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1ª Avaliação de Cirurgia II

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David Júnio de Oliveira Pôppe 
1ª Avaliação de Cirurgia II 
 
Princípios de Biópsia 
 
Retirada de um tecido vivo para exame microscópico, com finalidade diagnóstica. 
Lesão pediculada: imagem radiográfica sem achados. 
Sequência de exames: 
exame clinico à exames de imagem à exames laboratoriais 
• O que devemos perguntar: 
o Quando começou, duração, crescimento, alteração de 
cor/forma/consistência e sintomas associados (dor, febre, náuseas e 
alteração de paladar). 
• O diagnóstico diferencial: lesão de desenvolvimento congênito, inflamatória, 
neoplásica, traumática ou sistêmica. 
• Exame clínico: localização anatômica, natureza física da lesão, tamanho e forma, 
número e superfície 
o Descrever: cor, limites, consistência, presença de flutuação e exame dos 
linfonodos (aumentado, linfadenopatia). 
 
Tipos físicos de lesões 
1. Bolha: fluido acumulado no epitélio da pele ou mucosa ou sob o mesmo; 
2. Crosta: proteína do soro ressecada ou coagulada na superfície da pele ou 
mucosa; 
3. Erosão: úlcera superficial; 
4. Escama: acúmulo macroscópico de queratina; 
5. Mácula: área circunscrita de alteração de cor e sem elevação; 
6. Nódulo: grande massa palpável, acima da superfície do epitélio; 
7. Pápula: pequena massa palpável, acima da superfície do epitélio; 
8. Placa: lesão elevada plana, por confluência das pápulas (leucoplasia); 
9. Pústula: vesícula turva ou branca, com presença de pus; 
10. Ulcera: destruição do epitélio; 
11. Vesícula: pequeno acúmulo de líquido no epitélio ou sob o mesmo, bolha 
pequena. 
 
• Exames radiográficos: lesões ósseas associadas, radiografia panorâmica, 
periapical e oclusal. 
• Exames laboratoriais: para diagnóstico diferencial e pré-operatório. 
o Indicações: 
ü Lesões que persistam por mais de 2 semanas sem base etiológica; 
ü Qualquer lesão inflamatória que não responda ao tratamento 
local; 
ü Alterações hiperceratóticas persistentes na superfície dos tecidos; 
ü Qualquer tumefação persistente, visível ou palpável; 
ü Lesões ósseas não identificadas especificamente por meio de 
achado radiográfico; 
ü Lesões que interferem com a função local; 
ü Lesões que apresentem características de malignidade. 
o Considerações: 
ü Preservar estruturas nobres: remover o máximo possível das 
lesões sem danificar o restante do tecido; 
ü Incisão profunda para tirar camadas do tecido; 
ü Uso de lâmina de bisturi nova e afiada; 
ü Manuseio cuidadoso do espécime, deve deixar no soro ou no 
potinho com formol; 
ü Evitar a secagem do espécime; 
ü Aspirar a lesão óssea; 
ü Meios de transporte: potes bem vedados e inquebráveis. 
 
Como transportar uma peça de biópsia? 
ü Manter em solução fisiológica de cloreto de sódio 0,9%; 
ü Fixar em formol 10% (4% de formaldeído) – 20x o volume da amostra; 
ü Realizar exames isolados de lesões múltiplas; 
ü Encaminhamento de radiografias em casos de lesões intraósseas e erosão 
tecidual; 
ü Evitar biopsiar lesões pigmentadas (máculas não precisam de biópsia, manchas 
atípicas devem ser excisionadas, mas caso tenha dúvida, encaminhar para o 
cirurgião de cabeça e pescoço); 
ü Preenchimento do relatório ao Patologista Bucal (identificação do paciente, 
características da lesão, diagnóstico diferencial e data da cirurgia) 
 
