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Pdta-resumo np1 e np2

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Pdta - resumo np1 e np2
Modelos Pedagógicos, Epistemológicos e Psicológicos em Educação.
 
Leitura Obrigatória:
BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. Disponível em: http://www.marcelo.sabbatini.com/wp-content/uploads/downloads/2011/09/becker-epistemologias.pdf Acesso em: 12/12/2011.
 
Leitura para Aprofundamento:
Reflexão sobre a origem do conhecimento a partir do texto “Amala e Kamala: as meninas-lobo”.
Disponível em: http://vestibularsociologia.blogspot.com/2007/03/amala-e-kamala-as-meninas-lobo.html Acesso em: 12/12/2011.
 
Ao longo da história, tanto a filosofia como a psicologia exerceram grande influência nos procedimentos pedagógicos adotados pelas escolas.
 
O que é epistemologia?
É a parte da filosofia que estuda o conhecimento. Os epistemólogos buscaram responder, desde a Grécia Antiga até os tempos atuais, a seguinte questão: como o homem chega ao conhecimento?
 
Diferentes correntes epistemológicas respondem a essa pergunta de maneira distinta:
1) Inatismo ⇒ a origem do conhecimento é endógena (interna); a ênfase está no desenvolvimento, no sujeito (S→O).
2) Empirismo ⇒ a origem do conhecimento é exógena (externa); a ênfase está na aprendizagem, no objeto (S←O).
3) Interacionismo ⇒ a origem do conhecimento é endógeno e exógeno; a ênfase está no desenvolvimento e na aprendizagem — sujeito e objeto (S↔O).
 
Como você explica a origem do conhecimento? Depende apenas de fatores internos ao sujeito ou depende apenas dos fatores externos? “Pau que nasce torto morre torto?” ou “Diga-me com quem andas e direi quem tu és?”
 
Essas correntes epistemológicas influenciaram procedimentos pedagógicos a partir de suas concepções filosóficas.
 
1) Pedagogia não diretiva: o aluno é o centro de todo o processo pedagógico (A→P).
2) Pedagogia diretiva: o professor é o centro de todo o processo pedagógico (A←P).
3) Pedagogia relacional: não existe uma relação polarizada; tanto o aluno quanto o professor têm importância durante o processo pedagógico, estabelecem uma relação de troca (A ↔ P).
 
As teorias psicológicas, da mesma maneira, exerceram influência nas práticas pedagógicas e, nos séculos passados como atualmente, os procedimentos pedagógicos estão pautados em estudos realizados por teóricos sobre a Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem do aluno.
 
Teorias de psicológicas:
• Abordagem tradicional
• Abordagem comportamental
• Abordagem humanista
• Abordagem psicanalítica
• Abordagem construtivista e sociocultural
• Abordagem sistêmica
• Abordagem da inteligência emocional
• Abordagem das inteligências múltiplas
 
Atividades recomendadas:
 
1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados pelo autor ao definir a origem do conhecimento na perspectiva epistemológica inatista, empirista e interacionista. Relacione com os modelos pedagógicos e as abordagens psicológicas.
 
2) Levante informações por meios tradicionais ou eletrônicos sobre os casos de crianças que se perderam muito jovens de suas famílias e viveram na floresta sem o contato com os humanos na companhia de animais. Analise a origem do conhecimento dessas crianças a partir das concepções epistemológicas estudadas.
 
3) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:
 
Observe a seguir o relato dos professores e verifique qual concepção epistemológica está orientando cada um dos discursos:
I – “Acho que os alunos aprendem e conhecem através da estimulação que se dá para eles diariamente. É assim que eles conseguem dominar os conceitos. Se não há estimulação, incentivo e organização das atividades de aprendizagem os alunos não conseguem saber nada. Então, o mais importante é o professor e os recursos materiais que se utiliza”.
II – “Anastácia sempre teve dificuldade em aprender os conteúdos em sala de aula. Acredito que aqueles que não sabem não vão saber mesmo, então pouco posso fazer por Anastácia e por outros em situação semelhante”.
a) I – Empirismo e II – Construtivismo
b) I – Interacionismo e II – Inatismo
c) I – Empirismo e II – Inatismo
d) I – Construtivismo e II – Ambientalismo
e) I – Ambientalismo e II – Interacionismo
 
Resposta: A alternativa correta é a (C). O discurso do primeiro professor está orientado para uma concepção empirista do conhecimento, a inteligência é resultado das experiências, por isso valorizam-se o professor, os materiais, os programas ou instruções que irão levar o sujeito ao desenvolvimento da inteligência, a criar hábitos, rotinas e procedimentos favoráveis à aprendizagem. O discurso do segundo professor está orientado em uma visão inatista do conhecimento, em que a inteligência está pré-determinada pela herança genética e a interferência do mundo físico social é reduzida ou nula como possibilidade de levar o sujeito ao conhecimento - tudo depende somente dele ou do que possui enquanto potencial herdado.
 
4) Realize os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Estas dúvidas devem ser motivo de novas pesquisas bibliográficas, na tentativa de saná-las. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais.
 
Módulo 2
 
 
ABORDAGEM TRADICIONAL
 
 
Leitura Obrigatória:
 
MIZUKAMI, Maria da Graça. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986. (Temas básicos de educação e ensino). Capítulo 1 pág. 07 a 18.
 
 
Leitura para Aprofundamento: Acesso em: 12/12/2011.
BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. Disponível em: http://www.marcelo.sabbatini.com/wp-content/uploads/downloads/2011/09/becker-epistemologias.pdf
 
 
Não podemos falar em uma teoria claramente explicitada que tenha originado a abordagem tradicional, mas em diversas tendências, concepções e práticas educativas aplicadas em um contexto escolar, que foram transmitidas durante o tempo e persistiram, fornecendo um referencial para o que se denomina ensino tradicional.
 
 
Segundo Georges Snyders, o ensino tradicional é o ensino verdadeiro, pois conduz o aluno ao contato com a literatura, as artes, os raciocínios e as demonstrações, por meio de métodos mais seguros. Há uma grande valorização dos modelos e do professor como elemento imprescindível na transmissão dos conteúdos.
 
