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1 PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA Tema: Princípios infraconstitucionais de proteção ao consumidor MÓDULO I - INTRODUÇÃO AO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR Aula 03 2 CONCEITO DE FORNECEDOR Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. Art. 3º da Lei n. 8.070/90 PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO • Conceito de contrato na relação de consumo 3 PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO • Aquisição de produtos e utilização da prestação de serviço na relação jurídica de consumo. 4 PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO FORNECEDOR - Art. 14 do CDC • O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. 5 PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 6 PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA DANOS MORAIS E MATERIAIS. Furto de objetos deixados no interior do veículo em estacionamento de lanchonete. Estabelecimento comercial que ao disponibilizar estacionamento, mesmo que gratuito, tem responsabilidade pela guarda e vigilância sobre os veículos. Súm. 130/STJ. Documentos juntados aos autos suficientes à demonstração de que parte dos objetos furtados se encontrava, de fato, no interior do veículo. Apresentação, ademais, das notas fiscais relativas aos pertences do consumidor, atestando a sua existência e o seu valor. Indenização material que é devida excepcionalmente, dadas as peculiaridades do caso concreto. Dano moral não evidenciado, eis que não atingidos os direitos da personalidade do consumidor, com gravidade suficiente a caracterizar essa espécie de prejuízo. Sentença mantida. Sucumbência recíproca. Recursos desprovidos. TJSP; Apelação 1008912-94.2016.8.26.0361; Relator (a): Teixeira Leite; Órgão Julgador: 4ª Câmara de Direito Privado; Foro de Mogi das Cruzes - 6ª Vara Cível; Data do Julgamento: 05/12/2017; Data de Registro: 05/12/2017). 7 PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA SÚMULA N. 130 DO STJ • A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto de veiculo ocorridos em seu estacionamento. 8 PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 9 PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA COMPETÊNCIA. RELAÇÃO DE CONSUMO. UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTO E DE SERVIÇOS DE CRÉDITO PRESTADO POR EMPRESA ADMINISTRADORA DE CARTÃO DE CRÉDITO. DESTINAÇÃO FINAL INEXISTENTE. – A aquisição de bens ou a utilização de serviços, por pessoa natural ou jurídica, com o escopo de implementar ou incrementar a sua atividade negocial, não se reputa como relação de consumo e, sim, como uma atividade de consumo intermediária. Recurso especial conhecido e provido para reconhecer a incompetência absoluta da Vara Especializada de Defesa do Consumidor, para decretar a nulidade dos atos praticados e, por conseguinte, para determinar a remessa do feito a uma das Varas Cíveis da Comarca. (REsp 541.867/BA, Rel. Ministro ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO, Rel. p/ Acórdão Ministro BARROS MONTEIRO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 10/11/2004, DJ 16/05/2005, p. 227) • Correntes doutrinárias Finalistas: parte vulnerável (adotamos esse posicionamento) Maximalistas: não protege o consumidor, mas regula o mercado de consumo brasileiro 10 PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA DIREITO DO CONSUMIDOR - MICROEMPRESÁRIO INDIVIDUAL - PRODUTO ADQUIRIDO COMO INSTRUMENTO DE TRABALHO - CONCEITO DE CONSUMIDOR - TEORIA FINALISTA MITIGADA - PRECEDENTES DO STJ - VULNERABILIDADE DEMONSTRADA - APLICABILIDADE DO REGIME CONSUMERISTA. A jurisprudência assente do Superior Tribunal de Justiça adotou a respeito da concepção de consumidor a teoria finalista mitigada, a qual estende a aplicação das normas protetivas constantes no Código de Defesa do Consumidor a determinados consumidores profissionais de produtos ou serviços, desde que comprovada vulnerabilidade em relação ao fornecedor. DANO MORAL - INOCORRÊNCIA O inadimplemento contratual ou a ocorrência de danos materiais não geram automaticamente a obrigação de indenização por pretenso abalo moral. A concessão dessa verba reparatória pressupõe a existência de um fato com eficácia para causar abalo psicológico ao ofendido, seja pelo sofrimento psíquico interno, seja pela desonra pública. Noutros termos, o incômodo sofrido, por si só, não dá margem à indenização por danos morais. É preciso que reste configurado o prejuízo moral. (TJSC, Apelação Cível n. 2013.022173-8, de Mafra, rel. Des. Luiz Cézar Medeiros, Quinta Câmara de Direito Civil, j. 25-04-2016). 