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3- O agravo

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O AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
DEFINIÇÃO: É o recurso ordinário cabível contra as decisões interlocutórias elencadas 
no art. 1.015, do Código de Processo Civil. 
 
O NCPC não prevê o cabimento indiscriminado do recurso de Agravo de Instrumento 
para toda e qualquer decisão interlocutória, mas apenas aquelas previstas no art. 1.015. 
Além disso, o NCPC acabou com o recurso de agravo retido. 
 
HIPÓTESES DE CABIMENTO: 
 
O art. 1.015 do NCPC prevê o cabimento do agravo de instrumento para hipóteses de 
decisões interlocutórias que versem sobre : 
I – tutelas provisórias. 
 Tanto as tutelas de urgência (cautelar ou antecipatória), quanto de evidência. 
 
II – mérito do processo. 
 São as que tratam do julgamento antecipado parcial de mérito. 
 
III – rejeição da alegação de convenção de arbitragem. 
 Não é possível o agravo das decisões que acolhem a alegação de convenção ou 
compromisso arbitral, mas somente das que a rejeitam. 
 
IV – incidente de desconsideração da personalidade jurídica. 
 O incidente de desconsideração da personalidade jurídica (ou desconsideração 
inversa) é usado quando haja abuso na administração de pessoas jurídicas, 
especialmente com a confusão patrimonial, a fim de que possa haver a alienação 
ou a oneração de bens, havida em fraude de execução. 
 
V – rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua 
revogação. 
 
VI – exibição ou posse de documento ou coisa. 
 Refere-se à decisão que analisa o pedido de determinação de exibição de 
documento ou coisa. 
 
VII – exclusão de litisconsorte. 
 Quando algum dos litisconsortes é julgado parte ilegítima e, por isso, excluído 
dos autos. 
 
VIII – rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio. 
 Quando o número de pessoas em um dos polos da ação é muito grande, o juiz 
pode limitar o número de participantes. Da decisão que rejeita essa limitação 
cabe agravo de instrumento. 
 
IX – admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros. 
 As hipóteses de intervenção de terceiros são: assistência, denunciação da lide e 
o chamamento ao processo. 
 
X – concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à 
execução. 
Embargos à execução é a forma de defesa (ação de conhecimento) que se utiliza nas 
execuções. Quando a decisão versar sobre o efeito suspensivo que os embargos têm 
relativamente à execução, cabe agravo de instrumento. 
 
XI – redistribuição do ônus da prova. 
 É a decisão que redistribui o ônus da prova nas hipóteses legais (ex: direito do 
consumidor). 
 
Também caberá o Agravo de Instrumento contra decisões interlocutórias proferidas 
na fase de liquidação ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no 
processo de inventário. 
 
Afora essas hipóteses, só poderá ser interposto o Agravo de Instrumento nos casos 
expressamente previstos em lei, sob pena de ele não ser conhecido. 
 
O prazo para interpor o agravo e para responder-lhe é de quinze dias. 
 
Oportuno registrar que o NCPC acaba com a oportunidade de se ajuizar Mandado de 
Segurança e outros meios de impugnação de decisões interlocutórias, quando 
expressamente previsto o cabimento do Agravo de Instrumento. 
 
O CPC/1973 estabelecia o Agravo de Instrumento como recurso para se atacar 
estritamente o error in judicando, para se ver reformada a decisão interlocutória combatida 
dando-se melhor interpretação jurídica ao caso em apreciação à luz do Direito vigente, mas 
o NCPC fala expressamente de razões do pedido de “invalidação da decisão”, o que também 
abarca, agora, os casos de error in procedendo. 
 
PROCEDIMENTO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
PRAZO: 15 dias, a contar da intimação da decisão contra a qual se recorre. 
 
