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David Júnio de Oliveira Pôppe Exames Hematológicos Hemograma • Eritrograma: o Aumento: Alterações cardiovasculares, altitudes elevadas e desidratação. o Diminuição: Anemia, deficiência nutricional, avitaminose, alcoolismo, aplasia de medula e neoplasias. Hgb >10 g/dl – Cirurgias eletivas Hgb <7 g/dl – necessidade de transfusão cirúrgica Hgb <5 g/dL Paciente cianótico OBS.: Após uma perda aguda de sangue, demora de 2-3 hs para se verificar o verdadeiro valor do hb/ht; OBS.: A cada bolsa de concentrado de hemácias infundida, a tendência é que o hb aumente em 1 unidade. o Hematócrito: Quantidade de hemácia em um determinado plasma. Baixo resulta em anemia e alto resulta em policitemia o Quantidade de hemoglobina: Quantidade de hemoglobina que tem no volume de sangue e não só dentro das hemácias. o Volume corpuscular médio: Microcítico (déficit de ferro) e macrocítico (déficit de acido fólico e alcoolismo). o Hemoglobina corpuscular média: Quanto tem de hemoglobina em cada hemácia. Hipercrômica (hemácia mais escura) ou hipocrômica (hemácia mais clara, déficit de ferro). o Concentração da hemoglobina corpuscular média. • Leucograma: o Células: ü Neutrófilos (LUTA): Elevado (Infecções bacterianas agudas, queimaduras, leucemia, gravidez e traumas) e Baixo (Radiação, alguns medicamentos e infecções virais). ü Eosinófilo: Elevado (processos alérgicos, parasitoses e leucemias) e Baixo (infecção aguda, estresse, síndrome de cushing e parto). ü Basófilo: Elevado (hipersensibilidade) e Baixo (estresse). ü Linfócito (CURA): Elevado (infecção viral) e Baixo (estresse, HIV e quimioterapia). ü Monócito/Macrófago (DEFESA): Elevado (infecções crônicas) e Baixo (pancitopenia e corticoides). • Plaquetograma: o Plaquetas: Elevada (resposta a infecção, inflamação e anemia ferropriva) e Baixo (purpura trombocitopenica, agentes químicos e drogas, doença autoimune). o Tempo de sangramento (1 a 4 min): Avalia a homeostase primária, função das plaquetas e interação com os vasos. OBS.: A doença e Von Willebrand e o AAS alteram esse tempo de sangramento. o Prova do Laço (5 a 10 min): É um teste para identificar fragilidade capilar. OBS.: Quando se tem uma deficiência severa de fatores de coagulação ou o paciente utiliza heparina em doses altas temos uma maior fragilidade capilar. o Hemostasia primaria é a agregação e ativação plaquetária, vasoconstrição vascular. Já a hemostasia secundária há exposição da tromboplastina tecidual (fator tecidual), ocorre ativação do fato VII, transformação de protrombina em trombina e cuja função desta é transformar o fibrinogênio em fibrina (rede de fibrina). A plasmina que degrada esta última. o Deficiência na agregação plaquetária: Doença de Von willendrand (hemorrágica) é uma deficiência no fator VIII e hemofilia é no fator VIII (A) e IX (B). o TP (Tempo de pró-trombina): avalia a via extrínseca (fator VII). Varfarina. o TTPA (tempo de tromboplastina parcial ativada): avalia a via intrínseca. Heparina. OBS.: Paciente que usam aspirina deve-se esperar até 5 dias, depois que interrompeu, para realizar cirurgias, pacientes que usam varfarina deve-se esperar até 2 dias, depois que interrompeu, para realizar cirurgias e pacientes que usam heparina deve-se esperar ate pelo menos 6 horas, depois que interrompeu, para realizar cirurgias. OBS.: Pacientes com coagulopatias deve-se consultar primeiro o hematologista antes de qualquer procedimento cirúrgico. • Glicemia: 70 a 110 mg/dl sao valores normais, valores elevados indicam diabetes, doença de cushing e estresse e valores baixos indicam cirrose, hepatite e insulinoterapia. A Hb glicada os valores