. b) Código. c) Referente. d) Mensagem. e) Emissor. | Pró Universidade 4 DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO Uma palavra é tomada no sentido denotativo quando é entendida no seu sentido literal, na sua significação básica, sem que se leve em conta o contexto em que está inserida. Toma-se o sentido conotativo quando se faz uma análise contextual da palavra, admitindo-se a associação valorativa a outros conceitos possíveis. FIGURAS DE LINGUAGEM Podem ser classificadas em quatro tipos: figuras de som, figuras de palavra, figuras de construção e figuras de pensamento. A seguir, veremos as principais figuras de cada um dos tipos: ALITERAÇÃO – é a repetição ordenada de consoantes de mesmo som, podendo sugerir, além do próprio jogo de som, a ideia de movimento. Ex.: “A brisa do Brasil beija e balança” (Castro Alves, “O Navio Negreiro”). ONOMATOPEIA – é a imitação de determinado som a partir da criação de uma palavra. Ex.: “Um forró de pé-de-serra Fogueira, milho e balão, Um tum-tum-tum de pilão, Um cabritinho que berra(...)” (Jessier Quirino, “Paisagem de Interior”) METÁFORA – Consiste na utilização de uma palavra para designar outra, com base em traços de similaridade entre os seus conceitos. É a realização de uma comparação implícita, sem o emprego de um termo comparativo. Ex.: “O amor é pedra no abismo, a meio passo entre o mal e o bem” (Zeca Baleiro, “Cigarro”) CATACRESE – É o emprego de palavras com um sentido diferente do real, mas cujo uso reiterado torna imperceptível o sentido figurado. Ex.: “O pé da mesa”, “A perna da calça”, “Embarcar no avião”, etc. METONÍMIA – Assim como na metáfora, emprega-se um termo para designar outro, cujo conceito guarda uma relação lógica com o termo empregado. Substitui-se, por exemplo, o autor pela obra, a parte pelo todo, a marca pelo produto, etc. Ex.: “Devolva o Neruda que você me tomou, e nunca leu (...)” (Chico Buarque, “Trocando em Miúdos”) Aqui, refere-se ao autor Pablo Neruda em lugar da obra. ANTONOMÁSIA ou PERÍFRASE - É a utilização de uma expressão caracterizadora para designar um nome próprio. Ex.: “O poeta dos escravos”, referindo-se a Castro Alves; “A cidade maravilhosa”, em lugar de Rio de Janeiro. SINESTESIA - É uma derivação da metáfora e ocorre quando numa mesma expressão misturam-se sensações percebidas por diferentes órgãos de sentidos. Ex.: “Você tem uma voz macia.” (a voz é percebida pela audição e a maciez, pelo tato) “Sinto o cheiro doce da paixão.” (o cheiro é olfativo, enquanto o doce é percebido pelo paladar) ELIPSE – ocorre quando da omissão proposital de um termo facilmente identificável através do contexto ou de elementos presentes na própria oração. Ex.: “No jardim, flores secas e cores mortas” (há omissão de havia) EUFEMISMO – é a suavização de uma expressão por meio da sua substituição por outra mais polida e sutil. Ex.: “João bateu as botas.” (em vez de : João morreu.) “Ela é uma dama da noite.” (em vez de: Ela é uma prostituta.) HIPÉRBOLE – é o exagero enfático de uma ideia. Ex.: “Estou morrendo de sede.” “Ele ganha rios de dinheiro.” PROSOPOPEIA ou PERSONIFICAÇÃO – é a atribuição de predicados próprios dos seres vivos a seres inanimados. Ex.: “A noite chora a sua ausência.” “Esta cama me convida ao sono.” ANTÍTESE – é a oposição de frases, orações ou palavras de sentido contrário. Ex.: “Onde queres prazer sou o que dói (...)” (Caetano Veloso, “Quereres”) “És velho na idade e jovem na alma.” IRONIA - é o uso de um termo com a finalidade de expressar o oposto do que este significa, dando um efeito humorístico ou crítico à mensagem. Ex.: “Moça linda,, bem tratada, três séculos de família, burra como uma porta: um amor” (Mário de Andrade) GRADAÇÃO – é a apresentação de ideias numa sequência ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax). Ex.: “Um coração chagado de desejos Latejando, batendo, restrugindo.” (Vicente de Carvalho). Exercícios de Sala 1. A prosopopeia, figura que se observa no verso "Sinto o canto da noite na boca do vento", ocorre em: a) "A vida é uma ópera e uma grande ópera." b) "Ao cabo tão bem chamado, por Camões, de Tormentório, os portugueses apelidaram-no de Boa Esperança." c) "Uma talhada de melancia, com seus alegres caroços." d) "Oh! eu quero viver, beber perfumes. Na flor silvestre, que embalsama os ares." e) "A felicidade é como a pluma..." 