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AULA 10 TANATOLOGIA A FAMILIA E A MORTE

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A FAMÍLIA E A MORTE DO PACIENTE TERMINAL: LUTO
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DIREITOS DO PACIENTE:
1) O paciente tem direito a atendimento humano, atencioso e respeitoso, por parte de todos os profissionais de Saúde. Tem direito a um local digno e adequado para seu atendimento;
2) o paciente tem direito a morte digna e serena, podendo optar ele próprio (desde que lúcido), a família ou responsável, por local ou acompanhamento, e ainda se quer ou não o uso de tratamentos dolorosos e extraordinários para prolongar a vida;
3) o paciente tem direito a dignidade e respeito, mesmo após a morte. Os familiares ou responsáveis devem ser avisados imediatamente após o óbito;
4) o paciente tem direito a não ter nenhum órgão retirado de seu corpo sem sua prévia aprovação;
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Cuidados paliativos
“Da mesma forma que existe uma preparação para o nascimento, é preciso ter uma diante da morte”.
O objetivo do grupo de cuidados paliativos é preparar o enfermo e seus familiares para uma passagem tranquila.
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Chamando a família de um paciente em iminência de morte
Ajudar alguém enlutado requer compaixão, discernimento e muito amor da sua parte. 
Não diga simplesmente: Se houver algo que eu possa fazer... descubra você mesmo este “algo”, e depois tome a devida iniciativa.
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O Enlutado
Sintomas físicos, que são decorrências fisiológicas normais do enlutamento:
Solidão e isolamento;
A forte intensidade do luto às vezes acompanhado por sentimentos de pânico ou idéias suicidas; 
Medo do colapso nervoso, muitas vezes referido após a experiência de ver ou ouvir o morto;
Falta de um espaço para a expressão de culpa ou raiva, uma vez que a família está enlutada e, muitas vezes, não oferece espaço para essas manifestações.
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A perda de um ente querido é uma das experiências mais dolorosas para um ser humano e mais nada no momento do luto iria causar o conforto e a paz do que a volta da pessoa perdida
O rompimento de uma relação ou uma perda desencadeia o processo do luto terminando com a retomada da própria vida. Há também, a suposição de que uma pessoa normal e sadia pode e deve superar o enlutamento, não apenas rápida como totalmente
Na atualidade o luto passou a ser proibido, isolado e demonstração de fraqueza
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 Apego: instinto de formar laços relacionais com outros objetos.
material (bens, finanças), 
emocional (relações afetivas, hábitos) ou 
social (status, posição, função), e isto pode significar resistência no que diz respeito à mudança de paradigmas.
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TEORIA DO APEGO
Bowlby, em sua teoria do apego: reagimos de três maneiras. 
1- protestamos, não admitimos a ausência do objeto amado; 
2- o nosso comportamento é de desespero pois não temos mais acesso a ele e não sabemos  lidar com essa privação; 
3- nos defendemos e nos desapegamos, precisamos restabelecer a nossa homeostase e se não utilizarmos esse mecanismo de defesa, estaremos sujeitos a sucumbir emocionalmente. 
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O vínculo é um investimento afetivo e quanto maior este investimento, maior energia necessária para este desligamento. As dependências físicas ou psíquicas são fatores e podem agravar o desligamento com o objeto amado.
(Kovács, 2002)
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Sentimentos comuns no processo de luto
Tristeza
Raiva
Culpa e autocensura
Ansiedade
Solidão
Fadiga
Desamparo
Choque
Anseio
Emancipação
Alívio
Torpor
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Sensações físicas normalmente sentidas após a perda
vazio no estômago
aperto no peito
nó na garganta
hipersensibilidade ao barulho
sensação de despersonalização (nada parecer real, incluindo o próprio)
falta de fôlego, sensação de falta de ar
fraqueza muscular
falta de energia
boca seca
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TIPOS DE LUTO
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LUTO NORMAL
