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Direitos Fundamentais - Aulas Geovane Peixoto

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DIREITOS FUNDAMENTAIS
Aluna: Maria Carolina Ribeiro
Professor: Geovane Peixoto
Aulas 2015.1
1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS:
1.1. Conceito: Algo fundamental pode ser considerado algo essencial, logo, os direitos
fundamentais são um conjunto de direitos subjetivos que representam um núcleo essencial
inerente aos seres humanos. O fato de ser humano faz com que alguns direitos subjetivos sejam
fundamentais. Questiona-se se os direitos fundamentais não poderiam ser ampliados aos outros
seres vivos, como sujeitos de direito. Todo direito fundamental gera um dever fundamental. Todo
direito fundamental é relativo, porque é direito e não valor absoluto.
1.2. Direitos Fundamentais x Direitos Humanos: A doutrina tem feito uma distinção
entre direitos fundamentais e direitos humanos – direitos humanos são aqueles direitos
essenciais ao ser humano que lhes confere direitos subjetivos. A diferença entre os direitos
fundamentais e os direitos humanos é a fonte de positivação. Os direitos fundamentais estão
positivados em constituições, ao passo que, os direitos humanos estão positivados, via de regra,
em tratados internacionais. Os direitos internacionais estão relacionados à soberania dos
Estados, gerando diplomas jurídicos constitucionais que identificam esses direitos, enquanto os
direitos humanos possuem a pretensão de universalidade, transcendem os Estados, logo, só
podem ser positivados em tratados internacionais, e estes, só atingem os Estados signatários.
- Até a chegada do constitucionalismo, a preocupação com os direitos fundamentais era posta
como uma preocupação dos direitos humanos (era uma questão de direito natural). O direito
natural gerava insegurança jurídica, pois não era aplicado igualmente a todos, com a
positivação dos direitos fundamentais, passa-se a ter segurança jurídica (Carta Magna de 1215).
1.3. Gerações dos Direitos Fundamentais:
1ª dimensão dos direitos fundamentais: “Liberdade” – São os direitos individuais protegidos
pelo Estado, Os indivíduos passam a ter um direito subjetivo individual, e, caso esse direito seja
violado. O Estado deve intervir (função protetiva e garantidora de direitos). A 1ª fase é a fase da
liberdade. O Estado era mínimo e não intervencionista. Alguns exemplos de Constituições que se
enquadram na primeira dimensão: Constituição Brasileira de 1824 e Constituição Belga de 1881.
Constitucionalismo forte.
2ª dimensão dos direitos fundamentais: “Igualdade” – O Estado que era mínimo e não
intervencionista, passa a ser o Estado provedor positivo, então o Estado se responsabiliza pela
saúde, educação, moradia, etc. Todos passam a ser tratados com iguais, porém de forma
individual. Adota-se nessa fase a Constituição programática e dirigente (CF/1988). Nessa fase é
possível notar nas constituições um conteúdo acerca das políticas públicas. Alguns exemplos de
Constituições que se enquadram na primeira dimensão: Constituição Mexicana de 1917,
Constituição Alemã de Weimar de 1919, Constituições Brasileiras de 1937, 1946, 1988. Fase dos
direitos sociais e econômicos, típicos do constitucionalismo social. Direitos sociais não significam
direitos coletivos.
Quando temos uma nova fase dos direitos fundamentais, temos novos direitos acrescentados à
dimensão anterior.
3ª dimensão dos direitos fundamentais: “Fraternidade” – É a dimensão da coletividade.
Essa dimensão tutela os interesses coletivos, não mais individuais, e se dividem em duas
categorias: interesses coletivos “stricto sensu”, que se refere a uma dimensão jurídica de uma
parcela identificável da sociedade e os interesses difusos referem-se a uma parcela não
identificável. A Segunda Guerra Mundial foi um marco para a divisão entre os direitos individuais
e os direitos coletivos, pois, o formato de direito anterior (individuais), permitiu que muitas
atrocidades ocorressem na época da guerra.
4ª dimensão dos direitos fundamentais: Propõe a internacionalização dos direitos
fundamentais, com o surgimento dos direitos internacionais. É o direito coletivo externo. Mas a
partir disso surge um problema: qual a posição dos direitos internacionais diante da soberania
do Estado? No Brasil, o STF buscou uma solução legalista sobre isso: Artigo
105, III, “a” – Compete ao STJ julgar em sede de recurso especial as causas julgadas quando
houver contrariedade a leis ou tratados internacionais. Logo, os tratados internacionais
representam normas infraconstitucionais. Para um tratado ser recepcionado pelo Brasil é
necessário que este tratado seja assinado pelo presidente, aprovado pelo senado e depois
ratificado pelo presidente. Na época da ditadura militar brasileira, foi editado um Decreto Lei
que atendia o interesse econômico das instituições financeiras. Esse decreto lei permitia que as
instituições vendessem os bens que não foram pagos, mas, caso na busca e apreensão não
fosse encontrado o bem, o proprietário poderia ser considerado um depositário infiel, e com este
status, a prisão é autorizada. No Pacto de San José, a prisão por dívida civil, só poderia ocorrer
se fosse em casos de inadimplência alimentícia, porém, como os tratados internacionais eram
infraconstitucionais, a prisão do depositário infiel era permitida. Artigo 5º, §2º - Os direitos e
garantias previstos na Constituição não excluem outros direitos previstos em princípios, ou
tratados internacionais. Muitos doutrinadores pregam que a decisão do supremo não condiz com
este artigo da Constituição, porém para o STF, o direito internacional permanece
infraconstitucional. A solução dos doutrinadores era mudar a Constituição. A questão que antes
era material, passou a ser formal: a depender do teor do conteúdo do tratado internacional,
este, será equiparado a uma emenda constitucional, dependendo da votação que obtiver no
Congresso. Os tratados anteriores ficaram submetidos a súmula vinculante 25 – os tratados
internacionais que versam sobre direitos humanos, a partir da emenda constitucional nº 45,
passam a ser normas supralegais.
2. EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
A normas fundamentais são de aplicação imediata, segundo o Artigo 5º, I. Porém, muitos direitos
fundamentais só possuem eficácia mediante uma lei regulamentadora posterior. O legislador
constitucional para evitar conflitos, redigiu o Artigo 5º, LXXI – mandado de injunção que serve para
que o poder judiciário num caso concreto, possa solucionar um problema onde há um direito
omitido devido a inexistência de uma lei regulamentadora posterior. O mandado de injunção dá
efetividade aos direitos fundamentais.
3. DIMENSÕES VERTICAL E HORIZONTAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS:
3.1. Dimensão vertical: A evolução dos Direitos Fundamentais está ligada a um processo
político que determinou a ressignificação da posição do Estado perante os indivíduos – O Estado
sai de uma posição de superioridade absoluta e passa a ter limites nas relações com os
indivíduos (os indivíduos passam a possuir um amparo legal dos seus principais direitos,
limitando assim, os poderes do Estado.
O Estado passa a ter a obrigação de se comportar perante a sociedade diante das limitações
postas pelos Direitos Fundamentais. A previsão da separação dos poderes, instituída pela
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, assegura que os Direitos Fundamentais serão
cumpridos pelo Estado, que antes era violador dos mesmos. O Judiciário terá um papel muito
importante no controle do poder estatal, pois, via de regra, o Poder Judiciário não se movimenta
pelas próprias pernas, ou seja, não age de ofício, para que haja uma ação, é necessário que ele
seja provocado (Princípio da Inércia do Poder Judiciário).
Os Direitos Fundamentais, durante o primeiro momento, somente eram arguíveis entre o Estado
e os indivíduos.Esta relação, segundo a doutrina, é a dimensão vertical dos Direitos
Fundamentais, onde o Estado é superior aos indivíduos, porém, possui limitações perante estes.
3.2. Dimensão horizontal: Na década de 50, na Alemanha, ocorre o caso Luth. Este caso, é
o primeiro onde admite-se a horizontalidade dos Direitos Fundamentais. Surge aqui, a tese de
que, os Direitos Fundamentais não deveriam ser aplicados apenas nas relações entre os
indivíduos e o Estado, mas também nas relações particulares entre os indivíduos. A Suprema
Corte da Alemanha passa a entender que existe uma dimensão horizontal dos Direitos
Fundamentais, porém não nega a existência da dimensão vertical. No Brasil, a questão da
horizontalidade passa a ser discutida a partir do século XXI.
4. A ESSENCIALIDADE DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: Os Direitos Fundamentais são o núcleo
mais importante dos direitos de um sujeito. O que torna um direito fundamental é o fato de
haver preocupação nuclear com a dignidade humana, sendo este o núcleo de proteção central
dos Direitos Fundamentais. 
Não se deve confundir valor com direito. O pós positivismo jurídico acrítico passou a invocar
exageradamente a dignidade humana, e, muitas vezes, utiliza-se disto para que seja possível
ferir a dignidade de outrem. O Contrato Social significa uma metáfora. É a metáfora que explica
a ideia do Estado de Direito. Estado de Direito é aquele Estado em que os indivíduos abrem mão
das suas liberdades em prol da coletividade, logo, quando se fala em "liberdade religiosa"
refere-se a valor, mas quando fala-se em "direito à liberdade religiosa" existem restrições.
4.1. Características dos Direitos Fundamentais:
a) Historicidade: Os Direitos Fundamentais não surgem de forma natural, são historicamente
construídos pela sociedade.
b) Inalienabilidade: Os Direitos Fundamentais não podem ser objeto de transações comerciais
(questiona-se a respeito).
c) Indisponibilidade: Não se pode dispor sobre os Direitos Fundamentais (questiona-se a
respeito).
d) Imprescritibilidade: Não há prescrição sobre os Direitos Fundamentais.
Todo Direito Fundamental pode ser mitigado. Os Direitos Fundamentais não são absolutos,
podendo ser relativizados (exemplo: Direito a Vida – no Brasil, em caso de guerra, pode-se
relativizar este direito fundamental).
4.2. “Soluções” para colisões entre Direitos Fundamentais: Segundo Robert Alexy, diante de
colisões entre Direitos Fundamentais que gerem um conflito normativo, deve-se utilizar a
ponderação de interesses (esta técnica deve ser aplicada no caso concreto, não sendo possível
observar a sua aplicação no plano abstrato). Por vezes questiona-se se a decisão proferida foi de
certo a mais justa e adequada. Dworkin critica Alexy, pois para ele, a ponderação de interesses
gera insegurança jurídica e abre a possibilidade de uma interpretação subjetiva, pois, a decisão
dependerá da descrição feita pelo magistrado. A Teoria da Ponderação de Alexy é extremamente
subjetivista, pois desconsidera elementos fáticos e normativos, porém, esta teoria foi criada para as
condições da Alemanha (vale ressaltar que a Suprema Corte Alemã não adota a teoria mencionada
integralmente). Dworkin afere que, a decisão correta é aquela que se adequa ao sistema jurídico.