 
O ensino está centrado no professor, considerado um adulto pronto e acabado, sendo o aluno um “adulto em miniatura”, sujeito inacabado que precisa ser preparado em todos os níveis, não levando em consideração seu interesse ou vontade. Portanto, o ensino volta-se para o que é externo ao aluno: os programas, as disciplinas, o professor; e o aluno é aquele que escuta as informações transmitidas pela autoridade exterior.
 
 
Nessa concepção, o homem é considerado uma ”tabula rasa”, um receptor passivo, inserido em um mundo com informações que irá conhecer através de um ensino formal e verbalista, caracterizado pela transmissão e repetição de conteúdos, visando ao acúmulo e armazenamento dessas informações.
 
 
As autoridades detentoras do conhecimento são a família, a escola e a igreja, e a função destas é a perpetuação de seus espaços de domínio. Para isso, há uma decomposição do conhecimento a fim de simplificá-lo ao ser transmitido ao aluno, visando mais à dedução do que a um raciocínio crítico.
 
 
O caráter cumulativo do conhecimento humano é adquirido por meio da transmissão, atribuindo-se ao aluno um papel insignificante na elaboração e aquisição do saber. Cabe-lhe apenas memorizar definições, enunciados, resumos que são oferecidos em um ensino verbalista e formal (verbalismo do professor e memorização do aluno).
 
 
Em outras palavras, a educação é caracterizada pela instrução e transmissão do conhecimento, restrita à escola e ao professor, em tarefas de aprendizagem quase sempre padronizadas. A educação é vista como produto, uma vez que tudo está estabelecido a priori, não havendo ênfase no processo de aprendizagem e desenvolvimento do aluno. Os programas mantêm a estrutura de uma educação formal, e a reprovação do aluno é consideradanecessária quando o mínino cultural esperado não foi atingido, e o instrumento que irá validar isso serão as provas e exames que ocorrem no final de cada etapa do processo. Ocorrendo a aprovação, o aluno é promovido nas séries escolares e, no final do processo, recebe o diploma e título, sendo estes os instrumentos de hierarquização dos indivíduos no contexto social.
 
 
A educação, nessa perspectiva, entende o processo educacional como individualista, não possibilitando situações de pesquisas e trabalhos coletivos. A cooperação entre pares é reduzida, pois a ênfase está na participação individual. Ignoram-se as diferenças individuais. Nesse sentido, a preocupação está na quantidade de informação armazenada e não na formação do pensamento reflexivo e do potencial criativo.
 
 
O tipo de relação social estabelecida na escola é vertical — o professor é a autoridade intelectual e moral (dono do saber), e o aluno, o “copo vazio” que será preenchido com os conhecimentos escolhidos e determinados pela escola, transmitidos verbalmente e cobrados por meio de provas em que o critério é a repetição automática das informações transmitidas.
 
 
Assim sendo, o professor detém o poder decisório quanto à metodologia, ao conteúdo, à avaliação, à forma de interação na sala de aula etc. Ele utiliza o método expositivo e já traz o conteúdo pronto para a aula, cabendo ao aluno escutá-lo, memorizá-lo de modo passivo e realizar posteriormente, sozinho, os exercícios de fixação. Por isso o enfoque está na aprendizagem.
 
No entanto, cabe lembrar que o professor também estabelece uma relação de igual hierarquia com a instituição escolar e social: obedece às regras e cumpre um papel preestabelecido. Existe um ciclo vicioso de manutenção do sistema. Uma das conseqüências do ensino tradicional, que visa apenas à aquisição de informações por meio de transmissões orais e cópia de modelos, é a formação de alunos com reações estereotipadas e automatizadas, que somente conseguem aplicar o que aprenderam em modelos idênticos aos aprendidos, levando a uma compreensão parcial dos fenômenos.
 
 
Atividades recomendadas:
 
 
1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados pelos autores para definir a Abordagem Tradicional. Aproveite essas leituras para fazer um glossário com os principais conceitos que definem as concepções do desenvolvimento e da aprendizagem nesta perspectiva.
 
 
2) Levante informações por meios tradicionais ou eletrônicos sobre as escolas que utilizam a Abordagem Tradicional ao fundamentar seu Projeto Pedagógico. Faça uma crítica sobre as vantagens e desvantagens de tal método.
 
 
3) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:
 
 
Segundo a abordagem tradicional a relação professor-aluno é defina como sendo:
 
 
a) Vertical, sendo que um dos pólos (o professor) detém o poder decisório quanto à metodologia, o conteúdo, a avaliação e até mesmo os meios coletivos de expressão.
b) Dialógica, onde o aluno e professor se interagem no processo de ensino-aprendizagem.
c) Relacional, onde o aluno é o centro de todo o processo e o professor é um mero expectador.
d) Mediatizada no processo de ensino-aprendizagem numa perspectiva humanizadora, de troca com o aluno.
e) Horizontal, onde aluno e professor estabelecem uma construção mútua de conhecimentos.
 
 
Resposta: A alternativa correta é a (A). Segundo a abordagem tradicional a relação professor-aluno é defina como sendo vertical, sendo que um dos pólos (o professor) detém o poder decisório quanto à metodologia, o conteúdo, a avaliação e até mesmo os meios coletivos de expressão.
 
 
4) Realize os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Estas dúvidas devem ser motivo de novas pesquisas bibliográficas, na tentativa de saná-las. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais.
 
Módulo 3 
ABORDAGEM COMPORTAMENTAL
 
Leitura Obrigatória:
MIZUKAMI, Maria da Graça. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986. (Temas básicos de educação e ensino). Capítulo 2 pág. 19 a 36.
 
Leitura para Aprofundamento:
BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. Disponível em: http://www.marcelo.sabbatini.com/wp-content/uploads/downloads/2011/09/becker-epistemologias.pdf Acesso em: 12/12/2011.
 
Nessa abordagem, o conhecimento é uma cópia da realidade exterior, e a apropriação do mesmo se dá a partir da experiência ou experimentação planejada e das contingências reforçadoras do meio.
 
