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FIT111_Apostila_2001

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FIT-111-Produção de Hortaliças-I
	
	
	
	Universidade Federal de Lavras
	Departamento de Agricultura
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	- Fit-111 - 
	Produção de Hortaliças-I
	
	
	
	Wilson Roberto Maluf
Professor Titular
Departamento de Agricultura
Universidade Federal de Lavras
	
	
	
	
	
	
	Lavras-MG
1o Semestre / 2001
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O QUE É A OLERICULTURA ?
Bibliografia Recomendada:
FILGUEIRA, F.A.R. Novo Manual de Olericultura: Agrotecnologia Moderna na Produção e Comercialização de Hortaliças. Viçosa: UFV, 2000. 402p. (Capítulo 1)
RAMOS DA FITOTECNIA
	1. Grandes culturas (anuais e perenes)
	2. Silvicultura (espécies florestais)
	3. Forragicultura (pastagens, forrageiras para corte)
	4. Horticultura, com as seguintes atividades especializadas:
		4.1.	Olericultura: hortaliças (incluem morango, melão, melancia), e, nos últimos anos, plantas medicinais e condimentares.
		4.2	Fruticultura: fruteiras
		4.3	Floricultura: flores para corte
		4.4	Jardinocultura: plantas ornamentais
		4.5	Viveiricultura: produção de mudas.
	Há também atividades cross-commodity, como a Plasticultura, que pode ser empregada pela Olericultura, pela Fruticultura, pela Floricultura, Viveiricultura, etc...
O uso destes termos nem sempre é bastante preciso:
		- melão, melancia, morango: em alguns países, são estudados dentro da Fruticultura.
		- batata: algumas escolas e instituições de pesquisa consideram como parte de Grandes Culturas. 
		- em Portugal, Horticultura em geral é empregado numa concepção mais restrita, como sinônimo de Olericultura.
	Espécies olerícolas: cerca de 70 no Brasil.
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CARACTERÍSTICAS DA EXPLORAÇÃO DE HORTALIÇAS
	- uso intensivo do solo, insumos modernos, tratos culturais, mão de obra.
	- possibilidade de alta renda bruta e líquida por unidade de área.
	- ciclo cultural curto ( várias culturas por ano no mesmo local (exceções: hortaliças perenes ou semi-perenes, como chuchu, aspargo e alcachofra).
	- em média, praticada em pequenas propriedades (há muitas exceções: ervilha para conserva, tomate industrial, batata)
	- permite aproveitamento de áreas marginais para grandes culturas, como na periferia de grandes centros (terras muito caras) ou ainda terras de baixa fertilidade natural (pois comporta adubação organo-química pesada).
OS TIPOS DE EXPLORAÇÃO OLERÍCOLA
1. Exploração diversificada:
	- finalidade comercial
	- áreas pequenas, várias culturas
	- produtor vende a varejistas (feiras, mercados, supermercados) ou ele próprio é o varejista.
	- em geral, típica de cinturões verdes (tenta explorar a vantagem de estar próxima de centros urbanos).
	- com o tempo, tende a entrar em competição com empreendimentos imobiliários.
2. Exploração especializada:
	- finalidade comercial
	- menor número de hortaliças (1 a 3-4)
	- tecnologia de produção mais avançada (maior uso de máquinas e de insumos modernos).
	- áreas em geral maiores
	- comercialização em geral via atacadistas, frequentemente feita longe do local de produção.
	- empresário mais predisposto a assimilar novas tecnologias
3. Exploração com finalidade industrial:
	- finalidade comercial
	- abastecem agroindústrias
	- culturas em grandes áreas, plantadas em geral de maneira mais extensiva (e.g.: ervilha seca para conserva --> totalmente mecanizada; tomate industrial--> cultivares de crescimento determinado plantadas sem tutoramento; milho doce --> colheita processada em poucas horas).
	- custos de produção por área em geral menores.
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4. Horta doméstica, educativa e recreativa.
	- finalidade maior: não comercial.
	- visa subsistência, suplementação alimentar, ou tem finalidade educativa e recreativa.
	- horta localiza-se próxima à habitação, escola ou creche.
	- bastante intensiva de mão de obra.
	- deve evitar uso de agrotóxicos.
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CLASSIFICAÇÃO DAS HORTALIÇAS
Bibliografia Recomendada:
FILGUEIRA, F.A.R. Novo Manual de Olericultura: Agrotecnologia Moderna na Produção e Comercialização de Hortaliças. Viçosa: UFV, 2000. 402p. (Capítulo 2)
1. Classificação pelas partes comestíveis:
	* vantagem: reune plantas que tem características comuns quanto à pós-colheita, e, frequentemente, também no aspecto agronômico.
	Hortaliças tuberosas: partes utilizáveis desenvolvem-se dentro do solo:
			Tubérculos: batata, cará
			Rizomas: inhame
			Bulbos: cebola, alho
			Raízes tuberosas: cenoura, beterraba, batata-doce, mandioquinha-salsa (=fiuza, batata-baroa), rabanete, rábano.
	Hortaliças herbáceas: partes utilizáveis suculentas e tenras, desenvolvendo-se acima do nível do solo:
			Folhas: alface, almeirão, chicórea, repolho, couve, couve-de-Bruxelas, acelga, couve- chinesa, espinafre europeu, espinafre da Nova Zelândia, taioba.
			Talos e hastes: aspargo, aipo, funcho, couve- rábano.
			Flores e inflorescências: couve-flor, couve- brócolos, "kailaan", alcachofra.
	Hortaliças-frutos: frutos ou pseudo-frutos colhidos imaturos ou maduros:
			Frutos imaturos: abóbrinha; quiabo, berinjela, jiló, ervilha-torta, ervilha tipo coração de manteiga1, ervilha de grãos verdes1, feijão-vagem, vagem-de-metro, pimentão (verde), milho-verde, milho-doce.
			Frutos maduros: abóboras, morangas, melancia, melão, morango2, pimentão (vermelho e amarelo); tomate.
	1 frutos colhidos imaturos, mas somente sementes são consumidas.
	2 pseudo-fruto
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2. Classificação baseada nas famílias botânicas:
	*vantagens: mais estável (partes comestíveis podem variar de uma região para outra); útil por agrupar gêneros em geral sujeitos aos mesmos problemas de doenças e pragas.
Principais famílias com espécies olerícolas:
	Alliaceae: cebola, cebolinha, alho, alho-porró
	Apiaceae (=Umbelliferae): cenoura, batata-baroa, aipo, funcho, salsa, coentro
	Asteraceae (=Compositae): alface, almeirão, chicória, endívia.
	
	Brassicaceae (=Cruciferae): couve-manteiga, couve-tronchuda, repolho, couve-flor, brócolos, couve-de-Bruxelas, repolho crespo, couve-rábano, couve-chinesa (=falsa acelga); mostardas; nabo; rabanete, rábano, agrião, rúcula.
	Cucurbitaceae: pepino, maxixe, melão, abóboras, abobrinhas, morangas, mogangos, melancia, chuchu.
	Fabaceae (=Leguminosae): feijão-de-vagem, feijão-de-lima (=falsa fava); ervilha; feijão-de-corda, vagem-de- metro; fava italiana.
	Solanaceae: batata, tomate, berinjela, jiló, pimentão, pimentas (não da do reino).
Nomes científicos e outras famílias: Consultar FILGUEIRA, Capítulo 2.
3. Outros critérios de classificação:
	3.1. Critério popular:
		- legumes
		- verduras
		(critério pouco preciso; excessivamente vago; deve ser evitado)
	3.2. Classificação pelas exigências climáticas:
		- pouco preciso, mas às vezes útil, especialmente para classificar cultivares da mesma espécie olerícola que diferem marcadamente quanto às exigências climáticas:
	alface, repolho, couve-flor, cenoura de verão
	alface, repolho, couve-flor, cenoura de inverno
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VARIEDADE E CULTIVAR
	Variedade: termo usado comumente em 2 acepções:
1. Variedade botânica: é uma unidade taxonômica para designar diferentes cultigenes de uma espécie altamente polimórfica. Embora plantas de uma mesma variedade botânica possam ser marcadamente diferentes do ponto de vista morfológico, fisiológico e agronômico, não há barreiras genéticas para o cruzamento entre diferentes variedades botânicas:
Brassica oleracea: espécie altamente polimórfica, com muitas variedades botânicas diferentes:
	B. oleracea var. acephala: couve-comum ou manteiga
	B. oleracea var. capitata: repolho comum e roxo
	B. oleracea var. gemmifera: couve-de-Bruxelas
	B. oleracea var. sabauda: repolho-Savoy (=repolho crespo ou de Sabóia)B. oleracea var. botrytis: couve-flor
	B. oleracea var. italica: couve-brócolos (=brócoli)
	B. oleracea var. gongylodes: couve-rábano
	B. oleracea var. alboglabra: "kailaan"
Beta vulgaris:
	Beta vulgaris var. conditiva: beterraba
	Beta vulgaris var. cicla : acelga verdadeira.
2. Cultivar: (do inglês cultivated variety) designa variedades cultivadas comercialmente (da mesma espécie ou variedade botânica):
		couve-flor cultivar Piracicaba Precoce,
		couve-flor cultivar São Joaquim
		tomate cultivar Santa Clara
		tomate cultivar Jessica F1
P.S.: Cultivar é substantivo feminino (a cultivar).
	Uma cultivar pode ser constituida por:
		a) Clone: população de indivíduos geneticamente identicos, obtida por sucessivas propagações vegetativas a partir de uma única planta de genótipo singular. Assim são as cultivares de plantas de propagação vegetativa em geral: alho, batata, batata-doce, morango, alcachofra.
			cultivar Bintje de batata = clone
			cultivar Achat de batata = outro clone
			cultivar Campinas de morango= clone
			cultivar Guarani de morango= outro clone
			cultivar Centenário de alho= clone
			cultivar Chonan de alho= outro clone
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		b) Linhagem ou Linha Pura: população de plantas geneticamente uniformes oriundas via semente verdadeira de uma planta homozigota. As cultivares de plantas autógamas (alface, tomate, feijão de vagem, ervilha) são comumente constituidas por uma única linhagem ou linha pura, ou então por misturas de linhagens muito semelhantes entre si:
		cultivar Santa Clara de tomate: linhagem
		cultivar Brasil-221 de alface: linhagem
		c) Populações de polinização aberta: grupos de plantas geneticamente diferentes entre si, mas com algumas características fenotípicas comuns, pelas quais podem ser diferenciadas de outras cultivares. Em geral, as cultivares de plantas alógamas constituem-se de populações:
	cenoura cultivar Brasília = população de indivíduos adaptados à cultura de verão.
		(
	cenoura cultivar Nantes = população de indivíduos adaptados à cultura de inverno.
		d) Híbridos (cultivares híbridas): conjunto de plantas obtido pelo cruzamento controlado de dois materiais parentais. Quando esses dois materiais parentais são linhagens homozigóticas , tem-se o híbrido simples- o tipo mais utilizado em hortaliças: e.g. repolho Kenzan, repolho Matsukaze, tomate Jessica, tomate Cynthia, pimentão Lígia, pimentão Magali. Mas também se utilizam:
		híbridos three-way: (AxB) x C
		híbridos duplos: (AxB) x (CxD)
O uso das cultivares híbridas na Olericultura:
O uso de cultivares híbridas vem adquirindo cada vez mais importância dentro da Olericultura, visando a aproveitar:
	a) a heterose (vigor de híbrido). Ex.: berinjela, pimentão.
	b) combinação da resistência a doenças dos dois pais (quando a resistência é conferida por alelos dominantes):
	Linhagem TSWV-547
	x
	Nemadoro
	resistente a vira-cabeça e Stemphyllium
	
	
	resistente a Verticillium, Fusarium 1&2, 
	
	
	
	nematóides
	
	
	