2. Assinalar a alternativa que contém as figuras de linguagem correspondentes aos períodos a seguir: I. "Está provado, quem espera nunca alcança". II. "Onde queres o lobo sou o irmão". RASCUNHO Inclusão para a vida | 5 III. Ele foi discriminado por sofrer de uma doença contagiosa muito falada atualmente. IV. Ela quase morreu de tanto estudar para o vestibular. a) ironia - antítese - eufemismo - hipérbole b) eufemismo - ironia - hipérbole - antítese c) antítese - hipérbole - ironia - eufemismo d) hipérbole - eufemismo - antítese - ironia e) ironia - hipérbole - eufemismo – antítese 3. Assinale a alternativa na qual a CONOTAÇÃO esteja presente. a) Diante da explosão da aniversariante, todos engoliram o sorriso. b) A mesa estava imunda e as mães enervadas com o barulho que os filhos faziam. c) O vendedor insistira muito e ela, sempre tão tímida quando a constrangiam, acabou por comprar as rosas. d) Quando recolheu do chão o caderno aberto, viu a letra redonda e graúda que era a sua. e) Todas eram vaidosas e de pernas finas, com aqueles colares falsificados e com as orelhas cheias de brincos. TEXTO Unidade linguística de sentido completo, cuja função é estabelecer a comunicação entre seu produtor e o seu(s) destinatário(s). DEFEITOS E QUALIDADES DE UM TEXTO Para que um texto seja considerado bem-sucedido, é necessário prezar por: clareza; coerência; coesão; correção gramatical; elegância. Assim, sabe-se que os ditos “defeitos” de um texto devem ser evitados! Os mais comuns são: A. Ambiguidade Uma frase ambígua é aquela que apresenta mais de um sentido. Veja: “Em época de pleito* é comum ouvirmos candidatos dizendo ao povo que se preocupamcom o seu bem-estar”. *Ortografia/Semântica: pleito = eleição; preito = homenagem. Analisando: “bem-estar” de quem? Do próprio candidato? Do povo? Percebe-se que o pronome possessivo (seu) não foi bem- empregado. B. Obscuridade A obscuridade é ainda pior que a ambiguidade, pois, quando se é ambíguo, pode-se dar margem a duas interpretações, ao passo que na obscuridade, muitas vezes, não podemos nem mesmo imaginar do que se trata. É uma falta total de clareza. Normalmente a obscuridade é causada por frases longas, má pontuação, desrespeito às normas gramaticais e linguagem rebuscada. Analise um trecho retirado da Folha de São Paulo já há algum tempo: “As videolocadoras de São Carlos estão escondendo suas fitas de sexo explícito. A decisão atende a uma portaria de Dezembro de 2001, do Juizado de Menores, que proíbe que as casas de vídeo aluguem, exponham e vendam fitas pornográficas a menores de dezoito anos. A portaria proíbe ainda os menores de dezoito anos de irem a motéis e rodeios sem a companhia ou autorização dos pais.” Fica a pergunta: então, se estiverem acompanhados dos pais, os menores poderão ir a motéis? C. Pleonasmo É uma espécie de redundância. No Ensino Médio estudamos que Pleonasmo faz parte dos Vícios de Linguagem e nos são passados exemplos de expressões que devemos evitar, tais como “subir para cima”, “descer para baixo”, “entrar para dentro” e “sair para fora”. Contudo, não são apenas esses os pleonasmos existentes. Veja outros casos: matinal da manhã, noturno à noite, hemorragia de sangue, dois irmãos gêmeos, ganhou de graça, recinto fechado, certeza absoluta, grande maioria e outros casos. ATENÇÃO: quando usado de maneira poética, o pleonasmo não constitui um erro. Exemplos: “E rir meu riso e derramar meu pranto.” (Vinícius de Moraes) “Os sonhos mais lindos, sonhei...” (F. D. Marchetti e M. de Feraudy, versão de Armando Louzada). Há casos de Pleonasmo mais comuns do que se imagina! “Acesso restrito somente a funcionários do setor.” “Há cinco anos atrás (...).” “Este produto é de boa qualidade.” “Isso é um pequeno detalhe.” “Estas são propriedades próprias do sódio.” “Que surpresa inesperada!” D. Cacofonia É um som desagradável (às vezes obsceno), resultante da proximidade de determinadas sílabas. Por exemplo: lá tinha; da vez passada; mande-me já; Ô, dor horrível! E. Eco É a repetição de terminações (mesmo som). Observe: A decisão causou comoção na população. Corrigindo: A decisão fez com que o povo se comovesse. F. Prolixidade A prolixidade é o oposto da concisão. Consiste, portanto, em utilizarmos mais palavras do que o necessário, tornando a leitura cansativa e de difícil compreensão. O uso de cacoetes linguísticos (expressões que não acrescentam nada ao texto, as quais só falamos porque estamos acostumados a ouvir) deve ser evitado. | Pró Universidade 6 Por exemplo, não devemos introduzir um texto com expressões do tipo “antes de mais nada” ou “inicialmente”, pois, se estamos iniciando, é óbvio que é “inicialmente”. Outros casos: pelo contrário, por outro lado, por sua vez. Na prolixidade (lembre: ser prolixo é “enrolar”; é não ser objetivo), também encontramos o uso dos chavões. Os chavões são frases ou expressões “feitas” que só empobrecem o texto. Veja alguns exemplos: inflação galopante, caloroso abraço, caixinha de surpresas, vitória esmagadora e outros. G. Incoerência Ser incoerente é se contradizer. Por isso, tome muito cuidado e releia mais de uma vez seu texto, analisando-o, principalmente para que a conclusão não destoe do restante do texto. O desrespeito às regras gramaticais pode causar incoerência. Portanto, tenha muita atenção com as regras de concordância, de regência, de acentuação e até mesmo com a ortografia. Veja: RETIFICAR = corrigir. RATIFICAR = confirmar. IR DE ENCONTRO = chocar-se; ideias contrárias. IR AO ENCONTRO = lado a lado; ideias afins, semelhantes. Tarefa Mínima 1. Leia com atenção o texto a seguir e identifique os problemas existentes nas passagens numeradas: “A exploração do trabalho infantil, ela é algo (1) alarmante e intrigante (2). Seu índice tem diminuído (3) nos últimos anos, talvez pelas medidas tomadas pelo governo. E isso (4) é de responsabilidade do governo federal e não do estadual. Na época de nossos avós, isso não acontecia (4), pois viviam na tranquilidade do interior. Lá tinha (5) tudo que precisavam (6). Os governantes valorizavam o povo e mantinham seu conforto (7).” 