5. DIREITO À VIDA:
6. DIREITO À LIBERDADE: A liberdade é um valor absoluto, mas o direito à liberdade é algo
relativo. Num estudo histórico acerca da liberdade, tem-se a mesma como uma autonomia
absoluta. Thomas Hobbes foi o primeiro a perceber que a liberdade enquanto valor individual
não pode ser absoluta, pois, é necessário que haja uma regulamentação estatal para que haja a
salvaguarda dos direitos fundamentais. O conjunto dos direitos individuais dependem de uma
restrição jurídica da liberdade. O contrato social em Hobbes é responsável por garantir direitos
fundamentais a partir da delimitação da liberdade individual (Artigo 5º, II – “ninguém será
obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude da lei” – a legalidade enquanto
elemento limitador da liberdade). A liberdade vem bastante agregada ao capitalismo. A
limitação à liberdade somente é aceitável no momento em que ela interfere no interesse da
sociedade. No preâmbulo da Constituição e no caput do Artigo 1º institui-se que não se pode
mitigar o interesse coletivo em face de um interesse privado. Não há democracia se não há
liberdade: todos devem possuir o direito à liberdade de expressão dentro de uma sociedade
pluralista (Artigo 5º IV, V). 
 Biografias não autorizadas: Nas biografias fala-se de outrem. Art. 20/CC – Não autoriza as
biografias não autorizadas, pois, defende o direito a imagem. Muitos acreditam que esta lei é
inconstitucional, mas, os que dizem que é constitucional defendem que à restrição à
liberdade se dá para proteger outro direito fundamental. Uma terceira corrente defende a
não proibição das biografias desde que ela não viole a privacidade dos indivíduos, cabendo
inclusive indenização caso isto ocorra. “A liberdade de expressão consiste no direito que
todos têm de dizer aquilo que eu discordo”.
 Politicamente correto: Surgiu no auge do modelo totalitário repressor da URSS (Stálin)
dentro do seguinte pressuposto: só está correto aquilo que o partido diz que está correto.
Proíbe o pluralismo.
 Possibilidade de manifestação acerca de qualquer tema: (XLII – crime de racismo).
6.1. Liberdade religiosa: A Constituição estabelece a laicidade estatal, que significa que o
Estado não possui religião oficial. Laicidade e liberdade religiosa não são a mesma coisa.
Paralelamente à laicidade o Estado assegura a inviolabilidade da liberdade de crença e protege
os locais de culto. A ideia de liberdade religiosa surge na Constituição de 1946, defendida por
Jorge Amado. As instituições estatais não podem mostrar nenhum tipo de preferência por
alguma religião, mas as pessoas podem criticar, opinar, discordar, etc.
 Sacrifício de animais: Questiona-se até que ponto são permitidos cultos onde ocorrem
sacrifícios de animais (principalmente, nas religiões de matrizes africanas). No momento em
que ocorre sacrifício de animais, questiona-se se isto não é o tratamento cruel para com os
animais. Quando isto ocorrem aparecem dois grandes blocos em conflito (defensores da
liberdade religiosa x defensores dos direitos dos animais).
 A Constituição traz algumas outras possibilidades de liberdade: liberdade de associação (Art.
5º, XVII); liberdade de reunião.
6.2. Liberdade de expressão, o problema do hate speech e o caso Ellwanger: Com
base no texto de Daniel Sarmento, pode-se aferir que geralmente os Estados conferem proteção
ao direito de expressão, porém não toleram o hate speech, diferentemente dos Estados Unidos,
onde há uma proteção muito maior a liberdade de expressão. Nos Estados Unidos, a tolerância
quanto ao hate speech é maior por consta da primeira emenda constitucional deste país, onde é
vedado a qualquer um dos estados que criem legislações que atentem de qualquer modo o
direito à liberdade individual. Nos Estados Unidos inclusive, o direito mais protegido é o direito à
liberdade de expressão, e, a expansão na proteção do direito à liberdade de expressão tem se
dado em parte, ao custo do enfraquecimento na garantia de outros direitos contrapostos. “Em
resumo, nos Estado Unidos se entende que as manifestações de ódio e intolerância contra
minorias são protegidas pela liberdade de expressão”. No Brasil, este tema foi amplamente
debatido no caso Ellwanger, que chegou ao STF para a análise: Ellwanger publicava livros com
conteúdo antissemita, e foi processado por isto. Quando o pedido de habeas corpus chegou ao
Supremo, questionou-se se era realmente necessário ocorrer um processo criminal decorrente
daspublicações, pois o autor estava exercendo a sua liberdade de expressão. Decidiu-se
através da ponderação de interesses que sim, havia a necessidade de imputação criminal a
Ellwanger pois, o seu direito fundamental à liberdade neste caso, não poderia se sobrepor à
dignidade das minorias ofendias com a publicação.
7. DIREITO À PRIVACIDADE:
Art. 5º, X: É inviolável a intimidade, vida privada, honra e imagem. A ideia de proteção à
privacidade decorre da compreensão destas quatro categorias jurídicas.