11 PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 12 PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA TEORIA FINALISTA DIREITO CIVIL - PRODUTOR RURAL - COMPRA E VENDA DE SEMENTES DE MILHO PARA O PLANTIO - CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR - NÃO-APLICAÇÃO - PRECEDENTES - REEXAME DE MATÉRIA-FÁTICO PROBATÓRIA - ÓBICE DA SÚMULA 7/STJ - RECURSO ESPECIAL IMPROVIDO. I - Os autos dão conta tratar-se de compra e venda de sementes de milho por produtor rural, destinadas ao plantio em sua propriedade para posterior colheita e comercialização, as quais não foram adquiridas para o próprio consumo. II - O entendimento da egrégia Segunda Seção é no sentido de que não se configura relação de consumo nas hipóteses em que o produto ou o serviço são alocados na prática de outra atividade produtiva. Precedentes. 13 PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA III - O v. acórdão recorrido entendeu que os recorrentes não conseguiram comprovar o fato constitutivo de seu direito, por meio de provas aceitáveis em juízo e que possibilitassem o contraditório. O cerne da questão, como se vê, diz respeito ao exame de matéria fático-probatória, o que é vedado pela Súmula 7/STJ. IV - Ademais, mesmo nas hipóteses em que o Código de Defesas do Consumidor é aplicável, o contraditório deve ser observado, possibilitando-se ao réu a oportunidade de provar fatos que afastem a sua condenação. V - Recurso especial improvido. (REsp 1132642/PR, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, Rel. p/ Acórdão Ministro MASSAMI UYEDA, TERCEIRA TURMA, julgado em 05/08/2010, DJe 18/11/2010) 14 PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA TEORIA FINALISTA MITIGADA PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. CONCEITO DE CONSUMIDOR. INCIDÊNCIA DO CDC. PESSOA JURÍDICA. FINALISMO MITIGADO. VULNERABILIDADE. AUSÊNCIA DE DIVERGÊNCIA ENTRE OS ACÓRDÃOS CONFRONTADOS. 1. Hipótese em que, em verdade, não há divergência entre os acórdãos comparados, pois todos aplicam a teoria finalista mitigada, que admite a incidência do CDC, ainda que a pessoa física ou jurídica não sejam tecnicamente destinatárias finais do produto ou do serviço, quando estejam em situação de vulnerabilidade diante do fornecedor. 15 PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 2. Entretanto, no acórdão embargado, a Primeira Turma afirmou que a hipótese é de "ausência de demonstração de vulnerabilidade" da pessoa jurídica agravante (fls. 1.446-1.447). A reforma dessa conclusão pressupõe novo julgamento do Recurso Especial, com análise detida do acórdão recorrido, o que não pode ser obtido por esta via. 3. Haveria divergência se os paradigmas indicados afirmassem que, para a incidência do regime protetivo do CDC, seria dispensável a análise da situação de vulnerabilidade da pessoa jurídica sempre que se tratar de serviço público essencial. Em nenhum deles, contudo, está assentada essa tese. 4. Agravo Regimental não provido. (AgRg nos EREsp 1331112/SP, Rel. Ministro HERMANBENJAMIN, CORTE ESPECIAL, julgado em 03/12/2014, DJe 02/02/2015) • Por que o consumidor pode submeter as cláusulas contratuais a apreciação do Poder Judiciário? Porque ele não teve oportunidade de discutir essas mesmas cláusulas contratuais, quando assinou o contrato. 16 PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA • Então, nós temos: Práticas abusivas (art. 39 do CDC) Contrato de adesão (art. 54 do CDC) Cláusulas abusivas (art. 51 do CDC) Vamos para o nosso primeiro “leading case” no Superior Tribunal de Justiça 17 PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
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