2. Há uma ambiguidade no trecho: a) “Esse tipo de crime vem sendo praticado no mundo inteiro.” b) “Há quem se sirva até mesmo de violência na guerra por bens materiais.” c) “Há filhos matando pais para tomarem o que lhes pertence.” d) “Basta andarmos uns minutos observando as atitudes do ser humano e perceberemos do que ele é capaz.” e) “Por quererem mostrar que podem mais que os outros, acabaram conquistando a antipatia alheia.” 3. A expressão “má qualidade” constitui: a) pleonasmo. b) ambiguidade. c) incoerência. d) obscuridade. e) cacofonia. 4. Certo dia houve, na Inglaterra, um jogo entre Brasil e Argentina. Pouco antes do início da partida, um comentarista esportivo da Rede Globo afirmou: “O estádio é um espetáculo! Mas o gramado é um tapete: a bola rola com a maior perfeição.” a) Para fazer alusão à qualidade do gramado, usou-se uma metáfora. Sublinhe-a. b) Explique o sentido dessa metáfora. c) Após responder às questões “a” e “b”, percebemos que o comentarista não formulou bem seu comentário. Explique a incoerência cometida. 5. Agora analise um trecho de uma fala de um apresentador de telejornal, feita logo após um comentário sobre a fauna brasileira: “(...) a caça e a extração ilegais de palmito (...).” a) Tal passagem apresenta uma incoerência. Qual? b) Reescreva a fala do jornalista, de modo a torná-la coerente. 6. Todas as frases listadas a seguir apresentam ambiguidade. Indique quais são as interpretações possíveis em cada caso: a) O juiz declarou ter julgado o réu errado. b) O piloto enjoado levantou voo. c) Comprou um carro rápido. d) Deixou a sala vazia. e) Confessou os erros que cometeu com franqueza. f) O jornal criticou a peça exibida com falta de talento. g) Trata-se de um estudo a respeito de Machado de Assis cuja leitura recomendo. h) A professora deixou a turma entusiasmada. “Durante a sua carreira de goleiro, iniciada no Comercial de Ribeirão Preto, na sua terra natal, Leão, de 51 anos, sempre impôs seu estilo ao mesmo tempo arredio e disciplinado. Por outro lado, costumava ficar horas aprimorando seus defeitos após os treinos. Ao chegar à seleção brasileira em 1970, quando fez parte do grupo que conquistou o tricampeonato mundial, Leão não dava um passo em falso. Cada atitude e cada declaração eram pensadas com um racionalismo típico de sua família, já que seus outros dois irmãos, Edmílson, 53 anos, e Édson, 58, são médicos.” Correio Popular, edição de 20/Out./2000. 7. O que aconteceria com Leão se ele, efetivamente, ficasse “aprimorando seus defeitos”? 8. A expressão “Por outro lado” contribui para tornar o trecho incoerente. Por quê? 9. A charge a seguir apresenta coerência incontestável. O que tornou coerente a fala de Hagar? RASCUNHO Inclusão para a vida | 7 10. Analise, agora, a segunda tira de Chris Browne: o que torna o terceiro quadrinho incoerente em relação ao primeiro? TEXTO Unidade linguística de sentido completo, cuja função é estabelecer a comunicaçãoentre seu produtor e o seu(s) destinatário(s). O texto se caracteriza pela textualidade, que faz com que um texto seja realmente texto e não apenas soma de frases.Os principais fatores de textualidade são: contextualização, intencionalidade, coesão e coerência. Contextualização: refere-se à expectativa em relação ao texto e à antecipação ao leitor do assunto de que o texto vai tratar. Nesse sentido, cabe observação ao local e à data de publicação de um texto, ao autor do texto, título do texto, imagens do texto. Intencionalidade: refere-se ao objetivo do texto. Nesse sentido, é importante observar os elementos linguísticos que sinalizam a intencionalidade no próprio corpo do texto. Coerência: refere-se ao estabelecimento de um sentido para o texto e à relação harmônica entre as idéias apresentadas em um texto. Assim, a coerência engloba a forma e o conteúdo do texto, remetendo à seqüência ordenada das opiniões ou fatos expostos de forma coerente, sem contradições ao que se afirma para os interlocutores. COESÃO TEXTUAL Quando conspiravam para derrubar a Monarquia, os líderes republicanos já sabiam como seria a bandeira da República. Ela já estava desenhada, inspirada pelo exterior, especificamente pela França. Seguia o pensamento de Auguste Comte (1798-1857), que defendia que cada sociedade deveria ter por divisa “o amor por princípio, a ordem por base e o progresso como objetivo.” As bandeiras nacionais deveriam ter a