Burrhus Frederic Skinner (1904-1990), psicólogo americano, pode ser considerado o representante, dos mais difundidos no Brasil, da psicologia comportamental ou behaviorista. De acordo com esse autor, o comportamento humano é modelado e reforçado a partir da recompensa, controle e planejamento cuidadoso das contingências de aprendizagem. A modelagem do comportamento humano ocorre a partir da manipulação de reforços, desprezando-se qualquer fator não observável.
Unidade I
Dessa maneira, o homem é uma conseqüência das influências ou forças existentes no meio ambiente, e o propósito dessa abordagem é transferir o controle ambiental para o próprio sujeito, tornando a pessoa autocontrolável ou auto-suficiente. Caso contrário, o sujeito será controlado pelo meio.
 
Sua proposta é a organização de um planejamento social e cultural levando à sua modificação de acordo com objetivos prévios e, com isso, chegar a uma sociedade ideal. Nesse sentido, o meio e o comportamento podem ser manipulados e modificados de acordo com um objetivo prévio.
 
A isso Skinner denominou contingências de reforço: análise da ocasião em que a resposta ocorreu, a própria resposta e as conseqüências reforçadoras. O indivíduo tem um papel passivo e respondente ao que é esperado dele, é uma peça numa máquina planejada e controlada, desempenhando uma função que, espera-se, seja realizada de maneira eficiente.
 
A preocupação, portanto, é em relação ao controle do comportamento observável, e o conhecimento é resultado da experiência. A educação tem a função de possibilitar o controle do comportamento, a experimentação e a transmissão cultural.
 
Dessa forma, o sistema educacional (ou agência escolar) tem como objetivo principal favorecer situações de mudanças desejáveis e permanentes nos indivíduos, implicando modificações de comportamentos indesejáveis como aquisição de novos comportamentos. É, portanto, a escola que seleciona, instala e controla os comportamentos e que atende aos objetivos daqueles que lhe conferem o poder (governo, política, economia, família, religião etc.). O conteúdo pessoal é o conteúdo socialmente aceito e cabe à escola tal formação.
 
O livro do Skinner intitulado Walden II (1948) apresenta os princípios e realizações da “engenharia comportamental e cultural” propostos pelo autor. Essa obra retrata uma sociedade ideal, regida pelas leis da engenharia comportamental. Vale a pena ser lido
para maior compreensão da teoria.
 
 
Assim, ensinar em uma perspectiva comportamental consisteem um arranjo e planejamento de contingências de reforçosob os quais o aluno aprende, cabendo ao professor garantira aquisição do comportamento desejado, de acordo com umcentro decisório.
 
Esses comportamentos desejados são instalados e mantidos (controlados) por condicionantes e reforçadores (teoria do reforço): elogios, prêmios, graus, notas, reconhecimento dos mestres e colegas, o diploma, as vantagens futuras na profissão, aprovação no final do curso, possibilidade de ascensão social, monetária, status, prestígio na profissão etc. Skinner critica a escola que utiliza o controle aversivo, porque, embora possibilite maior controle, não leva à aprendizagem efetiva.
 
Cabe ao professor planejar e desenvolver um sistema de ensino-aprendizagem que possibilite maximização do desempenho do aluno com economia de tempo, esforços e custos. O professor é considerado um planejador e um analista de contingências, sendo chamado de engenheiro comportamental.De acordo com Mizukami (1986), o professor utiliza uma tecnologia educacional baseada em uma individualização do ensino ou instrução individualizada.
 
Instrução programada
1. Especificação de objetivos;
2. Envolvimento do aluno;
3. Controle de contingências, feedback constante que forneça elementos que especifiquem o domínio de uma determinada habilidade;
4. Apresentação do material em pequenos passos;
5. Respeito ao ritmo individual de cada aluno.
 
Assim como a abordagem tradicional, a abordagem comportamental tem uma orientação empirista, a ênfase está no produto final, na influência do meio, no que será aprendido e no que será transmitido às novas gerações.
 
Atividades recomendadas:
 
1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados pelos autores para definir a Abordagem Comportamental. Aproveite essas leituras para fazer um glossário com os principais conceitos que definem as concepções do desenvolvimento e da aprendizagem nesta perspectiva.
 
2) Levante informações por meios tradicionais ou eletrônicos sobre as escolas que utilizam a Abordagem Comportamental ao fundamentar seu Projeto Pedagógico. Faça uma crítica sobre as vantagens e desvantagens de tal método.
 
3) Assista ao Laranja Mecânica (AClockwork Orange), 138 min, Direção Stanley Kubrick, Inglaterra, 1971. Faça uma reflexão sobre a aprendizagem comportamental e as conseqüências no desenvolvimento psicológico do sujeito.
 
4) Realize os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Estas dúvidas devem ser motivo de novas pesquisas bibliográficas, na tentativa de saná-las. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais.
Módulo 4
ABORDAGEM HUMANISTA
 
Leitura Obrigatória:
MIZUKAMI, Maria da Graça. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986. (Temas básicos de educação e ensino). Capítulo 3 pág. 37 a 57.
 
Leitura para Aprofundamento:
BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. Disponível em: http://www.marcelo.sabbatini.com/wp-content/uploads/downloads/2011/09/becker-epistemologias.pdf Acesso em: 12/12/2011.
 
Os teóricos mais representativos da abordagem humanista são Alexander Neill (educador inglês) e Carl Rogers (psicólogo americano).
 
Certa vez, Neill declarou: “Gostaria antes ver a escola produzir um varredor de ruas feliz do que um erudito neurótico”.
 
De acordo com Mizukami (1986), na abordagem humanista, a ênfase está nas relações interpessoais, no ensino centrado no aluno, no desenvolvimento da personalidade do indivíduo, em seus processos de construção e organização pessoal da realidade, e em sua capacidade de atuar como uma pessoa integrada. Há a preocupação com a vida psicológica e emocional do indivíduo, com a sua orientação interna, com o autoconceito, com o desenvolvimento de
uma visão autêntica de si mesmo, orientada para a realidade individual e grupal.
 
Nessa perspectiva, o professor não transmite conteúdo, não ensina nos moldes tradicionais, apenas cria condições para que os alunos aprendam, especialmente através das próprias experiências dos alunos, sendo um facilitador da aprendizagem.
 
