Buscar

Matéria - Direito Empresarial - Propriedade Industrial - USJT

Prévia do material em texto

ORIGEM E EVOLUÇÃO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL
A Propriedade Intelectual é a área do Direito que, por meio de leis, garante a inventores ou responsáveis por qualquer produção do intelecto - seja BENS IMATERIAIS ou INCORPÓREOS nos domínios industrial, científico, literário ou artístico - o direito de obter, por um determinado período de tempo, recompensa resultante pela “criação” – manifestação intelectual do ser humano. Portanto, a Propriedade Intelectual engloba o campo de Propriedade Industrial, os Direitos Autorais e outros Direitos sobre bens imateriais de vários gêneros, tais como os Direitos Conexos, e as Proteções Sui Generis. 
A propriedade Industrial tem o seu foco de interesse voltado para a atividade empresarial. Tem por objeto patente de invenção e de modelo de utilidade, marca, desenho industrial, indicação geográfica, segredo industrial e repressão a concorrência desleal, sendo regulamentada pela Lei nº 9.279/96. A propriedade industrial engloba um conjunto de direitos e obrigações relacionados a bens intelectuais, objeto de atividade industrial de empresas ou indivíduos. Assegura a seu proprietário (titular do direito) a exclusividade de: fabricação, comercialização, importação, uso, venda e cessão
ORIGEM E NASCIMENTO
A partir de 1967, constitui-se como órgão autônomo dentro do sistema das Nações Unidas a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI, ou, na versão inglesa, WIPO), englobando as Uniões de Paris e de Berna, além de perfazendo uma articulação com a recente União para a Proteção das Obtenções Vegetais, e a administração de uma série de outros tratados.
A Convenção da OMPI define como “propriedade intelectual”, a soma dos direitos relativos às obras literárias, artísticas e científicas, às interpretações dos artistas intérpretes e às execuções dos artistas executantes, aos fonogramas e às emissões de radiodifusão, às invenções em todos os domínios da atividade humana, às descobertas científicas, aos desenhos e modelos industriais, às marcas industriais, comerciais e de serviço, bem como às firmas comerciais e denominações comerciais, à proteção contra a concorrência desleal e todos os outros direitos inerentes à atividade intelectual nos domínios industrial, científico, literário e artístico.
Antes da definição convencional, a expressão “Propriedade intelectual” aplicava-se, mais restritamente, aos direitos autorais; nesta acepção, encontramos extenso emprego na doutrina anterior. Em sua origem, porém, como concebido por Josef Kohler e Edmond Picard nos fins do Século XIX, o conceito correspondia ao expresso na Convenção da OMPI.
Tem-se, assim, correntemente, a noção de Propriedade intelectual como a de um capítulo do Direito, altíssimamente internacionalizado, compreendendo o campo da Propriedade Industrial, os direitos autorais e outros direitos sobre bens imateriais de vários gêneros.
Porém, nem na Convenção da OMPI, meramente adjetiva, nem mesmo no mais recente Acordo TRIP’s da Organização Mundial de Comércio, se tenta uma estruturação das normas jurídicas comuns a cada um e a todos capítulos da Enciclopédia Jurídica. Os propósitos deste último diploma internacional não são, aliás, a construção de nenhum sistema jurídico, mas a derrubada da individualidade jurídica nacional, o que pode levar seguramente a uma harmonização, mas não necessariamente a uma elaboração lógica de um substrato comum, a não ser indutivamente.
SURGUIMENTO NO ORDENAMENTO BRASILEIRO
No Brasil, o direito industrial surgiu no início do século XIX, quando a Corte portuguesa veio para o país fugindo de Napoleão. Desta forma, em 1809 o Príncipe Regente reconheceu o direito do inventor concedendo assim o direito à exclusividade do uso pelo prazo de 14 (catorze) anos, para as invenções que fossem registradas junto a Real Junta do Comércio. Em 1824, com a edição de uma nova Constituição surge a possibilidade de proteção dos inventos. Já em 1830 o país consegue a sua independência política e edita uma lei que versava sobre invenções. A primeira lei brasileira sobre marcas surgiu em nosso país somente em 1875, em decorrência dos interesses de um cliente de Ruy Barbosa, a firma Meuron e Cia. O qual possuía a marca Rapé Areia Preta e estava processando a firma Moreira e Cia. Por falsificação pela utilização da marca Rapé Areia Parda. Apesar de Rui Barbosa, vencer em primeira instância, o referido processo foi anulado posteriormente, tendo em vista não existir no ordenamento jurídico uma norma que descrevesse o ocorrido como sendo um crime, não podendo assim se falar em punição. Com isto a Comissão de Justiça Criminal da Câmara dos Deputados propôs o Projeto