devem estar < 7% que significa um nível de controle do diabetes melito. • Ureia: Produto do metabolismo de proteínas no fígado, aumentado na insuficiência renal e baixo em problemas hepáticos. • Creatinina: Aumentado na insuficiência renal e diminuído na destruição muscular. Excreção via renal. • TGO e AST: Avalia função hepática, é encontrada no coração, fígado, pâncreas e rins. • TGP e ALT: Avalia função hepática, é encontrada no fígado, rim e coração. • Enzimas para avaliação de infarto: CPK, mioglobina e troponinas. • Hiponatremia: em insuficiência renal, cardíaca e cirrose. • Hipernatremia: em pouca ingestão de agua, disfunção renal, TCE e diarreia, comum em idosos. • Hipocalemia: em desidratação, medicamentos, síndrome de Cushing, cirrose e insuficiência cardíaca crônica. • Hipercalemia: em doença de Addison, diminuição da excreção renal, drogas e lesão tecidual muscular (esmagamento). • Hipocalcemia: em hipoparatireoidismo, carência de cálcio e vitamina D, calcitonina e baixa de albumina. • Hipercalcemia: em hiperparatireoidismo, câncer, mieloma, doença de Paget e aumento da fosfatase alcalina serica. • Hipomagnesemia: em diarreia prolongada e alcoolismo crônico. • Hipermagnesemia: em retenção renal e antiácidos (adm excessiva de mg). • Testes: o HIV: Elisa e Western Blot. o Hepatite: Anti HBs e AgBs. o Sifilis: VDRL e FTA-abs. o Tuberculose: Mantoux e PPD. Anestésicos Locais • Uma substância capaz de bloquear os impulsos nervosos e, consequentemente a dor (bloqueando os canais de sódio e impedindo a inversão de polaridade), de maneira reversível. • Ligações Ester (metaboliza no fígado e sangue) e Amida (metaboliza no fígado), usamos o tipo amida, que possuem ligação mais forte, não liberam o anel aromático (acido para-amino (PABA) que causa alergia) no sangue, só é metabolizado no fígado. Raras crises alérgicas associadas ao tipo amida. • O anestésico é uma base fraca (pH 7.6), insolúvel. Dentro do tubete há um sal e não uma base fraca, pois contém a base fraca e ácido clorídrico (forte) formando um sal ácido, por isso o paciente sente um gosto amargo. • CAM: concentração anestésica mínima – mínima quantidade de anestésico necessária para bloquear impulso nervoso. Porcentagem do tubete é a concentração anestésica mínima. o Quanto mais lipossolúvel, mais potente, logo é necessário uma menor concentração anestésica mínima. • Todos os anestésicos locais são vasodilatadores, menos a cocaína que é vasoconstrictor. • Em um tubete a 2% temos 2g em 100ml, logo em 1,8ml (ml de cada tubete) há 36mg. Ex.: Quantas mg/kg de anestésico? Lidocaína: 4 mg/kg. Se o paciente possui 60 quilos, pode 240 mg de anestésico, isso equivale a 6,6 tubetes, já que em cada tubete há 36 mg de lidocaína. • Quantidade que o indivíduo pode suportar: o Pediatria – 4 (sem vaso) a 8 (com vaso – diminui absorção) mg por kg. o Adultos – dependo do tipo de droga e peso magro. o Lidocaína – 300/500mg o Bupvacaína – 175/225mg o Prilocaína – 600mg o Mepvacaína – 400/500mg • Quanto mais massa magra, mais resistência você tem ao anestésico – podemos aplicar um pouco mais. • Quanto mais o anestésico se liga ao receptor, maior o tempo de duração. • Bupvacaína: fast in slow out – entra muito rápido e demora para sair (entra na fibra cardíaca e acumula, é mais cardiotóxica) – crises são difíceis de resolver. Não aplicar em crianças. Pode usar sem vaso. • Bupivacaina e mepivacaína podem ser utilizados sem vasoconstrictor. • Mepvacaína: dura até 3 horas, causa menos vasodilatação, 3% sem vaso. • pka: Ph em que 50% da droga encontra-se na forma iônica. Tempo de latência tem relação com a base livre – quanto maior o pKa, maior o tempo de