 Intimidade: O objeto de proteção é tudo aquilo que o indivíduo possui no seu íntimo, que só
ele domina e só ele pode dispor ou não. É o que se tem internamente e não se deseja
repartir. “É o direito de proteção dos segredos mais recônditos do indivíduo, como sua vida
amorosa, opção sexual, o seu diário íntimo, o segredo sob juramento, as suas próprias
convicções”. “É a vida secreta ou exclusiva que alguém reserva para si, sem nenhuma
repercussão social, nem mesmo junto a sua família, aos seus amigos e ao seu trabalho”. É a
essência do indivíduo.
 Vida privada: A dimensão da intimidade compartilhada em pequenos grupos (familiares,
amigos, etc.), representa a vida privada do indivíduo. É um viver entre os outros que exige
certa reserva.
 Honra: “Honra é a dignidade pessoal refletida na consideração alheia e no sentimento da
própria pessoa”. É caracterizada pelos valores de uma determinada pessoa, valores estes,
que podem ser divididos em duas dimensões:
- Subjetiva: diz respeito aos valores que o indivíduo considera em relação a sua própria
pessoa;
- Objetiva: é aquela que é percebida pelos valores que os outros atribuem ao indivíduo.
 Imagem: É constituída pelos elementos objetivos que tornam possível a identificação de
uma pessoa. A mesma proteção dada à imagem é dada à voz, por exemplo (elementos
objetivos). O direito a imagem tem como escopo resguardar os aspectos físicos da pessoa,
impedindo a divulgação.
O ônus da prova para o pleiteio da indenização é quem alega ter sofrido a lesão. A pessoa
precisa provar que houve um fato (quebra de um direito fundamental constitucionalmente
tutelado), mas não é necessário o enquadramento em um tipo específico, pois a indenização é
uma sanção cível e não penal.
No intuito de proteger a privacidade, o legislador constituinte definiu que a casa é o asilo
inviolável do indivíduo, entende-se como casa, qualquer local onde o indivíduo pratique os seus
atos da vida cotidiana mesmo, que de forma transitória, não é necessário confirmar o ânimo
definitivo da pessoa.
A interpretação dos direitos fundamentais deve ser feita sempre de forma ampliativa, ou seja,
deve-se tentar potencializar os direitos fundamentais.
São invioláveis as correspondências, o sigilo telefônico, etc. O sentido de correspondência é
ampliado. Há diferenças entre o email pessoal e o email de trabalho. Caso a empresa queira, ela
pode fiscalizar o email de trabalho, pois este deve ser utilizado exclusivamente para fins da
empresa, inclusive porque, quando há um contato através do email de trabalho, é como se fosse
a empresa falando através de um representante. Acerca do sigilo das conversas telefônicas: O
direito posto na Constituição de 1988 era máximo. Quando a lei 9296/96 foi editada ela
restringiu o direito, diminuindo a âmbito de restrição. Antes da existência desta lei não era
possível que houvesse uma interpretação restritiva, pois, no âmbito de direitos fundamentais, a
interpretação deve ocorrer de forma ampliativa sempre. Ou seja, neste caso, não cabe
intervenção do poder judiciário nem a impetração do mandado de injunção, visto que o
mandado de injunção deve ser utilizado quando o poder legislativo for omisso e quando houver
diminuição ou supressão de um direito fundamental. No caso da quebra de sigilo não há
diminuição ou supressão de direito, pois este encontra-se no seu nível máximo. Isto está em
consonância com o dispositivo que diz que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
algo senão por virtude de lei.
 Direito à inviolabilidade da casa: Só pode ser inviolada em caso de flagrante delito (a
qualquer hora), desastre (a qualquer hora), para prestar socorro (a qualquer hora) ou por
determinação legal (somente durante o dia).
 Direito ao sigilo de correspondências e das comunicações telegráficas, de dados e
das comunicações telefônicas: O objetivo é proteger as mensagens, assegurando a
privacidade das pessoas envolvidas (remetente e destinatário).
8. DIREITO À SEGURANÇA JURÍDICA: Quando se fala em segurança jurídica, fala-se em algo que
não se relaciona apenas com um conceito preliminar acerca de um princípio. Na verdade, fala-se
em algo maior, que está correlacionado com o próprio papel assumido pelo direito na
modernidade. Esse papel diz respeito à aquela função reguladora assumida pelo Estado como
fruto das Teorias do Contrato Social (responsáveis pela delimitação de um novo tipo de Estado –
o Estado de Direito). Em decorrência da insegurança que foi típica do Estado Natural, ocorre a
necessidade de um novo tipo de direito capaz de superar diversos problemas, conferindo
certeza e segurança nas relações sociais. O direito é colocado na posição de elemento capaz de
gerar a estabilização de expectativas nas relações sociais.
A segurança jurídica é posta como direito fundamental no art. 5º, XXXVI (direito adquirido, ato
jurídico perfeito, coisa julgada). Princípio da inafastabilidade da apreciação do poder judiciário
(subprincípio da segurança jurídica). Direito ao devido processo legal entra no direito à
segurança jurídica. A garantia de segurança jurídica impõe aos poderes públicos o respeito à
estabilidade das relações jurídicas já constituídas e a obrigação de antecipar os feitos das
decisões que interferirão nos direitos e liberdades individuais e coletivas. 
9. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS NO ÂMBITO PENAL E PROCESSUAL PENAL: Há
uma preocupação do Estado ao definir no rol de direitos e garantias fundamentais acerca do
direito penal e do direito processual penal, sendo que, essas duas áreas devem sempre ser
interpretadas à luz dos direitos fundamentais assegurados na Constituição
 Garantismo penal: (Luigi Ferrajoli) Aplicação das garantias penais constitucionalmente
estabelecidas, quando da aplicação do direito penal e processual penal. Todo o direito penal
e processo penal precisa ser interpretado sempre à luz dos direitos fundamentais, não é
possível aplicar nenhum tipo de política penal que esteja dissociada dos princípios e valores
esculpidos constitucionalmente como direitos fundamentais.
 Sistema penal: Todas as instituições e institutos utilizados no tratamento dos
comportamentos sociais desviantes (crime). As políticas públicas e os direitos fundamentais
são os auxiliadores do sistema penal.
Há aqui a garantia da legalidade ou da reserva legal (não há crime nem pena sem previsão
legal), garantia da anterioridade penal (não há crime nem pena sem prévia previsão legal),
garantia da taxatividade (a lei penal incriminadora deve ser precisa e específica), garantia da
culpabilidade (não há pena sem culpabilidade), garantia da não culpabilidade (ninguém será
considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória) e garantia do
juiz natural (ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente),
garantia de inadmissibilidade de provas ilícitas (são inadmissíveis, no processo, as provas
obtidas por meios ilícitos), garantia do silêncio ou da não auto incriminação (o preso será
informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a
assistência da família e de advogado), garantia da prisão constitucional (ninguém será preso
senão em flagrante delitoou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos
em lei), garantia da vedação de prisão civil por dívida (veda a prisão por dívida civil, salvo por
obrigação alimentícia e por depositário infiel), garantia da intervenção mínima (o direito penal
só deve atuar na defesa de bens jurídicos imprescindíveis à coexistência pacífica dos homens e
que não podem ser eficazmente protegidos de forma menos gravosa), garantia da
fragmentariedade (o direito penal limita-se a castigar as ações mais graves praticadas contra os
bens jurídicos mais relevantes), garantia da humanidade, garantia da adequação social e da
insignificância, garantia da alteridade, garantia da confiança, garantia da irretroatividade da lei
penal mais severa e da retroatividade da lei penal benéfica, garantia da pessoalidade da pena e
da individualização da pena, garantia da não extradição, 
10.DIREITO À IGUALDADE: Dentro do Estado capitalista, uma das premissas é a desigualdade.
Diante desse cenário, o Estado passa a ter um papel importante para estabelecer políticas
públicas com o objetivo de equilibrar as relações desiguais. A desigualdade, materialmente,
existe. O Estado deve reconhecer essas desigualdades e estabelecer políticas que tentem
equilibrar as relações. Art. 5º, CF, caput: igualdade formal: estabelece que todos sejam tratados
como iguais perante a lei. Igualdade material: fomentada pela lei, o conteúdo da lei prevê
medidas para que a desigualdade seja mitigada (art. 3º, III, IV). O Brasil, constitucionalmente,
institui proteção à igualdade formal e material. O direito fundamental à igualdade prescreve
que: tratar os iguais de maneira igual e os desiguais de maneira desigual, na medida de
desigualdade. Medida da desigualdade: diagnosticar o elemento de discriminação que abala a
igualdade, para que sejam estabelecidas medidas desiguais para mitigar as desigualdades
existentes.
11.DIREITO À PROPRIEDADE: (Art. 5º, XXIII) - propriedade privada é direito fundamental de todo
cidadão brasileiro. Este direito poderá sofrer restrições em função do cumprimento de sua
função social. A ideia de função social da propriedade está diretamente tutelada pela
Constituição em seu art. 182: na propriedade urbana, quem tem competência para definir a
função social é o município através do plano diretor. Estatuto das cidades: lei federal que
estabelece a função social da propriedade urbana quando não há plano diretor. Em relação à
propriedade rural: art. 186. Diretrizes constitucionais e legislação federal. A função social gera a
possibilidade de intervenção estatal em relações privadas para assegurar que esses valores
definidores da função social da propriedade sejam preservados (a regra é a não intervenção
estatal no âmbito das relações privadas). O direito de propriedade é um direito individual
condicionado ao bem estar da comunidade, na medida e quem a propriedade deverá atender a
sua função social, logo, a Constituição só garante a propriedade se a mesma cumprir a sua
função social.
 Propriedade intelectual: Envolve os direitos autorais e a propriedade industrial. 