• Tipos de biópsias: 
1. Excisional: Remoção total de uma lesão. Lesões de tamanho pequeno (2 a 2,5 
mm, encapsuladas, clinicamente benignas, tecido ósseo ter o cuidado com o 
uso de broca que gera calor e mata célula (uso de trefina , cinzel e martelo) e 
tecido mole; 
2. Incisional: remoção de uma porção pequena e representativa da lesão para 
exame microscópico. Lesões amplas, intraóssea ou de tecido mole, lesões 
difusas e suspeita de malignidade; 
OBS.: Não se realiza biopsia incisional em lesões de origem vascular. 
3. Biopsia com Punch: forma de biópsia incisional, que na cavidade bucal, é mais 
adequada para diagnostico de anormalidades mucosas que podem exigir 
biópsias múltiplas ou em tecido ósseo; 
4. Por aspiração: ideal para imagem radiolúcida grande para identificar o 
conteúdo da lesão. Através do acesso cirúrgico na mucosa, descola o 
periósteo, fura o osso e aspira o conteúdo; 
5. Biópsia com agulha fina: remover uma porção muito reduzida de tecido, em 
profundidade. Através de ultrassom e pistola de Franzen, análise imediata 
indicada para tumor em parótida. 
 
• De acordo com a área: 
1. Região cutânea: seguir as rugas da face, formato elíptico, sutura com fio de 
nylon 3.0; 
2. Vermelhão: incisões verticais (em forma de V), ressecção em cunha, sutura 
com fio de nylon 5.0; 
3. Mucosa labial: incisão elíptica, sutura com fio categute 4.0, seda, vycril, 
monocril ou nylon; 
OBS.: Atenção para o nervo mentoniano! 
4. Língua: dorso, ventre ou bordo lateral, segurar a língua com gaze, incisão em 
cunha, sutura com fios de seda, categute ou nylon. 
OBS.: Ter cuidado com o dano vascular! 
 
Cirurgia de Dentes Inclusos 
 
Instrumental Utilizado 
• Você pode usar o motor em peça reta (melhor para entrar na boca) ou turbina, 
vai depender de qual você ache melhor. Sendo que com peca reta você corta só 
osso já com a turbina você poderá cortar dente e osso. 
• Brocas: Numero 6 e 8, ZECRYA (alto poder de corte) e baixa rotação número 702 
ou 8 esférica. 
OBS.: Não dá para fazer cirurgia sem bomba a vácuo. 
OBS.: Nem todo dente incluso precisa ser removido; podemos também optar por 
desinclusões cirúrgico-ortodônticas (dependendo da relevância funcional e/ou 
estética da unidade. 
 
Indicações para remoção cirúrgica: 
• Indicação ortodôntica; 
• Impossibilidade de tratamento conservador; 
• Tratamento de dor idiopática. 
OBS.: Remoção tardia é mais complicada! 
 
Contraindicações: 
• Extremos de idade; 
• Condição médica e sistêmica comprometida; 
• Riscos elevados de dano a estruturas adjacentes. 
 
Classificação e planejamento cirúrgico para terceiros molares: 
• Winter (1928) pode ser classificado em: 
o Quanto a relação ao 2º molar: 
ü Vertical; 
ü Horizontal; 
ü Mesioangular; 
ü Distoangular. 
• Pill e Gregory (1932) pode ser classificado em: 
o Quanto ao ramo mandibular (mesio-distal): 
ü Classe I: Quando o dente incluso tem espaço para irrupcionar, a 
face distal do dente com o ramo da mandíbula têm espaço 
suficiente. 
ü Classe II: Quando o dente incluso está metade dentro do ramo da 
mandíbula e outra metade em boca, não tem espaço suficiente. 
ü Classe III: Quando o dente incluso está completamente coberto 
pelo osso do ramo da mandíbula. 
o Quanto a posição oclusal (cervico-oclusal): 
ü A: Plano oclusal do dente incluso está no mesmo nível do plano 
oclusal do dente anterior; 
ü B: Plano oclusal do dente incluso está no nível cervical do dente 
anterior; 
ü C: Plano oclusal do dente incluso está no nível abaixo do terço 
cervical do dente anterior. 
OBS.: A melhor posição é a AI e a pior é a CIII. 
 
Passos cirúrgicos para 3º molar inferior: 
• Exposição adequada da região, com incisão do tipo envelope da distal do 3º molar 
até a metade do 1º molar inferior e retalho de espessura total (envolvendo 
mucosa e periósteo), sempre sentir o osso para saber se foi total ou não; 
• A incisão é de trás para frente, mas o descolamento é de frente para trás; 
OBS.: Retalhos divididos são feitos em cirurgias periodontais. O princípio de uma 
incisão relaxante é deixar a base mais larga que o ápice. 
OBS.: NUNCA incisar a papila, ou antes, dela ou depois. Caso contrário, a mesma irá 
necrosar. 
• Remoção de osso (osteotomia) 
• Divisão do dente (odontossecção): deve-se fragilizar o dente e/ou osso nos pontos 
onde estão retendo o dente. Pode cortar partes do dente ou separar as raízes 
(mais fácil). 
• Remoção do dente 
• Síntese 
OBS.: O nervo mandibular sai do forame mandibular junto com o nervo alveolarinferior. Um dos grandes medos da cirurgia é atingir o nervo lingual. 
 