latência. • Quanto mais moléculas livres, mais anestésicos estão fazendo efeito. • Em um meio ácido, uma inflamação, por exemplo, a quantidade de base livre diminui, sendo assim, ocorre uma maior presença de moléculasionizadas e o anestésico acaba agindo menos. • pka mais alto é pior para colocar em locais inflamados. • Não devemos usar prilocaína e articaína em pacientes que possuem problemas respiratórios. Por conta da formação de ortotoluidina, que reduz a hemoglobina em metahemoglobina. Desse modo, transporta pouco ou nenhum oxigênio. • Bloqueio nervoso diferencial: várias fibras diferentes (maiores e menores). As fibras da dor (menor), tato (maior) e propriocepção (maior) ficam separadas. • Bloqueio nervoso de transição: as fibras da dor, tato e propriocepção ficam no centro. • Paciente com dor no bloqueio diferencial significa que as fibras maiores não foram anestesiadas. • Paciente com dor no bloqueio de transição significa que as fibras de dor (menores) mais centrais não foram anestesiadas. • Após aplicar a anestesia temos que esperar SEMPRE 5 minutos. • Quanto menor a fibra, menor a área, logo menos anestésico é aplicado. • Excreção de anestésicos é sempre pela urina. Vasoconstrictores • Pressão Sanguínea = Resistência Perceptiva x Débito Cardíaco • Causa vasoconstricção periférica • Acidifica anestésico. • Características: o Aumenta a duração do efeito anestésico; o Reduz a toxicidade sistêmica do anestésico; o Fornece hemostasia; o Aprofunda a sensação anestésica. • Vasocontrictores tem receptores que dependem do tipo de tecido, efeitos sistêmicos cardiovasculares e respiratórios e fatores influenciadores (quantidade, tipo, local de aplicação e pH tissular). • Concentração: 1:100.000 significa 1g para cada 100.000 ml. Quanto maior a concentração mais ele vai ficando diluído (10 vezes mais). • 1 tubete = 0,018 mg de epinefrina. • Pacientes normais: 0,003 mg/kg sem exceder a 0,2 mg • Pacientes ASA II (com histórico de DCV (Doença Cardiovascular) e com reserva, a doença não o limita: 0,0015 mg/kg, sem exceder 0,1 mg. • Pacientes ASA II (com histórico de DCV (Doença Cardiovascular) e sem reserva, são pouco incapacitados: 0,00075 mg/kg, sem exceder a 0,04 mg. • Vasoconstrictores o Fenilegrina: 1:2500 UI, 4 mg (sem DCV) e 1,6 mg (com DCV). o Noreepinefrina: 1:2500 UI, 0,34 mg (sem DVC) e 0,14 mg (com DCV). o Levanordefrina: 1:20000 UI, 1 mg (sem DCV) e 0,4 mg (com DCV). o Felipressina: 0,03 UI, 0,39 UI (sem DCV) – 0,27 UI (com DCV). • A felipressina é derivada do ADH, provoca contração uterina, logo deve-se evitar em gravidas. Age mais em veias e artérias, logo pode ser usada em hipertensos. • Contra-indicação de vasoconstrictores: o Sincope produzida pela DCV o Arritmias ventriculares com sintoma o Estenose aórtica com sintomas o Angina provocada por mínimo exercício e estresse o Reações adversas ao vasoconstrictor. Emergências Médicas em Odontologia • Emergência: risco de morte – reação anafilática e angina de Ludwig. • Urgência: algo que incomoda, mas não há risco de morte • Se no meio da cirurgia o paciente refere dor na nuca eu posso dar um anti-hipertensivo, não posso fazer isso antes da cirurgia. • Podemos administrar insulina em caso de cetoacidose. • Decisão por intervir: nível de ansiedade, porte do procedimento e estado da doença. • BLS (suporte basico de vida) e ACLS (suporte avancado de vida, exclusivo para medicos) • Ressuscitação cardiorrespiratória: ABC – airway (vias aéreas), breathing (respiração), circulation (circulação). • Lipotímia: o Sinais/sintomas: palidez na face, tontura, sudorese, resfriamento das extremidades, escurecimento da visão, *não ocorre perda da consciência. Ou