O indivíduo, nesse sentido, não é determinado por modelos prontos, não é resultado, cria-se a si próprio, tem liberdade e se apresenta como um projeto permanente e inacabado. Encontra-se em processo de “vir a ser”.
Unidade II
Carl Rogers, formado em História e Psicologia, aplicou à Educação princípios da Psicologia Clínica, foi psicoterapeuta por mais de 30 anos. É considerado um representante da corrente humanista, não diretiva, em educação. Sua proposta é identificada como representativa da psicologia humanista, denominada terceira força em psicologia. Concebe o ser humano como fundamentalmente bom e curioso, mas que precisa de ajuda para evoluir. Eis a razão da necessidade de técnicas de intervenção facilitadoras.
 
Por aprendizagem significativa entendo uma aprendizagem que é mais do que uma acumulação de fatos. É uma aprendizagem que provoca uma modificação, quer seja no comportamento do indivíduo, na orientação futura que escolhe ou nas suas atitudes e personalidade. É uma aprendizagem penetrante, que não se limita a um aumento de conhecimentos, mas que penetra profundamente todas as parcelas da sua existência (Rogers, 1980).
 
De acordo com Rogers, o homem é arquiteto de si mesmo, consciente de sua incompletude interior e exterior, um ser em transformação e um agente transformador da realidade. A ênfase está no processo e não nos estados finais de ser, por isso ele não aceita um projeto de planificação social, o controle e a manipulação das pessoas. O importante é a qualidade de
relacionamento interpessoal, que irá possibilitar aos indivíduos a autorrealização.
 
Desse modo, a experiência pessoal e subjetiva é a base para a construção do conhecimento, no processo de “vir a ser” da pessoa.
 
A educação tem como finalidade a criação de condições para que isso ocorra. As condições que facilitam a aprendizagem significativa do aluno devem possibilitar a autoaprendizagem tanto intelectual quanto emocional. O aluno deve ser capaz de tomar iniciativa, ter responsabilidade, autodeterminação, discernimento, aplicar os conhecimentos construídos, adaptar-se às novas situações e problemas, colaborar com os outros sem deixar de ser ele mesmo. Assim, educação é tudo aquilo que envolve o crescimento pessoal, interpessoal e intergrupal, por meio da autodescoberta.
 
Nesse sentido, a educação está pautada em um ensino não diretivo do professor que irá possibilitar uma aprendizagem significativa do aluno. O professor precisa ter um self adequado, desenvolver formas fidedignas de percepção de si mesmo e dos outros e habilidade de ensinar conteúdos, quando isso for necessário. É sua função ser facilitador da aprendizagem do aluno, e para isso é preciso desenvolver três qualidades especiais:
 
Condições facilitadoras da aprendizagem
1. Congruência — autenticidade, honestidade com o aluno;
2. Empatia — a habilidade para sentir na perspectiva do aluno;
3. Respeito — aceitação e consideração positiva incondicional do aluno.
 
Portanto, o diretivismo no ensino, característico nas abordagens tradicional e comportamental, é substituído pelo não diretivismo: as relações verticais e impostas, por relações “eu-tu” e nunca “eu-isto”; as avaliações de acordo com padrões pré-fixados, pela autoavaliação dos alunos
(Mizukami, 1986).
 
Mesmo que Carl Rogers não tenha sido o mais importante psicólogo do seu tempo, não há dúvida de que sua pessoa e obra marcaram de maneira indelével não só a psicologia como também a pedagogia de qualquer escola.
 
 
Atividades recomendadas:
 
1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados pelos autores para definir a Abordagem Humanista. Aproveite essas leituras para fazer um glossário com os principais conceitos que definem as concepções do desenvolvimento e da aprendizagem nesta perspectiva.
 
2) Levante informações por meios tradicionais ou eletrônicos sobre as escolas que utilizam a Abordagem Humanista ao fundamentar seu trabalho pedagógico, por exemplo, Escola da Ponte e Escola de Reggio Emilia. No site da Summerhill School (www.summerhillschool.co.uk) você encontra textos sobre a pedagogia de Neill e fotos atuais e antigas da escola. Faça uma crítica sobre as vantagens e desvantagens desta abordagem.
 
3) Assista ao filme Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society), 129 min, Direção Peter Weir, EUA, 1989. Faça uma reflexão sobre as conseqüências no desenvolvimento psicológico do sujeito a partir de uma aprendizagem humanista.
 
4) Realize os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Estas dúvidas devem ser motivo de novas pesquisas bibliográficas, na tentativa de saná-las. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais.
Módulo 5
ABORDAGEM PSICANALÍTICA
 
Leitura Obrigatória:
KUPFER, M C. A. Freud e a Educação.O mestre do impossível.3ª ed.São Paulo, Scipione, 1995.
 
Leitura para Aprofundamento:
RAPPAPORT, Clara Regina; FIORI, Wagner Rocha; DAVIS, Claudia. 8ª ed. Psicologia do Desenvolvimento. Teorias do desenvolvimento. Vol. 1. São Paulo: EPU, 1981. (Cap. Modelo Psicanalítico).
 
Sigmund Freud (1856-1939)
é considerado o pai da psicanálise, teoria que estuda o funcionamento e a estrutura da personalidade, utilizando para isso uma técnica psicoterapêutica específica.
Ao longo de seus estudos, Freud investigou os processos mentais, utilizando a técnica psicanalítica para o tratamento de distúrbios neuróticos. Apresenta uma teoria do desenvolvimento psicológico que está dividida em cinco fases psicossexuais: oral, anal, fálica, latência, genital. Nesse texto, não serão enfocados esses estágios, mas sim as ideias de Freud sobre a aprendizagem, ou seja, os processos que levam a criança ao conhecimento.
 
De acordo com Kupfer (1989), embora Freud não tenha escrito um volume específico sobre a educação, esse tema permeou toda a sua obra, uma vez que, para ele, o funcionamento psíquico pode ser fruto direto das influências educativas recebidas pelo indivíduo. Dessa forma, para a autora, as ideias de Freud sobre educação têm conexão com seus conceitos para compor a teoria psicanalítica.
 
Em suas afirmações, Freud nos apresenta os limites da ação pedagógica entre proibir e permitir que o aluno realize de seus desejos, em função da complexidade da psique humana, dos muitos obstáculos interiores ao processo de amadurecimento, do conflito entre o desejo individual e as exigências da vida em comunidade. Além disso, a criança dispõe de pouco mais de anos para se apropriar dos resultados de milhares de anos de evolução da cultura humana (Kupfer, 1986).
 
