Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
O AGRAVO DE INSTRUMENTO DEFINIÇÃO: É o recurso ordinário cabível contra as decisões interlocutórias elencadas no art. 1.015, do Código de Processo Civil. O NCPC não prevê o cabimento indiscriminado do recurso de Agravo de Instrumento para toda e qualquer decisão interlocutória, mas apenas aquelas previstas no art. 1.015. Além disso, o NCPC acabou com o recurso de agravo retido. HIPÓTESES DE CABIMENTO: O art. 1.015 do NCPC prevê o cabimento do agravo de instrumento para hipóteses de decisões interlocutórias que versem sobre : I – tutelas provisórias. Tanto as tutelas de urgência (cautelar ou antecipatória), quanto de evidência. II – mérito do processo. São as que tratam do julgamento antecipado parcial de mérito. III – rejeição da alegação de convenção de arbitragem. Não é possível o agravo das decisões que acolhem a alegação de convenção ou compromisso arbitral, mas somente das que a rejeitam. IV – incidente de desconsideração da personalidade jurídica. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica (ou desconsideração inversa) é usado quando haja abuso na administração de pessoas jurídicas, especialmente com a confusão patrimonial, a fim de que possa haver a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução. V – rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação. VI – exibição ou posse de documento ou coisa. Refere-se à decisão que analisa o pedido de determinação de exibição de documento ou coisa. VII – exclusão de litisconsorte. Quando algum dos litisconsortes é julgado parte ilegítima e, por isso, excluído dos autos. VIII – rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio. Quando o número de pessoas em um dos polos da ação é muito grande, o juiz pode limitar o número de participantes. Da decisão que rejeita essa limitação cabe agravo de instrumento. IX – admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros. As hipóteses de intervenção de terceiros são: assistência, denunciação da lide e o chamamento ao processo. X – concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução. Embargos à execução é a forma de defesa (ação de conhecimento) que se utiliza nas execuções. Quando a decisão versar sobre o efeito suspensivo que os embargos têm relativamente à execução, cabe agravo de instrumento. XI – redistribuição do ônus da prova. É a decisão que redistribui o ônus da prova nas hipóteses legais (ex: direito do consumidor). Também caberá o Agravo de Instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário. Afora essas hipóteses, só poderá ser interposto o Agravo de Instrumento nos casos expressamente previstos em lei, sob pena de ele não ser conhecido. O prazo para interpor o agravo e para responder-lhe é de quinze dias. Oportuno registrar que o NCPC acaba com a oportunidade de se ajuizar Mandado de Segurança e outros meios de impugnação de decisões interlocutórias, quando expressamente previsto o cabimento do Agravo de Instrumento. O CPC/1973 estabelecia o Agravo de Instrumento como recurso para se atacar estritamente o error in judicando, para se ver reformada a decisão interlocutória combatida dando-se melhor interpretação jurídica ao caso em apreciação à luz do Direito vigente, mas o NCPC fala expressamente de razões do pedido de “invalidação da decisão”, o que também abarca, agora, os casos de error in procedendo. PROCEDIMENTO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO PRAZO: 15 dias, a contar da intimação da decisão contra a qual se recorre. Procedimento: 1-Petição de interposição endereçada diretamente ao Tribunal, contendo as razões de fato e de direito do inconformismo e do pedido de reforma de decisão, assim como o nome e endereço completo dos advogados para serem intimados ao oferecimentos das contra- razões, assim como instruída com cópias de: obrigatoriamente1: o a petição inicial, o a contestação2, o a petição que ensejou a decisão agravada, o a própria decisão agravada, o a certidão da respectiva intimação3, o o comprovante do pagamento das custas e porte de retorno. facultativamente as peças que o agravante entender úteis; 2-Juntada aos autos de cópia da petição de agravo e do comprovante de sua interposição, no 1 Se não houver algum desses documentos, o advogado do agravante fará declaração nesse sentido, sob pena de sua responsabilidade pessoal. 2 Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as cópias da inicial e da contestação (§ 5º). 3 Ou de outro documento oficial que comprove a tempestividade do recurso. prazo de 3 dias, com relação dos documentos que instruíram o recurso4. 3- Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído imediatamente, o relator poderá: não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida. negar provimento a recurso que for contrário a: o a) súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal; o b) acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de recursos repetitivos; o c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão; 4- O Relator deverá: ordenar a intimação do agravado pessoalmente, por carta (com A.R.), quando não tiver procurador constituído, ou pelo Diário da Justiça ou por carta com A.R. dirigida ao seu advogado, para que responda no prazo de 15 (quinze) dias, facultando-lhe juntar a documentação que entender necessária ao julgamento do recurso; Determinar a intimação do Ministério Público, preferencialmente por meio eletrônico, quando for o caso de sua intervenção, para que se manifeste no prazo de 15 (quinze) dias. Solicitar dia para julgamento em prazo não superior a 1 (um) mês da intimação do agravado. OBS: O CPC prevê o juízo de retratação, no o agravo de instrumento em todos os casos em que o juiz se convencer de seu equívoco (face à juntada da petição e comprovante de interposição do agravo). Nesse caso, o juiz poderá retratar-se (total ou parcialmente), comunicando o fato ao Tribunal, conforme prevê o art. 1018, § 3º. EFEITOS NO RECEBIMENTO DO AGRAVO: O agravo normalmente é recebido apenas no efeito devolutivo, entretanto, na petição de interposição do agravo de instrumento, o agravante poderá pedir ao relator que atribua efeito suspensivo ao recurso ou antecipação dos efeitos da tutela recursal 4 Sob pena de inadmissibilidade do agravo de instrumento (art. 1018, § 3º). pretendida, quando haja possibilidade de lesão grave e de difícil reparação5. O AGRAVO INTERNO DEFINIÇÃO: É o recurso ordinário cabível contra as decisões proferidas no pelo relator. PROCEDIMENTO: 1- Petição com impugnação especifica em relação aos fundamentos da decisão agravada. O agravo será dirigido ao próprio relator, que: o poderá exercer o juízo de retratação. o intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso no prazo de 15 dias. o ao final do prazo, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta. OBS: É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno. Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissívelou improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre 1 e 5 % do valor atualizado da causa. A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor dessa multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final. 5 Como seria o caso da decisão de decretação da prisão civil, de adjudicação, de remição de bens, que autoriza o levantamento de dinheiro sem caução idônea. Esse mesmo efeito suspensivo pode ser dado à apelação, quando nas mesmas condições (art. 520 c/c 558, parág. único), através desse próprio recurso ou de mandado de segurança, quando houver o periculum in mora no processamento normal da apelação.
Compartilhar