faltou oxigênio ou faltou glicose (não comeu e/ou falta de nutrientes). o Tratamento ou manejo: estímulo da respiração espontânea, posicionamento do paciente (deitado com as pernas para cima – estimular retorno venoso), estimulantes respiratórios (amônia), compressão frias na face, *administrar oxigênio (máscara nasal, cateter nasal). • Síncope: o Sinais/sintomas: palidez nas mucosas, precedido por sensação de tontura e fraqueza, bradicardia e palpitações, calor, náusea, *perda da consciência. o Cuidado, pois esses pacientes não se protegem na hora de uma queda. o Tratamento ou manejo: posicionamento do paciente (deitado com as pernas para cima), administrar oxigênio, controle dos sinais vitais, estimulantes respiratórios, HGT (exame rápido de glicemia). • Crise hipertensiva (pico hipertensivo): o Sinais/sintomas: cefaléia acentuada, epistaxe, sudorese, agitação, taquicardia/palpitações. o Tratamento: posicionamento do paciente, CSV, administrar anti-hipertensivos, monitorização (aferir a pressão arterial a cada 5 minutos), encaminhamento para centro de referência hospitalar. • Angina pectoris: o Sinais/sintomas: sensação de pressão ou dor intensa na região precordial – curta duração, irradiação da dor para região de ombros, braços, mandíbula e mão esquerda, palidez da face, transpiração fria. o Tratamento: posicionamento do paciente, administra vasodilatores (nitratos), administrar oxigênio (5 litros por minuto até estabilizar, depois 2 litros por minuto), controle de sinais vitais. • Infarto do miocárdio: o Sinais/sintomas: dor intensa em região precordial – prolongada (maior do que 30 minutos), irradiação da dor para região de braço esquerdo ou mandíbula, dispnéia, náusea ou vômito e câimbras abdominais. o Tratamento: posicionamento do paciente; anti agregante plaquetario, vasodilatador, analgésico opióide, beta bloqueador e anti coagulante, administrar oxigênio, transporte imediato para centro hospitalar. • Dificuldade respiratória: o Obstrução das vias aéreas superiores (VAS) o Hiperventilação o Crise asmática o Edema agudo de pulmão o Reação anafilática (hipersensibilidade) • Crise aguda de asma: o Sinais/sintomas: tosse seca, sibilos, taquipnéia, sensação de compressão torácica, respiração sibilante, hipóxia, cianose (roxo nas extremidades) e perda de consciência. o Tratamento: posição ereta, administrar oxigênio, broncodilatadores inalatórios, adrenalina e broncodilatador, (aminofilina usamos mais no hospital, acesso venoso). o Mandar paciente levar a bombinha para o consultório. • Aspiração de corpos estranhos: o Sinais/sintomas: tosse, agitação, sensação de sulfocamento, respiração ruidosa, incapacidade respiratória e cianose. o Tratamento: posicionamento do paciente, manobra de Heimilch – é a encaixada – de baixo para cima, para jogar ar dos pulmões para cima, no diafragma e atendimento por profissional habilitado. o Paciente inconsciente: deixa deitado e faz o aperto no diafragma e olha se subiu algo na orofaringe que dê para puxar. • Manutenção das vias aéreas: o Em caso de obstrução aguda, realizar via área cirúrgica. o Cricotireotomia (cartilagem mais superior da tireóide) x traqueostomia: lâmina de bisturi e hemostático. o Só ventila se o paciente está com parada respiratória • Hipersensibilidade – alergia: o Sinais/sintomas – imediatos e tardios – eritema, prurido, angioedema, inchaço no olho e na boca realmente é alergia, próximo episódio pode ser um choque anafilático. o Tratamento: interromper administração de drogas em uso, administrar anti-histamínico e corticoides. o Se fizer anafilaxia faz cricotireotomia. Não sair de perto do paciente e monitorar. Estabilizou – vai embora