12.DIREITOS SOCIAIS: A nossa Constituição Federal foi elaborada dentro da perspectiva da social
democracia. Dentro do Estado de Bem Estar Social o Estado assume uma posição de provedor,
ou seja, deve providenciar o atendimento de alguns direitos sociais que são programaticamente
definidos pela própria Constituição. A Constituição de 1988 passa a elencar direitos sociais, o
Estado passa por intermédio de políticas públicas, a concretizá-los. No momento em que adota-
se a perspectiva do Constitucionalismo Social, cabe ao Estado a concretização das políticas
públicas necessárias para que esses direitos sejam efetivados. Há um direito de todos os
indivíduos difusamente colocado, e, como consequência desse direito surge um dever
fundamental por parte do Estado, qual seja efetivar esses direitos sociais. Dentre o rol de
direitos tem-se a saúde, educação, meio ambiente ecologicamente equilibrado, sadia qualidade
de vida, previdência social, assistência social, etc. Existe um artigo na Constituição que estatui
os principais direitos sociais, de modo genérico, qual seja o artigo 6º. Esta lista é meramente
exemplificativa, pois, os direitos fundamentais são ampliativos e o artigo 5º, §2º institui que os
direitos fundamentais presentes na Constituição não excluem outros. Os direitos sociais
elencados na Constituição dependem de políticas públicas para concretizá-los. Quando se fala
em mínimo existencial dentro de uma sociedade capitalista, necessariamente se fala em bens
materiais; os direitos relacionados a estes bens materiais estão elencados no art. 7º, §2º. Os
direitos sociais necessitam de recursos financeiros para a sua efetivação, diferentemente dos
direitos individuais, e, os recursos que os Estados possuem não são ilimitados, e por isso, nem
sempre a efetivação dos direitos fundamentais é possível. Nasce um problema jurídico: mínimo
existencial x reserva do possível (escassez de recursos). “Os direitos sociais surgiram na
tentativa de resolver uma profunda crise de desigualdade social que se instalou no mundo no
período pós guerra, Fundados no princípio da solidariedade humana, os direitos sociais foram
alçados a categorias jurídicas concretizadoras dos postulados da justiça social, dependentes,
entretanto, de execução de políticas públicas voltados a garantir amparo e proteção social aos
mais fracos e mais pobres.
12.1. Caso das insulinas análogas: As insulinas análogas não foram padronizadas pelo
governo federal para fornecimento pelo sistema público de saúde. Não é evidencias de que o
tratamento com insulinas análogas traga melhores resultados terapêuticos quando comparadas
com insulinas humanas. Um dos fundamentos usados a favor da implantação das insulinas
análogas é que o tratamento apenas com insulinas humanas é incapaz de promover o adequado
controle de glicemia sem um aumento inaceitável no risco de hipoglicemia. 84% das insulinas
pedidas judicialmente são análogas, e, em 88% dos casos os tribunais decidiram a favor do
paciente. Geralmente as decisões que concedem a insulina se fundamentam na condição
socioeconômica do paciente (hipossuficiente), e constantemente ocorre alguma análise acerca
da necessidade e eficácia do tratamento pedido. Acerca da escassez de recursos do Estado,
foram utilizados os seguintes argumentos: “quando está em jogo o direito à vida e à saúde dos
pacientes, a questão dos custos é irrelevante”, em muitos casos entendeu-se que a culpa do
Estado não possuir recursos é da própria Administração Pública. Nos casos onde negou-se a
disponibilização da insulina análoga, conclui-se que ocorreria uma lesão ao sistema de saúde.
Não foram aceitos os pedidos de pessoas que possuíam condições para a compra dos
medicamentos ou que não conseguiram provar a sua hipossuficiência, bem como, foram
negados os pedidos quando concluiu-se que a insulina análoga não seria indispensável para o
paciente, ou quando o conjunto probatório não se mostrava suficiente. Em geral, os pedidos
individuais são concedidos pelos magistrados, mas os pedidos coletivos que visam uma
mudança estrutural do sistema de saúde são negados, com base na escassez de recursos
públicos. Em face dessa escassez, afirma-se que, se as insulinas análogas fossem distribuídas a
todos, não haveriam recursos para outras demandas importantes. 
13.AÇÕES CONSTITUCIONAIS: De nada adianta um extenso rol de garantias fundamentais se
não houver alguma maneira de efetiva-los; por isso. As ações constitucionais têm como objetivo
garantir o cumprimento dos direitos fundamentais ouevitar lesões a esses direitos, de modo
que, essas ações podem ser usadas para reprimir as lesões (sentido repressivo) e para evitar
lesões aos direitos fundamentais (sentido protetivo).
13.1. Mandado de segurança: É a ação constitucional usada para a defesa do direito líquido
e certo de uma pessoa, violado ou ameaçado de violação, por ato ilícito ou abusivo de uma
autoridade pública ou de quem faça as vezes de autoridade pública. Não é possível a utilização
da ação de mandado de segurança quando for possível a preservação do direito por intermédio
das ações de habeas corpus ou habeas data. O mandado de segurança pode ser impetrado de
forma individual (art.5º, LXIX) ou coletiva (art.5º, LXX). O direito líquido e certo (sólido) é aquele
inquestionável e quantificável, desde o momento em que se impetra o mandado de segurança.