De acordo com Kupfer (1986), sobre a aprendizagem propriamente dita, Freud não tem escritos específicos, mas gostava de pensar nos determinantes psíquicos que levam alguém a ser um “desejante de saber”, como os cientistas e as crianças pequenas. Em outras palavras, estudar esse tema em uma perspectiva freudiana significa entender o processo ou a razão pela qual um sujeito se sente motivado para o conhecimento.
 
No início do desenvolvimento, o conhecimento ocorre por meio das “investigações sexuais infantis”, ou seja, na busca da criança em compreender seu lugar sexual no mundo (menino/ menina; feminino/masculino). A compreensão da diferença causa uma angústia que impulsiona a criança a querer saber mais.
 
O ato de aprender, da mesma forma, pressupõe uma relação com outra pessoa, a que ensina. Para aprender é necessária a presença de um professor, colocado em uma determinada posição, que pode ou não propiciar a aprendizagem. “Aprender é aprender com alguém” (Kupfer, 1986).
 
Um professor pode ser ouvido quando está revestido por seu aluno de uma importância especial, por isso a relação entre professor e aluno não está no valor dos conteúdos cognitivos transmitidos, e sim no campo que se estabelece entre o professor e seu aluno, nas relações afetivas entre ambos, uma relação afetiva primitivamente dirigida ao pai. É nesse campo que se estabelecem as condições para o aprender, sejam quais forem os conteúdos transmitidos. Em psicanálise, esse campo chama-se transferência, uma manifestação do inconsciente (Kupfer,1986).
 
Em outras palavras, um professor pode tornar-se a figura a quem serão endereçados os interesses de seu aluno porque ele é o objeto de uma transferência. E o que se transfere são as experiências vividas primitivamente com os pais (Kupfer, 1986). O aluno transfere para o professor os sentimentos carinhosos ou agressivos de sua relação com os pais. Conscientemente ou não, o professor utiliza a ascendência que assim adquire sobre o aluno, para transmitir ensinamentos, valores, inquietações. Pois não é verdade que os professores de quem mais nos recordamos, com quem mais aprendemos são aqueles que melhor nos seduziram? Na escola como na vida, nós aprendemos por amor a alguém (Paulo César Souza,
apud Kupfer, 1986).
 
Portanto, transferir é conferir um sentido especial àquela figura determinada pelo desejo, e o aprendizado está pautado nessas relações transferenciais. Na medida em que ocorre a transferência, o professor torna-se depositário de algo (positivo ou negativo) que pertence ao aluno, e isso lhe confere um poder na relação.
 
Em outras palavras, a ideia de transferência mostra que aquele professor em especial foi “investido” pelo desejo daquele aluno, e é a partir desse “investimento” que a palavra do professor ganha poder, passando a ser escutada. Tudo o que o aluno quer é que esse professor ”suporte” esse lugar em que ele foi colocado (Kupfer, 1986). Portanto, cabe ao professor renunciar a um modelo determinado por ele próprio, aceitar o modelo que o aluno lhe confere, ser “atravessado” pelo seu desejo e conduzi-lo a conquista de uma autonomia.
Unidade I
Caso contrário, se subjugar o aluno impondo seus próprios valores e ideias, ou seja, impor-lhe seus próprios desejos, impedirá a possibilidade de aprendizagem no aluno (cessa o desejo do aluno). O aluno irá aprender conteúdos, gravará e memorizará informações, mas não será um sujeito pensante e autônomo.
 
Essa, então, torna-se a tarefa do professor, criar um ambiente que permita a circulação do conhecimento sendo objeto das transferências do aluno, não impondo seus próprios desejos. Isso nem sempre é uma tarefa fácil para o professor e, em função disso, Freud afirma: a educação é uma profissão impossível. O professor também é movido pelo desejo, é seu desejo que justifica sua ação docente. Mas, estando ali, ele precisa renunciar a esse desejo, para permitir a aprendizagem do aluno.Eis o desafio.
 
Anna Freud (1895-1982), psicanalista austríaca, filha de Sigmund Freud, chamado “o pai da psicanálise”, dedicou-se também ao estudo do comportamento humano e foi uma das pioneiras nos estudos em psicologia infantil. Buscou transmitir aos educadores noções sobre o desenvolvimento da criança em uma perspectiva freudiana. Deixou vários estudos sobre patologias e psicologia infantil. Radicada em Londres, dirigiu a Clínica Hampstead para tratamentos e investigação, também ligados a doenças infantis. Foi uma articuladora da psicologia com a educação e trabalhou intensamente na formação de professores.
 
Atividades recomendadas:
 
1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados pelos autores para definir a Abordagem Psicanalítica. Aproveite essas leituras para fazer um glossário com os principais conceitos que definem as concepções sobre o desenvolvimento e a aprendizagem nesta perspectiva.
2) Para aprofundar os conhecimentos sobre esta Abordagem Psicológica, leia os artigos da Revista "Psicanálise e Educação: uma transmissão possível" (REVISTA DA ASSOCIAÇÃO PSICANALÍTICA DE PORTO ALEGRE, Ano IX - Número 16 - julho de 1999, ISSN 1516-9162). Disponível em: http://www.appoa.com.br/uploads/arquivos/revistas/revista16.pdf. Acesso em: 07/02/2012.
3) Assista ao filme Shine - Brilhante (Shine), 105 min., Direção Scott Hicks, Austrália, 1996. Faça uma reflexão sobre o conceito de transferência na relação ensino - aprendizagem.
4) Realize os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Estas dúvidas devem ser motivo de novas pesquisas bibliográficas, na tentativa de saná-las. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais.
Módulo 6
1a parte - ABORDAGEM CONSTRUTIVISTA
Leitura obrigatória:
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Abordagem Cognitivista. In: Ensino: as abordagens do processo. (Coleção Temas básicos de educação e ensino). São Paulo: EPU, 2013, Cap. 4, pág. 59-84.
Leitura recomendada:
BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. Disponível em: http://www.marcelo.sabbatini.com/wp-content/uploads/downloads/2011/09/becker-epistemologias.pdf Acesso em: 20/07/2017.
O construtivismo de Piaget
Jean Piaget (1896-1980) procurou compreender como o adulto desenvolveo pensamento lógico-científico e, para isso, utilizou pressupostos teóricos da filosofia e o método de investigação e pesquisa da psicologia.
 