	
					 Híbrido F1
 		 (resistência a Verticillium, Fusarium 1&2, nematóides,
 vira-cabeça e Stemphyllium)
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	c) híbridos apresentam maior homeostase genética (maior estabilidade de produção em ambientes desfavoráveis):
	couve-flor de verão
	x
	couve-flor de inverno
	Piracicaba Precoce
	
	
	Terezópolis Gigante
	
	
	
	
		 Híbrido F1 de verão
 		 (melhor comportamento face a oscilações de temperatura 
 			entre dia e noite; menos suscetível a buttoning)
	d) maior uniformidade (especialmente quando se tratar de híbridos de linhagem):
	repolho híbrido Matsukaze (F1) mais uniforme do que repolho Louco (população).
	e) características inerentes ao uso de híbridos:
Tomates longa-vida:
	
	Características dos frutos
	Genótipos
	Conservação pós-colheita
	Coloração externa do fruto maduro
	
Classificação
	mutantes de amadurescimento (homozigotos) alcobaça (alc/alc) ou ripening inhibitor (rin/rin)
	> 90 dias 
	amarelo pálido 
	não comercial
	normal (+/+)
	( 7 dias
	vermelho
	comercial
	híbridos (+/alc ou +/rin)
	10-15 dias
	vermelho
	comercial, longa-vida
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hortaliças e interações com ambiente
O comportamento das diferentes hortaliças depende do:
		-Genótipo
		-Ambiente 	-temperatura
					-termoperiodicidade
					-intensidade luminosa
					-fotoperíodo (no horas de luz)
					-fertilidade do solo
					-adubação
					-altitude x latitude
					-água &-stress hídrico
					-umidade relativa
-Interações genótipo x ambiente (respostas diferenciais de genótipos aos diferentes ambientes).
FATORES AMBIENTAIS DE IMPORTÂNCIA
Temperatura - talvez o fator climático mais importante.
Cada espécie tem sua faixa de tempoeratura mais favorável à:	- germinação
									- emergência
									- crescimento
									- produção
Às vezes, diferentes cultivares da mesma espécie podem responder de maneira bastante diferente à temperatura .
cenoura 	-de verão: cv Brasília
		-de inverno: cv. Nantes
couve-flor	-de verão: Piracicaba Precoce, Shiromaru I e II, Verona, Ijaci
		-de inverno: Terezópolis Gigante, São Joaquim
alface	-de verão: Regina-71, Elisa
		-de inverno: White Boston
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A grosso modo, e sujeito a variações de cultivar para cultivar, pode-se classificar as hortaliças quanto às exigências de temperatura:
1) hortaliças de clima quente
	abóboras, morangas, pepino, melão, melancia, maxixe, chuchu
	batata-doce
	cará
	berinjela e jiló
	quiabo
	repolho de verão
	couve-flor de verão
	cenoura de verão
	alface de verão
	brócolos de verão
	milho verde
	milho doce
2) hortaliças de clima ameno (toleram temperaturas próximas, porém superiores a 00C)
	abobrinha italiana
	alface
	batata
	cebola
	couve-flor (de inverno)
	cenoura (de inverno)
	tomate
3) hortaliças de clima frio (toleram geadas leves)
	aipo
	beterraba
	alho
	aspargo
	brócolos de inverno
	repolho
Termoperiodicidade (variação de temperatura entre dia e noite)
	-necessária para boa produção de algumas culturas
		. tomate -necessária para boa frutificação
		. batata -necessária para tuberização
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Luz	-luminosidade
	-no de horas (fotoperíodo)
	
Luminosidade	
			-falta de luminosidade (intensidade luminosa) causa:
estiolamento
predisposição a doenças
menor pegamento(no caso de mudas)
			-boa luminosidade:
boa fotossíntese
boa produção em qualidade e quantidade:
			melão do Nordeste
 		batata em regiões de altitude
Fotoperíodo
	no de horas de luz
	depende de:- latitude
			- época (estação do ano)
Estados do Norte/Nordeste: próximos do Equador: aproximadamente 12 horas de fotoperíodo o ano todo
Rio Grande do Sul:	-inverno: 10 horas de luz por dia
	-verão:	14 horas de luz por dia
Algumas hortaliças são muito sensíveis ao fotoperíodo:
	- alho e cebola - : cada cultivar exige um númeromínimo de horas de luz para bulbificar.
De acordo com esse mínimo (fotoperíodo crítico), as cultivares de cebola podem ser mais ou menos tardias, e podem ou não ser plantadas em determinadas épocas e regiões.
Exemplos:
cebola ‘Pira-Ouro’:dias curtos (fotoperíodo crítico menor que 12 horas): adaptada a São Paulo
cebola ‘Pera Norte’: dias intermediários (fotoperíodo crítico entre 13,5 h-14,0 h): plantada no Rio Grande do Sul
cebolas européias/argentinas: dias longos (fotoperíodo crítico superior a 14 h): não formam bulbos no Brasil.
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ÁGUA
Hortaliças: grupo cultural mais exigente em água (H2O: mais de 90% do peso fresco da maioria das espécies olerícolas)
	Irrigaçãoé prática comum
Referências: 
Marouelli, W.A.; Silva, H.R.; Silva, W.L.C. Manejo da Irrigação de Hortaliças. EMBRAPA, CNPH; Brasília. Circular Técnica, 2. 1986 .12 p.
Ponto de murcha permanente:	0% H2O disponível (p.s: 0% de água disponível não quer dizer 0% de teor de H2O no solo)
	
	
água disponível
Capacidade de campo:	100% H2O disponível (teor máximo que o solo pode reter, antes de iniciar-se a perda de H2O livre)
	hortaliças
	hortaliças
	hortaliças
	tuberosas
	frutos
	herbáceas
	
	
	(folhosas)
------------------------->exigência crescente em água---------------->
Em geral, para hortaliças a H2O disponível não deve ficar abaixo de 60%.
Excesso de água	falta de aeração nas raízes	-doenças (especialmente bacterioses)
							-distúrbios fisiológicos
							-morte das plantas
Há períodos críticos onde a falta de água ocasiona queda pronunciada na produtividade:
. alface:		antes da colheita
. batata:		floração e tuberização
. melão/melancia:florescimento à colheita
. tomate:		florescimento e desenvolvimento dos frutos
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As necessidades de água variam de cultura para cultura, e durante as fases de uma mesma cultura.
QRN: 	quantidade real de água necessária (mm)
		quantidade de água que deve ser reposta ao solo pela irrigação
QTN: 	quantidade total de água necessária (mm)
		depende da: 	QRN
					eficiência da irrigação
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Ei = no decimal (Ei=1 =100% de eficiência de irrigação)
Em geral:
	Método de irrigação
	Eficiência (Ei)
	superficial (sulcos)
	0.6 ou menos
	aspersão (vários métodos)
	0.7 a 0.8
	irrigação localizada (e.g.: gotejamento)
	0.8 a 0.95
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nutrição e adubação das hortaliças
Referências:
Ferreira, M.E; Castellane, P.D.; Cruz,M.C.P. (eds.).Nutrição e Adubação de Hortaliças. POTAFOS, Piracicaba. 1993. 487p.
cFSEMG. Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais. 5a aproximação. CFSEMG, Viçosa. 1999. 359p.
	Nutrientes essenciais às plantas:
	
	
	N
	
	P
	macronutrientes
	K
	
	Ca
	
	Mg
	
	S
	
	
	
	B
	
	Zn
	
	Mo
	micronutrientes
	Cu
	
	Mn
	
	Fe
	
	Cl
Nitrogênio
. constituinte das proteínas (aminoácidos), bases nitrogenadas, aminas, amidas
. favorece	-crescimento vegetativo
		-número e tamanho das folhas
. em geral, é o 2o nutriente em quantidade extraída (perde para o K).
. excesso pode ser prejudicial:	 	predisposição às doenças: Phytophthora infestans em tomate
excesso de crescimento vegetativo compete com frutificação (exemplo: pepino, particularmente cv. monóicas).
Fósforo
. entra na constituição dos ácidos nucléicos (DNA, RNA,) e do ATP
. em geral, aplicação de P provoca boas respostas nas olerícolas:
. eleva produtividade
. melhora qualidade
. Nossos solos,em geral são pobres em P
Adubos fosfatados 	baixo índice de aproveitamento
			ocorre fixação: raramente adubação pesada com P é prejudicial.
			baixa mobilidade no solo
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Potássio (K)
. Funções: abertura e fechamento de estômatos; síntese de proteínas e carbohidratos
. absorvido em grandes quantidades
. no entanto, em geral há pouca resposta ao K em produtividade: a resposta é em geral em termos de qualidade:
. melhor sabor (tomate)
. contrabalança efeitos adversos do excesso de N
. excesso de K: prejudica absorção de Ca e Mg
Cálcio (Ca)
. constituinte de lamela média (pectatos de Ca); ativação enzimática
. exigido em grandes quantidades (+ do que de P)
. interage em outros elementos:
	com N: excesso de N ( prodridão apical no tomate
. Ca pode ser fornecido via:
			-calagem (forma de CaCO3
			-gessagem (forma de CaSO4): +solúvel
			-formulação de adubação: de plantio e/ou de cobertura
			-via foliar
Deficiências: 	-podridão estilar (apical) em tomate, pimentão e melancia
		-tipburn em alface: queimadura dos bordos das folhas
		
