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* * A FAMÍLIA E A MORTE DO PACIENTE TERMINAL: LUTO * * DIREITOS DO PACIENTE: 1) O paciente tem direito a atendimento humano, atencioso e respeitoso, por parte de todos os profissionais de Saúde. Tem direito a um local digno e adequado para seu atendimento; 2) o paciente tem direito a morte digna e serena, podendo optar ele próprio (desde que lúcido), a família ou responsável, por local ou acompanhamento, e ainda se quer ou não o uso de tratamentos dolorosos e extraordinários para prolongar a vida; 3) o paciente tem direito a dignidade e respeito, mesmo após a morte. Os familiares ou responsáveis devem ser avisados imediatamente após o óbito; 4) o paciente tem direito a não ter nenhum órgão retirado de seu corpo sem sua prévia aprovação; * * Cuidados paliativos “Da mesma forma que existe uma preparação para o nascimento, é preciso ter uma diante da morte”. O objetivo do grupo de cuidados paliativos é preparar o enfermo e seus familiares para uma passagem tranquila. * * Chamando a família de um paciente em iminência de morte Ajudar alguém enlutado requer compaixão, discernimento e muito amor da sua parte. Não diga simplesmente: Se houver algo que eu possa fazer... descubra você mesmo este “algo”, e depois tome a devida iniciativa. * * O Enlutado Sintomas físicos, que são decorrências fisiológicas normais do enlutamento: Solidão e isolamento; A forte intensidade do luto às vezes acompanhado por sentimentos de pânico ou idéias suicidas; Medo do colapso nervoso, muitas vezes referido após a experiência de ver ou ouvir o morto; Falta de um espaço para a expressão de culpa ou raiva, uma vez que a família está enlutada e, muitas vezes, não oferece espaço para essas manifestações. * * A perda de um ente querido é uma das experiências mais dolorosas para um ser humano e mais nada no momento do luto iria causar o conforto e a paz do que a volta da pessoa perdida O rompimento de uma relação ou uma perda desencadeia o processo do luto terminando com a retomada da própria vida. Há também, a suposição de que uma pessoa normal e sadia pode e deve superar o enlutamento, não apenas rápida como totalmente Na atualidade o luto passou a ser proibido, isolado e demonstração de fraqueza * * Apego: instinto de formar laços relacionais com outros objetos. material (bens, finanças), emocional (relações afetivas, hábitos) ou social (status, posição, função), e isto pode significar resistência no que diz respeito à mudança de paradigmas. * * TEORIA DO APEGO Bowlby, em sua teoria do apego: reagimos de três maneiras. 1- protestamos, não admitimos a ausência do objeto amado; 2- o nosso comportamento é de desespero pois não temos mais acesso a ele e não sabemos lidar com essa privação; 3- nos defendemos e nos desapegamos, precisamos restabelecer a nossa homeostase e se não utilizarmos esse mecanismo de defesa, estaremos sujeitos a sucumbir emocionalmente. * * O vínculo é um investimento afetivo e quanto maior este investimento, maior energia necessária para este desligamento. As dependências físicas ou psíquicas são fatores e podem agravar o desligamento com o objeto amado. (Kovács, 2002) * * Sentimentos comuns no processo de luto Tristeza Raiva Culpa e autocensura Ansiedade Solidão Fadiga Desamparo Choque Anseio Emancipação Alívio Torpor * * Sensações físicas normalmente sentidas após a perda vazio no estômago aperto no peito nó na garganta hipersensibilidade ao barulho sensação de despersonalização (nada parecer real, incluindo o próprio) falta de fôlego, sensação de falta de ar fraqueza muscular falta de energia boca seca * * TIPOS DE LUTO * * LUTO NORMAL Segundo Freud: perda consciente do objeto e a sua elaboração é bem sucedida, apesar da dor do sofrimento vivido neste processo. * * LUTO NORMAL, SEGUNDO BOWLBY-1985 Fase de choque e entorpecimento. Tem a duração de algumas horas ou semanas e pode vir acompanhada de manifestações de desespero ou de raiva 2. Fase de desejo e busca da figura perdida, que pode permanecer por longo período. 3. Fase de desorganização e desespero 4. Fase de maior ou menor grau de organização Essas fases devem ser compreendidas como padrões de comportamento e não como fases cronológicas * * LUTO PATOLÓGICO A perda fica radicalmente inconsciente. * * IDENTIFICAÇÃO DO LUTO PATOLÓGICO Evitar participar em rituais ou atividades relacionadas com a morte; Realizar mudanças radicais no estilo de vida, evitando amigos, familiares e/ou atividades associadas ao falecido; Apresentar comportamentos eufóricos ou distantes, inadequados à realidade; Recusar mexer e/ou despedir-se dos bens materiais que pertenciam ao falecido; Apresentar sintomas físicos semelhantes aos do falecido, muitas vezes associados a datas específicas; Desenvolver esperança irrealista, acreditando que o falecido vai voltar; Apresentar comportamentos como se o falecido estivesse presente; Desenvolver fobias em relação à doença e à morte. * * ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Avaliar Necessidades Detectar Sinais de Sofrimento Promover a Comunicação Ajudar a família a tratar o doente como pessoa viva, e não como se já tivesse morrido Estar presente sempre que necessário e possível; Ajudar a dizer “Adeus, Gosto de ti, Desculpa, Perdoo-te” Sempre que praticável, prevenir situações de descompensação Reforçar o apoio à família durante a agonia Prestar apoio quando da morte. * * ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM No momento da morte Manter uma atitude calma e tranquilizadora; Permitir à família a exteriorização dos seus sentimentos; Reforçar positivamente os cuidados prestados, evitando sentimentos de culpabilização; Mostrar disponibilidade; Permitir à família participar nos cuidados ao corpo, providenciando os meios e a ajuda necessária; Dar espaço às despedidas. * * O QUE FAZER... Escute - Seja “rápido no ouvir”, uma das coisas mais prestimosas que podemos fazer é partilhar a dor da pessoa enlutada por escutar. Inspire confiança . Assegure-lhes que fizeram tudo o que era possível (ou aquilo que sabe ser verdadeiro e positivo). * * O QUE NÃO FAZER... Não evite o contato com eles por não saber o que dizer ou fazer; Não se precipite em aconselhá-los a desfazer-se dos objetos pessoais do falecido antes de estarem dispostos a fazer; Não os pressione para deixarem de sentir pesar; Não evite mencionar a pessoa falecida; Não se precipite em dizer: “Assim foi melhor”. * * Os 3 últimos desejos de ALEXANDRE O GRANDE 1. Que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época; 2.Que fosse espalhado no caminho até seu túmulo os seus tesouros conquistados como prata , ouro, e pedras preciosas ; 3.Que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão, à vista de todos. * * Um dos seus generais, admirado com esses desejos insólitos, perguntou a ALEXANDRE quais as razões desses pedidos e ele explicou: 1, Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles NÃO têm poder de cura perante a morte; 2, Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem; 3, Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos VAZIAS PARTIMOS. * * A enfermagem diante da morte PRÓXIMA AULA. LER E TRAZER O ARTIGO: ENFERMAGEM FRENTE A MORTE NUMA UTI * * BIBLIOGRAFIA BROMBERG, M.H.P.F.; KOVÁCS, M.J.; CARVALHO, M.M.M.J & CARVALHO, V.A. Vida e morte: laços da existência. Casa do Psicólogo, 1996. Disponível na Biblioteca virtual da Estácio (SIA). Cap 4: Luto: a morte do outro em si.
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