Ao longo de sua brilhante carreira, Piaget escreveu mais de 90 livros e centenas de trabalhos científicos. Na visão de Piaget, as crianças são as próprias construtoras ativas do conhecimento, constantemente criando e testando suas teorias sobre o mundo.
 
Formulou uma teoria que pressupõe a evolução progressiva do conhecimento por meio de estruturas de raciocínio que se integram umas às outras através de estádios de desenvolvimento. Isto significa que a lógica e as formas de pensar de uma criança são completamente diferentes da lógica e do pensamento dos adultos, recomendando aos adultos que adotem uma abordagem educacional diferente ao lidar com crianças.
 
Forneceu uma percepção sobre as crianças que serve como base de muitas linhas educacionais atuais; mas devemos ressaltar que os estudos de Jean Piaget não tinham um comprometimento direto com a educação e nem este autor lançou uma teoria pedagógica aplicável na educação escolar.
 
Está errada a escola que diz utilizar o ‘método de Piaget’. Apesar disso, não se pode negar que suas contribuições para as áreas da psicologia e da educação são incomensuráveis.
 
A teoria do desenvolvimento cognitivo ou da inteligência de Piaget está pautada nos pressupostos epistemológicos do construtivismo, superando algumas teorias clássicas como o racionalismo e o empirismo.
 
Segundo a teoria construtivista, o conhecimento ocorre a partir da interação do sujeito com o meio, de sua ação e levantamento de hipóteses, sendo um processo interativo em que a espontaneidade tem um papel importante.
 
Para entender a lógica do adulto, estudou o desenvolvimento do pensamento infantil, aplicando testes (provas operatórias) chegando a períodos que denominou de “estádios do desenvolvimento cognitivo”.
 
Epistemologia genética: área de pesquisa elaborada por Piaget, que estuda o desenvolvimento do pensamento da criança até a chegada ao raciocínio adulto (lógico-científico). Piaget pretendeu compreender como se desenvolvem não só os conhecimentos, como também a capacidade de conhecer.
 
Na visão de Piaget, as crianças são as próprias construtoras ativas do conhecimento, constantemente criando e testando suas teorias sobre o mundo.
O que é epistemologia?
É a parte da Filosofia que estuda o conhecimento. Os epistemólogos, desde a Grécia Antiga até os tempos atuais, buscam responder a seguinte questão: Como o homem chega ao conhecimento?
 
Diferentes correntes epistemológicas buscaram responder a esta pergunta ao longo do tempo e orientaram a compreensão sobre o conceito de inteligência bem como a construção de teorias psicológicas.
 
Uma visão construtivista da inteligência
De acordo com Macedo (2002), na visão construtivista a inteligência é o que possibilita ao sujeito, de modo estrutural e funcional, relacionar-se consigo mesmo e com o mundo de modo interdependente e reversível. Ou seja, uma relação em que os elementos interagem em um contexto sistêmico, sendo partes e todo ao mesmo tempo.
 
Ser inteligente em uma perspectiva construtivista é saber coordenar ações (físicas, motoras, afetivas, cognitivas) em direção a resolução de um problema ou situação. Sendo assim, a inteligência expressa como o sujeito pode compreender e realizar tarefas segundo os diferentes estádios do desenvolvimento.
 
Construtivismo significa que a inteligência não está pronta ou acabada, que o conhecimento não é dado como algo terminado. Nessa perspectiva, o conhecimento não depende unicamente das relações sociais ou da bagagem genética hereditária. O conhecimento é resultado da interação do sujeito com o objeto (meio físico, social, com os símbolos, signos pertencentes ao contexto socio-histórico em que está inserido o sujeito) que possibilitará a construção do conhecimento e desenvolvimento das estruturas de inteligência. Portanto, o conhecimento é resultado da dialética da interação sujeito-objeto.
 
De acordo com Becker (1993) epistemologicamente esta relação pode ser assim representada: S↔O e a Pedagogia que deriva desta concepção é a Relacional: A↔P.
 
Níveis de erros durante o processo de aprendizagem:
No construtivismo o erro é possível ou até necessário durante o processo de construção do conhecimento. Assim, Piaget classifica em níveis de desenvolvimento as respostas do sujeito:
Nível 1 - não há erro na perspectiva do sujeito, não compreende a existência do mesmo.
Nível 2 - o erro é percebido pelo sujeito, mas somente depois de ter errado, a posteriori, não havendo antecipação ou pré-correção do erro,
Nível 3 - existe a compreensão do erro e a possibilidade de antecipar, neutralizar, pré-corrigir.
 