Magnésio
. constituinte de clorofila; ativador de enzimas
. deficiência comum em Solanáceas - clorose internerval
. Mg pode ser fornecido:-via calagem (calcário dolomítico)
				-via adubação foliar (sulfato de Mg)
				-adubação: de plantio e/ou de cobertura
Enxofre
. faz parte do grupo ativo de algumas enzimas e coenzimas; é constituinte de alguns aminoácidos (cisteína, cistina e metionina), e portanto de proteínas.
. alguns adubos (e.g. superfosfato simples) contém S.
. formulações	N-P-K altamente concentradas são deficientes em S: podem não suprir S adequadamente.
. fornecimento: 	-adubação: 	- de plantio
					- de cobertura
			-gessagem
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Micronutrientes
Apesar de exigidos em pequenas quantidades, alguns micronutrientes podem se tornar problemas para o cultivar, quer pela falta (deficiência) quer pelo excesso (toxidez):
	B:
	- necessário para transporte de carboidratos
	- deficiência comum em	couve-flor
					repolho
					tomate
	Mo:
	- necessário para fixação do N (em leguminosas); para redução do Nitrato (NO3-)
	- deficiência comum em couve-flor (sintoma: “chicote” e outras brássicas redução do limbo foliar).
	Cu: 
	- presente em enzimas da fotossíntese.
	- deficiência em casos específicos: alface plantada em baixadas turfosas (solo orgânico) - reduz peso e formação de cabeças
	Mn:
	-necessário à fotossíntese e metabolismo de ácidos orgânicos:
	-toxidez comum em brássicas (enrolamento das folhas, clorose internerval, manchas necróticas)
	Zn:
	-co-fator de enzimas
	-toxidez pode induzir deficiência de Fe
	Fe:
	-grupo ativo de enzimas; sistema de transporte de elétrons (citocromo, ferrodoxina)
	-deficiência é comum em solos calcários
	Cl:
	-necessário à fotossíntese
	-deficiência é rara; toxidez pode ser problema em áreas costeiras e de baixa precipitação.
Fontes de micronutrientes:
	B:	bórax
	Mo:	molibdato de sódio
	Mn, Zn: alguns fungicidas carbamatos (e.g. Mancozeb).
	Cu: fungicidas cúpricos
Frequentemente são também aplicados via adubação foliar.
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pragas, doenças e seu controle
Hortaliças:
	-bastante susceptíveis a um bom número de doenças e pragas.
	Doenças e pragas prejudicam:
		-produtividade
		-qualidade-e.g. -nematóides em cenoura
				-insetos de solo em batata e batata-doce
				-brocas e traça no tomateiro
Principais métodos de controle
1- Rotação de culturas
	.Evitar rotação com plantas da mesma família.
		.Exemplos de rotações recomendáveis:
	tomate
	(
	pepino
	(
	feijão-de-vagem
	Solanácea
	
	Cucurbitácea
	
	Leguminosa
	batata
	(
	batata-doce
	Solanácea
	
	Convolvulácea
	tomate
	(
	repolho
	Solanácea
	
	Crucífera
2- Controle Cultural
	Medida cultural de controle
	
	Exemplo:
	.desinfecção de ferramentas (facas, canivetes)
	
	para evitar transmissão de viroses de abobrinha, tomate
	.limpeza de implementos
	
	arados com torrões de solo podem levar nematóides para áreas onde previamente não eram problema
	.arranquio e queima de restos de cultura
	
	tomatal velho infestado de traça: arranquio e queima para evitar passagem para novas culturas.
	.limitações dos plantios a algumas épocas do ano
	
	plantio do tomate o ano todo: “reciclagem” das doenças e pragas
	.solarização e/ou inundação para desinfecção do solo
	
	uso na desinfecção de canteiros, estufas
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3- Controle Biológico
	-emprego de organismos antagônicos às doenças/pragas.
	Mais comum para pragas:
Trichograma spp.: para controle da taça do tomateiro (Scrobipalpuloides absoluta)
	.Inseticidas biológicos:
		e.g. Bacillus thuringiensis para controle de lepidópteros (Dipel).
4- Controle Ambiental (especialmente de temperatura e umidade)
			.irrigação:
				em excesso predispões a doenças, especialmente bacterioses.
				falta diminui produção e/ou qualidade(e.g. alface)
			.plantio em estufas
pode diminuir a incidência de doenças de folhas (porém, mau manejo,e.g., irrigação em excesso ou má circulação de ar pode até aumentar).
5- Controle Químico
		Uso de fungicidas, inseticidas e acaricidas
		Observar:
			-a- recomendações para cada doença/praga.
			-b- classe toxicológica:
				“I”=	extremamente tóxicos= rótulo vermelho
				“II”=	altamente tóxico= rótulo amarelo
				“III”=	medianamente tóxico= rótulo azul
				“IV”=	pouco tóxico= rótulo verde
			-c- efeito residual (tempo para desaparecer 95% do produto):
				organoclorados: vários anos (BHC: até 30 anos)
			-c- dosagem, número de aplicações e metódo de aplicação
			-d- precauções de uso (equipamento de proteção individual)
			-e- primeiros socorros (em caso de acidente)
			-f- advertências quanto à proteção ao meio-ambiente.
Referência:
ANDREI, E. Compêndio de Defensivos Agrícolas - Guia Prático de Produtos Fitossanitários para uso Agrícola. 4a edição. Organização Andrei Editora, São Paulo. 1993. 448p.
AGROFIT98 (Software preparado pela Coordenação de Fiscalização de Agrotóxicos-CFA, do Ministério da Agricultura), versão 2, 1998.
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6- Resistência Varietal
	Método mais duradouro e pouco oneroso
		.Batata-doce:
resistência varietal para controle a insetos de solo é mais eficiente do que controle químico em cultivares susceptíveis:
cultivar Brazlandia Roxa: resistência a danos de insetos de solo
cultivares Canuanã-676 (casca branca) e Palmas-826 (casca rosada): resistentes aos nematóides de galha Meloidogyne javanica e às raças 1, 2, 3 e 4 de M.incognita; moderadamente resistentes a insetos de solo
			Tomate:
	Cultivar
	resistências 
	susceptibilidade
	Kada
	-
	Fusarium raças 1 e 2
Verticillium
Stemphylium
nematóides
vira-cabeça
mancha pequena
	Santa Clara
	Fusarium raça 1
Verticillium
Stemphylium
	Fusarium raça 2
nematóides
vira-cabeça
mancha pequena
	Jessica Plus
	Fusarium raça 1
Verticillium
Stemphylium
vira-cabeça
	Fusarium raça 2
nematóides
mancha pequena
	Jessica Star
Bônus
	Fusarium raça 1
Stemphylium
Verticillium
vira-cabeça
nematóides
mancha pequena
	Fusarium raça 2
	Cynthia
	Fusarium raças 1 e 2
Verticillium
Stemphylium
vira-cabeça
	nematóides
mancha pequena
7- Controle Integrado
.faz uso de combinações de vários métodos
.baseia-se no conhecimento do nível de dano econômico, nem sempre disponível para todas as hortaliças
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interações genótipo x ambiente 
As interações genótipo x ambiente existem quando as respostas dos diferentes genótipos aos diferentes ambientes não são análogas (ou paralelas).
produtividade
e/ou 
qualidade
	
	Ausência de interação genótipo x ambiente
	 cultivar 1
	
	
	Fácil de recomendar a melhor cultivar 
(é sempre a cultivar 1).
	 cultivar 2
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	 A1 A2
	
	ambiente
	
Contudo, são muito frequentes também na Olericultura as situações onde há interações genótipo x ambiente:
produtividade
e/ou 
qualidade
	
	Há interação genótipo x ambiente (retas não paralelas), mas ela é simples, pois a classificação das cultivares não é alterada nos diferentes ambientes.
	cultivar 1
	A cultivar 1 neste caso é sempre superior à cultivar 2 (mas existe interação porque esta superioridade é mais evidente no pior ambiente-A1).
	 cultivar 2
	
	
	
	
	
	
	
	 A1 A2
	
	ambiente
	
�
produtividade
e/ou 
qualidade
	
	Há interação complexa, pois a classificação das cultivares depende do ambiente
	 cultivar 1
	Cultivar l é melhor no ambiente A1 , mas é a pior no ambiente A2 
	
	
	
	
	 cultivar 2
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	 A1 A2
	
	ambiente
	
meios de atenuar o efeito das interações genótipo x ambiente
1) Identificar ou criar cultivares específicas para cada ambiente.
Em muitas espécies olerícolas, normalmente de clima ameno ou frio, foram criadas cultivares adaptadas ao verão:
alface 	- tradicionalmente, de inverno: cv. White Boston
		- de verão: Brasil-221, Regina, Elisa
couve-flor 	- tradicional/e , de inverno: cv.Terezópolis Precoce Terezópolis Gigante
			- de verão: Piracicaba Precoce ;híbridos Shiromaru I e II,Verona, Ijaci
cenoura 	- tradicional/e de inverno: cv. Nantes
			- de verão: Brasília, Carandaí
cebola 	- de dias intermediários (fotoperíodo (l3 horas): Pera Norte (adaptação: RS)
		- de dias curtos: 	Pira Ouro -adaptação a São Paulo
 					IPA 6 - adaptação ao Nordeste
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2) Zoneamento ecológico
. são agrupados ambientes ecologicamente semelhantes em sub-regiões dentro das quais a interação passa a não ser significativa.
. formalmente, não é empregado no Brasil para hortaliças
.. mas, informalmente, é até bastante utilizado:
cebola e tomate industrial: - no Norte de Minas (Vale do São Francisco), adotaram-se de início as recomendações do Nordeste (Vale do São Francisco)
cebola em Lavras: adota-se a recomendação de São Paulo (São José do Rio Pardo, por exemplo).
3) Identificação de cultivares com maior estabilidade fenotípica:
	
	
verão
	
inverno
	meia estação (verão/outono)
	couve-flor de verão Piracicaba Precoce (o.p.)
	boa cabeça
	“buttoning” e florescimento
	“buttoning”e florescimento
	couve-flor de inverno Terezópolis Gigante (o.p.)
	não forma cabeça ou forma cabeça de má qualidade
	cabeça excelente
	cabeça de má qualidade
	couve-flor híbrida de
verão 
Piracicaba x Terezópolis
(ou similares)
	cabeça excelente
	cabeça pequena e florescimento
	cabeça excelente
	