O direito que a pessoa alega possuir é inquestionável, mas aquele que alega deve demonstrar a
ausência de dúvida sobre o que ele está falando. A prova do mando de segurança de ver pré
constituída, ou seja, ela já existe quando impetra-se o mandado de segurança, de modo que,
não se admitem provas durante o decorrer da ação. Se alguém entrar com uma ação sem
provas, provavelmente ela será extinta. Sempre o impetrante do mandado de segurança deve
indicar quem é a autoridade coatora. Em alguns casos, mesmo não havendo agente público
(agente com vínculo funcional com a administração pública), por ficção jurídica, uma pessoa
que não possui vínculos públicos, mas presta serviços à Administração, pode sofrer mandados
de segurança (concessionários, permissionários e autorizatários de serviços públicos). Pode
ocorrer controle de constitucionalidade sobre os mandados de segurança desde que seja um
controle difuso (não pede-se diretamente o controle de constitucionalidade, isto deve estar
presente nos fundamentos do processo). O controle concentrado seria prejudicial ao pedido
principal. Não cabe mandado de segurança contra a lei em tese (concretamente), segundo a
Súmula nº266, ou seja, só cabe o controle difuso, incidental. O mandado de segurança pode ser
preventivo ou repressivo. O repressivo é utilizado para desconstituir o ato ilegal ou abusivo
praticado por autoridade coatora. O preventivo visa evitar a prática do ato ilegal ou abusivo. O
mandado de segurança pode ser individualmente proposto, mas, em se tratando de mandado
de segurança coletivo, há legitimados específicos (art.5º, LXX). O mando de segurança coletivo
deve pleitear o direito líquido e certo do grupo. Segundo Hely Lopes Meirelles, o mandado de
segurança pode ser entendido como “o meio constitucional posto à disposição de toda pessoa
física ou jurídica, órgão com capacidade processual, ou universalidade, reconhecida por lei, para
a proteção de direito individual ou coletivo, líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou
habeas data, lesado ou ameaçado de lesão, por ato de autoridade, seja de que categoria for e
sejam quais forem as funções que exerça”. O mandado de segurança é uma ação constitucional
de natureza civil, com rito sumário e especial.
13.2. Habeas corpus: Art.5º, LXVIII. É uma ação constitucional direcionada a proteção da
liberdade de locomoção, logo, sempre que alguém se encontrar na condição de ter a sua
liberdade de locomoção violada ou ameaçada de ser violada, por ato ilegal ou abusivo de uma
autoridade pública, cabe a impetração do habeas corpus. Ocorre aqui a ameaça do direito de ir,
vir e permanecer porque alguém constrange a liberdade de locomoção. O habeas corpus
repressivo serve para exigir a liberdade de locomoção, ou seja, reestabelecer a liberdade de
locomoção que foi violada. No habeas corpus preventivo há uma ameaça de restrição à
liberdade de locomoção, e nesses casos há o pedido de um salvo conduto para impedir que a
liberdade de locomoção seja violada. Existem três figuras na impetração dos habeas corpus: O
impetrante, o paciente e autoridade coatora. Qualquer cidadão pode ser o impetrante do
habeas corpus. O paciente é a pessoa em favor de quem se impetra o habeas corpus. Em
princípio, a agente coator deve ser uma figura pública (exceção – casos em que o hospital ou
clínica psiquiátrica nega a alta ao paciente). Não cabe habeas corpus quando se tratar de
punição disciplinar militar (art.142, §2º). No Brasil, o habeas corpus foi instituído pela primeira
vez no Código de Processo Criminal de 1832, sendo acolhido pela Constituição de 1891. É uma
ação constitucional de natureza penal, destinada especificamente à proteção da liberdade de
locomoção quando ameaçada ou violada por ilegalidade ou abuso de poder. Pode ostentar
natureza repressiva ou preventiva. Será preventivo quando tiver por fim evitar a ocorrência da
violação do direito protegido, e, será repressivo ou liberatório quando manejado para corrigir ou
desfazer a lesão já consumada. A CPP atribui legitimação universal para o ajuizamento desta
ação.
13.3. Mandado de injunção: Art.5º, LXXI. Incorpora uma inovação extremamente importante
no sistema de ações constitucionais para a defesa de direitos dentro do sistema constitucional
brasileiro. Esta ação tem como o objetivo proteger todo o cidadão que se achar ameaçado no
seu exercício de direitos em decorrência de omissões do poder público. A Constituição
determina ao poder público que edite uma norma para regulamentar um determinado direito
constitucional e o poder público se omite (caracteriza-se a omissão inconstitucional). Diante das
omissões inconstitucionais cabe a impetração do mandado de injunção. O poder judiciário
diante de uma coso especifico determina qual a forma de exercício de um direito inviabilizado
diante da omissão do legislativo. O mandado de injunção não pode questionar a ausência da
norma reguladora em tese (ADIN por omissão), mas somente pedindo providencias. É um
mecanismo de controle difuso constitucional. Não há no Brasil, norma regulamentadora do
procedimento do mandado de injunção, de sorte que, o poder judiciário brasileiro entendeu,
após decisão do supremo, que aplica-se supletivamente no que couber, a normatização
procedimental do mandado de segurança. Questiona-se qual o limite de atuação do poder
judiciário no mandado de injunção. A omissão será suprida pelo poder judiciário, mesmo que
este não possua poder para legislar, porém, o que foi decidido deve estar em consonância com
o que já está posto. “O objeto do mandado de injunção é tornar viável o exercício de um direito
fundamental, quer a obrigação de prestar o direito seja do poder público, quer seja do
particular.” “Toda e qualquer pessoa, nacional ou estrangeira, física ou jurídica, capaz ou
incapaz, que titularize um direito fundamental, não exercitável ante a omissão do poder público
em expedir norma regulamentadora necessária, tem legitimidade para propor o mandado de
injunção.” A legitimidade passiva no mandado de injunção é do órgão responsável da norma
regulamentadora, segundo o STF.
13.4. Habeas data: Art.5º, LXXII. Lei 9.507/97. O habeas data é a ação constitucional
direcionada para a proteção do direito à informação. Na cabe habeas data em relação a direito
de terceiro, somente quando o indivíduo quiser informações acerca de si próprio. O habeas data
pode ser utilizado para corrigir informações colocadas de maneira errada (função corretiva). Não
cabe cumulação de ações (ação de rito sumário). Não cabe mandado de segurança para a
informação acerca da pessoa ou correção de dados.