acompanhado. Não estabilizou – liga 192 – SAMU • Protocolo de reanimação: 1. Desobstruir vias aéreas 2. Avaliar responsividade 3. Avaliar a presença de respiração 4. Posição de recuperação 5. Assistência ventilatória 6. Pulso carotídeo 7. Compressão torácica (30 compressões e 2 ventilações, só ventila em parada cardíaca) • Equipamentos de emergência: o Medicamentos o Acessórios paraadministrar os medicamentos o Equipamentos o Treinamento continuado • Outros aparelhos: o Estetoscópio e esfigmomanômetro: monitorização da presão arterial sanguínea. o Sistema portátil de liberação de oxigênio: administração de oxigênio através de cânula nasal ou máscara facial. o Mascara facial (descartável ou reutilizável): manobras de ventilação artificial ( insuflação de ar boca a boca). o Suctor de saliva/sangue de alta potência: aspiração de secreções ou abjetos na cavidade oral o Abocath de grosso calibre: execução de cricotireotomia em caso de obstrução aguda das vias aéreas, quando outras manobras não obterem sucesso. o Saco de papel: respiração quando em hiperventilação ou para aplicação de salbutamol spray em pacientes agitados, incapazes de fazer a auto-administração desde medicamento nos casos de crise aguda de asma o Medidor de glicemia (Glicosimetro): aferir a glicemia de forma rápida o Oxímetro de pulso portátil: controlar o grau de saturação de hemoglobina Acidentes e Complicações da Exodontia • Para extração de terceiros molares, deve-se solicitar radiografia panorâmica para avaliar proximidade das unidades com o canal mandibular por onde passa o feixe vasculo-nervoso alveolar inferior. • Devemos curetar apos a extração em casos de lesões periapicais ou para remover resíduos da odontossecção ou osteotomia. • O material adequado, preparado/organizado devidamente, técnica bem executada, boa iluminação, correto posicionamento do paciente e boa aspiração auxiliam na prevenção de possíveis complicações. • Em extração de terceiros molares é indispensável que se tenha peça reta e brocas adequadas disponíveis para eventuais necessidades. Com a turbina, a altura do 2 molar do lado, não permitirá que a broca realize osteotomia mais profundamente, passando em um espaço livre. Já a peça reta apresenta acesso mais livre aquela região mais profunda. • Estar atento aos tecidos moles é papel do auxiliar devido à visão mais panorâmica do procedimento, a fim de evitar injurias. Por exemplo, o Minessota deve ser posicionado de modo a afastar mucosas e não estar apoiado sob processo alveolar causando injúrias. DETALHES • Incisão linear de grande ou pequena extensão. Qual cicatrização mais rápida? R: Ambas cicatrizam ao mesmo tempo por isso não se deve ter receio de realizar um retalho maior que permita melhor visualização e execução de um procedimento mais seguro. • Feridas puntiformes infeccionam mais que feridas lineares/ lacerantes porque em lesões puntiformes há infecção de bactérias da superfície nas regiões mais profundas sem possibilidade de drenagem. Assim, o tamanho de incisão isoladamente não interfere na possibilidade de infecção pós-operatória. • Retalhos lacerados apresentam bordas difíceis de suturar causando retardo de cicatrização. COMPLICAÇÕES • Efisema Subcutâneo durante exodontia de 3º molar: o Complicação gerada pela aplicação de ar positiva sobre os tecidos moles, na qual observa-se aumento de volume associada à região operada ou distante dela, verificando-se à palpação, crepitação devido a presença de ar no interior dos tecidos, além da limitação funcional da área afetada. o Causada, por exemplo, pelo escape de ar que sai da turbina enquanto está trabalhando no molar inferior após exodontias do molar superior