 
Passos cirúrgicos para 3º molar superior: 
• A incisão deve ser feita com cuidado para não atingir o forame palatino maior e o 
menor. Nos superiores é mais comum o uso de incisão relaxantes. 
• Osteotomia: inicia-se pela oclusal seguida da vestibular, não se corta pela lingual. 
• Não se faz odontossecção de 3º molar superior, porque possui osso mais frágil. 
OBS.: Sempre fazer uso de extratores em cirurgias de remoção de 3M, pois com 
fórceps corre o risco de fraturar o ápice, aumenta o risco de fraturar a mandíbula. 
Você pode lançar mão do uso da broca para confeccionar um furo que servirá como 
ponto de apoio. 
 
Exame radiográfico (panorâmica): 
• Quais são os pontos de retenção do dente 
• Tem riscos anatômicos (seio maxilar, túber, o que vai sobrar de mandíbula depois de 
retirada do dente, nervo mentual e lingual, etc.). 
OBS.: Para realizar a extração de 3º molar deve-se ter um terço da raiz formada e 
abertura suficiente de boca. 
 
Pericoronarite: 
 As fibras não se aderem ao esmalte (apenas ao cemento) isso faz com que a 
gengiva recubra o dente e forneça espaço para acúmulo de bactérias, ou seja, tem que 
haver comunicação bucal. É uma doença perigosa que pode migrar para outros locais 
inclusive espaços faciais. 
• Cuidados locais: água oxigenada, clorexidina e higiene oral. 
• Só realiza-se procedimento cirúrgico depois que melhorar o processo 
inflamatório. 
• Terapia medicamentosa (cuidados sistêmicos): antibióticos, analgésicos e anti-
inflamatórios. 
 
Cirurgia dos Cistos e Tumores da Região Bucomaxilofacial 
 
OBS.: Sempre encaminhar tudo para o histopatológico. 
Cistos 
• Cavidade patológica preenchida por liquido ou semilíquido revestida por epitélio. 
• Tem crescimento independente, devemos remover a causa e o cisto, caso 
contrário ele continuará crescendo. 
• Tratamento é com excisão cirúrgica e abordagem do retalho por vestibular. 
Classificação: 
• Odontogênicos: desenvolvimentos e inflamatórios (mais comuns). 
• Não-Odontogênicos. 
No diagnóstico, sempre pense no mais comum. 
 
Tratamentos: 
• Enucleação – Ostectomia periférica, crioterapia (nitrogênio liquido) e solução de 
Carnoy (substância que provoca necrose superficial). 
• Marsupialização – Remove pressão interna só retirando o liquido, pode ser feito 
suturando a lesão (rânula por exemplo). Nessa opção de tratamento, em casos de 
dentes envolvidos, é possível que o dente retorne ao local correto de oclusão. 
• Descompressão – Remove parte do cisto, espera diminuir e faz curetagem. 
Queratocisto: remove com margem de segurança incluindo os dentes envolvidos na 
lesão, alta taxa de recidiva (porém quando retorna é de tamanho reduzido), não possui 
grande expansão de cortical, atinge mandibula e maxila, é indolor. 
Cisto Dentígero. 
Cisto Radicular: pode existir de tamanhos grande, porém está associado a necrose pulpar 
do dente associado. 
Cisto Dermóide: é um queratocisto de tecidos moles, geralmente na região sublingual. 
Cisto Nasolabial. 
 