Atividades recomendadas:
1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados pelos autores para definir a Abordagem Construtivista. Aproveite essas leituras para fazer um glossário com os principais conceitos que definem as concepções sobre o desenvolvimento e a aprendizagem nesta perspectiva.
2) Levante informações por meios tradicionais ou eletrônicos sobre as escolas que utilizam a Abordagem Construtivista ao fundamentar seu trabalho pedagógico. Faça uma crítica sobre as vantagens e desvantagens desta abordagem.
3) Assista ao filme Jean Piaget por Yves de La Taille (ATTA Vídeos). Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=37vsf3SfX-c. Acesso em 10/02/2017.
4) Realize os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Estas dúvidas devem ser motivo de novas pesquisas bibliográficas, na tentativa de saná-las. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais.
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Módulo 6
2a parte - ABORDAGEM SOCIOCULTURAL
Leitura obrigatória:
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Abordagem Sociocultural. In: Ensino: as abordagens do processo. (Coleção Temas básicos de educação e ensino). São Paulo: EPU, 2013, Cap. 5, pág. 87-104.
Leitura recomendada:
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 57a ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.
PORTAL FÓRUM. Obra completa de Paulo Freire grátis para download. Disponível em: http://www.revistaforum.com.br/blog/2013/04/obra-completa-de-paulo-freire-gratis-para-download/. Acesso em: 25junho/2017.
Paulo Freire: vida e obra
Paulo Reglus Neves Freire, nasceu em 21 de setembro de 1921 em Recife, Pernambuco. De família humilde, enfrentou dificuldades desde cedo, especialmente aos 13 anos com a morte de seu pai e a crise econômica mundial em 1929. Aos 22 anos inicia o curso de Direito na Universidade Federal de Pernambuco, mas não seguiu a essa profissão, dedicou-se ao magistério, optou por lecionar língua portuguesa. Em 1946, assumiu a direção do Departamento de Educação e Cultura do Serviço Social de Pernambuco, onde passou a trabalhar com pobres analfabetos. Suas ideias pedagógicas surgiram a partir da observação da cultura dos alunos, em especial o uso da linguagem e do papel elitista da escola. Casou-se com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira com quem teve 5 filhos.
Freire dedicou grande parte de sua vida à alfabetização e à educação da população pobre. Em 1961, como diretor do Departamento de Extensões Culturais da Universidade de Recife, montou uma equipe para alfabetizar 300 cortadores de cana em 45 dias. No ano de 1963, em Angicos, comandou este programa que alfabetizou os 300 adultos em 45 dias. Em função disso foi convidado pelo então presidente João Goulart a coordenar e multiplicar o Plano Nacional de Alfabetização, mas poucos meses após a implantação, o plano foi vetado pelos militares, que assumiram o governo na época. Freire foi preso por afirmar que as pessoas podem se tornar ativas e críticas, conscientes de seus direitos enquanto cidadãos. Por isso, passou 70 dias na prisão, foi expulso do país, ficando por 16 anos exilado,viveu no Chile, Suíça, Estados Unidos e Inglaterra e difundiu sua metodologia de ensino em países africanos de colonização portuguesa, como Guiné-Bissau e Cabo Verde.
Em 1968, no Chile, escreveu uma de suas obras mais importantes “Pedagogia do Oprimido”. Foi professor em universidades nos Estados Unidos e na Suíça onde recebeu vários prêmios e títulos. Além disso, no período em que esteve exilado, organizou planos bem-sucedidos de alfabetização em países africanos. Nomeado doutor honoris causa em 28 universidades de diferentes países e teve sua obra traduzida em mais de 20 idiomas.
Com a anistia, em 1979, voltou ao Brasil, integrando-se à vida universitária. Juntou-se ao Partido dos Trabalhadores entre 1979 e 1991, e foi secretário municipal de Educação de São Paulo. Nesse cargo criou o Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos (MOVA), um programa público de apoio a salas comunitárias de Educação de Jovens e Adultos (EJA), adotado até hoje por várias prefeituras e governos. Em 1991 foi fundado o Instituto Paulo Freire. Em 13 de abril de 2012, o educador e filósofo pernambucano Paulo Freire (1921-1997) passa a ser reconhecido como Patrono da Educação Brasileira pela Lei nº 12.612.
Paulo Freire morreu em 02 de maio de 1997 de enfarto.
Principais concepções teóricas
A obra de Paulo Freire é considerada uma referência para explicitar a Abordagem Sociocultural, pela sua preocupação com a educação e cultura popular. De acordo com Becker (1993) epistemologicamente esta relação pode ser assim representada: S↔O e a Pedagogia que deriva desta concepção é a Relacional: A↔P.
Educação: a educação se dá enquanto processo, em um contexto que deve ser levado integralmente em consideração, e é por meio dessa educação que ocorre o desenvolvimento da consciência crítica, que não é acabada em si mesma, mas que está em um processo contínuo. Segundo Freire a educação se faz em um processo de conscientização, num contínuo e progressivo desvelamento da realidade, permitindo a construção de um cidadão crítico e ativo.
Escola: a educação não está restrita à escola ou a um processo de educação formal. Para Freire a escola deve ser um local onde seja possível o crescimento do aluno e do professor, no processo de conscientização, uma escola diferente dos modelos atuais. A escola está inserida em um contexto socio histórico de uma sociedade, sendo importante refletir a serviço de qual poder esá atuando.
Ensino Aprendizagem: Freire afirma que o processo ensino aprendizagem deve procurar a superação da relação opressor-oprimido, superação de um modelo da Pedagogia do Oprimido para a Pedagogia da Liberdade ou Libertação. 
A verdadeira educação, para Freire, consiste na educação problematizadora, que ajudará a superação da relação opressor-oprimido. A educação problematizadora ou conscientizadora, ao contrário da educação bancária, objetiva o desenvolvimento da consciência crítica e a liberdade como meios de superar as contradições da educação bancária, e responde à essência de ser da consciência, que é a sua intencionalidade. A dialogicidade é a essência dessa educação. Educador e educando são, portanto, sujeitos de um processo em que crescem juntos, porque "...ninguém educa ninguém, ninguém se educa; os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo". (Freire, 1975) - (MIZUKAMI, 2013, p.100).
Professor Aluno: a relação é horizontal e não vertical, imposta. O professor está engajado em uma prática transformadora, por isso irá procurar desmitificar e questionar a realidade da cultura dominadora com o aluno, valorizando a sua linguagem e a sua cultura: a consciência ingênua será superada.
Atividades recomendadas:
1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados pelos autores para definir a Abordagem Sociocultural. Aproveite essas leituras para fazer um glossário com os principais conceitos que definem as concepções sobre o desenvolvimento e a aprendizagem nesta perspectiva.
2) Levante informações por meios tradicionais ou eletrônicos sobre as escolas que utilizam a Abordagem Sociocultural ao fundamentar seu trabalho pedagógico. Faça uma crítica sobre as vantagens e desvantagens desta abordagem.
3) Assista ao documentário Paulo Freire por Moacir Gadotti e Ângela Antunes (ATTA Vídeos). Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=37vsf3SfX-c. Acesso em 10/02/2017.
4) Realize os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Estas dúvidas devem ser motivo de novas pesquisas bibliográficas, na tentativa de saná-las. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais.
 
MODULO 7
1a parte - Abordagem Sistêmica de Ensino e Aprendizagem
Leitura Obrigatória:
Del Prette, Z.A.P. e outros. Contribuições do referencial das habilidades sociais para uma abordagem sistêmica na compreensão do processo ensino-aprendizagem. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-29072005000200005 Acesso em 13/06/2017.
Leitura Complementar:
BOHN, C.S. e outros. Educação contemporânea: a aprendizagem através da abordagem sistêmica. Disponível em: http://www.ujaen.es/revista/reid/revista/n5/REID5art6.pdf / Acesso em 13/06/2017.
 