onde, apesar da sutura, o alvéolo ainda permanece aberto. o Radiograficamente nota-se a expansão dos tecidos moles da face e região cervical, verificados através de áreas radiolúcidas ovaladas, junto aos tecidos moles. o Tratamento: alguns casos são tratados a partir do sintomas, antibióticos e controle pós operatório, casos mais graves são tratados com traqueostomia, drenagem do tórax e ou descompressão abdominal. • Lesões de estrutura óssea alveolar: o Comum em extrações de terceiros molares; o Nos superiores a fratura normalmente é da tuberosidade maxilar e nos inferiores da cortical lingual; o Às vezes é impossível de evitar, como em molares superiores muito grandes, com raízes robustas. o Deve-se avaliar as complicações que podem causar, como comunicação buco sinusal. • Comunicação oro-antral (buco-sinusal): o Não é uma complicação comum; o Em dentes onde há lesão periapical próximo a cortical do seio há maior chance; o Como evitar: Ao trabalhar com a alavanca em unidades com grande proximidade com o seio maxilar, a resultante da força deve ser expulsiva; o Como diagnosticar - Manobra de Valsava: Coloca-se um espelho abaixo do alvéolo e o paciente prende o nariz de modo a não sair ar pelo mesmo ou pela boca. O paciente deve fazer força para expirar e se houver comunicação, o ar sairá pelo alvéolo embaçando o espelho. o Como resolver: comunicações pequenas apenas suturas são suficientes, porém em comunicações maiores, será necessário descolar retalho de modo a fechar o alvéolo completamente. • Fraturas de mandíbula: o Relacionadas com força Excessiva com Alavanca ou Fórceps. o OBS: uma boa técnica dispensa força excessiva. o Se não for realizada a Osteotomia, provavelmente você aplicará força excessiva para extração da unidade, aumentando risco de fratura. o OBS: Nem toda fratura de mandíbula precisa ser tratada com cirurgia, algumas podem ser tratadas por bloqueio maxilo mandibular (ruim – causa uma limitação funcional) o Lesões de Dentes Adjacentes o No movimento de luxação pode tocar nos dentes vizinhos, porém não se deve incidir força excessiva; o Deve se ter cautela no movimento de luxação. • Lesões de Estruturas Adjacentes: o Principalmente Nervo alveolar inferior ou Nervo lingual o A incisão deve seguir a anatomia da mandíbula (que não é reta), de modo a evitar cair no espaço ‘’vazio’’ onde se localiza o nervo lingual. o Em odontosecção, não é necessário atravessar os lados do dente, pois aumenta o risco de atingir um nervo. O princípio da odontosecção é fragilizar o dente e continuar seu rompimento com a alavanca. o OBS.: O trajeto do nervo alveolar inferior posteriormente, logo está na lingual e mais anteriormente está na vestibular. o OBS: Gaze faz uma excelente hemostasia. • Lesão Estrutura Dura: o Fratura de raiz (complicação mais comum): Quando a radiografia apontar uma raiz com intensa dilaceração, deve-se escolher o procedimento de osteotomia e odontosecção de inicio, para remover os fragmentos que foram gerados propositalmente durante o procedimento. o Importante analisar o dente após extração para avaliar a quantidade de raízes. o Não é necessário remover todas as raízes fraturadas, como em dentes hígidos, que não apresentam lesão periapical. Porém, quando necessário, pode-se usar uma lima que trave no resíduo de raiz facilitando sua remoção. o Deslocamento dentário: pode ser feita a técnica de extração aberta para remover a unidade por ser mais atraumática. • Complicações pós operatórias: sangramento, equimose e alveolite. o Alveolite: ü manifesta-se entre 48 e 72 horas após a cirurgia com uma sintomatologia exacerbada de dor, inflamação, halitose e periadenite cervical, podendo