Tumores 
• Estruturas sólidas podendo ser benignas (crescimento lento) ou maligno (rápido 
crescimento). 
• Tratamento: 
o Excisão. 
o Curetagem (descompressão): 
o Ressecção: 
ü Marginal 
ü Parcial 
ü Total 
ü Composta: Quando remove além dos ossos os tecidos moles adjacentes. 
o Reabilitação 
• Analisar: 
o Comportamento biológico, localização (maxila, mandibula, estruturas nobres 
associadas, intra ou extraósseo), tamanho, duração e tipo de reconstrução. 
• Fatores adicionais: 
o Idade do paciente, condição médica e anestesia geral ou local. 
Fibroma Traumático. 
Mixoma: remoção cirúrgica com osteotomia periférica e retirada dos dentes associados. 
Não está relacionado com presença de lojas ósseas, mas radiograficamente possui 
aspecto de raquete de tênis. Sempre ressecar com margem de segurança 
(hemimandibulectomia ou hemimaxilectomia). Cuidado com mixosarcoma! 
Ameloblastoma: geralmente ocorre reabsorção radicular, diferente do queratocisto. 
 
Biologia da Osseointegração 
 
• Resposta óssea peri-implantar: 
o Presença de células adequadas; 
o Nutrição apropriada dessas células; 
o Estimulo apropriado para a regeneração óssea; 
o Normalidade dos tecidos moles circundantes; 
o Análise radiográfica e histológica revelam integração estável por 10 anos. 
OBS.: A superfície do titânio forma uma camada estrutural química, chamada de 
dióxido de titânio (TiO2), protegendo o titânio da oxidação, permitindo a adesão das 
células e posterior produção do osso. A camada é muito estável. 
 
• Sucesso na osteointegração: 
o Forma do implante; 
o Qualidade do tecido ósseo; 
o Técnica cirúrgica; 
o Tempo de cicatrização; 
o Tratamento de superfície; 
o Material do implante. 
 
• Implante de titânio: 
o Biocompatibilidade; 
o Leve; 
o Resistente; 
o Protegido por uma camada de TiO2; 
o Forma de parafuso; 
o Superfície usinada = maquinada ou torneada. 
 
• Tratamento da superfície: 
o Incorporação de íons e proteínas (cálcio, fosfato e proteínas); 
o Morfologia da superfície (usinada, ataque ácido, jateamento e ataque 
acido, tratamento eletroquímico). 
 
• Morfologia da superfície: 
o Aumento da área de superfície; 
o Molhabilidade do implante (capacidade do liquido em molhar o solido, 
interações entre o acido do liquido/solido e do ar circunvizinho). 
 
Infecções Odontológica 
 
Etiologia da infecção odontogênica: 
• Periapical ou periodontal (menor potencial de gravidade). 
 
História natural da progressão das infecções odontogênicas: 
• Origem e disseminação. 
OBS.: depende de algumas relações (como posicionamento dos ápices). 
OBS.: O diagnóstico da infecção odontogênica é CLÍNICO! 
 
Anamnese e exame físico: 
• Início, duração, rapidez da evolução, sintomas presentes, história médica 
pregressa, sinais vitais (temperatura, FC, FR e PA), inspeção e palpação. 
OBS.: Exames complementares são secundários no diagnóstico das infecções. 
 
Princípios: 
• Determinar a severidade da infecção; 
• Localização anatômica; 
• Velocidade da progressão; 
• Comprometimento de vias aéreas. 
 
Celulite ≠ Abscesso 
Celulite Abscesso 
Aguda Crônica 
Intensa generalizada Localizada 
Grande Pequeno 
Endurecida Flutuante 
Sem pus Com pus 
Mais grave Menos grave 
Aeróbias Anaeróbias 
 
OBS.: Os critérios de gravidade são progressão muito rápida, taquipnéia ou 
dificuldade em respirar. 
 
Envolvimento dos espaços faciais: 
• Menor potencial de gravidade: 
o Espaços primários da maxila; 
o Espaços primários da mandíbula. 
• Maior potencial de gravidade: 
o Espaços secundários da maxila; 
o Espaços secundários da mandíbula. 
 
 
Reconstrução Óssea 
Objetivos: 
• Restauração do órgão; 
• Reabilitação funcional do paciente. 
 