	
verão
	
inverno
	meia estação (verão/outono)
	repolho de inverno tradicional
	não forma cabeça
	forma cabeça
	forma cabeça
	repolho híbrido de verão (e.g. Master)
	forma cabeça
	pode florescer
	forma cabeça
	repolhos híbridos japoneses atuais
	formam cabeça
	formam cabeça
	formam cabeça
O melhoramento genético, através de novas cultivares híbridas ou não, tem contribuído para melhor adaptação das hortaliças aos mais diversos ambientes
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propagação de hortaliças
Propagação - 
	assexual ou vegetativa 
	sexual ou seminal (via semente)
1. Propagação assexual ou vegetativa
propágulos são partes da planta diferentes de suas sementes verdadeiras
	Espécie olerícola
	Propágulo
	agrião 
	talos (estacas caulinares)
	alcachofra
	rebentos
	alho
	bulbilhos
	batata-doce
	ramas, mudas
	batata
	tubérculos
	cará
	tubérculos
	inhame
	rizoma
	couve-manteiga
	estacas axilares
	morango
	mudas (da ponta dos estolhos)
	mandioquinha-salsa
	rebentos
	Em geral, cultivares de plantas de propagação vegetativa são clones (geneticamente uniformes).
	Com as sucessivas multiplicações, os clones podem ir acumulando doenças crípticas, notadamente viroses, que causam “degenerescência” dos clones (“envelhecimento”).
	Para recuperar o vigor/produtividade dos clones, é preciso então promover o “rejuvenescimento”, ou limpeza clonal.
	A limpeza clonal geralmente é feita pelo processo de cultura de meristemas (associada ou não a outros métodos, como a termoterapia) seguido de indexação e multiplicação rápida in vitro os clones limpos. É bastante bastante utilizada na prática em batata, morango. Tem sido executada com sucesso (mas ainda não muito utilizada comercialmente no Brasil) em alcachofra, alho, mandioquinha-salsa, batata-doce.
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2. Propagação via sexual ou seminal (via sementes)
	Sementes podem ser semeadas diretamente no localdefinitivo (semeadura direta), ou então utilizadas na produção de mudas para posterior transplante.
	Algumas hortaliças são quase que obrigatoriamente plantadas via semeadura direta. Ex: cenoura (transplante :danos ao sistema radicular ( raízes deformadas).
	Outras são plantadas em geral via semeadura direta, por serem intolerantes a danos ao sistema radicular: Exemplos:cucurbitáceas (pepino, melão, abóboras, melancia). Contudo, podem ser transplantadas se o transplante não for de raíz nua (ex: copinhos, mudas de bandejas).
	Em outras espécies ainda, tranplantar ou não é apenas uma questão de economia. Exemplo: tomate industrial (rasteiro), cebola
	Quando se utiliza o transplante, as sementes são utilizadas na formação de mudas (em sementeiras, viveiros, copinhos ou bandejas). As mudas é que vão então para o local definitivo.
Esquemas utilizados no transplantio
a) mudas em sementeiras:
	sementes ---------formação da muda 
	
	transplante (raiz nua)
	sementeira
	----------
	campo
b) mudas em viveiros
	sementes(
	mudas 1a folha definitiva
	
	repicagem (
	ponto de transplante
	
	transplante da muda 
(muda de torrão com ferimentos ou de raiz nua)
	sementeira
	-----
	viveiro
	-----
	campo
c) Mudas em copinhos (de jornal ou sanfonados)
	sementes ---------formação da muda 
	
	transplante (com torrão sem ferimentos)
	copinhos de papel
	----------
	campo
d) Mudas em bandejas
	sementes ---------formação da muda 
	
	transplante (com torrão sem ferimentos)
	bandejas de isopor
com substrato artificial
	----------
	campo
�
Sementeiras 
- em geral, canteiros feitos com o solo do próprio local, ao qual se adicionam outros materiais de maneira a melhorar suas propriedades físicas e químicas.
Preparo do leito: 
	Material
	por m2de sementeira:
	Esterco de curral (curtido e peneirado)
	15 a 20 litros
	Superfosfato simples
	150 a 200 gramas
	Cloreto de Potássio 
	20 a 50 gramas
	
	
	ou
	
	
	
	Esterco de curral
	15 a 20 litros
	Adubo 5-10-5
	200 a 300 gramas
Podem se adicionar também outros materiais:
.terriço de mata (bastante fértil)
.areia (adicionar em solos excessivamente argilosos, para melhorar drenagem e arejamento)
Em terrenos infestados com patógenos, insetos, nematóides e ervas daninhas, recomenda-se fazer a fumigação com brometo de metila (30 a 50 ml para cada m2 de canteiro, admitindo-se uma profundidade de 30 cm no canteiro para fins de esterilização).
Semeadura: em sulcos transversais, em geral marcada por um sulcador superficial de ripas; em geral, os sulcos estão distanciados 10-15 cm entre si.
Profundidade de semeadura é aproximadamente 1 cm para sementes pequenas como as de alface, cebola, repolho, couve-flor. (regra prática: 2,5 a 3 vezes o maior comprimento da semente)
Densidade de semeadura: 3-4 g. sementes/m2 de canteiro (há necessidade de se desbastar o excesso).
Viveiros
. utilizados apenas para algumas espécies (tomate, brássicas), mas caindo cada vez mais em desuso.
. não há muita vantagem neste sistema: a maior seria a uniformização das mudas, em caso de germinação irregular.
.desvantagens: maior tempo para formação de muda; maior manipulação da muda (repicagem: possibilidade de transmissão mecânica de doenças)
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Copinhos de jornal (com fundo) ou sanfonados (sem fundo)
Vantagens:
	.menos desbaste (melhor aproveitamento das sementes)
	.mudas de torrão resistem melhor ao transplante
	.menor tempo para formação de mudas
Exemplos de Substrato para copinhos:
	
	materiais utilizados na mistura
	Tipo de solo
	Solo peneirado
	+
	Esterco de curral
(curtido e peneirado)
	+
	Adubo mineral
	Solos mais pobres
	1 volume
	+
	1 volume
	+
	30 g/litro super simples
	Solos mais férteis
	2 volumes
	+
	1 volume
	+
	40 g/litro de 4-16-8
Mudas em bandejas
Substrato artificial:
	em geral, mistura industrial
	cascas de Pinus sp. ou casca de eucalipto compostada
	à base de :
	+vermiculita
	
	+adubo mineral
à qual pode se adicionar casca de arroz carbonizada.
Bandejas de isopor vem em vários tamanhos de células:
(as dimensões externas de comprimento e largura não variam)
	128 células: a maioria das hortaliças
	200, 242 ou 288 células: alface e outras folhosas
Princípio da poda aérea:
raiz pivotante encontra orifício de drenagem da célula (baixa umidade relativa)( pára de crescer na vertical (“poda aérea”) ( crescimento de raízes laterais é estimulado ( boa formação de torrão: muda pronta para o transplante.
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Vantagens da formação de mudas em bandejas:
	-sistema mais livre de patógenos
	-melhor aproveitamento de sementes (inclusive de híbridos 	sementes caras)
	-permite semeadura automática (em alguns casos, com sementes peletizadas)
	- reduz ou elimina mão-de-obra com desbaste
	-pouco espaço (100 m2 (360 bandejas)
		com bandejas de 128 células: 360 x 128= 46.080 mudas 
							(suficientes para 3 ha de tomate)
		com bandejas de 288 células: 360 x 288= 103.680 mudas 
							(suficientes para mais de 1 ha de alface)
	-nenhum dano ao sistema radicular: pode ser empregado para espécies mais problemáticas, como cucurbitáceas.
Volumes de substrato necessários para encher bandejas:
	Tipo de bandeja
	Volume total de substrato necessário para enchimento
	Volume de substrato por célula
	72 células
	7400 ml
	102.8 ml
	128 células- 7cm prof.
	4500 ml
	 35.2 ml
	200 células
	4300 ml
	 21.5 ml
	242 células
	3300 ml
	 13.6 ml
Para algumas espécies (alface e folhosas em geral), vários tipos de bandejas podem ser utilizados (em geral, as de 128, 200, 242 ou 288 células). De modo geral, bandejas menores produzem mudas aptas para o transplante mais precocemente, porém o ciclo da cultura após o transplante (ou seja, o tempo até a colheita) aumenta.
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PRODUÇÃO DE SEMENTES DE HORTALIÇAS
Produção de sementes
- área especializada dentro da Olericultura
- produção de sementes é frequentemente bastante diferente da produção da hortaliça comercial (ex: alface, repolho, couve-flor, cebola, cenoura).
Orientações gerais para a produção de sementes de hortaliças
1 - Local e época para produção de sementes
- leva-se em conta principalmente a fisiologia da planta e reação a patógenos.
	Regiões áridas e semi-áridas, ou então com período seco bem definido (ex: cerrado): ótimas para produção de sementes de feijão-de-vagem livres de antracnose, ou de ervilha livres de Ascochyta spp.
	Cenoura, cebola, repolho ( exigem frio para florescer ( escolher regiões e épocas que permitam vernalização sob condições de campo (ex: Rio Grande do Sul); caso contrário, há necessidade de vernalização artificial de bulbos ou raízes em câmaras frias, como é o caso da cebola e cenoura, respectivamente.
2. Isolamento:
	- para evitar cruzamentos indesejáveis ou misturas varietais.
espécies autógamas: alface, feijão de vagem, tomate ( distância de poucos metros entre cultivares.
espécies alógamas: milho doce, couve-flor, repolho, brócolos, cebola, cenoura( distância de algumas centenas de metros.
3. Qualidade do lote de semente básica
Semente básica deve ser livre de patógenos transmissíveis pela semente.
Exemplos dessas doenças:
-Ascochyta em ervilha
-Antracnose do feijão de vagem
-Alternaria radicina em cenoura
-Alternaria em brássicas
-vírus do mosaico da alface
-bacterioses (cancro bacteriano, Xanthomonas vesicatoria e Pseudomonas syringae pv. tomato) em tomate.
Além da sanidade, o lote de semente básica deve ter alta porcentagem de germinação e vigor, para que a emergência seja uniforme e assim também a colheita.
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4. “Roguing”
	Eliminação de plantas		- doentes
					- fora do tipo varietal
	Finalidade: manter a sanidade e pureza varietal.Geralmente são feitas 2 a 3 inspeções no campo, uma das quais em geral por ocasião do florescimento.
5. Controle de ervas daminhas
 - visa a:	-eliminar competição das hortaliças com ervas
		-manter lotes de sementes livres de sementes de ervas daninhas.
6. Controle de pragas e doenças
- visa a evitar comprometimento da produção de sementes, quer em qualidade quer em quantidade.
7. Polinização	
	-autógamas: em geral não necessitam de agentes de polinização externos
	-alógamas: exigem cuidados com agentes polinizadores, especialmente as de polinização entomófila (cenoura, cebola, brássicas, cucurbitáceas):
- evitar inseticidas por ocasião do florescimento
- usar inseticidas específicos para as pragas que se quer controlar (e.g: pirimicarb combate pulgões, mas não afeta abelhas)
- colocar colmeias nos campos de produção
8. Reconhecimento das diferenças entre produção de sementes e produção de hortaliça comercial
Em arroz, feijão, soja, não há razão pela qual quantidade e qualidade de sementes produzidas não possam andar juntas.
Já em hortaliças, alguns genótipos desejáveis podem ser justamente os piores produtores de sementes. Exemplos:
Alface: algumas boas cultivares são piores produtoras de sementes do que cultivares obsoletas.
Couve-flor: cabeças compactas são desejáveis comercialmente, mas produzem menos sementes do que as cabeças pouco compactas.
Em virtude dos cuidados que se tem de selecionar plantas de boa qualidade comercial, a produção de sementes pode ser mais baixa e, portanto, mais cara.
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Produção de Sementes Híbridas F1
	Nos últimos anos, tem crescido no Brasil o uso de cultivares híbridas F1 para algumas espécies de hortaliças: berinjela, repolho, tomate, pimentão, couve-flor, cebola, morangas, pepino, melão.
	Isto porque os híbridos podem apresentar vantagens em relação às cultivares não híbridas:
a- heterose (maior produtividade)
b- maior uniformidade
c- homeostase genética
d- precocidade
e- maior resistência a pragas e doenças
	A produção de sementes híbridas exige conhecimentos específicos sobre cada linhagem parental, e também exige práticas de controle de polinização em pelo menos uma delas para que se assegure realmente a obtenção de sementes híbridas F1, e não de sibs (contaminantes, sementes não híbridas).
	Em muitas espécies, esse controle de polinização é feito mediante a emasculação manual de cada botão floral da linhagem materna (A), seguido por polinização também manual com pólen retirado da linhagem paterna (B). Exemplos: berinjela, tomate, pimentão
	Em outras espécies, faz-se uso de linhagens macho-estéreis (cebola, cenoura), ou de linhagens auto-incompatíveis (brássicas: couve-flor, repolho, brócolos).
	A semente híbrida geralmente é vendida a preços bastante superiores ao das cultivares não híbridas da mesma espécie:
abobrinha, pepino: preço do F1= três vezes o preço da cultivar de polinização aberta.
couve-flor, tomate, pimentão: preço do F1 = 10 até 30 vezes mais o preço da polinização aberta.
Apesar de aparentemente caras, em geral as vantagens de um bom híbrido justificam o seu uso.
Tome-se o exemplo a seguir:
	
