Buscar

Mobilidade Alto da Boa Vista - FInal

Prévia do material em texto

CONTEXTO
Devido às fortes chuvas, o estado do Rio de Janeiro entrou em alerta por conta da intensidade dos ventos e altos níveis pluviométricos sendo registrados na região.
No Alto da Boa Vista foi chamada a atenção o número de quedas de árvores assim como a obstrução nas vias, riscos de deslizamentos e a falta de energia no local.
Um plano de ação será proposto para apaziguar estes problemas, assim como será feito uma análise preliminar de riscos (APR) trabalhando em conjunto de uma matriz de prioridades (GUT) e de responsabilidades (5W2H).
INFORMAÇÕES E CARACTERÍSTICAS DA REGIÃO
O Alto da Boa Vista é um bairro situado em uma serra do Rio de Janeiro, local de muitos casarões e mansões. Desde o início do século 19 o bairro era procurado pelos que preferiam um local com clima ameno, e longe do burburinho da cidade.
O Alto da Boa Vista é um dos recantos mais pitorescos e mais apreciados por pessoas de bom gosto e que procuravam um clima serrano dentro da cidade do Rio de Janeiro.
O nome Alto da Boa Vista não vem por acaso, pois de lá se descortinam belos cenários da cidade. O alto da Boa Vista faz parte do que era chamado "Grande Tijuca" no século 19, e situa-se na Serra Tijucana.
Na primeira metade do século 19, na região, existiram muitas plantações de café, na verdade grandes fazendas. Estas plantações ocasionaram o desmatamento e devastação da floresta que se estendia pela serra.
Na segunda metade do século 19, durante o segundo reinado, encontravam-se no local muitas casas de estrangeiros e ingleses, devido ao clima e por ficar afastado do centro da cidade onde frequentemente ocorriam epidemias. O refúgio nas partes altas e entre as matas propicia temperaturas mais baixas. Assim afastavam-se do calor do centro da cidade, e também do receio dos recorrentes e periódicos surtos de febre amarela.
O acesso ao Alto da Boa Vista foi muito facilitado com a reconstrução e alargamento da Av. Tijuca. No local são vistas belíssimas e vistosas residências, e como não poderia deixar de ser, cercadas de densa e bela vegetação, o que é uma das características do bairro.
As florestas, bem como a possibilidade de conseguir grandes terrenos, principalmente em tempos passados, estimularam o surgimento de chácaras como também a construção de grandes casarões e vistosas mansões.
No século 20, muitas grandes casas e mansões foram construídas, sendo que nas décadas de 1960 e de 1970 a procura pelo bairro atingiu o auge. Além da alta classe média, muitos magnatas cariocas lá residiram.
Até 2010, a legislação de ocupação do solo, não permitia construções em terrenos de menos de 10 mil metros quadrados.
Nas últimas duas décadas do século 20, o bairro sofreu um certo declínio, pois alguns moradores abastados ou talvez herdeiros que já não podiam mais arcar com o fausto de épocas passadas, colocaram muitas mansões à venda. Muitas mansões foram transformadas em casas de festas, alugadas para festas de casamentos e eventos.
A saída de alguns moradores ainda abastados talvez se deva ao fato da insegurança que durante as 2 últimas décadas assolaram o Rio, e possuir uma mansão em local distante e isolado exigia um esquema de segurança dispendioso e às vezes ineficiente.
O surgimento de novos bairros nas proximidades, como a Barra da Tijuca que inspira um estilo de vida diferente para as novas gerações, associado à uma infraestrutura comércio e segurança mais adequada para a alta classe média e classe alta pode ter ajudado o esvaziamento do bairro.
Por fim, ocupações irregulares de algumas encostas, popularmente chamadas de favelas também contribuíram para alguma desvalorização dos imóveis e perda de prestígio do bairro por parte dos mais abastados. Entretanto, este processo de ocupações irregulares ainda é pequeno.
- Decreto 11301 1992 do Rio de Janeiro RJ
O objetivo da Lei Orgânica do Município de compatibilizar o desenvolvimento urbano com a proteção do meio ambiente, através da utilização racional do patrimônio natural, cultural e construído, e da sua conservação e recuperação em benefício das gerações atuais e futuras. 
