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Formação do pâncreas, fígado e VB - Marcos Torres

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Formação do pâncreas, fígado e VB
Prof. Marcos Torres 25/08/17
	No início da quarta semana, surge uma protuberância na parte caudal do intestino anterior: o divertículo hepático. Ele se expande para o septo transverso, uma massa de mesoderma esplâncnico situada entre o coração e o intestino médio. À medida que cresce, se divide em porções cefálica, que dará origem ao primórdio do fígado, e caudal, que vai originar a VB. Os cordões hepáticos se anastomosam em torno de espaços revestidos por endotélio, o primórdio dos sinusoides hepáticos. O tecido fibroso (fibras reticulares), o tecido hematopoiético e as células de Kupffer são derivadas do mesênquima do septo transverso. O fígado cresce rapidamente e da 5ª a 10ª semana ocupa grande parte da cavidade abdominal superior. A quantidade de sangue oxigenado que flui da veia umbilical para o fígado determina o seu desenvolvimento (o sangue é desviado pelo ducto venoso). A hematopoiese no fígado começa na 6ª semana, dando-lhe uma aparência vermelho-brilhante, e a formação da bile pelas células hepáticas começa na 12ª semana.
	A pequena porção caudal do divertículo hepático origina a VB e o pedículo do divertículo forma o ducto cístico. Inicialmente, as vias biliares extra-hepáticas são ocluídas, mas depois se canalizam. O pedículo que liga os ductos hepático e cístico forma o ducto biliar, que está localizado à esquerda, junto ao ducto pancreático, passando por trás do duodeno.
	As anomalias hepáticas congênitas são raras, mas variações dos ductos hepáticos, biliar e cístico são comuns, como a presença do ducto hepático acessório. A atresia biliar extra-hepática é uma anomalia das vias biliares, podendo ser causada por obstrução dos ductos na fissura transversal da face visceral do fígado ou por infecção do fígado durante o final do desenvolvimento fetal.
	O pâncreas se forma dos brotos pancreáticos ventral e dorsal originados de células endodérmicas da porção caudal do intestino primitivo. A maior parte do pâncreas é derivado do broto pancreático dorsal. O ventral se desenvolve perto da entrada do ducto biliar. Quando o duodeno roda para a direita e adquire a forma de C, o broto pancreático ventral é levado dorsalmente, junto com o ducto biliar, e se funde com o dorsal. Quando ocorre essa fusão, os ductos pancreáticos se anastomosam, formando o ducto pancreático principal a partir do ducto do broto ventral e pela parte distal do ducto do broto dorsal. A porção proximal do ducto do broto dorsal frequentemente persiste como um ducto pancreático acessório, que se abre na papila duodenal menor. O divertículo hepático e o broto ventral do pâncreas se originam do endoderma, a partir de FGF (fator de crescimento de fibroblastos)
	No início do período fetal, os ácinos começam a desenvolver agregados de células e as ilhotas pancreáticas vão se localizar entre os ácinos. A secreção de insulina começa na 10ª semana. Quando há diabetes materno, as células beta secretoras de insulina no pâncreas fetal estão cronicamente expostas a altos níveis de glicose, então, essas células sofrem hipertrofia, a fim de aumentar a taxa de secreção de insulina.
	O pâncreas anular pode causar obstrução duodenal. Resulta da formação de um broto pancreático ventral bífido, que com a rotação forma um anel ao redor do duodeno.

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