Cultivar de pimentão
	
US$/kg sementes
	Gasto com sementes (=120g/ha)
(US$/ha)
	Ikeda (polinização aberta)
	 100.00
	 12.00
	Lígia (híbrido)
	2500.00
	300.00
	Gasto adicional com uso do híbrido: $288.00/ha
	Admitindo preços de aproximadamente $7.00/caixa (11 kg/caixa), o híbrido se pagaria com uma produção extra de: $288/7( 41 caixas/ha= 451 kg/ha ou menos de 0,5 t/ha
�
Mas qual a produção real (dados Lavras, 1994):
	Ikeda (pol.aberta)
	32 t/ha
	
	Lígia (híbrido)
	45 t/ha
	( 13 t/ha ou 1181 caixas/ha a mais do que Ikeda
O híbrido seria vantajoso com 0.45/32.00= 0.014= 1,4% a mais de produção, mas sua real vantagem é de 13/32= 0.406= 40,6% a mais (sem contar que seu frutos são maiores e portanto têm melhor classificação comercial).
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PLASTICULTURA
Referências sobre produção de hortaliças em estufas plásticas:
- Vídeo-Cassete: Produção de Hortaliças em Estufas
Bibliografia:
	CERMEÑO, Z.S. Estufas-Instalações e Manejo. Lisboa, Litexa Ed. 1990. 355p.
	CERMEÑO, Z.S. Prontuário do Horticultor. Lisboa, Litexa Ed. 1988. 408p.
	SALVETTI, M.G. O polietileno na agropecuária brasileira. São Paulo, Poliolefinas. 3a ed. 1985. 153p.
	SGANZERLA, E. Nova Agricultura. Esteio, Plasticultura Gaúcha, 4a ed. 1991. 303p.
	SOUZA, J.A.; SOUZA, R.J.; COLLICCHIO, E.; GOMES, L.A.A.; SANTOS, H.S. Instruções Práticas para Construção da Estufa modelo “Ana Dias”. Lavras, ESAL/COORDEX. 1994. 19p. (Circular Ano III, número 17).
	YOSHIMURA, A.; YOSHIDA, A.; JAMPANI, M.G. Plasticultura- uma nova Tecnologia. 1995. 78p. (Apostila mimeografada)
�
cultura da alface
Lactuca sativa L.
1. Origem
	A alface foi domesticada há milênios, na bacia do Mediterrâneo, e era cultivada pelos gregos desde 500 A.C.
	Já na Idade Média, na Europa, conheciam-se os principais tipos hoje cultivados.
2. Botânica e Cultivares
	2.1.- Família Compositae (=Asteraceae):
-alface Lactuca sativa 
-chicória Cichorium endivia
-almeirão Cichorium intybus
Características da Planta de alface
	- planta anual, herbácea
	- folhas formam rosetas em um caule curto, podendo formar ou não cabeças;
	- cor	
	cor:
	verde clara
	(cor preferida no Brasil
	
	verde escura
	
	
	margens arroxeadas
	(pouco importantes no Brasil
	
	totalmente arroxeadas
	
	2 fases:
	crescimento vegetativo:
	da semeadura até o ponto comercial (60-90 dias).
	fase reprodutiva:
	alongação da haste floral, florescimento e produção de colheitas
	O fim da fase de crescimento vegetativo/ início da fase reprodutiva é marcado pela formação de látex (o que provoca gosto amargo). Isto é estimulado por temperatura maior que 20oC.
	Sistema radicular: raiz pivotante, curta, muito ramificada, explora apenas 25 cm de solo.
	Planta autógama (menos que 1% de polinização cruzada): cultivares são geneticamente linhas puras.
	Sementes: frutos secos (aquênios), com dormência de aprox. 2 meses.
	Quebra de dormência: frio úmido:
			-envolver as sementes em pano úmido
			-colocar em geladeira por 2-3 dias (4oC), depois plantar.
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	2.2 - Classsificação de Cultivares quanto ao tipo de folhas
		-considerando o aspecto das folhas 	-lisas
							-crespas
		-considerando a formação ou não de cabeça repolhuda.
		2.2.1 - Grupo 1: repolhuda lisa ou repolhuda manteiga :
 folhas lisas, tenras, suculentas, com aspecto oleoso, formando cabeças repolhudas, compactas.
 é o principal grupo comercial no Brasil.
	Cultivares:
	-White Boston (=Sem Rival)
	
	
	-Brasil-48
	
	
	
	-Brasil 202
	criadas pelo IAC; resistentes
	
	
	-Brasil 221
	ao mosaico e ao calor
	
	
	-Brasil-303
	
	
	
	-Floresta
	
	
	-Áurea
	
	
	- Vivi
	
	
	
	-Regina
	resistentes ao mosaico e
	
	
	-Glória
	bastante resistentes ao calor
	
	
	-Elisa
	
	
		2.2.2. - Grupo 2: repolhuda crespa (= ‘americana’)
		-folhas crespas, embricadas, crocantes, formando cabeça repolhuda, compacta.
		-é o principal tipo nos U.S.A; no Brasil é também conhecida como americana
		-Cultivares 	-Great Lakes
				-Salinas
				-Mesa 659
				- Lucy Brown
				- Lorca
		2.2.3. - Grupo 3: alface de folhas lisas
		-folhas soltas, lisas, tenras, não formando cabeça tipo repolhuda
		-Cultivar: Babá de Verão
		2.2.4. - Grupo 4: alface de folhas crespas
		-folhas soltas, crespas, consistentes, não formando cabeça tipo repolhuda
		-Cultivares:	-Grand Rapids
				-Brisa
				-Verônica
�
		2.2.5. - Grupo 5: tipo romana (=“cos”)
		-folhas alongadas, duras, com nervuras claras e protuberantes; formam cabeça fofa, 
		Cultivares:	Gallega
				Romana
				Paris IslandCos
	Todas as alfaces de maneira geral se comportam bem sob termperaturas amenas (temperaturas noturnas menores que 15oC). Sob dias longos e temperaturas altas (maiores que 20oC), as alfaces tendem a reduzir o ciclo vegetativo, não produzindo cabeças de qualidade e passando rapidamente á fase reprodutiva (produção de látex, pendoamento e florescimento).
	As cultivares diferem na tendência de florescer precocemente sob condições de temperatura elevada. Em geral, denominam-se “de verão” as cultivares de pendoamento lento, e “de inverno” as de pendoamento rápido.
	Cultivar
	Resistência/pendoamento
	Classificação
	White Boston
	baixa
	“de inverno”
	Brasil -202
Brasil- 221
Brasil- 303
	média
	“de verão”
	Elisa
	alta
	“de verão”
	Vivi
	alta
	“de verão”
	Regina
	alta
	“de verão”
	Grand Rapids
	baixa
	“de inverno”
	Verônica
	alta
	“de verão”
	As cultivares “de verão”podem ser plantadas o ano todo. As “de inverno”, produzem cabeças bem formadas apenas sob temeperaturas amenas. Algumas cultivares bastante plantadas no verão, como a Grand Rapids, na verdade, não são bem adaptadas a esta estação.
3.Épocas de Plantio
Melhor época: Outono/Inverno
Regiões com altitudes maiores que 800m:
	-plantio o ano todo
	-escolher cultivares apropriadas para as épocas do ano.
Regiões com altitudes iguais ou menores que 400m:
	-evitar os meses mais quentes
	-escolher cultivares de acordo com a época
�
4. Propagação
	Método de transplantio tradicional
	Semeadura Direta
	Transplantio de mudas de bandeja
	4.1. Método de transplantio tradicional
		Semeadura: sementeira por 20 - 30 dias( transplante para canteiro definitivo
		Preparo da sementeira:
		adubação por m2:
			20 litros de esterco de curral (ou 10 litros de esterco de aviário) 
				+ 
			100-200g super simples
		-semear em sulcos distantes 10cm, com 0,5 cm de profundidade
				 2-3g. de sementes/m2
				600g. de sementes( 200-300m2 sementeira (plantio de 1 ha
		Transplante para canteiros: 
			20-30 dias após semeadura (mudas com 4-6 folhas (altura 8-10 cm)
			Espaçamentos utilizados: -25 x 25 cm
							 -30 x 30 cm:	série Brasil, Grand Rapids
							 -40 x 30 cm:	repolhuda crespa (americana)
			Profundidade: colo da planta ao nível do canteiro.
	4.2. Semeadura Direta
		-Foi de grande interesse nos cinturões verdes
		-Vantagem: -redução no ciclo (não há choque no transplante).
		-Desvantagem
			- maior gasto com sementes (4 kg/ha)
			-uso menos intensivo do solo durante os primeiros 20-30 dias.
		-Semeiam-se as sementes em excesso, e depois se desbasta. A necessidade de desbaste é menor quando se usam sementes peletizadas (isto é, sementes encapsuladas em “pílulas” de calcário, hiper-fosfato, argila e similares).
		-Espaçamento: semelhante ao método anterior.
	4.3. Transplante de mudas formadas em bandeja (mudas com torrões)
		-também despertando bastante interesse
		-sementes 	- comuns
				- peletizadas
		Vantagem: 	
			- redução no ciclo (também não há choque de transplante)
			- uso intensivo de área
			- possibilidade de uso de semente peletizada (apenas 1 semente/célula)
�
		- Bandeja de isopor com 242 células ou 128 células
		- Susbstratos: artificial e poroso (sem areia ou solo)
		- Substratos utilizados: 
			- casca de Pinus + vermiculita + adubo
			- composto curtido e peneirado
			- casca de arroz carbonizada, em mistura com outros substratos
5. Solos
Pelo ciclo curto e sistema radicular superficial, o solo deve ser bem preparado: aração, gradagens e enxada rotativa.
Solo Ideal: 	-pH 6.0-6.8 (-(fazer calagem para correção de pH e fornecimento de Ca)
		-arenoso-argiloso, solo rico em M.O. boa fertilidade.
6. Adubação (orientações gerais)
	6.1. Adubação de plantio
	esterco de curral 10 - 20 litros/m2
		+
	superfosfato simples 100 - 150 g/m2
	 ou
	150 g/m2 4-14-8 ou 4-16-8
	6.2. Cobertura
		Com N	: 1a cobertura: 8 - 10 dias após transplante
				+
			 3 ou 4 aplicações, a cada 10 - 15 dias (dependendo do ciclo e cultivar)
			 (maior exigência: 30 - 50 dias período de formação de cabeças)
		