No bairro Alto da Boa Vista encontra-se a Floresta da Tijuca tombada como a maior floresta urbana do planeta, e com a crescente urbanização o decreto 11301/92 garante que os limites da floresta seja mantido e preservado bem como o patrimônio cultural do bairro. 
O crescimento urbano desordenado do bairro tem produzido impactos ambientais nas encostas, nascentes e rios, considerando que a carência de infraestrutura instaladas nas áreas ocupadas vem provocando prejuízos a qualidade de vida e ao ambiente local, a necessidade da revisão dos parâmetros de ocupação das encostas do bairro, para que passem a se constituir em instrumentos de efetiva proteção e recuperação ambiental, considerando a necessidade de estabelecer parâmetros de controle de crescimento das áreas já ocupadas por favelas.
Estradas Pitorescas e Sinuosas Levam ao Bairro
Muitas sinuosas e belas estradas dão acesso ao bairro, sendo o percurso por algumas destas estradas, por si só uma atração.
Se quem vai para o Alto vier do centro da cidade, pode vir por Santa Teresa ou pela Estrada do Sumaré.
Para quem tem como ponto de partida a Zona Norte, saindo da Tijuca e Usina, o acesso pode ser feito pela avenida Edson Passos.
Outro caminho para chegar ao Alto, por parte de quem vem da Zona Sul por São Conrado é pela Estrada das Canoas e também pela Estrada da Gávea Pequena.
Para quem vem do Jardim Botânico, bairro da Zona Sul, pode-se pegar a Estrada do Horto.
O Alto também pode ser alcançado pela antiga Estrada de Furnas por parte de quem vem do Itanhangá e Barra da Tijuca.
Para quem vem do Cosme Velho e Laranjeiras, pode-se pegar a Estrada das Paineiras ou pela rua Amado Nervo que fica próxima à pequena pracinha do Alto.
A Grande Tijuca e o Alto da Boa Vista
O Alto da Boa Vista é considerado parte da Grande Tijuca, assim era conhecido em tempos passados, inclusive no século 19. Hoje em dia, o bairro continua à pertencer à 8ª Região Administrativa, juntamente com o Maracanã e bairro da Tijuca propriamente dito. Entretanto, a população do bairro é relativamente pequena por volta de 2010, estimando-se 20 mil habitantes.
FERRAMENTAS UTILIZADAS
3.1 - APR	
APR tem como significado Análise Preliminar de Riscos e consiste em uma ferramenta que identifica possíveis riscos no ambiente e cria estratégias e alternativas para prevenir ou solucionar os riscos encontrados. Para isso, a APR faz uma análise de cada risco e encontra os erros que costumam acontecer. Assim, ela pode indicar melhores maneiras de solução para os riscos encontrados.
A APR pode ser implantada em projetos já existentes, ou quando um novo irá ser criado. Uma das primeiras tarefas do grupo da APR é encontrar os possíveis riscos e descrevê-los. Dessa forma, é possível identificar os menores e maiores riscos e descobrir quais medidas precisam ser tomadas primeiro. Depois de encontrar os riscos e criar uma ordem de quais medidas possuem mais urgência, a APR precisa colocar em prática as ações que irão evitar os acidentes. Essa é uma das etapas mais importantes. 
Os riscos identificados são os apresentados a seguir:
• Deslizamentos
• Quedas de arvores
• Falta de energia
Apresentando como causa:
• Chuvas Fortes
• Ventos intensos
Segundo dados informados pelo Sistema Alerta Rio, foi registrado na segunda semana de abril a pior chuva dos últimos 22 anos, causando diversos estragos em várias áreas da cidade do Rio de Janeiro. No Alto da Boa Vista foi registrado o nível pluviométrico de 336,2mm, chegando perto do maior índice já registrado, que foi de 360,2mm. Devido a essa questão, estaremos trabalhando na APR com os seguintes indicadores.
• Alto (Deslizamentos)
• Médio (Quedas de árvores)
• Baixo (Falta de energia)
3.2 – GUT – Matriz de Prioridades
Matriz GUT é uma ferramenta de gestão utilizada para priorização de tarefas. O termo GUT é a sigla para Gravidade, Urgência e Tendência, onde: 
Gravidade: Simboliza o possível dano ouprejuízo que pode decorrer de uma situação.
