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Equipe Serviços Infraestrutura Links especializados Dicionário Busca Artigos Intranet Stent com Rapamicina Uma grande inovação no tratamento não cirúrgico dos vasos que nutrem o coração O stent revestido permite a liberação de Rapamicina. É uma terapia intervencionista totalmente inovadora que previne a reestenose tardia no local de liberação do stent O stent revestido (fig. 3) e que permite a liberação de Rapamicina, é uma terapia intervencionista totalmente inovadora, e foi especialmente desenhado para prevenir a reestenose tardia no local de liberação do stent. A Rapamicina (também conhecida como Sirolimus ou Rapamune) foi isolada pela primeira vez em 1975, na Ilha de Páscoa, num microorganismo do solo, o Streptomyces higroscopicus. O composto levou o nome de Rapamicina, em homenagem à Rapa Nui, nome nativo da Ilha de Páscoa. A substância obtida, além de sua atividade antibiótica e antifúngica, também possui potente propriedade antiproliferativa, imunossupressora e comprovadamente inibidora do ciclo de proliferação celular. Fig. 3 - Representação esquemática seqüencial de angioplastia com implantede Stent revestido com Sirolimus (Rapamicina). Fig.3A - Pré-dilatação da lesão com Balão Hemodinâmica - Hosp. Santa Lúcia http://www.hemodinamica.com.br/artigo02.htm 1 de 5 05/02/2015 10:13 Fig.3B - Posicionamento do Stent revestido Fig.3C - Expansão do Stent pelo balão Fig.3D - Stent com Rapamicina liberado Implante de Stent com Rapamicina no Hospital Santa Lúcia O implante do stent, revestido com Rapamicina, começou a ser feito a partir de junho de 2002 no Hospital Santa Lúcia. Desde então, foram implantados 20 Stent Cypher, com total sucesso, em diversas artérias coronárias. Nas figuras 4 e 5, temos dois exemplos da nossa casuística. No primeiro caso, o stent foi colocado no terço médio da artéria coronária descendente anterior. Já no segundo exemplo, a intervenção foi realizada no terço distal da artéria coronária direita. Hemodinâmica - Hosp. Santa Lúcia http://www.hemodinamica.com.br/artigo02.htm 2 de 5 05/02/2015 10:13 Fig. 4 - Angioplastia com Implante de Stent Cypher, revestido com Rapamicina, no terço médio da Artéria Coronária Descendente Anterior. Fig. 5 - Angioplastia com Implante de Stent Cypher, revestido com Rapamicina,no terço distal da Artéria Coronária Direita HISTÓRICO O procedimento evoluiu O coração é composto por agrupamento de músculos especiais responsáveis pela contração cardíaca e consequente movimentação do sangue através de todo o corpo. A nutrição do músculo cardíaco é mantida por uma rede de vasos chamada artérias coronárias. A obstrução (ou estenose) desses vasos determina quadros clínicos complexos chamados de doença coronária obstrutiva, síndrome coronária, insuficiência coronária ou síndrome isquêmica. A obstrução dos vasos se dá pela formação de placas com oclusão total ou parcial dos mesmos, de grau e extensão variáveis e de modo temporário ou definitivo. O crescimento da placa, reduzindo a luz coronária, é lento e gradual na maioria das vezes, com apresentação clínica estável. A instabilidade da placa por fissura ou ruptura, associada a diversos graus de trombose local, configura casos de insuficiência coronária instável e, num estágio mais avançado, o infarto agudo do miocárdio. Estatística Estatística divulgada pela Associação Americana do Coração, para o ano de 1999, revela que a doença coronária obstrutiva, representada pela angina de peito e infarto agudo do miocárdio, foi responsável por aproximadamente 530 mil óbitos, só nos Hemodinâmica - Hosp. Santa Lúcia http://www.hemodinamica.com.br/artigo02.htm 3 de 5 05/02/2015 10:13 Estados Unidos. Isto significa que, para cada cinco mortes registradas, uma decorreu de evento coronário agudo. Para diminuir a incidência dessa doença, os pesquisadores do mundo inteiro continuam dando ênfase à abordagem preventiva através da informação educativa à população. Já o tratamento medicinal - que pode ser