Reconstrução do complexo maxilo-mandibular: 
• Restauração da continuidade; 
• Restauração da altura óssea alveolar; 
• Restauração do volume ósseo; 
• Manutenção do conteúdo ósseo; 
• Restauração aceitável da forma da face; 
• Aceitação de implantes; 
• Higidez da área doadora. 
OBS.: Temos 2 tipos de enxertos: o não vascularizado – ósseo livre (o fragmento do 
tecido ósseo dependente dos tecidos moles ao redor, precisa de sangue ao redor para 
nutrí-lo) e o vascularizado – MELHOR (o fragmento de tecido ósseo vem 
acompanhado de uma artéria que será anastomosada e irá nutrí-lo, não é tão 
dependente de sangue ao redor quanto o não vascularizado – ósseo livre). 
OBS.: Ósseo livre (parede anterior da crista óssea ilíaca) e vascularizado (fíbula). 
OBS.: O enxerto vascularizado pode utilizar a artéria ou veia facial ou a artéria 
tireolingofacial. 
OBS.: O enxerto ósseo livre precisa de um coto proximal e distal para ter sucesso. 
 
Somente cirurgia de ressecção: 
• Reconstrução imediata (não é tão recomendadodevido a maior probabilidade de 
contaminação intrabucal): 
o Margens livres; 
o Sem risco de recorrência; 
o Boa condição geral do paciente; 
o Boa cobertura de tecidos moles. 
OBS.: Caso opte por reconstrução imediata, devemos realizar enxertos 
vascularizados porque o risco de rejeição e contaminação intrabucal é menor. 
• Reconstrução tardia (não há contaminação intrabucal, pois já cicatrizou 
internamente e o novo acesso cirúrgico é extraoral): 
o Margens em dúvida; 
o Condição geral do paciente ruim; 
o Necessidade de ampla cobertura de tecidos moles; 
o Preferencia aos enxertos microvascularizados; 
o Oxigenoterapia hiperbárica (paciente fica nunca câmara com oxigênio a 
100%). 
 
Trauma Dento-Alveolar 
 
Etiologia e incidência: 
• Crianças e homens adultos são mais frequentes; 
• Falta de coordenação motora e distribuição do peso corporal em crianças e nos 
adultos os acidentes automobilísticos, desportivos e agressões são os mais 
frequentes; 
• Pacientes classe II; 
• Fraturas; 
• Idade de 2 a 4 e de 8 a 10 anos; 
• Esportes de contato e brincadeiras, abuso infantil; 
• Luxações. 
 
Primeiro passo para o correto diagnostico: 
• Quando aconteceu o trauma? (tempo); 
• Como aconteceu o trauma? (para investigar injurias secundárias e condição 
medica pré existente e onde foi armazenado o dente); 
• Onde aconteceu? (para definir a possibilidade de contaminação, qual 
medicamento usar e vacinas). 
 
Sumário de profilaxia antitetânica: 
• Pacientes com traumas abertos contaminados, precisam tomar a vacina 
antitetânica e soro antitetânico se eles não souberem se são vacinados. 
• Se for vacinado até 5 anos, o paciente não precisa nem do soro nem da vacina, em 
caso de feridas abertas contaminadas. 
• Se for de 5 anos a 10 anos de vacina o paciente precisa tomar apenas a vacina 
antitetânica, em caso de feridas abertas contaminadas. 
• Paciente com acidentes superficiais com mais de 10 anos precisam tomar apenas 
a vacina. 
 
Protocolo: 
1. Exame clinico: 
• Exame maxilofacial: 
o Extra oral (lacerações, abrasões e contusões); 
o Intra oral (fragmentos ou corpos estranhos); 
o Maxila, mandíbula e osso alveolar; 
o Fraturas coronárias; 
o Dentes (mobilidade ou deslocamento); 
o Teste de percussão e vitalidade; 
o Profilaxia antitetânica. 
2. Exame radiográfico: 
• Radiografia periapical; 
• Radiografia oclusal; 
• Radiografia panorâmica; 
• Em alguns casos tomografias. 
 