de lei o qual fora convertido na Lei nº 2.682/75, referida lei concedia aos comerciantes a possibilidade de utilizar uma marcar como forma de assinatura de seus produtos e que dessa maneira, pudessem diferenciá-los dos demais produtos comercializados. No ano de 1882, ocorre a edição de uma nova lei de patentes, e nos anos de 1887 e 1904 outras leis que versavam sobre a proteção de marcas. Posteriormente o tratamento integrado das questões da propriedade intelectual como um todo, sem divisão entre patentes, cultivares, e direitos autorais – temas sujeitos a ministérios diversos na Administração Pública Brasileira -, vem de ser prestigiado pelo disposto no decreto de 21 de agosto de 2001, que Cria, no âmbito da CAMEX - Câmara de Comércio Exterior, o Grupo Interministerial de Propriedade Intelectual.
MARCA – Aula 15/03/2019
 Função: Distinguir um produto ou um serviço em função das demais que são similares. Representa para o empresário a oportunidade de lucro maior. Ex: Coca-Cola vale mais pelo nome do que pelo patrimônio. A função de uma marca constitui na identificação e visualização de um produto ou serviço de forma a diferencia-lo dos demais, permitindo assim agregar valor econômico à atividade econômica. 
A marca desempenha não uma, mas diversas funções. E elas podem variar de acordo com o segmento em que o produto ou o serviço estão inseridos. De todo modo, a doutrina especializada tem utilizado basicamente quatro funções como primordiais das marcas. A primeira função da marca é a de identificar o produto ou o serviço em meio aos demais concorrentes. É nesse ponto que o empresário concentra o seu esforço, pois a intenção é fazer com que o consumidor conheça e identifique o que está sendo oferecido por intermédio da marca, seja através de palavras, de emblemas ou outros sinais distintivos (abordaremos os tipos de marca de acordo com a sua forma de apresentação em outro artigo). A segunda função da marca é a de esclarecer a origem do produto ou do serviço. Essa função está relacionada com a procedência, que ajuda o consumidor a optar, dentre as diversas opções ofertadas no mercado, por aquelas em que ele já confia. Um exemplo da identificação da origem se dá, por exemplo, com os produtos das marcas Neston, Nescafé, Nespresso, Nescau, entre outras, todas associadas à procedência confiável da NESTLÉ. A terceira função da marca é a de garantir a qualidade. Sempre que o consumidor experimenta e aprova um produto ou um serviço, a expectativa dele é que a qualidade que prendeu a sua atenção seja constante. Esse é um fator determinante para a sobrevivência de empresas/marcas que atuam, por exemplo, no ramo da alimentação, pois o consumidor dificilmente tornará a comprar de uma empresa que oscila no atendimento, nas receitas ou em qualquer outro padrão de qualidade que fisgou os consumidores. A quarta função da marca é dar publicidade ao produto ou ao serviço, criando um elo de identificação com o consumidor e com o mercado como um todo. Para que o empresário possa fazer o investimento em publicidade com segurança, faz-se necessário proceder com o pedido de registro da marca e gozar da proteção conferida pela Lei da Propriedade Industrial, pois a exposição gera maior visibilidade e atrai concorrentes que buscam pegar carona na fama e no reconhecimento da marca. Essas são, portanto, as principais funções que a marca opera num serviçoou num produto. Sempre que um sinal é escolhido para ser utilizado como marca, ele será retirado do que chamamos de “domínio comum”, tornando obrigatória a comunicação dessa indisponibilidade ao público, o que se dá por meio do registro junto ao INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial).
Marca: De acordo com a Lei nº 9.279/96, marca é o sinal distintivo visualmente perceptível que não está no rol das proibições expressamente prevista na referida legislação. Simplificando, marca é todo o sinal distintivo que serve para destacar, no mercado consumidor, produtos ou serviços a ela vinculados. Embora pareça, num primeiro momento, que sua função seja proteger o empresário, a verdade é que ela transborda ao direito meramente individual para proteger, também, o público em geral, como o consumidor. Nesse contexto, é possível afirmar que a marca exerce funções primordiais no mercado de consumo. Ex: Nome próprio; algarismos; símbolos do Estado ou União; Cor ou Alfabeto. Obs.: A marca que identifica perceptivelmente um produto ou serviço é concedida ao seu titular em virtude da classe em que lhe é outorgada. Ex: Cachaça 51 – marca concedida à classe especial a ardentes ou similares. 
Tipos de Marca: 
Marcas de produto ou serviço: Ex: Microsoft, Vivo, Apple e etc. 
Marca de cientificação: Concedida em virtude em prol de um procedimento. Ex: Imetro.
	
