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Avaliação Fisioterapêutica Respiratória Profa. Ft. Carolina Cerqueira Anamnese • Consiste em uma entrevista em que o paciente, familiares ou responsáveis fornecem informações cruciais para a elaboração de uma HIPÓTESE DIAGNÓSTICA • Identificação • Queixa principal • História da doença atual • Sinais e sintomas • Antecedentes pessoais e familiares • Hábitos de vida • Aspectos socioeconômicos e culturais Avaliação dos Sinais Vitais Sinais vitais • Frequência respiratória (FR): A forma correta de se aferir tal variável é contarmos quantas respirações (inspiração e expiração) o paciente executa dentro de um minuto o 12 a 20 ipm (incursões por minuto) – normal o Valores abaixo de 10 ipm classificamos como bradipnéia; o Acima de 20 taquipnéia. o Apnéia é a interrupção dos ciclos respiratórios o Dispnéia é também chamada de falta de ar é um sintoma no qual a pessoa tem desconforto para respirar, normalmente com a sensação de respiração incompleta. Ortopneia: É a dificuldade respiratória (dispneia) que ocorre quando a pessoa está deitada. Dispneia de decúbito: Dispneia que surge em decúbito dorsal e que melhora ao assumir a posição ortostática. Geralmente, a pessoa dorme com vários travesseiros. Ex. Insuficiência cardíaca congestiva. Dispneia paroxística noturna: Dispneia que surge algum tempo após o adormecer, com a pessoa acordando bruscamente com forte sensação de sufocação. Trepopneia: Dispneia com a pessoa deitada de lado. Platipneia: Dispneia na posição ortostática, que alivia com o decúbito. Apneia: Paragem temporária da respiração. Hipopneia: Diminuição da frequência e profundidade da respiração, abaixo das necessidades do organismo. Eupneia: É manutenção natural da frequência respiratória Sinais vitais • Saturação periférica de oxigênio (SpO2): A saturação de oxigênio é definida como a proporção de oxi-hemoglobina com a concentração total de hemoglobina presente no sangue (isto é oxi-hemoglobina + hemoglobina reduzida). • A hemoglobina é uma proteína que contém ferro, estando presente nos glóbulos vermelhos do sangue permitindo o transporte do oxigênio do pulmão para todo o corpo. • SpO2 maior que 95% • Paciente DPOC - Aceitável maior ou igual a 88% com ou sem uso de O2 Sinais vitais Frequência cardíaca (FC) - bpm • Bradicardia(< 60 bpm) o Hiportermia o Efeito colateral de medicamentos o Arritmias cardíacas • Taquicardia(>100 bpm) o Exercício o Medo o Ansiedade o PA baixa o Anemia o Febre o Baixa SaO2 NORMAL 60 – 100 bpm Sinais vitais Pressão arterial (PA) - mmHg Classificação da HIPERTENSÃO ARTERIAL (HAS) Pressão Sistólica (PAS) Pressão Diastólica (PAD) Leve (estágio 1) 140 - 159 90 – 99 Moderada (estágio 2) 160 - 179 100 - 109 Severa (estágio 3) > 180 > 110 NORMAL/LIMÍTROFE 130 – 139 85 - 89 Exame físico do tórax • Inspeção (estática e dinâmica) • Palpação • Percussão • Ausculta • Pele e alterações, cicatrizes, edema, atrofias musculares, alterações ósseas e articulares. Inspeção estática Tipos de tórax • Tonel (ou globoso) = tórax adota uma posição inspiratória constante decorrente da hiperinsuflação; • Pectus carinado (em quilha ou peito de pombo) = caracteriza-se por uma protrusão acentuada do osso esterno, juntamente com as cartilagens costais (pode ser adquirido ou congênito); • Pectus escavado (ou carinado) = é oposto ao tórax em peito de pombo. Pois este apresenta uma depressão, na qual os arcos costais anteriores se projetam mais anteriormente que o próprio esterno. Um dos fatores responsáveis por esta depressão seria o repuxamento excessivo das fibras anteriores do diafragma que se prendem ao externo inferior e ao apêndice xifóide; • Cifoescoliótico = em consequência a uma alteração postural. Inspeção dinâmica Expansibilidade torácica • Simétrica • Intubação seletiva, atelectasia, pneumotórax, derrame