	Adubos N (15 - 20 g de adubo/m2-) 	-sulfato de amônio
						-nitrocálcio
						-uréia
	Pulverizações foliares: uréia 1% (a cada 5 dias).
�
Resposta à adubação:
	N	-aumento de produtividade
		-maior peso médio de cabeças
		-folhas tenras e suculentas
	P	-aumento de produtividade
	K	-usar apenas em solo com baixa disponibilidades. 
(20 g/m2 de cloreto de potássio, ou ainda a dose de 4 - 14 - 8 aplicada no plantio já fornece o suficiente).
7. Tratos Culturais
	7.l. Irrigação
		Indispensável, porque a alface tem sistema radicular bastante superficial.
		Suprimento adequado de água:	- folhas tenras e suculentas
							- cabeças maiores
		Melhores resultados são conseguidos mantendo-se mais de 80% de água disponível no solo. A irrigação é, em geral, por aspersão, embora também se possa irrigar por infiltração (sulcos), em cujo caso os canteiros devem ser mais estreitos. Em estufas, o método preferido é o de gotejamento.
	7.2. Controle do Mato
8. Colheita e Comercialização
Ponto ideal de colheita:-máximo crescimento vegetativo
				-folhas tenras, suculentas
				-antes do início do alongamento da haste floral
				-em geral, 70-90 dias após semeadura.
Preços mais baixos:	-julho-agosto-setembro (inverno)	-maior oferta
Preços mais altos:	-dezembro-janeiro-fevereiro-março (verão)	-menor oferta
Comercialização:
	Varejo: (feiras, supermercados):	- por cabeça
	Atacado: engradados no 3
			dimensões internas:	-comprimento: 60cm
						-largura: 45cm
						-altura: 36cm
�
	
	
	cv. Grand Rapids
folhas crespas, soltas, sem cabeça
	alface tipo americana
folhas crespas, com cabeça
	
	
	cv. Babá
folhas lisas, soltas, sem cabeça
	cv. Brasil 303
folhas lisas, com cabeça
�
	
	
	alface tipo romana
	alface tipo Lollo Rossa
	
	
	alface roxa 
	'celtuce' (alface de talo)
�
cultura da beterraba
Beta vulgaris var.conditiva
Família: Chenopodiaceae
		Beterraba:		Beta vulgaris var.conditiva
		Acelga verdadeira:	Beta vulgaris var.cicla
		Espinafre europeu:	Spinacea oleracea
Beterraba: Características da planta:
. planta típica de clima temperado
. melhor crescimento vegetativo: temperatura entre 10 e 20oC
. bastante tolerantes a baixas temperaturas e geadas
. parte comercial: raiz tuberosa, formato globular, coloração vermelho-escuro
. folhas: alongadas, verdes, com nervuras e pecíolos vermelho-escuros 
. cultura de verão:
	- não há cultivares adaptadas
	- destruição prematura da folhagem: Cercospora(baixa produtividade
	- baixa qualidade da raiz	-raiz mais clara
					-raiz menos doce
Sementes
“Semente”= glomérulo (aglomerado de frutos, com 2 a 4 sementes)- aspecto corticoso.
Cultivares (todas importadas) 
	Early Wonder (=Wonder Precoce)	mais plantada (várias firmas sementeiras)
	Detroit Dark Red
Propagação:
-transplante, via mudas (beterraba tolera transplante, desde que não haja dano à raiz principal).
ou
-semadura direta
Transplante: Método mais utilizado
	mudas: (transplantadas com 6-8 folhas (15 cm de altura), a partir de sementeiras- 30 dias após semeadura.
	.pode haver mais de l muda por glomérulo.
	.devem ser transplantadas no nível em que se encontravam nas sementeiras
	.ciclo (semeadura à colheita): 80 a 100 dias. Gasto de sementes = 4kg/ha
	. atualmente, já se faz também a produção de mudas em bandejas; o consumo de sementes é menor e o ciclo também.
�
Semeadura direta
. 1 a 2 glomérulos semeados a cada 5 cm
. necessário fazer desbaste (pois cada gloméruloorigina em geral mais de uma planta)
Vantagens:
	maior precocidade: 	20 - 30 dias mais precoce (60 - 70 dias da semeadura à colheita)
	menor dano à raiz
Desvantagens:	maior gasto de sementes: 10 kg/ha
		menor stand
Outros tipos de sementes: 	descortiçadas 
				peletizadas
Exercício Prático:
Preparar ficha técnica sobre a cultura da beterraba.
�
cultura das cucurbitáceas
A família das cucurbitáceas compreende um grande número de espécies cultivadas como hortaliças, entre as quais:
	Abóboras, morangas, mogangos, gerimuns, abobrinhas
	Cucurbita spp.
	Cucurbita moschata
Cucurbita maxima
Cucurbita pepo
	Pepino
	Cucumis sativus
	
	Melão
	Cucumis melo
	
	Maxixe
	Cucumis anguria
	
	Melancia
	Citrulus lanatus
	
	Chuchu
	Sechium edule
	
	Abóbora dágua, cabaça
	Lagenaria spp.
	
	Bucha
	Luffa spp.
	
	Croá
	Benincasa spp.
	
Características Gerais das cucurbitáceas (há exceções):
- espécies anuais, rastejantes ou trepadoras (exceção: chuchu - perene).
- caule herbáceo, com vários ramos primários, os quais, por sua vez, emitem ramos secundários
- apresentam gavinhas para fixação da planta ao solo ou a algum suporte (exceção: abobrinha de moita)
- expressão de sexo: plantas em geral monóicas (pepino, melancia, abóboras, maxixe, chuchu), ou andromonóicas (melão). Há muitas variações, especialmente em pepino e melão.
	monóicas
	flores masculinas e femininas na mesma planta
	andromonóicas
	flores masculinas e hermafroditas na mesma planta
(flores femininas e hermafroditas se distinguem das masculinas pela presença de ovário cujo formato lembra o do fruto, e pelo pedúnculo mais curto).
- espécies são alógamas (de polinização cruzada), de polinização entomófila: necessitam de abelhas para polinização e frutificação (há exceções: pepinos partenocárpicos).
- fruto: pepônio mais ou menos suculento, contendo dezenas a centenas de sementes (exceção: chuchu - uma única semente).
- plantas de clima ou época quente, sensíveis ao frio e à geada.
- preços em geral maiores no inverno (menor oferta).
�
- plantas intolerantes a danos ao sistema radicular:
	-em geral, semeadura direta
	
	-quando transplantada, não deve haver danos ao sistema radicular
	
: mudas em copinhos
	
	: mudas em bandejas
Principais Doenças das cucurbitáceas
Oídio (fungo Erysiphe cichoracearum-Sphaeroteca fuliginea)
	mofo branco, pulverilento
	favorecido em tempo seco
Míldio (fungo Pseudoperonospora cubensis)
	favorecido por alta umidade relativa
	manchas amareladas, depois necróticas, às vezes angulares (limitadas pelas nervuras)
Antracnose (fungo Colletotrichum lagenarium)
	favorecido por alta umidade relativa e alta temperatura
	manchas necróticas escuras, nas folhas e frutos
	pode ser transmitida pelas sementes
Cancro das hastes ou crestamento gomoso do caule (fungo Didymella bryoniae, antigamente Mycophaerella melonis)
ataca em geral o pé da planta
provoca fendilhamento do córtex no pé da planta, às vezes com exsudação de goma, seguido de morte do ramo ou da planta inteira, conforme o local da lesão.
pode ser transmitido pelas sementes
problema bastante sério em melão.
Podridão e murcha de Phytophthora (fungo P. capsici)
	pode atacar qualquer parte da planta, especialmente colo e fruto.
Mancha Angular (bactéria Pseudomonas lachrymans)
mais comum em pepino
favorecida por alta temperatura e U.R.
tecido inicialmente de aspecto encharcado, depois necrótico, formato angular (delimitado pelas nervuras), podendo ficar com furo no centro.
pode ser transmitido pela semente
�
Podridões de frutos	-fungos	-Phytophthora capsici
					-Pythium spp.
					-Sclerotium spp.
					-Sclerotinia spp.
					-Rhizopus spp
			-bactérias	-Erwinia spp.
	- Sintomas dependem do patógeno
	- Comum na estção chuvosa, em frutos em conto com o solo
Viroses:
Causam mosaicos, inicialmente nas extemidades das brotações novas:
	mosaico da melancia - 1 (mais comum)
	(sinônimo: virus da mancha anular do mamoeiro-estirpe melancia)
	mosaico do pepino
	
	mosaico da abóbora
	
	mosaico da melancia -2 (pouco comum)
	
	mosaico amarelo da abobrinha
	
Principais Pragas das cucurbitáceas
Pulgões (Aphis gossypii, Myzus persicae)
	Importantes como vetores de viroses
Brocas de frutos e hastes:	Diaphania nitidalis
				Diaphania hyalinata
Vaquinhas (Diabrotica spp., Ceratoma spp.)
�
PRINCIPAIS DOENÇAS DAS CUCURBITÁCEAS
�
	