Classificação dos traumas dento-alveolares. 
• Se os danos foram ao tecido dentário e pulpar: 
o Fratura de esmalte: 
§ Ausência de exposição de dentina. 
§ Sem mobilidade. 
§ Teste de vitalidade normal (positivo). 
o Fratura de esmalte e dentina: 
§ Ausência de exposição pulpar. 
§ Perda de estrutura dentária. 
§ Mobilidade normal. 
§ Teste de vitalidade normal (positivo). 
o Fratura de esmalte, dentina e polpa: 
§ Mobilidade normal. 
§ Exposição pulpar. 
§ Teste de vitalidade normal (positivo). 
§ Se o ápice radicular estiver aberto pode-se fazer tratamentos 
conservadores da polpa, mas se o ápice radicular estiver fechado 
precisa-se fazer o tratamento endodôntico e colagem do 
fragmento (se possível). 
o Fratura coronoradicular sem exposição pulpar: 
§ Fratura além da margem gengiva marginal, até parte do 
cemento). 
§ Mobilidade de fragmento dentário. 
§ Teste de vitalidade normal (positivo). 
§ Pode-se fazer remoção do fragmento e restaurar, ou uma 
gengivectomia e osteoplastia para fazer a restauração, ou 
extrusão ortodôntica, sempre devemos fazer selamento dos 
túbulos dentinários com adesivos. 
o Fratura coronoradicular com exposição pulpar: 
§ Semelhante ao SEM exposição pulpar, porém evolvendo a polpa. 
§ O tratamento as vezes é necessário tratamento endodôntico, ou 
tratamento conservador, ou até mesmo exodontia da unidade a 
depender do nível da fratura. 
o Fratura radicular: 
§ Teste de vitalidade pulpar positivo no inicio, mas pode acontecer 
se ficar negativo. 
§ Sangramento no sulco gengival. 
§ Pode apresentar percussão positiva. 
§ Pode-se fazer reposicionamento, contenção semirrígida 
(flexível/splits) por 8 semanas, seguida de tratamento 
endodôntico, mas existem casos que necessitam de exodontia. 
• Se os danos foram aos tecidos periodontais: 
o Concussão: 
§ Leve descolamento do ligamento periodontal. 
§ Não gera deslocamento, nem mobilidade. 
§ Tem dor na percussão. 
§ Nenhum tratamento é necessário, mas se o dente escurecer, com o 
tempo, precisa fazer tratamento endodôntico e clareamento 
interno. 
o Subluxação: 
§ Sangramento no sulco gengival. 
§ Teste de vitalidade pode já ser negativo. 
§ Não gera deslocamento dentário, porem apresenta leve 
mobilidade. 
§ Tratamento com contenção semirrígida por 2 semanas devido a 
mobilidade e tratamento endodôntico posterior se necessário. 
§ Espessamento do ligamento periodontal em radiografia. 
o Luxação extrusiva: 
§ Sensação de dente crescido com mobilidade excessiva. 
§ Teste de vitalidade negativa. 
§ Extrusão do dente no alvéolo na radiografia. 
§ Reposicionamento, esplintagem de 2 a 3 semanas e tratamento 
endodôntico. 
o Luxação lateral: 
§ Vestibular, lingual ou palatina. 
§ Mesmos sintomas e tratamento da luxação extrusiva, porém a 
esplintagem com contenção semirrígida deve ser por 4 semanas. 
o Luxação intrusiva: 
§ Intrusão do dente no alvéolo. 
§ Tratamento de extrusão ortodôntica e seguido de tratamento 
endodôntico. Neste caso é SEMPRE indicado tratamento 
endodôntico devido ao esmagamento do feixe vásculo-nervoso. 
§ Teste de vitalidade negativa. 
§ Até 7mm de intrusão se o dente for de ápice aberto, ele irrupciona 
espontaneamente. 
§ Mais de 7mm de intrusão se o dente for de ápice aberto precisa de 
tratamento ortodôntico. 
§ Se a intrusão for do dente de ápice fechado deve-se fazer 
tratamento ortodôntico. 
o Avulsão: 
§ Saída completa do dente do alvéolo. 
§ Tratamento: segurar pela coroa, lavar sem esfregar com soro 
fisiológico ou água, reposicionar o dente se conseguir, se não 
conseguir deve-se armazenar no leite, saliva ou soro fisiológico. 
§ O tempo é o mais importante, até 60 min é o tempo de melhor 
prognóstico. 
OBS.: Se for apenas do osso alveolar não é traumatismo do osso de suporte porque 
não ultrapassa o osso do ápice dentário. 
• Se os danos foram ao osso de suporte dentário (quando ultrapassam o osso do 
ápice dentário): 
o Fratura alveolar: 
§ Alteração oclusal e mobilidade do segmento em bloco. 
§ Teste de vitalidade negativa. 
§ Único dos citados até agora que faz contenção RÍGIDA: barra de 
Erich, placas e parafusos. 
§ Classificada em: 
• Tipo I: Osteossíntese. 
• Tipo II: Odontossíntese. 
• Tipo III: Odontossíntese. 
• Tipo IV: Odontossíntese e osteossíntese.

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