pleural, cifoescoliose. Configuração toracoabdominal • Padrão respiratório • Sincronia • Respiração anacrônica: atraso de tempo entre o movimento do abdome e do tórax. • Alternância respiratória: tórax/abdome – fadiga • Movimento paradoxal: movimentação oposta. Fadiga, paralisia diafragmática. Ritmo respiratório • Ritmo respiratório que tem como valor fisiológico (normal) a relação entre a inspiração e a expiração (Relação I:E) em 1:2, sendo 1 tempo para a inspiração e 2 tempos para a expiração. • Ritmos respiratórios alterados como: o Cheyne Stokes : Caracteriza-se pela alternância de períodos de apneias com respirações rápidas e profundas. Com o ciclo iniciando de forma lenta e superficial até alternar de forma rápida a sua frequência (FR) e amplitude (VC) até reduzir-se a uma apneia. É observado em pacientes cardiopatas (ICC) , AVE, Tumores, encefalites, meningites e outros que afetem o SNC e também em pacientes expostos a elevadas altitudes o Biot: Caracteriza-se por uma arritimia ventilatória havendo variação nos movimentos torácicos e volumes correntes (entre os períodos de apneias) - meningites, PIC elevadas, neoplasias, hematomas extradurais, isquemias do tronco cerebral o Kussmaul: Caracterizada por amplitude e frequência respiratória elevadas. Pode ser observada em pacientes com insuficiência renal, cetoacidose diabéticas e outras acidoses. Padrão respiratório • É a observância do predomínio da movimentação torácica, abdominal ou mista durante as incursões respiratórias. • Se observarmos que o paciente movimenta (com maior amplitude) o tórax classificaremos o padrão como sendo costal (ou apical); • Se o predomínio for abdome, classificaremos como sendo respiração diafragmática (ou abdominal). • Poderemos observar também pacientes em que não observaremos predomínio de um ou de outro, padrão respiratório misto. • A alteração patológica mais comum que é indício de esforço excessivo da musculatura respiratória é o padrão paradoxal (em que durante a inspiração o tórax se eleva e o abdome se deprime e na fase expiratória a condição se inverte com a depressão do tórax e a projeção do abdome). Dispositivos oxigenioterapia Tosse e aspecto da secreção • Seca/produtiva • Coloração / aspecto • Quantidade Frêmito toracovocal • Trinta e três • A transmissão do som é melhor propagado nos meios sólidos e é dependente da permeabilidade as VA. • Aumentado em consolidação (líquido) • Diminuído áreas de obstrução, DP, PNTx Ausculta Pulmonar Normais: murmúrio vesicular Ruídos adventícios • Roncos • Sibilos • Creptos Sons pulmonares • Murmúrio vesicular (MV) é o som produzido pela passagem do ar no sistema respiratório (o murmúrio traqueal é o mesmo som porém quando passa exclusivamente pela traquéia). Classificamos o MV em normal (ou positivo), diminuído ou ausente. • Roncos: som grave, de predomínio inspiratório que indica a presença de muco nas vias aéreas calibrosas; • Sibilo: som agudo, semelhante a um assobio ou chiado, de predomínio expiratório mas que também pode estar presente na inspiração e é indício de obstrução das vias aéreas inferiores (de menor calibre); Sons pulmonares • Estertor crepitante: som semelhante ao atrito de uma mecha de cabelo, audível no final da inspiração e sugere a presença de exsudato e transudato intra alveolar; • Estertor bulhoso: som semelhante a bolhas estourando, audíveis na inspiração que evidencia a presença de secreção na luz brônquica; • Atrito pleural: é o som de um "rangido", decorrente do atrito entre as duas pleuras, audível tanto na ins quanto na expiração e está presente em inflamações e lesõespleurais. Percussão torácica • Consideramos o som normal o som pulmonar claro (timpânico) - que é grave, ressonante e de longa duração. • O som maciço é curto e seco e evidencia a presença de algo que não seja ar na região