	
	Oídio Erysiphe cichoracearum
	Alternaria cucumerina
	
	
	Míldio Pseudoperonospora cubensis
	
	
	Antracnose Colletotrichum lagenarium
�
	
	
	crestamento gomoso Didymella bryoniae (syn. Mycophaerella melonis)
	
	
	Mancha angular Pseudomonas lachrymans em pepino
	
	
	Phytophthora capsici
	Virus da mancha anelar do mamoeiro-
estirpe melancia (PRSV-W)
�
cultura das abóboras
Cucurbita spp
Espécies do gênero Cucurbita spp.
	C. moschata(cultivada no Brasil
	C. maxima(cultivada no Brasil
	C.pepo(cultivada no Brasil
	C. mista
	C.ficifolia
É também bastante plantada no Brasil uma moranga de origem japonesa, que é um híbrido interespecífico F1 (C. maxima x C. moschata):
Nomes comuns (não necessariamente relacionados à espécie botânica):
-abobrinha:
	
	qualquer Cucurbita spp. cujo fruto seja consumido imaturo
	
	geralmente C. pepo ou C. moschata.
-abóbora comum, seca ou “de porco”:
	geralmente C.moschata
-moranga:
	-frutos achatados ou redondos;
	-geralmente C. maxima, mas também C.moschata, F1 (C.maxima x C.moschata)
-mogango:
	frutos alongados, bastante duros;
	geralmente C.pepo ou C.maxima
-gerimum (Nordeste)
	-caboclo:	-C.maxima
	-de leite:	-C.moschata
Distinção entre as espécies botânicas: pelo formato e firmeza do pedúnculo do fruto:
	Espécie
	Características do pedúnculo do fruto
	C. moschata
	sulcado longitudinalmente, de secção angular (pentaquinado), achatado na base; lenhoso e duro
	C. maxima
	liso (sem sulcos), de secção arredondada, não achatado na base; corticoso quando seco
	C.pepo
	profundamente sulcado longitudinalmente, de secção angular (pentaquinado), não achatado na base; lenhoso e duro
	
	
	F1(C.maxima x C.moschata)
 (cv.Tetsukabuto, Lavras-1, Lavras-2)
	-sulcado longitudinalmente (pentaquinado)
-levemente achatado na base (menos que na C. moschata espécie pura)
-duro, lenhoso
�
	Todas as aboboreiras são monóicas (flores masculinas e femininas distintas, mas presentes na mesma planta).
	A polinização é feita por insetos (abelhas). São plantas alógamas de polinização entomófila.
	O híbrido interespecífico Tetsukabuto e seus similares nacionais Lavras-1 e Lavras-2 são macho-estéreis:
	-botões florais masculinos abortam e não produzem pólen 
	-devem ser interplantados com 10 a 20% de outra cultivar de C. maxima ou C.moschata, para servir de polinizador (caso contrário, não há produção de frutos); para haver coincidência nas florações, em geral o polinizador é plantado 1 a 2 semanas antes da Tetsukabuto.
	-uma alternativa ao uso de polinizador é o emprego de hormônios (2,4-D) para promover a fixação de frutos (que se desenvolvem então partenocarpicamente); em geral se empregam formulações diluidas (com 100 a 300 ppm de princípio ativo) de herbicidas comerciais à base de 2,4-D; a aplicação é manual, e feita no interior da flor (método preferível) ou externamente às flores em antese; por ser um método trabalhoso, em geral somente se aplica a pequenas áreas.
Como alternativa ao uso de polinizadores ou de hormônios, e também à importação de sementes de Tetsukabuto, foi desenvolvido um híbrido intra-específico F1 (C.maxima ‘ABL-010’ x C. maxima ‘ABL-008), denominado Samantha,com as seguintes características;
	- hábito ‘meia-rama’, pois ABL-010 é tipo moita e ABL-008 é tipo rasteiro
	-frutos verde-escuros, semelhantes mas não idênticos aos de Tetsukabuto
	-resistente ao virus da mancha anular do mamoeiro-estirpe melancia (Tetsukabuto é susceptível)
	-pode ser plantada em espaçamentos densos (1,00 x 1,00 m), resultando em alta produtividade por unidade de área (30 t/ha, contra 10 t/ha de Tetsukabuto e morangas comuns)
	-é precoce (3-4 semanas mais precoce do que Tetsukabuto)
	-é totalmente fértil, não necessitando portando de polinizador (pode se plantada sozinha, ao contrário de Tetsukabuto)
	-pode ser usada com vantagens como polinizador de Tetsukabuto (pode ser plantada na mesma data)
�
Hábito de crescimento:
	.A maioria das cultivares é de hábito rasteiro, havendo enraizamento nos entre-nós à medida que a planta cresce.
	.Há exceções:
	-a abobrinha de moita ou “italiana”: cultivar Caserta e outras (Cocozelle, Zucchini)
	-abobrinha tipo Piramoita
	-algumas morangas de moita: cultivar Zapallo de Tronco
	- morangas “meia-rama”: híbrido Samanta F1
Época de plantio
	.Época mais favorável: Setembro a Janeiro (temperaturas mais altas; chuvas; dispensa-se irrigação)
	.Evitar épocas e regiões com temperatura noturna inferior a 12o C
Solo: Preparo, Espaçamento e Adubação
	-Aração
	-Gradagem:-leve
			 ou
			-não necessária
				 (torrões promovem:
				-menor contato de fruto com solo
				-menor incidência de podridões
				-facilitam a fixação das ramas
				-menor erosão)
	-pH ideal: 5.6 a 6.7
Espaçamentos:
	para abóboras rasteiras:
		5,00 x 5,00 m.	( as mais tardias: Caravelle, Canhão
			até
		2,00 x 2,00 m.	( as mais precoces e compactas
	em geral em torno de 3,00 x 2,50 m.
	para abóboras tipo moita:
			1,00-1,20m x 0,50-0,70 m.
	para abóboras meia-rama:
			1,00 x 1,00 m.
			1,50 x 1,00 m.
�
Uso da cultivar Samantha F1 (meia-rama, precoce) como polinizador de Tetsukabuto:
o = planta (cova) com Samantha
x = planta (cova) com Tetsukabuto
	
	Samantha
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Tetsukabuto
	
	
	
	
	
	1m
	1m
	1m
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	2m
	
	
	
	
	
	
	o
	o
	
	x
	
	x
	
	x
	
	x
	
	o
	o
	
	x
	
	x
	
	x
	
	x
	
	o
	o
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	o
	o
	
	
	
	
	
	
	
	
	Samantha
	1.0m
	o
	o
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	o
	o
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	o
	o
	
	x
	
	x
	
	x
	
	x
	
	o
	o
	
	x
	
	x
	
	x
	
	x
	
	o
	o
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	o
	o
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	o
	o
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	o
	o
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	o
	o
	
	x
	
	x
	
	x
	
	x
	
	o
	o
	
	x
	
	x
	
	x
	
	x
	
	
	
	2.5m
	o
	o
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	o
	o
	
	
	
	
	
	
	
	
	Tetsukabuto
	a
	o
	o
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	o
	o
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	3.0m
	o
	o
	
	x
	
	x
	
	x
	
	x
	
	o
	o
	
	x
	
	x
	
	x
	
	x
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Adubação
	tradicionalmente, feita por cova, por causa do tamanho da planta (espaçamentos largos):
Adubação por Cova
	Para cultivares rasteiras:
		No plantio:	-5 - 10 L de esterco de gado curtido
					+
				 200 - 400g. de 4-16-8 ou similar
		Cobertura: 	-2 ou 3 coberturas: 30 a 50g. sulfato de amônio por vez
	Para abóboras de moita:
	
	Adubação pode ser reduzida a 1/3 ou ¼ do utilizado na rasteira
	
	Adubação pode ser feita com distribuição no sulco de plantio, ao invés de distribuição por cova.
Semeadura e desbaste
	. 3 a 5 sementes/cova, a mais ou menos 2 cm de profundidade.
	. com 2 folhas definitivas (além dos cotilédones)(desbaste para 2 plantas por cova.
	. pode-se também fazer semeadura em bandejas de 128 células (1 semente/célula) e transplantar no estádio de 1 folha definitiva)
Irrigação
	. necessária no período de seca
	. geralmente por aspersão ou por sulcos.
Colheita e comercialização:
	Maiores preços: Junho a Setembro
	Comercialização:
		a) para abobrinhas (Caserta ou Menina):-caixa de 23 kg (tipo K)
		b) para abóboras secas e morangas
				-a granel
				-abóboras pequenas (tipo Goianinha, Mini Paulista)
				 caixas tipo K (18 kg)
				-sacos de aniagem ou telado plástico (para morangas).
Início da Colheita:
	. 45 - 50 dias após semeadura para abobrinha Caserta
	. 60 - 70 dias após semeadura para abobrinha Menina Brasileira
	. Abóboras secas e Morangas:
		.Híbrida Tetsukabuto: 3 - 4 meses após semeadura
		.Abóboras e morangas comuns: 4 - 5 meses após semeadura.
�
Principais cultivares de abóboras no mercado brasileiro:
	Cultivar
	espécie
	fruto
	hábito
	tipo
	Caserta
	C. pepo
	cilíndrico
	moita
	abobrinha
	Menina Brasileira
	C. moschata
	comprido com pescoço
	rasteiro
	abobrinha
	Piramoita
	C. moschata
	comprido com pescoço
	moita
	abobrinha
	Exposição
	C. maxima
	alaranjado, achatado com gomos
	rasteiro
	moranga comum
	Caravelle
	C. moschata
	frutos esbranquiçados, bastante pesados, sem pescoço, formato oblongo
	rasteiro
	abóbora comum para venda retalhada
	Seca ou Canhão
	C. moschata
	frutos rajados, bastante pesados, com pescoço
	rasteiro
	abóbora comum para venda retalhada
	Mini-Paulista
	C. moschata
	frutos rajados, pequenos (<1kg), com pescoço
	rasteiro
	abóbora comum
	Goianinha
	C. moschata
	frutos rajados, pequenos (<1kg), com pescoço
	rasteiro
	abóbora comum
	Jacarezinho
	C. moschata
	frutos redondos, rajados, 2-3kg
	rasteiro
	abóbora-moranga
	Sul Mineiro
	C.pepo
	frutos verde-escuros, sulcados
	rasteiro
	mogango
	Tetsukabuto
 (várias firmas)
	C. maxima 
x
C. moschata
	frutos arredondados, cor verde escura, 
2-3kg; 
necessita de polinizador
	rasteira
	moranga
	Samantha F1
	C. maxima
(híbrido intra-específico)
	frutos arredondados, cor verde-escura, 2-3 kg, lisos; híbrido intra-específico fértil;
não necessita de polinizador
	meia-rama
	moranga
�
	
	
	
	
	