inscrição: Amor, Ordem e Progresso. Na nossa bandeira, não coube a palavra “Amor”. Ficaram apenas “Ordem e Progresso”. Mas muitas outras palavras ficaram ausentes. No texto acima, os pronomes: “ela” e “que” retomam expressões ditas anteriormente, são elementos anafóricos, responsáveis, portanto, pela coesão textual, ou seja, por uma melhor organização do texto. Observe o próximo parágrafo: O resultado de tudo isso é que a população brasileira ficou mais velha. No entanto, não houve mudanças significativas na qualidade de vida, na distribuição da riqueza e, principalmente, das terras, que no Brasil sempre foram o privilégio histórico da minoria. A população ficou mais velha e mais pobre também. A distância entre ricos e pobres só fez aumentar nestas décadas e, até hoje, esse processo não foi revertido. Aqui se cruzam a luta pela cidadania e a terceira idade. As palavras destacadas acima são anafóricos, pois retomam algo que foi dito antes. Entre elas, que e no entanto são conjunções; principalmente, sempre, também e aqui são advérbios. Atenção! Esse ou este? 1) Para localização de seres no espaço usamos: - “esta”, “isto” se nos referimos a algo próximo de quem está falando. Como em: Pedro, esta minha saia é nova. - “essa”, “isso” se nos referimos a algo próximo da pessoa com quem se está falando. Como em: Pedro, você vai à festa com essa gravata? 2) Para localização no tempo usamos: - “este”, “esta”, “isto” em relação a um espaço de tempo presente. Como em: Este ano quero paz/ No meu coração/ Quem quiser ter um amigo/Que me dê a mão... - “esse” em relação a um espaço de tempo passado. Como em: No ano passado, tive muitos contratempos, foi um ano difícil; não gosto de me lembrar desse ano. 3) Nas cartas: - “este”, “esta” referem-se ao local em que se encontra o redator. - “esse”, “essa” referem-se ao local em que se encontra o destinatário. Exemplo: Esta capital, Rio de Janeiro, sediará os Jogos Olímpicos; sentir-se-á honrada em contar com os atletas dessa cidade. 4) Nos textos técnicos (dissertativos): - “isto” é um catafórico, refere-se a algo que será dito. Como em: Não esqueça isto: disciplina é importante. - “esse” é um anafórico, refere-se a algo que já foi dito. Como em: Disciplina é importante; isso não devemos esquecer. Conectivo Relação de sentido Exemplo: Porque, pois, como, por isso, já que, visto que, uma vez que Causa Os bancários fizeram greve porque desejavam aumento de salário. Mas, porém, todavia, contudo, entretanto, embora, ainda que, mesmo que, apesar de Contradição / Oposição Apesar de o aluno estar com febre alta, foi à aula. Se, caso, contanto Condição Os bancários só | Pró Universidade 8 que, dado que, desde que, a menos que, a não ser que receberão aumento se fizerem greve. E, também, além de, não só,nem Adição Além de encontrar uma estrada movimentada, o motorista pegou chuva no caminho. .Ontem, hoje, amanhã, antes, depois, cedo, tarde, primeiramente, em seguida, a seguir, finalmente, quando, sempre, nunca, Tempo Quando alcançarmos as metas da empresa, seremos premiados com viagens para o exterior. Logo, dessa forma, portanto, assim, então Conclusão Sempre estudei muito durante o curso e fiz vários estágios; por isso, consegui uma vaga de trainee. Principalmente, sobretudo Prioridade/ relevância Dedicar-se a um curso de graduação é essencial para quem almeja ascensão e, principalmente, para quem quer ingressar em programas de mestrado. Por exemplo, ou seja, isto é Esclarecimento A geração canguru, isto é, a geração de filhos que retardam a saída da casa materna, tem se mostrado cada vez mais resistente ao casamento. Segundo, conforme, assim como, do que, tanto (ou tão) quanto Comparação/ semelhança O curso de direito está tão concorrido quanto os cursos de áreas da saúde. TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS Ao longo de nossa vivência enquanto falantes, temos a oportunidade de convivermos com uma enorme diversidade de textos. Basta sairmos às ruas que tão logo está confirmada esta ocorrência. São panfletos, outdoors, cartazes, dentre outros. Podemos classificar os textos sob duas vertentes: os gêneros e os tipos textuais. Antigamente, os vestibulares solicitavam a produção utilizando propostas pautadas nos tipos. Hoje em dia, o foco maior tem sido nos gêneros. Para um melhor desempenho nas provas, veremos ambos: Os gêneros textuais estão diretamente ligados às situações cotidianas de comunicação, fortalecendo os relacionamentos interpessoais por meio da troca de informações. Tais situações referem-se à finalidade que possui cada texto, sendo estas, inúmeras. Exemplos: e-mail, notícia, artigo, editorial, crônica, manual, bula de remédio, monografia, etc. Existem gêneros textuais do cotidiano jornalístico, cuja finalidade é a informação. É o caso da notícia, da entrevista, do artigo de opinião, do editorial, dentre outros. Há também os chamados instrucionais, como, por exemplo, o manual de instrução, a bula de um remédio, e outros. Outros que se classificam como científicos, os quais são oriundos de pesquisas e estudo de casos, como a monografia, tese de doutorado, ligados à prática acadêmica. Já a classificação em tipos textuais, relaciona-se com a natureza linguística expressa pelos mesmos, classificando- se em instrucionais/injuntivos, narrativos, descritivos e dissertativos. TEXTO INSTRUCIONAL/INJUNTIVO Indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro do presente do modo indicativo. Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e instruções para montagem ou uso de aparelhos e instrumentos; textos com regras de comportamento; textos de orientação (ex: recomendações de trânsito); receitas, cartões com votos e desejos (de natal, aniversário, etc.). TEXTO DESCRITIVO A descrição é um retrato verbal. Então para que esse tipo de texto seja bem-sucedido, deve ser capaz de fazer com que o leitor visualizeo que ou em está sendo descrito. DESCRIÇÃO OBJETIVA E DESCRIÇÃO SUBJETIVA Compare: a) A casa é pequena. Nela, há somente um dormitório, um banheiro, sala, cozinha e uma área de serviço. O jardim, embora também seja pequeno, é bonito e repleto de flores. b) A casa é pequena. Nela, há somente meu aconchegante cantinho de dormir, um banheiro, sala para acolher meus amigos quando me presenteiam com sua visita. Há também o meu terror: a cozinha. É nela que fica o fantasma das colorias – a geladeira! A área de serviço é o beco do trabalho! O jardim é um encanto. Lindo e colorido! I - Descrição Objetiva É aquela em que o observador apresenta o tema-núcleo de maneira impessoal, empregando a representação fiel ao aspecto exterior. I - Descrição Subjetiva RASCUNHO Inclusão para a vida | 9 É aquela em que o observador apresenta o tema-núcleo de maneira pessoal, empregando a imaginação e externando suas impressões pessoais. Observação: Para que um texto descritivo tenha êxito, uma boa dica é explorar a base sensorial. a) Visão “A dona era uma idosa franzina, de cabelos mais negros que a asa da graúna. Vestia um pijama desbotado, de seda japonesa. Tinha as unhas bem curtas, recobertas por uma crosta de esmalte vermelho escuro, descascado nas pontas.”(Lygia Fagundes Telles, “As formigas”) b) Audição “De uma mesa distante, a única ocupada ainda, vinha o ruído de vozes de homens. Uma gargalhada sonora em meio de vozes exaltadas. E a palavra cabrito saltou dentre outras que se arrastavam pastosas. Num rádio da vizinhança, ligado ao volume máximo, havia uma canção que contava a história de uma jovem a qual vendia violetas na porta do teatro. A voz da cantora era plana e um pouco fanhosa.”(Lygia Fagundes Teles, “A ceia”) c) Olfato “Lá, os armazéns tresandavam* a lixo e peixe podre, a latas vazias de óleo como cheiro de homens esfarrapados.”(Autran Dourado, “A barca dos homens”) *tresandar = 1. fazer andar para trás; 2. exalar (mau cheiro); 3. cheirar mal. d) Tato “O pai comprou o sapado dois números maiores (...). Enfiou o sapato branco, um rígido como só o couro pode ser, no pé frio e trêmulo do garoto. Ao pentear o loiro e sedoso cabelo do caçula, a cabeça ainda em fogo.” (Dalton Trevisan, “Pedrinho”) e) Paladar “Deitado, ele beliscou dois ou três gomos. Chupou o sumo azedo, deixou cair a casca no prato. Apanhou outro bago, desta vez mais doce.” TEXTO NARRATIVO O texto narrativo tem sua base em fatos, ações as quais fazem com que o enredo se desenvolva. Para que a narrativa tenha sucesso, é imprescindível que haja o conhecimento do tema e se defina o enredo, para só então escolher os personagens. Por quê? Porque a escolha prévia dos personagens é “um convite” à prolixidade, pois acabamos preocupando-nos com a participação de cada um deles e nos esquecemos de enriquecer nosso desenvolvimento. ELEMENTOS DA NARRATIVA I – Enredo (apresentação, conflito, desfecho. Destaque: ‘Clímax’) II – Narrador (1ª ou 3ª pessoa) III – Personagem (principais, secundários) IV – Tempo (cronológico, histórico, psicológico, do discurso) V - Espaço Além do narrador, outras vozes podem surgir no texto. Para inserir falas, faz-se uso do que chamamos discurso, que podem se apresentar de diferentes formas: Discurso direto: reproduz fiel e literalmente algo dito por alguém. Normalmente usa-se aspas ou travessões para demarcar a reprodução da fala de outra pessoa. Exemplo: “Não gosto disso” – disse a menina em tom zangado. Discurso indireto: o narrador, usando suas próprias palavras, conta o que foi dito por outra pessoa. Temos então uma mistura de vozes, pois as falas dos personagens passam pela elaboração da fala do narrador. Exemplo: A menina disse em tom zangado, que não gostava daquilo. Discurso indireto livre: É um discurso misto onde há uma maior liberdade, o narrador insere a fala do personagem de forma sutil, sem fazer uso das marcas do discurso direto. É necessário que se tenha atenção para não confundir a fala do narrador com a fala do personagem, pois esta surge de repente