13.5. Ação popular: Art.5º, LXXIII. Lei 4.717/65. Importante instrumento de democracia
participativa existente no modelo constitucional brasileiro. Se um cidadão desistir de uma ação
popular, a mesma não é extinta (é como se houvesse conversão em ação civil pública), pois
defende-se aqui o interesse de todos,e por isso o cidadão fica imune das custas e do ônus da
sucumbência. É uma ação de rito ordinário. Admite-se produção de prova durante o processo.
Segundo Hely Lopes Meirelles, ação popular é o “meio constitucional posto à disposição de
qualquer cidadão para obter a invalidação de atos ou contratos administrativos – ou a estes
equiparados – ilegais ou lesivos ao patrimônio federal, estadual, ou de suas autarquias
entidades paraestatais e pessoas jurídicas subvencionadas com dinheiros públicos”. Sua
finalidade poderá ser tanto preventiva quanto repressiva: preventivamente a ação será ajuizada
antes de se consumarem os efeitos lesivos do ato, e, repressivamente, será proposta após a
concretização da ação, buscando o ressarcimento do dano causado. O objeto da ação popular é
todo o ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural (além das ações, abrange as omissões do poder público).
13.6. Ação civil pública: Art,129, III. Lei 7.347/85. Ação ordinária para a proteção do interesse
e patrimônio público ou para interesses difusos e coletivos. Não é somente o Ministério Público
que tem legitimidade para propor a ação civil pública.
13.7. Reclamação constitucional:
13.8. Direito de petição:
14.NACIONALIDADE: O brasil adota dois critérios: o territorial (primário) e o sanguíneo
(secundário). Alguns cargos na Administração Públicas são cargos que somente podem ser
ocupados por brasileiros natos. A priori, é brasileiro nato todo aquele que nasce no território
brasileiro, salvo nos casos de filhos de estrangeiros a serviço do seu Estado de origem. A Justiça
Federal é o juízo competente para casos de nacionalidade. O nato possui a sua nacionalidade
originária.
14.1. Casos de parentesco: O filho de pai ou mãe brasileira que nasçam no exterior, estando
o seu pai ou mãe a serviço do Estado, tem o direito da nacionalidade brasileira. O filho de pai ou
mãe brasileira pode a qualquer tempo optar pela nacionalidade brasileira, quando completar a
maior idade. EC 57/2007. A nacionalidade é originária, logo, ela retroage (ex tunc), a sentença
aqui é meramente declaratória.
14.2. Casos de nacionalidade secundária – nacionais por naturalização: O indivíduo atente
requisitos previamente estabelecidos por lei e pode optar por tornar-se brasileiro. Os brasileiros
natos e naturalizados devem ser tratados de modo igual, salvo nas exceções previstas
expressamente pela Constituição. A lei não pode estabelecer tratamento diferenciado. O Brasil
faz uma distinção no art.12, II, entre as pessoas que são oriundas de países cujo idioma oficial é
o Português e os estrangeiros de outros países (a linguagem é o principal elemento identificador
de uma cultura). Para os países que possuem Português como língua oficial, o indivíduo deve
fixar moradia ininterrupta por um ano e comprovar idoneidade moral. Para os estrangeiros de
outros países, o indivíduo deve fixar residência ininterrupta por quinze anos não podendo
possuir condenação penal.
14.3. Perda de nacionalidade: Tiver cancelado a sua naturalização, por sentença judicial em
virtude de atividade nociva ao interesse social, adquirir outra nacionalidade (a dupla
nacionalidade é excepcional).
14.4. Portugal: Os Portugueses gozam dos direitos que os brasileiros possuem, desde que a
legislação portuguesa também garanta direitos similares aos brasileiros, por equiparação.
14.5. Direitos políticos: A cidadania representa a capacidade de exercer direitos civis e
políticos. Art.14 – o exercício dos direitos políticos é obrigatório para qualquer cidadão brasileiro
maior de 18 anos de idade (voto, ação popular, plebiscito, referendo, iniciativa popular). A
participação política requer o alistamento eleitoral. Não podem se alistar como eleitores os
estrangeiros e os conscritos durante o período de serviço militar obrigatório. Existe um
dispositivo que veda a perpetuação do poder nas mãos de uma mesma família. Os vínculos de
afinidade não de dissolvem, mas é possível que ocorra uma dissolução fática do vínculo de
afinidade para que possa ocorrer uma candidatura. A Constituição veda que os militares de
afiliem a um partido, mas podem disputar eleições: devem se licenciar da função, e durante o
período de licença devem requisitar uma inscrição provisória, que só será efetivada
posteriormente. O militar conscrito não é elegível.
14.6. Suspenção de direitos políticos: Em regra, não há perda ou suspensão de direitos
políticos, salvo nas exceções.
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15. PARTIDOS POLÍTICOS: Lei 9.096/95. Os partidos devem prestar contas à justiça
eleitoral (neste caso não há a função jurisdicional mas sim uma função atípica administrativa
fiscalizatória). Os partidos possuem autonomia interna. A coligação em nível nacional não
precisa se repetir a nível estadual e municipal. Não perde o mandato aquele que for eleito por
voto majoritário, caso troque de partido. A infidelidade partidária será válida somente nos
cargos onde o voto é proporcional. Não cabe partido político de caráter paramilitar.

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