em que aparece. • Podemos classificar como hipertimpânico (semelhante ao timpânico porém em maior intensidade) evidência clínica de aprisionamento de ar na caixa torácica – DPOC; Sólido (fígado), consolidação (PNM), atelectasia; DP – mais curto e seco - maçico Avaliação respiratória • Manovacuometria Consiste na mensuração das pressões respiratórias estáticas máximas, PImáx e PEmáx, as quais expressam a força máxima dos músculos inspiratórios e expiratórios. Indicação: VM prolongada, desmame difícil, doenças neurodegenerativas, patologias pulmonares, pré e pós operatório toracoabdominal CI: IAM, PNT, pouca colaboração Respiração espontânea e VM (40s) A função ventilatória e o mecanismo de tosse estarão sempre prejudicados quando a PImáx for maior que -50cmH20 Sinais e sintomas de desconforto respiratório Avaliação da força muscular Pontuação inferior a 48 na escala é sugestiva de déficit motor grave Monoparesia Hemiparesia Quadriparesia Avaliação do tônus muscular • Espaticidade • RigidezHipertonia • Diminuição da resistência • Origem neuropática, medular Hipotonia • Deficiência no relaxamento voluntário • Disfunção cerebral (frontal)Paratonia Transtornos do movimento Mioclonia Coreia Tremor Distonia Avaliação dos reflexos profundos GRAU DE RESPOSTA DEFINIÇÃO 0 Sem resposta 1 Diminuído 2 Normal 3 Aumentado 4 Muito aumentado 5 Clônus sustentado Consulta de prontuário e exames Hemograma • É o exame que analisa as variações quantitativas e morfológicas dos elementos figurados do sangue. • O sangue é colhido com anticoagulante (EDTA). • Processo manual • Processo automático • Hemácias ou eritrócitos: células anucleadas, cor vermelha, com proteína Hemoglobina (Hb) Sua principal função é o transporte da Hb. • Hemoglobina: é formada na medula óssea e é responsável pelo transporte de O2 e CO2; tampão ligando-se ao H+. • Hematócrito: Representa a porcentagem ocupada pelos glóbulos vermelhos no volume total de sangue. Série vermelha Plaquetas • Formação de coágulos • 150.000 – 400.000 • 1 leucócito para 500 hemácias e 30 paquetas Série branca Ureia e Creatinina UREIA: é um produto da destruição de proteínas. Gerada no fígado, é a principal fonte de excreção do nitrogênio do organismo, sendo que a sua maior parte é excretada pela urina. 10 – 45mg/dL. CREATININA: é um resultado do metabolismo da creatina (proveniente dos músculos). Portanto, a creatinina relaciona-se diretamente com a massa muscular. A creatina converte-se em creatinina de forma contínua. Filtrada principalmente pelos rins. 0,7 a 1,5mg/dL. Enzimas cardíacas • Creatinofosfoquinase (CK) e Fração MB da Creatinofosfoquinase (CK-MB). A CK-MB é mais específica para diagnóstico de necrose miocárdica, sendo sua curva característica, obtida pela dosagem seriada, padrão para diagnóstico de IAM – valores normais até 10 U/L • Troponinas T e I - não são detectadas em indivíduos normais, sendo que sua elevação, mesmo mínima, pode significar algum grau de lesão miocárdica (microinfartos). Uma dosagem negativa de troponina não afasta diagnóstico de IAM, devendo-se repetir essa avaliação após 10 a 12 horas do inicio dos sintomas.Pode se manter elevado até por 2 semanas do IAM. Valor de Referência: Superior a 2,6 ng/ml (IAM) 0,4 a 2,6 ng/ml (Angina de Alto risco) Distúrbio do equilíbrio eletrolítico Sódio • 135 – 145 mEq/l • O sódio é o cátion que existe em maior quantidade nos líquidos extracelulares. Os íons de sódio participam da manutenção do EH, da transmissão dos impulsos nervosos e da contração muscular. Potássio • 3,5 – 5mEq/l • O potássio é o principal cátion intracelular que regula a excitabilidade neuromuscular e a contratilidade muscular. • Hiper: IRA, acidose, transfusão • Hipo: Perda gastrointestinal e geniturinária Outros • Cálcio: 8,4 – 10,2mEq/l • Cloro: 96 – 106mEq/l • Magnésio: 1,3 – 2,1mEq/l Obrigada!