em meio a fala do narrador. Exemplo de discurso indireto livre: A menina perambulava pela sala irritada e zangada. Eu não gosto disso! E parecia que ninguém a ouvia. TEXTO DISSERTATIVO Estrutura A redação solicitada no ENEM é do tipo dissertativo- argumentativo. Sua estrutura é composta pelas seguintes partes: A. INTRODUÇÃO (início, começo) Podemos começar uma redação fazendo uma afirmação, uma declaração, uma descrição, uma pergunta, e de lançar, delimitar, chamar a atenção do leitor para o assunto que vamos desenvolver. Uma introdução não deve ser muito longa para não desmotivar o leitor. Se a redação dever ter trinta linhas, aconselha-se a que o aluno use de quatro a seis para a parte introdutória. O que evitar? I. Iniciar uma idéia geral, mas que não se relaciona com a segunda parte da redação. II. Iniciar com digressões (o início dever ser curto). III. Iniciar com as mesmas palavras do título. IV. Iniciar aproveitando o título, com se este fosse um elemento d primeira frase. V. Iniciar com chavões Exemplos: - Desde os primórdios da Antigüidade... - Não é fácil a respeito de... - Bem, eu acho que... - Um dos problemas mais discutidos na atualidade... B. DESENVOLVIMENTO (meio, corpo) A parte substancial e decisória de uma redação é o seu desenvolvimento. É nela que o aluno tem a oportunidade de colocar um conteúdo razoável, lógico. Se o desenvolvimento da redação é sua parte mais importante, | Pró Universidade 10 deverá ocupar o maior número de linhas. Supondo-se uma redação de trinta linhas, a redação deverá destinar de catorze (14) a dezoito (18) linhas para o corpo ou desenvolvimento da mesma. O QUE EVITAR? I. Pormenores, divagações, repetições, exemplos excessivos de tal sorte a não sobrar espaço para a conclusão. C. CONCLUSÃO (desfecho, final) Assim como a introdução, o fim deverá ocupar uma pequena parte do texto. Se a redação está planejada para trinta linhas, a parte da conclusão deve ter quatro a seis linhas. Na conclusão, nossas idéias propõem uma solução. O ponto de vista do escritor, apesar de ter aparecido nas outras partes, adquire maior destaque na conclusão. Se alguém introduz um assunto, desenvolve-o brilhantemente, mas não coloca uma conclusão: o leitor sentir-se-á perdido, estupefato. O que evitar? I. Não finalizar (é o principal defeito) II. Avisar que vai concluir, utilizando expressões como "Em resumo" ou "Concluindo" DISSERTAÇÃO: RELAÇÃO DE SENTIDOS - O encadeamento de ideias - Uma boa forma de se buscar um encadeamento de ideias capaz de deixar seu texto claro é trabalhar com premissas. Veja: PREMISSA: um dos meios mais simples de argumentar é a premissa: a apresentação de duas frases, uma das quais é conclusão da outra. INFERÊNCIAS Quando observamos um fato, tiramos algumas “conclusões” (inferências). Imaginemos, por exemplo, que leiamos a seguinte manchete em um jornal: “Brasil importa automóveis da França”. Poderíamos, então, tirar como possíveis conclusões: 1 – o Brasil não está produzindo automóveis em número suficiente; 2 – a economia brasileira está cada vez mais dependente da estrangeira; 3 – os automóveis importados são os preferidos dos brasileiros. Contudo, nem sempre as inferências são verdadeiras. Por isso é necessário analisar uma a uma das levantadas antes de integrá-las à argumentação. Para Praticar 1. Indique uma inferência de caráter positivo e outra de negativopara cada uma das afirmações manchetes a seguir: a) Florianópolis não “acolherá” a próxima Copa. b) Aulas de Ensino Religioso voltarão a ser obrigatórias no Ensino Fundamental. c) O Carnaval se aproxima. d) As questões discursivas são cobradas em muitos vestibulares. A favor ou contra? 2. Em cada item há uma afirmação. Indique dois argumentos capazes de defendê-la e outros dois que se oponham a ela: a) As provas de múltipla escolha devem ser proibidas. b) Mulheres já têm tantos cargos de chefia quanto os homens. c) Maiores de 15 anos já deveriam receber penas semelhantes às destinadas a adultos. d) Hoje está mais fácil comprar um carro. e) Ministério da Saúde levanta a hipótese de alguns medicamentos, hoje só vendidos com receita, passarem a não necessitar de prescrição médica. Para Treinar Veja as últimas propostas de redação dos vestibulares: UFSC/2014 - PROPOSTA 1 Considerando os textos abaixo, escreva uma dissertação sobre a situação da língua portuguesa na atualidade. “Até o final do século 21, os oito países falantes de língua portuguesa terão uma população de 350 milhões de pessoas. [...] a tendência demográfica, junto com a ascensão econômica de Angola, Brasil e Moçambique, bem como fatores culturais (como a música), a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos Rio 2016 explicam o crescente interesse mundial pelo português, com o aumento da procura por cursos de português em países não lusófonos*.” Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-02-28/ portugues-tera-350-milhoes-de-falantes-ate-final-do-seculo-preve- especialista> [Adaptado] Acesso em: 7 out. 2013. Disponível em: <revistalingua.uol.com.br/textos/72/o-valor-do-idioma- 249210-1.asp> [Adaptado] Acesso em: 7 out. 2013. “A lusofonia é a última marca de um império que já não existe. E se é possível criar uma comunidade de países que têm como língua oficial o português, com todas as suas variantes, e cujo uso pelas populações pode ir dos 100% (em Portugal) aos 4% (em Timor) ou aos 40% (em Moçambique), não é possível entender uma pátria lusófona comum a países com outras diversidades linguísticas, economias tão diferentes, regimes políticos distintos e, em particular, histórias singulares. [...] RASCUNHO Inclusão para a vida | 11 Se a lusofonia se mantém como um princípio organizador das representações sociais dos portugueses, não há concordância entre os portugueses e africanos a esse respeito: os portugueses valorizam-na, os africanos rejeitam-na.” Disponível em: <http://www.buala.org/pt/a-ler/para-acabar-de-vez-com- a-susofonia> [Adaptado] Acesso em: 29 out. 2013. PROPOSTAS 2 E 3 Leia os excertos da página seguinte observando os perfis de mulheres traçados nos textos de diferentes épocas. Escolha apenas uma das duas propostas abaixo para escrever a Redação. Proposta 2 Narre um novo desfecho para a história de uma das personagens no contexto das obras literárias citadas nos excertos. Proposta 3 Escreva um texto relatando de que forma um ou mais perfis femininos representados nos excertos desafiam o comportamento masculino na atualidade. “Era dócil, afável, inteligente [...]. Havia nela a jovialidade da menina e a compostura da mulher feita, um acordo de virtudes domésticas e maneiras elegantes [...]. Era pianista distinta, sabia desenho, falava correntemente a língua francesa, um pouco a inglesa e a italiana. Entendia de costura e bordados e toda a sorte de trabalhos feminis. [...] — Fui procurar um livro na sua estante. — E que livro foi? — Um romance. — Paulo e Virgínia? — Manon Lescaut. — Oh! exclamou Estácio. Esse livro... — Esquisito, não é? Quando percebi que o era, fechei- o e lá o pus outra vez. — Não é livro para moças solteiras... — Não creio mesmo que seja para moças casadas, replicou Helena rindo e sentando-se à mesa. Em todo o caso, li apenas algumas páginas. Depois abri um livro de geometria... e confesso que tive um desejo... — Imagino! interrompeu D. Úrsula. — O desejo de aprender a montar a cavalo, concluiu Helena.” Machado de Assis (1839-1908) UDESC/2014.1 REDAÇÃO A prova de redação apresenta três propostas, o candidato deverá escolher uma delas para elaborar a sua dissertação. Proposta 1 Com base na leitura dos textos motivadores abaixo, redija um texto dissertativo, enfocando o tema: O valor da palavra. Texto 1 A Palavra Já não quero dicionários consultados em vão. Quero só a palavra que nunca estará neles nem se pode inventar. Que resumiria o mundo e o substituiria. Mais sol do que o sol, dentro da qual vivêssemos “Não se nasce mulher, torna-se mulher.” Simone de Beauvoir (1908-1986) “Só depois é que [Macabéa] pensava com satisfação: sou datilógrafa, e virgem, e gosto de coca-cola. Só então vestia-se de si mesma, passava o resto do dia representando com obediência o papel de ser.” Clarice Lispector (1920-1977) “Gabriela rodopiava em frente ao espelho, admirando-se. Era bom ser bonita: os homens enlouqueciam, murmuravam- lhe frases com voz machucada. Gostava de ouvir, se era um moço a dizer. [...] Era ruim ser casada, gostava não...” Jorge Amado (1912-2001) Mulheres são mais instruídas que homens e ampliam nível de ocupação O Censo 2010 mostrou que, em dez anos, o nível de instrução das mulheres continuou mais elevado que o dos homens e elas ganharam mais espaço no mercado de trabalho. O nível de ocupação [...] das mulheres de 10 anos ou mais de idade passou de 35,4% para 43,9% de 2000 para 2010, enquanto o dos homens foi de 61,1% para 63,3%. Censo - 2010 | Pró Universidade 12 todos em comunhão, mudos, saboreando-a. Carlos Drummond de Andrade, in 'A Paixão Medida'http://lusografias.wordpress.com/2007/04/29/ai-palavras/ Texto 2 Sim, mas não esquecer que para escrever não importa o quê o meu material básico é a palavra. Assim é que esta história será feita de palavras que se agrupam em frases e destas se evola um sentido secreto que ultrapassa palavras e frases. LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. pp. 14 e 15. Texto 3 Para mim, as palavras, como têm colorido e som, têm, do mesmo modo, sabor. Disponível em: <http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/CruzJornalistaeprosador.htmac esso>. Proposta 2 Com base na leitura dos textos motivadores abaixo, redija um texto dissertativo, enfocando o tema: Mentiras aceitáveis e mentiras inaceitáveis. Texto 1 Para Alan Grafen, em muitas situações a mentira cumpre um papel social positivo, apaziguador e conciliatório: quando uma instituição pratica diplomacia para superar suas crises ou quando se mente a um