Procedimento: 
 
1-Petição de interposição endereçada diretamente ao Tribunal, contendo as razões de fato 
e de direito do inconformismo e do pedido de reforma de decisão, assim como o nome e 
endereço completo dos advogados para serem intimados ao oferecimentos das contra-
razões, assim como instruída com cópias de: 
 
 obrigatoriamente1: 
o a petição inicial, 
o a contestação2, 
o a petição que ensejou a decisão agravada, 
o a própria decisão agravada, 
o a certidão da respectiva intimação3, 
o o comprovante do pagamento das custas e porte de retorno. 
 
 facultativamente as peças que o agravante entender úteis; 
 
2-Juntada aos autos de cópia da petição de agravo e do comprovante de sua interposição, no 
 
1 Se não houver algum desses documentos, o advogado do agravante fará declaração nesse sentido, sob pena de sua responsabilidade pessoal. 
2 Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as cópias da inicial e da contestação (§ 5º). 
3 Ou de outro documento oficial que comprove a tempestividade do recurso. 
prazo de 3 dias, com relação dos documentos que instruíram o recurso4. 
 
3- Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído imediatamente, o relator 
poderá: 
 não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado 
especificamente os fundamentos da decisão recorrida. 
 
 negar provimento a recurso que for contrário a: 
o a) súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal; 
o b) acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de recursos 
repetitivos; 
o c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas 
repetitivas ou de assunção de competência; 
 
 atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total 
ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão; 
 
4- O Relator deverá: 
 
 ordenar a intimação do agravado pessoalmente, por carta (com A.R.), quando 
não tiver procurador constituído, ou pelo Diário da Justiça ou por carta com A.R. 
dirigida ao seu advogado, para que responda no prazo de 15 (quinze) dias, 
facultando-lhe juntar a documentação que entender necessária ao julgamento 
do recurso; 
 
 Determinar a intimação do Ministério Público, preferencialmente por meio 
eletrônico, quando for o caso de sua intervenção, para que se manifeste no prazo 
de 15 (quinze) dias. 
 
 Solicitar dia para julgamento em prazo não superior a 1 (um) mês da intimação 
do agravado. 
 
OBS: O CPC prevê o juízo de retratação, no o agravo de instrumento em todos os casos em 
que o juiz se convencer de seu equívoco (face à juntada da petição e comprovante de 
interposição do agravo). Nesse caso, o juiz poderá retratar-se (total ou parcialmente), 
comunicando o fato ao Tribunal, conforme prevê o art. 1018, § 3º. 
 
EFEITOS NO RECEBIMENTO DO AGRAVO: 
 
O agravo normalmente é recebido apenas no efeito devolutivo, entretanto, na 
petição de interposição do agravo de instrumento, o agravante poderá pedir ao relator que 
atribua efeito suspensivo ao recurso ou antecipação dos efeitos da tutela recursal 
 
4 Sob pena de inadmissibilidade do agravo de instrumento (art. 1018, § 3º). 
 
pretendida, quando haja possibilidade de lesão grave e de difícil reparação5. 
 
O AGRAVO INTERNO 
 
DEFINIÇÃO: É o recurso ordinário cabível contra as decisões proferidas no pelo relator. 
 
PROCEDIMENTO: 
 1- Petição com impugnação especifica em relação aos fundamentos da decisão 
agravada. 
 O agravo será dirigido ao próprio relator, que: 
o poderá exercer o juízo de retratação. 
o intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso no prazo de 15 dias. 
o ao final do prazo, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento 
pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta. 
 
OBS: 
 É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada 
para julgar improcedente o agravo interno. 
 Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissívelou 
improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, 
condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre 1 e 5 % do valor 
atualizado da causa. 
 A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do 
valor dessa multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da 
justiça, que farão o pagamento ao final. 
 
 
 
5 Como seria o caso da decisão de decretação da prisão civil, de adjudicação, de remição de bens, que autoriza o levantamento de dinheiro sem 
caução idônea. Esse mesmo efeito suspensivo pode ser dado à apelação, quando nas mesmas condições (art. 520 c/c 558, parág. único), através 
desse próprio recurso ou de mandado de segurança, quando houver o periculum in mora no processamento normal da apelação.

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