Segundo Freud: perda consciente do objeto e a sua elaboração é bem sucedida, apesar da dor do sofrimento vivido neste processo. 
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LUTO NORMAL, SEGUNDO BOWLBY-1985
Fase de choque e entorpecimento. Tem a duração de algumas horas ou semanas e pode vir acompanhada de manifestações de desespero ou de raiva
2. Fase de desejo e busca da figura perdida, que pode permanecer por longo período.
3. Fase de desorganização e desespero
4. Fase de maior ou menor grau de organização
Essas fases devem ser compreendidas como padrões de comportamento e não como fases cronológicas
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LUTO PATOLÓGICO
A perda fica radicalmente inconsciente.
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IDENTIFICAÇÃO DO LUTO PATOLÓGICO
Evitar participar em rituais ou atividades relacionadas com a morte;
Realizar mudanças radicais no estilo de vida, evitando amigos, familiares e/ou atividades associadas ao falecido;
Apresentar comportamentos eufóricos ou distantes, inadequados à realidade;
Recusar mexer e/ou despedir-se dos bens materiais que pertenciam ao falecido;
Apresentar sintomas físicos semelhantes aos do falecido, muitas vezes associados a datas específicas;
Desenvolver esperança irrealista, acreditando que o falecido vai voltar; 
Apresentar comportamentos como se o falecido estivesse presente;
Desenvolver fobias em relação à doença e à morte.
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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
Avaliar Necessidades
Detectar Sinais de Sofrimento
Promover a Comunicação
Ajudar a família a tratar o doente como pessoa viva, e não como se já tivesse morrido
Estar presente sempre que necessário e possível;
Ajudar a dizer “Adeus, Gosto de ti, Desculpa, Perdoo-te”
Sempre que praticável, prevenir situações de descompensação
Reforçar o apoio à família durante a agonia
Prestar apoio quando da morte.
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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
No momento da morte
Manter uma atitude calma e tranquilizadora;
Permitir à família a exteriorização dos seus sentimentos;
Reforçar positivamente os cuidados prestados, evitando sentimentos de culpabilização;
Mostrar disponibilidade;
Permitir à família participar nos cuidados ao corpo, providenciando os meios e a ajuda necessária;
Dar espaço às despedidas.
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O QUE FAZER...
Escute - Seja “rápido no ouvir”, uma das coisas mais prestimosas que podemos fazer é partilhar a dor da pessoa enlutada por escutar.
Inspire confiança . 
Assegure-lhes que fizeram tudo o que era possível (ou aquilo que sabe ser verdadeiro e positivo). 
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O QUE NÃO FAZER...
Não evite o contato com eles por não saber o que dizer ou fazer;
Não se precipite em aconselhá-los a desfazer-se dos objetos pessoais do falecido antes de estarem dispostos a fazer;
Não os pressione para deixarem de sentir pesar;
Não evite mencionar a pessoa falecida;
Não se precipite em dizer: “Assim foi melhor”. 
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Os 3 últimos desejos de ALEXANDRE O GRANDE
 
 1. Que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época;         2.Que fosse espalhado no caminho até seu túmulo os seus tesouros conquistados como prata , ouro,  e pedras preciosas ;         3.Que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão, à vista de todos. 
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Um dos seus generais, admirado com esses desejos insólitos, perguntou a ALEXANDRE quais as razões desses pedidos e ele explicou: 
        
1, Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles NÃO têm poder de cura perante a morte;         2, Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem;         3, Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos VAZIAS PARTIMOS.
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A enfermagem diante da morte
PRÓXIMA AULA.
LER E TRAZER O ARTIGO: ENFERMAGEM FRENTE A MORTE NUMA UTI
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BIBLIOGRAFIA
BROMBERG, M.H.P.F.; KOVÁCS, M.J.; CARVALHO, M.M.M.J & CARVALHO, V.A. Vida e morte: laços da existência. Casa do Psicólogo, 1996. Disponível na Biblioteca virtual da Estácio (SIA). Cap 4: Luto: a morte do outro em si.

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