Urgência: Simboliza a questão do tempo que existe para resolver um problema ou situação.
Tendência: Simboliza o potencial de crescimento do problema e a probabilidade dele se tornar maior com o passar do tempo.
Ao identificar a gravidade, a urgência e a tendência de comportamento de cada problema, ajuda o administrador a decidir quanto ao que fazer primeiro.
De acordo com estudos feitos no Alto da Boa Vista, foram listados os problemas e pontuados numa escala de 1 a 5, a saber:
1- Sem gravidade: danos leves, podendo ser considerados até mesmo danos secundários;
2- Pouco grave: danos mínimos;
3- Grave: danos regulares;
4- Muito grave: o problema pode causar grandes danos; 
5- Extremamente grave: devem ser priorizados. Caso contrário, os danos têm potencial para se tornarem irreversíveis.
Foi observado, como conclusão, que a questão do deslizamento deve ser priorizada em relação às outras, embora todas precisam de medidas para prevenção e correção.
3.3 – 5W2H – Matriz de Responsabilidades
CRONOGRAMAS E CUSTOS
PROPOSTAS
- Falta de Energia
Mapeamento das necessidades da região, identificando locais prioritários no fornecimento de energia.
Auditoria periódica para avaliação da documentação técnica dos geradores em partições públicas, como UPAs, abrigos e etc.
Planejamento e controle de podas periódicas das arvores próximas aos circuitos.
Já em uma situação de emergência um plano de contingência se faz necessário, equipes em alerta para manutenções emergenciais e também para socorro de vítimas caso necessário.
- Quedas de Árvores
Temos como ferramenta principal para a prevenção da queda a Diagnostico fitossanitário, que consiste na avaliação da espécie, onde são colhidos dados de natureza botânica, florestal, ideológica, social e econômica.
Faz necessário um estudo do local para saber se essas árvores que caíram estão na periferia da área urbana e também se as condições de umidade do solo foram alteradas, nesse caso o mais prejudicial, pois quanto mais húmido o solo mais riscos de queda.
Para evitar esse tipo de problema, seria interessante fazer uma área de amortecimento, no envoltório arvore, com o plantio de outras espécies de rápido crescimento, como eucaliptos, grevíleas ou similar.
Já em uma situação de emergência um plano de contingência se faz necessário, equipes em alerta para remoção rápida da arvore e também para socorro de vítimas caso necessário.
- Deslizamento/Escorregamentos
Antes da abordagem, ressaltamos que diferentes tratamentos serão dados após um mapeamento de riscos onde serão identificados os pontos críticos com maior e menor grau emergencial conforme exemplo da imagem abaixo:
Sugerimos formas de atuação em relação as áreas de risco de deslizamentos e para melhor abordagem, dividimos as medidas de prevenção de acidentes em duas vertentes: Situações de riscos atuais e Situações de riscos potenciais.
As Situações de riscos atuais consiste em riscos iminentes ou até mesmo acontecimentos em processo.
As ações necessárias sobre as consequências consistem em eliminar os riscos instalados na região afetada pelo escorregamento, eliminando consequências sociais como desobstrução e limpeza de vias, hospitais, partições públicas e privada, além de realocar toda a população para um local seguro.
Conviver com os riscos instalados – Inspeções periódicas do local de risco, impedindo construções irregulares e, para casos emergenciais, elaboração de um plano preventivo para escorregamentos/deslizamentos.
Ações sobre processo consiste em planos preventivos para a região. Destacamos técnicas de contenção de barreiras, tratamento de solos e também técnicas de drenagem para aliviar o saturação da região.
Em pontos estratégicos, distribuição de kits de mitigação e primeiros socorros, além da definição e construção de pontos de encontro e rotas segura.
As situações de riscos potencias devem ser evitadas tendo como principal subsídio a expansão de áreas em lugares que não ofereçam riscos à comunidade local. Neste momento é imprescindível que crie políticas para evitar a ocorrência do início de processo, evitando as consequências sociais e políticas das ocupações irregulares.

Continue navegando