clínico, intervencionista ou cirúrgico - visa à diminuição das complicações, da mortalidade e, principalmente, melhorar a qualidade de vida do paciente. A era do Balão A Angioplastia Coronária é um tratamento intervencionista não cirúrgico e consiste na dilatação, com balão, de placas responsáveis pela manifestação clínica da insuficiência coronária. O balão, inicialmente, é introduzido através de uma artéria periférica e posicionado no local da lesão, onde é insuflado para dilata-la, e retirado logo a seguir. A primeira angioplastia percutânea com balão foi realizada pelo Dr. Andréas Gruentzig, em 16 de setembro de 1977, em Zurich, revolucionando a abordagem das lesões obstrutivas coronarianas e constituindo-se a partir deste momento numa alternativa ao tratamento clínico e cirúrgico dos pacientes. A angioplastia com balão (fig. 1) mostrou-se um tratamento promissor na época, embora apresentasse índices elevados de oclusão aguda do vaso tratado. E também a chamada reestenose tardia: aproximadamente 50% das artérias com lesão voltavam a se obstruir, cerca de seis meses depois. Fig. 1 - Dilatação da Lesão Coronária com Balão.. A era do Stent Em 1987, foi descrito pela primeira vez o uso de stents em seres humanos. O stent consiste em uma micro-malha metálica que envolve o balão, e que é liberado definitivamente com a insuflação do mesmo no local da obstrução coronária (fig. 2). Hemodinâmica - Hosp. Santa Lúcia http://www.hemodinamica.com.br/artigo02.htm 4 de 5 05/02/2015 10:13 Fig. 2 - Angioplastia com liberação do stent na lesão. A utilização do stent determinou a drástica diminuição dos fenômenos oclusivos agudos e da reestenose (reobstrução) tardia do vaso tratado, que caiu para percentuais de 25 a 30%, após seis meses do implante da prótese. No entanto, a novidade do stent, trouxe também uma complicação denominada trombose sub-aguda, que aparecia no local do implante, em até 30 dias. Esse problema foi sanado com alguns procedimentos básicos, dentre eles o ajuste otimizado da endo-prótese, a utilização de drogas antiadesivas plaquetárias, como o AAS e derivados da Ticlopidina (Clopidogrel), e mais recentemente o abciximab, com potente efeito sobre o mecanismo plaquetário. Estudos clínicos O stent revestido, conhecido comercialmente como Cypher, tem sido foco de vários estudos clínicos, já concluídos, realizados no mundo inteiro e também em nosso País. Eles revelam o índice quase nulo, de reestenose tardia. • O estudo FIM, feito com 45 pacientes de dois centros de Cardiologia, um em São Paulo e outro em Roterdã, mostrou o seguinte resultado para o grupo tratado em São Paulo: em 24 meses, 0% (zero) de reestenose tardia, tanto no grupo de liberação rápida como na lenta. (A liberação rápida ou lenta depende do tempo em que a substância Rapamicina, vai sendo liberada para a parede do vaso, 15 ou 30 dias). • O estudo RAVEL, feito com 238 pacientes de 19 centros, mostrou o seguinte resultado em 24 meses: 0% (zero) de reestenose no grupo que recebeu stent revestido com Rapamicina. • O estudo SIRIUS (Estados Unidos), com 1100 pacientes de 53 centros, com o seguinte resultado: 400 pacientes estudados após 24 meses: 2% de reestenose intra- stent; 7,2% de reestenose de borda de stent; 700 pacientes restantes com 9 meses de acompanhamento e ainda não concluído. • O estudo E-SIRIUS (Europa), com 350 pacientes de 35 centros, com o seguinte resultado: 0% de reestenose após 8 meses, em agosto de 2002 • O estudo C-SIRIUS (Canadá), com 100 pacientes de 8 centros com o seguinte resultado: 0% de reestenose após 8 meses, em outubro de 2002. ________________________ Dr. Francisco A. Cruz, autor dessa página, é responsável pelo Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Hospital Santa Lúcia Equipe: Dr. José Carlos Mendonça Mendes Dr. Paulo Antônio Marra da Motta Dr. Vicente Paulo da Motta Hemodinâmica- Hosp. Santa Lúcia http://www.hemodinamica.com.br/artigo02.htm 5 de 5 05/02/2015 10:13
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