	C. pepo cv. Caserta
	
	C. moschata cv. Menina
	
	C. maxima cv. Exposição
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	C. maxima cv. Nutty Delica
	
	C. moschata cv. Jacarezinho
	
	C. moschata cv.Mini Paulista
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	C. moschata cv. Seca ou Canhão
	
	C. moschata cv. Caravelle
	
	C. pepo mogango 
cv. Sul Mineiro
	
	
	
	
	
	C. pepo cv. Spaghetti
	
	C. pepo
tipo Jack-o'-Lantern
	
	C. maxima
cv. Coroa
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	C.maxima x C.moschata
cv. Tetsukabuto
	
	C. maxima
cv. Samantha/Poliana
	
	
	
	
	
	
	
	
	cv. Samantha
	
	cv. Samantha
�
cultura do pepino
Cucumis sativus L.
Botânica
-Espécie Cucumis sativus L.
-Família: Cucurbitaceae
	-Cultivares podem ser
	Monóicas
	
	Ginóicas
	
	Preferencialmente femininas (P.F.)
Em geral, as cultivares ginóicas e P.F são híbridas (o hábito ginóico numa linhagem maternal favorece a obtenção de sementes híbridas, e os híbridos obtidos também são ginóicos ou P.F.).
Os híbridos ginóicos e P.F. em geral vêm misturados com 8 - 12% de sementes de uma cultivar monóica, para servir de polinização (flores masculinas e insetos são indispensáveis à produção de frutos, exceto nas cultivares partenocárpicas, que são pouco comuns no Brasil). Assim, pulverizações com inseticidas devem ser evitadas, especialmente no período da manhã (quando a atividade das abelhas é maior).
Tipos Hortícolas
1- Pepinos para conserva (‘pickles’)
	.frutos colhidos tenros, pouco tempo após a polinização.
	.relação comprimento/diâmetro aproximadamente 3:1
	.Cultivares: são preferidas as de hábito ginóico ou P.F.
	Hábito de florescimentoOrigem
	Cultivares para conserva
	monóico
	importada
	Chipper, Clinton
	ginóico/P.F.
	nacional
	Ginga F1, Colônia F1, Guaíra F1, Indaial F1
	ginóico/P.F.
	importada
	Calypso F1, Tamor F1, Score F1
2. Pepino para consumo in-natura
	frutos colhidos também quando imaturos, mas em estágio bem mais avançado do que os de pickles (porém antes da lignificação do tegumento das sementes).
		2.l. - Tipo Aodai
	frutos verde-escuros, brilhantes
	ponto ideal de colheita: 22 cm comprimento x 4,5-5.0 cm de diâmetro
	se o fruto se desenvolver em contato com o solo, adquire “barriga branca” (indesejável comercialmente); portanto, o tipo Aodai é tradicionalmente plantado sob cultura tutorada.
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Cultivares: predomina atualmente no grupo Aodai o uso de híbridos ginóicos/P.F.
	Hábito de florescimento
	Origem
	Cultivares para mesa do grupo Aodai
	monóico
	nacional
	Nazaré, Vitória, Midori F1
	monóico 
	importada
	Poinsett 76, Marketmore 76, Monarck F1
	ginóico/P.F.
	nacional
	Hikary F1, Vista Alegre F1
	ginóico/P.F.
	importada
	Sprint 440 (F1), Comet F1, Striker F1, Dasher II F1
		2.2. - Tipo Caipira
	frutos verde-claros, esbranquiçados
	mais curtos que Aodai: 10 - 14 cm de comprimento x 4 -5 cm de diâmetro
	em geral, são utilizados cultivares de “pickles” (atuais ou antigas), cujos frutos adquiram cor verde-clara esbranquiçada no ponto comercial.
	não há problema de barriga branca (a cor já é esbranquiçada); portanto, pode ser plantado como cultura rasteira.
-Cultivares:
	Hábito de florescimento
	Origem
	Cultivares para mesa do grupo caipira
	monóico
	nacional
	Caipira, Colonião, Diamantino, Pérola, Rubi
	ginóico/P.F.
	nacional
	Caipira AG-207 (F1), Caipira AG-221 (F1),
Safira F1, Omega F1
	ginóico/P.F.
	importada
	Tamor F1
		2.3. - Tipo Japonês
			-frutos verde-escuros, bastante compridos e finos, com casca tenra.
			-cultivados sob tutoramento (cultura rasteira: frutos são deformados, tortos).
	Hábito de florescimento
	Origem
	Cultivares para mesa do grupo japonês
	monóico 
	importada
	Tsukuba F1, Hokushin F1
	ginóico/P.F.
	importada
	Yoshinari F1, Rensei F1, Ancor-8 F1, Hokyoku-2 F1, 
Megami F1
	Já há alguns híbridos neste grupo que além de ginóicos são também partenocárpicos, e portanto não necessitam de polinizadores.
	Por se tratar de um pepino mais sofisticado, além de formato comprido e fino, e casca tenra, fatores que podem favorecer o aparecimento de frutos deformados, frequentemente o pepino do grupo japonês é plantado sob estufa plástica. Além disso, para promover maior resistência a doenças de solo, melhora aproveitamento de água (sistema radicular mais vigoroso), maior produtividade e, principalmente, para o desenvolvimento de frutos brilhantes, emprega-se com frequência a enxertia do pepino (como cavaleiro) sobre abóboras (como cavalo ou porta-enxerto). As abóboras mais empregadas para este fim são:
	Cultivar porta-enxerto
	Espécie
	Finalidade
	Kurotane
	C.ficifolia
(sementes pretas)
	resistência a fusariose
	Menina Brasileira
	C.moschata
	maior vigor ao sistema radicular
	Exposição
	C.maxima
	maior vigor ao sistema radicular
	Caravela
	C. moschata
	maior vigor ao sistema radicular
	Tetsukabuto
	C.maxima x C.moschata
	maior vigor ao sistema radicular
	Hikary Power
	C.moschata
	maior brilho dos frutos do pepino
	Big Power
	C.moschata
	maior brilho dos frutos do pepino
Propagação:
	-Semeadura direta: (4 - 6 sementes por cova, a 2 cm de profundidade)
		-viável quando as sementes são baratas
		- método tradicional
	-Transplante (neste caso, evitar danos ao sistema radicular):
-formação de mudas em copinhos ou bandejas é vantajosa quando as sementes são de elevado valor unitário (exemplo: híbridos do tipo japonês).
Espaçamento:
	-Cultura tutorada:	100 x 50 cm
					a
				 	100 x 70 cm
			com 1 ou 2 plantas/cova
(ou seja, o mesmo espaçamento que o tomate, ao qual costuma suceder em rotação)
	-Cultura rasteira para mesa:
		100 - 200 cm entre fileiras x 30 - 100 cm entre plantas com 2 plantas/cova
	-Cultura para conserva
		-é cultura rasteira, usando-se em geral os espaçamentos mais estreitos.
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Adubação
	. pH ideal : 5.5 - 6.8
.em cultura tutorada, em geral sucede ao tomate (fartamente adubado), e aproveitar o efeito residual do P. e K.
.Recomendação de Adubação:
	varia em função de:	-fertilidade do solo
				-efeito residual do plantio anterior
				-espaçamento (maiores espaços - menores doses por unid. de área).
Orientação Geral:
	No plantio:
		. 15 - 30 ton. de esterco de curral por ha (5 - 10 ton. de esterco de galinha)
			+
		140 kg P2O5/ha												+
		 60 kg K2O/ha
	(adubação orgânica dispensa N. no plantio)
	Cobertura:
		.2 a 3 vezes, a partir do desbaste definitivo.
		150 - 200 kg de sulfato de amônio (ou 30 a 40 kg de N) por vez por hectare.
	 N. é essencial para a produção prolongada do pepino
Tratos Culturais
	1. Desbaste
		Quando a semeadura é direta, em geral se semeia excesso de sementes, para deixar 1 ou 2 plantas por cova em geral.
	2. Irrigações
			Indispensáveis na época seca
	3. Tutoramento e amarrios
		Pepino emite gavinhas que fixam-se ao tutor, mas alguns amarrios são necessários.
	4. Poda:
		Prática controvertida. Seu uso ou não depende da cultivar e do sistema de cultivo empregado.
		Justifica-se:
- nas cultivares que apresentam pouca tendência a frutificar na haste principal (como as monóicas);
- nas culturas de pepino japonês, sob estufa, para melhorar arejamento e melhorar a qualidade de frutos (diminuir a percentagem de frutos deformados e refugos)
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	5. Colheita e Comercialização
	-Culturas Tutoradas
Início: aos 50 - 70 dias após a semeadura (cultivares ginóicos - mais precoces).
Prolonga-se por até 2 meses, em culturas tutoradas bem conduzidas (bem adubadas e em bom estado fitossanitário).
Colheitas frequentes estimulam a produtividade (2 a 3 vezes por semana).
	-Culturas rasteiras
		Início: 45 a 60 dias após a germinação (cultivares ginóicos - mais precoces).
		Geralmente o período de colheita é maiscurto.
	6. Comercialização:
		Em caixas tipo K (23 - 25 kg/caixa)
		-Produtividades esperadas (médias):
			-Cultura tutorada: 	50 - 100 ton/ha
			-Cultura rasteira:	15 - 65 ton/ha.
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	pepino tipo conserva
	pepino para mesa tipo caipira
	
	
	pepino para mesa tipo Aodai
	pepino para mesa tipo japonês
	
	
	pepino para mesa tipo holandês
	pepino para mesa tipo beit-alpha
Métodos de enxertia para o pepino
	
	
Enxertia-Método A
Porta-enxerto (abóbora) (semeada primeiro): eliminar ponto de crescimento e furar.
Copa (pepino): cortar o hipocótilo
Inserir pepino no orifício do porta-enxerto
Final
	
	
	
	
	
	Enxertia-Método B
Copa: pepino (semeado primeiro): corte para cima
Porta-enxerto (abóbora): corte para baixo
União copa-porta-enxerto
Fixar com grampo para enxertia
Final
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CULTURA DO melão
Cucumis melo L.
Melão: 	pouco tolerante ao frio.
		Melhor qualidade: em climas quentes e secos.
.Cultivares são:
	-andromonóicas (flores masculinas e hermafroditas na mesma planta).
		 (a maioria das cultivares plantadas no Brasil).
	-monóicas - algumas
Cultivares:
No Brasil são hoje produzidas cultivares de dois grupos principais:
	.Grupo inodorus: -amplamente predominantes
	.Grupo reticulatus: -menos comum (inclui os chamados “cantaloupes”americanos).
	Grupo Inodorus
	Grupo Reticulatus
	casca não rendilhada
	casca rendilhada
	melhor conservação em pós-colheita
	má conservação em pós-colheita
	quando maduro, fruto não se destaca da planta
	quando maduro, fruto se destaca da planta (forma-se zona de abscisão)

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