Marcas coletivas: São concedidas em virtude de um rol que são de um mesmo titular. Ex: Ambev. 
Formas de marca: 
Marca nominativa: A marca nominativa é aquela constituída por uma ou mais palavras, por escrito, em algarismos do nosso alfabeto, sem imagens, figuras, desenhos ou representações gráficas de letras. Ex: Fiat; Volkswagen.
Marca figurativa: Trata-se de marca constituída somente por algum desenho, imagem, figura, símbolo, representações gráficas ou figurativas de letras. Também pode ser composta por letras de alfabetos distintos do nosso, como o árabe, por exemplo, assim como ideogramas japoneses, coreanos ou chineses. Nesses casos, a proteção da marca se dá apenas sobre aquela maneira de representar o símbolo, não sobre a palavra ou expressão que ele representa.
Marca Mista: Também conhecida como marca composta, é caracterizada pela combinação dos tipos de apresentação nominativo e figurativo. Ou seja, é a combinação de uma imagem com o nome da marca por escrito. Esse é o tipo mais comum de marca e também o mais indicado, pois protege ao mesmo tempo o logotipo e o nome da marca, também é indicado para marcas que necessitem de mais maior distintividade em função de usarem palavras genéricas ou de uso comum. Por ter um elemento visual diferenciado e uma palavra associada, proporciona ótima visibilidade ao seu produto.
Marca Tridimensional: No caso da marca tridimensional, o que a define é o formato físico do produto ou da embalagem. Não se trata de uma forma comum, mas de um design que represente algo único, novo. Para que possa ser registrada, essa forma não pode estar associada a qualquer efeito técnico. São muito comuns em embalagens e garrafas de bebidas ou perfumes. Conhecendo um pouco melhor as marcas e seus tipos, você tem mais liberdade para optar por aquela que trará mais sucesso ao seu produto. Não esqueça da importância de fazer o registro da marca escolhida e desfrute dos benefícios que ela trará ao seu empreendimento.
Requisitos: 
 Estar disponível: Na classe que requer o pedido não exista uma marca já registrada (Princípio da anterioridade).
 Licito: Não pode impedir registro de marca que seja contrário à lei e aos bons costumes. 
 Percepção visual: Somente será objeto de marca que seja perceptível como símbolo. 
 Distintividade: Ser diferente daquilo que já objeto de marca. 
Princípios: 
Especialidade: O titular de uma marca tem exclusividade o sinal da classe que ele foi provido. Ex: Casa do pão de queijo (há exceções – marca de auto renome). 
Territoriedade: Uma marca só goza de proteção no território em que foi registrada. Ex: Disney; Nestle; BMW (uma marca notoriamente conhecida não precisa de registro no Brasil). 
Fragmentação: Diminuição da perda do valor da marca. Ex: Bombril; band-aid; moeda. A degeneração da marca é a confusão do bem especifico com os demais produtos comercializados, causando prejuízo ao valor econômico que supostamente a marca possuir. 
Tutela Jurídica do Direito Marcário – Aula dia 22/03/2019
Usufruirá quando for registrado no INPI ao pedir o registro de marca, será analisado e posteriormente outorgado o direito exclusivo de identificação em uma determinada classe. Como propriedade ter o registro da coisa com exclusividade é um direito (não tem como ter exclusividade de uma frase). 
Obs.: Como exigir um produto que não é seu? 
Obs: Convenção da União de Paria decorre sobre o direito concorrencial.
A RPI estabelece que a propriedade da marca, adquire-se pelo registro validamente expedido sendo assegurado ao titulado o direito exclusivo da marca em todo território nacional (art. 129 RPI). 
Obs.: Principio da prioridade – art. 129, parágrafo 1º.
Uma exceção ao principio da prioridade do registro de marca esta configurado na possibilidade de uma pessoa que boa fé já utiliza esse sinal ou símbolo há mais de 6 meses. Neste caso, o empresário de boa fé poderá propor oposição ao pedido ou até mesmo nulidade. 
Limitações aos direitos do titular de uma marca: O direito não é absoluto. A marca não é um direito absoluto e o titular desta não está autorizado pela LPI a impedir o uso e a circulação da marca, em razão da empresa. 
Questões – Aula 05/04/2019
Segundo o LPI quem possui legitimidade para requerer o registro de marcas? 
R: artigo 128 LPI.
b) Em virtude da concessão do registro de marca, qual a natureza jurídica da outorga estatal conferida ao titular de uma marca? 
R: atributos de direito – 10 anos – artigo 129 PLI, não existe direito real de propriedade. 
c) O direito de marca é pleno e absoluto?
R: limitação temporal – artigo 132 LPI.
d) Segundo a LPI a vedação ao registro de marca é enumerativa ou taxativa? 
R: artigo 124 LPI – taxativo.
e) O titular de uma marca poderá ceder os seus direitos tanto a titulo gratuito quanto oneroso? Segundo o LPI em que situação poderá ocorrer a extinção dos direitos sobre marca? 
R: Expiração do prazo; Renuncia total ou parcial; Caducidade e Falta de representação. 
Contratos em matéria de propriedade 
i) Licença de uso de marca: Exploração da marca, não deve se confundir com contrato de franquia. Royales. 
ii) Cessão de marca: Não tem existência material por isso não pode vender, pode ser total ou parcial, averbação perante o INPI, em caso de cessão total. 
iii) Contrato de transferência de tecnologia: Know-how e licença de marca. Regime de tributação, averbação no INPI, transmissão de conhecimento e licença. 
iv) Contrato de Franquia: Exploram os mesmos ramos da mesma atividade, submetendo a circular de oferta de franquia, o franqueado se submete a todo os negócios do franqueador, pois sempre vai seguir as regras dos franqueados. 
Patentes: Conceitos Fundamentais – Aula 26/04/2019
a) Criação

Continue navegando

Outros materiais