paciente terminal sobre seu verdadeiro estado de saúde, por exemplo. A mentira só é saudável quando não se torna dominante na sociedade (...) Disponível em: <http://veja.abril.com.br/021002/p_094.html>. Acesso em: 15 set. 2013. Texto 2 De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto. Disponível em: <http://pensador.uol.com.br/frases_de_rui_barbosa/>. Acesso em: 15 set. 2013. Texto 3 Nada contou a Glória porque de um modo geral mentia: tinha vergonha daverdade. A mentira era tão mais decente. Achava que boa educação é saber mentir. LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela p. 69. Proposta 3 Com base na leitura dos textos motivadores abaixo, redija um texto dissertativo, enfocando o tema: As multifacetas da mulher contemporânea. Texto 1 Com o passar dos anos a mulher vem ganhando espaço cada vez maior em nossa sociedade. A realidade do seu crescimento tem sido percebido pela sua participação em diferentes áreas da sociedade que lhe confere direitos sociais, políticos e econômicos. Adapt. disponível em: <http.www.brasil.escola.com/geografia/aimportanciadamulhernasociedad e.htm>. Acesso em: 18 set. 2013. Texto 2 Ao decorrer dos séculos, a história da humanidade despiu e vestiu suas musas inúmeras vezes, criou simbologias, teceu mantos diáfanos para cobrir – descobrindo formas, quebrou a luz para dar contornos mais nítidos à ninfa que se mostrava tímida e sem cor e embalou a imaginação do homem quanto às possibilidades de representar – fosse em desenhos, retratos, esculturas ou fotografias – a graciosidade feminina. Hoje, a mulher contemporânea precisa ser uma multimulher para garantir a sua permanência e o seu sucesso no fantástico percurso do seu cotidiano. Adapt. disponível em: <http.www.brasil.escola.com/geografia/aimportanciadamulhernasociedad e.htm>. Acesso em: 18 set. 2013. PROPOSTA DE REDAÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto disserativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Qual o objetivo da “Lei Seca ao volante”? De acordo com a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), a utilização de bebidas alcoólicas é responsável por 30% dos acidentes de trânsito. E metade das mortes, segundo o Ministério da Saúde, está relacionada a uso de álcool por motoristas. Diante deste cenário preocupante, a Lei 11.705/2008 surgiu com uma enorme missão: alertar a sociedade para os perigos do álcool associado à direção. Para estancar a tendência de crescimento de mortes no trânsito, era necessária uma ação enérgica. E coube ao Governo Federal o primeiro passo, desde a proposta da nova legislação à aquisição de milhares de etilômetros. Mas para que todos ganhem, é indispensável a participação de estados, municípios e sociedade em geral. Porque para atingir o bem comum, o desafio deve ser de todos. Disponível em:www.dprf.gov.br. Acesso em:20 jun. 2013 RASCUNHO Inclusão para a vida | 13 Repulsão magnética a beber e dirigir ENEM — OUTUBRO/2013A lei da física que comprova que dois polos opostos se atraem em um campo magnético é um dos conceitos mais populares desse ramo do conhecimento. Tulipas de chope e bolachas de papelão não servem, em condições normais, como objetivos de experimento para confirmar essa proposta. A ideia de uma agência de comunicação em Belo Horizonte foi bem simples. Ímãs foram inseridos em bolachas utilizadas para descansar os copos, de forma imperceptível para o consumidor. Em cada lado, há uma opção para o cliente: dirigir ou chamar um táxi depois de beber. Ao mesmo tempo, tulipas de chope também receberam pequenos pedaços de metal mascarados com uma pequena rodela de papel na base do copo. Durante um fim de semana, todas as bebidas servidas passaram a pregar uma peça no cliente. Ao tentar descansar seu copo com a opção dirigir virada para cima, os ímãs a copo com a opção dirigir virada para cima, os ímãs apresentavam a mesma polaridade e, portanto, causando repulsão, fazendo com que o descanso fugisse do copo; se estivesse virada mostrando o lado com o desenho de um táxi, ela rapidamente grudava na base do copo. A ideia surgiu da necessidade de passar a mensagem de uma forma leve e no exato momento do consumo. Disponível em::www.operacaoleisecarj.rj.gov.br.Acesso em:20 jun. 2013.(adaptado). Referências: http://vestibular.udesc.br/arquivos/id_submenu/1581/tard e.pdf http://www.ufjf.br/cursinho/files/2012/05/APOSTILA- PORTUGU%C3%8AS-CPV-2012-1%C2%AA-parte-Micheli.pdf http://pt.scribd.com/doc/158897634/Caderno-Lingua- Portuguesa-Ana-Paula-Teixeira-Porto CEREJA, William R. e MAGALHÃES, Thereza C. Texto e Interação. São Paulo: Atual, 2000. http://www.vestibular2014.ufsc.br/provas-e-gabaritos/ http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_ participante/2013/guia_participante_redacao_enem_2013. pdf MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção de texto, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
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