alguns pacientes apresentar mal estar e febre. ü Fatores de risco: Má higiene oral, saúde debilitada, traumatismo cirúrgico, alcoolismo, tabagismo, infecções bacterianas, uso de contraceptivos orais e atividade fibrinolítica aumentada no coagulo por substâncias liberadas por bactérias. ü Tratamento: soro fisiológico para irrigação do alvéolo seguida por inserção de uma gaze embebida com iodofórmio no alvéolo. Além disso analgésico e anti-inflamatório.o Angina de Ludwing: ü Motivos inerentes ao paciente ou a técnica cirúrgica. ü Potencial de óbito, pois pode causar insuficiência respiratória. ü Tratamento em rede hospitalar com instalação de drenos e medicação venosa. Manobras Fundamentais Cicatrização e Reparo • Dierese ou divisão: incisão (descontinuidade do tecido). o Incisão no rebordo deslocada para vestibular nos inferiores por causa do nervo lingual. o Relaxante na mesial. o Começa a descolar pelo angulo da relaxante. o Incisão: produzida por corte com bisturi. o Secção: corte com tesoura ou bisturi elétrico. o Serração: utiliza serras para osteotomias. • Exerese: remoção de tecido ou órgão, com fórceps ou alavancas. • Hemostasia: manobra de controle e prevenção do sangramento. o Temporária: pinçagem, compressão ou garroteamento (amarrar a distancia). o Definitiva: ligadura, cauterização, fotocoagulacao, sutura e tamponamento. o Hemostasia primária: fase vascular e formação do trombo plaquetário. o Hemostasia secundária: fatores das via intrínseca e extrínseca. Durante um trauma cirúrgico isso não funciona de forma imediata, por isso que lança mão de manobras. o A pinça hemostática (mais comprida) é diferente de porta agulha (possui sulcos). o Anastomose é religar os vasos. o Segunda opção de hemostasia é cera para osso, seguida de esponja de fibrina (gelatina) e sutura por cima. • Síntese: manobra de aproximação dos tecidos, visando cicatrização e reparo tecidual. o Quando se tem um alvéolo aberto, ao fazer um ponto em X, cicatriza por segunda intenção, mas quando se faz pontos simples, junta as bordas dos alvéolos, ocorrendo a cicatrização por primeira intenção. o Alguns autores afirmam que nunca há cicatrização por primeira intenção por causa do trauma, mas a professora considera que existe. o Algumas vezes se faz em X pelo fato do tecido mole estar bem aderido ao periósteo e não ter possibilidade de fazer o simples. Terceiros molares que estão 100% inclusos têm uma cicatrização melhor. o Quando se fala em processo ósseo, utiliza-se o termo REPARO e não cicatrização. o Geralmente utilizando a sutura. Lavagem do local cirúrgico e fechamento. • Fio de sutura: o Quanto ao tipo de filamento: ü MONO: fio de nylon. Por isso a cicatrização é melhor. ü MULTI: fio de seda, por exemplo. Pode ser torcido, trançado simples, trançado revestido. Acumula mais placa bacteriana, cicatrização inferior. o Quanto ao tipo de absorção: ü ABSORVÍVEL: animal (categute, tipo simples ou cromado - tempo de absorção maior)), sintético (poliglactina 910, vicryl - o mais comum, custa 25/30 reais). (Às vezes precisa retirar depois, por incômodo do paciente). ü INABSORVÍVEL: animal (seda), vegetal (linho, algodão), sintético (nylon), metálico (fio de aço tanto para fixação ósseo ou contenção dentária. Pode ser os de ortodontia). o Se na embalagem tiver um triângulo, significa que é cortante (facilita o manuseio, mas se for usar em áreas delicadas, irá causar lesão no tecido). Se tiver uma bolinha, significa que a agulha não cortam as fibras do tecido, só afasta elas. Na embalagem ainda, aparece o tamanho da agulha, tamanho do fio (normalmente 45cm, os menores que utilizamos), o tipo de fio, o mecanismo de esterilização, se é absorvível). o Quanto maior o número de 0, mais fino será. o Funções: ü Auxiliar no reparo tecidual. ü Proteção do tecido ósseo. ü Manter o coágulo em posição. ü Auxiliar na hemostasia (leve compressão dos vasos sanguíneos). • Confecção do retalho o Divisão de tecidos moles que: ü Demarcado por uma incisão ü Suprimento sanguíneo próprio ü Acesso cirúrgico aos tecidos subjacentes ü Reposicionado na posição original (tamanho adequado) ü Mantido com sutura ü Sutura as papilas para que possam dar sustentação ao retalho. • Cicatrização das feridas: o Fase inflamatória: 3 a 5 dias. Instalação do edema. Sinais cardinais da inflamação (no segundo dia após a cirurgia): edema (inchaço - extravasamento do fluido) eritema, calor, dor, rubor e perda de função. Por isso que passamos antiinflamatório por até 78h (não há necessidade de passar por 1 semana se a fase aguda é de até 78h). Corticoide faz mais efeito, principalmente em relação ao edema, que o antiinflamatório não esteroidal, em cirurgias de terceiros molares, por exemplos. Sempre utiliza-se analgésico. ü Vasoconstrição inicial, formação do coágulo, migração de plaquetas, instalacao da rede de fibrinas (mecanismo inicial no tecido mole). Instalação do trombo plaquetário. o Fase fibroblastos: mais formação de fibras colágenas que reaproximam e dão mais resistência. Duram 2 a 3 semanas. Ter cuidado ainda ao mastigar alimentos. Produção de tropocolágeno pelos fibroblastos, produção de colágeno, fibrina. o Fase de remodelação: aí sim, teremos fibras mais organizadas e uma organização tecidual melhor, com resistência tecidual melhor. Menos colágeno, contração da ferida. Fase final do reparo. • Recuperação alveolar o Por volta do sétimo dia, inicia-se a formação óssea. Por volta de 1 mes cerca de ⅔ do alvéolo já estão preenchidos por trabéculas ósseas. Por volta de 3 meses o alvéolo já se encontra totalmente preenchido por tecido ósseo neoformado e com alveolo remodelado. A epitelização do alvéolo já é notada no 4° dia e a oclusão completa do alvéolo se dá por volta de 1 mês pós-operatório. OBS.: Se for na maxila, para por implante, espera-se 5 meses. Na mandíbula, 3 a 4 meses. Caso não se opte por implante imediato. o O tecido mole se forma mais rapido que o tecido ósseo. Há uma migração do tecido epitelial e tende a ocupar o leito ósseo. Quando o osso vai se formado de baixo para cima, das paredes para o centro, o tecido mole fica na superfície. Às vezes pode causar prejuízo de altura. Se não der para colocar o implante imediato, faz uma remodelação/reconstrução óssea, com biomateriais, deixando ocorrer uma cicatrização. OBS.: Nem sempre é necessário curetas o alvéolo. Ao retirá um canino saudável, por intenção ortodôntica, não cureta, uma vez que ao fazer isso, muitas vezes se retira células mesenquimais do remanescente do ligamento periodontal, que orientam a neoformação óssea. Só lava o alvéolo e sutura. • Reparação alveolar: o Influência de fatores locais: isquemia, presença de fragmentos ósseos (possibilidade de necrose, alveolite), presença de resíduos de raízes (retardo no processo de reparo - contar a quantidade de raízes e ver o tamanho desta, pode confundir quando vai tirar um resto radicular), irregularidades nos limites ósseos (retardo no processo de reparo, dor, necrose de pequenos fragmentos). o Espículas óssea podem perfurar o periósteo - local extremamente importante uma vez que é que onde se forma uma “ponte” de células mesenquimais que auxiliam na cicatrização. o Lembrar que no retalho, o ideal é descolar uma papila a frente e outra atrás, para que haja uma melhor visualização da raiz.
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