A escola e a relação social pedagógica entre professores e alunos exerce papel central sobre o processo de ensino aprendizagem. Nesse sentido, a abordagem sistêmica enfatiza a importância do estudo e da qualidade desse processo para minimizar e enfrentar os problemas escolares.
Nas palavras de Del Prette (2005):
Entende-se, portanto, que a compreensão do processo de ensino aprendizagem não pode prescindir de análises que considerem as características dos professores e dos alunos (inteligência, motivação, crenças, aspectos afetivos, rendimento acadêmico, formação profissional, habilidades sociais educativas, entre outros) e do contexto imediato em que se dá esse processo (condições econômicas e físicas da escola, estrutura e funcionamento, ambiente de sala de aula, relação pedagógica etc.), nem do conjunto de condições mais amplas, como a filosofia da educação, a política educacional, a qualidade da formação de professores. A consideração simultânea desses conjuntos de relações na análise do processo de ensino-aprendizagem constitui a base de uma visão sistêmica sobre educação e escola. (Interações • vol. x • n. 20 • p. 57-72 • jul-dez).
Dessa forma, em uma visão sistêmica, analisa-se todos os aspectos que estão envolvidos no processo de ensino aprendizagem, para compreender o fenômeno em sua mais ampla complexidade.
Isso não impede que se privilegie a análise de subsistemas, uma análise de um conjunto de segmentos dentro de um complexo de interdependências, para, a partir delas, realizar uma compreensão da totalidade. Um exemplo desse tipo de análise em subsistemas para compreensão do todo, é o estudo realizado por Del Prete (2005) sobre Relações Interpessoais e Habilidades Sociais nas relações professor-aluno.
De acordo com Del Prette, o enfoque sistêmico “é hoje amplamente reconhecido como parte dos novos paradigmas culturais que buscam uma visão integrada do homem e seu contexto. ” (Sarriera, 1998, apud Del Prete, 2005, p.60). A abordagem sistêmica contrapõe-se às explicações lineares baseadas exclusivamente em aspectos intrapsíquicos ou eventos mais imediatos, buscando abarcar a complexidade do contexto mais amplo no qual ele ocorre. Aí também estariam incluídas as variáveis internas dos indivíduos, porém vistas como resultado de processos de interação com o ambiente. (Del Prete, 2005, p.60).
Em outras palavras, o sistema é constituído por subsistemas, que possuem significações próprias, por isso são compreendidos de forma interdependente, para uma análise do conjunto. Os sistemas funcionam de modo integrado, com os subsistemas influenciando-se reciprocamente, em movimentos que buscam manter o equilíbrio (homeostase) a cada desequilíbrio. Este é visto como condição para novos níveis de homeostase: a partir de intervenções específicas, em um dado subsistema, novas mudanças(desequilíbrios) podem ocorrer, permitindo que todo o sistema se reorganize e adquira um funcionamento qualitativamente mais avançado. (Del Prete, 2005, p.60).
A adoção de uma perspectiva sistêmica na análise do processo de ensino-aprendizagem traz importantes implicações: (Del Prete, 2005, p.61-62).
1) questiona explicações parcializantes ou genéricas sobre o processo de ensino-aprendizagem e seus produtos quando se pretende compreender o fracasso escolar. As explicações parcializantes, que se restringem a um determinado subsistema (por exemplo, o professor ou o aluno) podem produzir estigmatização de alunos e professores, bem como a patologização das dificuldades de aprendizagem e do insucesso acadêmico. As explicações genéricas, que atribuem o problema ao sistema mais amplo, desconsiderando-se seus componentes e articulações, podem gerar uma atitude paralisante, que desvaloriza quaisquer tentativas de intervenção local, independentemente de suas repercussões potenciais, esperando ad infinitum que mudanças estruturais mais amplas ocorram. Estas, defendidas como as únicas válidas, dependem de condições usualmente muito além do controle dos profissionais de educação.
2) propõe desafios na análise e compreensão dos fatores de sucesso ou fracasso escolar. Considerando-se a inviabilidade de pesquisas que focalizem simultaneamente todos os subsistemas e suas interligações, cabe ao pesquisador manter sempre em mente algumas perguntas, como: qual o nível possível e desejável de análise ou de recorte da realidade a ser investigada para produzir algum conhecimento científico socialmente relevante? Para um problema de pesquisa específico, quais seriam os pontos críticos ou “pontos de alavancagem” (pontos críticos de ligação entre suas estruturas) a serem investigados? Como identificar estados de equilíbrio ou desequilíbrio do sistema a ser investigado, ou seja, quais os indicadores confiáveis para isso? Como caracterizar a transição entre um estado e outro?
Dentre os ‘pontos de alavancagem’ (pontos críticos de ligação entre as estruturas) um ponto de alavancagem importante na análise e intervenção sobre o sistema escolar pode ser situado nas relações interpessoais que caracterizam o processo de ensino-aprendizagem.
(...) a natureza e a qualidade dessa relação influem decisivamente sobre as características do processo e dos produtos da escola, podendo-se considerá-la como um possível ponto de alavancagem para outras mudanças. Mesmo assim, pode-se questionar quais os esquemas conceituais potencialmente apropriados para a análise desse recorte, tendo em vista a compreensão sistêmica antes esboçada. Nesse caso, não poderia ser ignorado também o próprio pesquisador como subsistema vinculado à produção do conhecimento: suas referências conceituais e competências certamente ampliam ou reduzem os horizontes de análise, orientando decisões teóricas e metodológicas. (Del Prette, 2005, p.62).
(...). Uma abordagem sistêmica do processo educativo centralizando as relações professor-aluno como ponto de alavancagem não exclui nem pode ignorar, de um lado, o estudo das características individuais de professores e alunos, e de outro, a influência dos elementos que caracterizam o contexto escolar; nem minimiza a importância dos aspectos políticos, econômicos e culturais da educação. Ao contrário, deve considerar simultaneamente o peso dos sistemas micro e macro sobre as características dos relacionamentos interpessoais e intergrupais que compõem o ambiente educacional e, em particular, as relações professor-aluno, consideradas a base para a promoção de conhecimento, habilidades e valores que definem a função social da escola. Em outras palavras, a compreensão do processo educacional, e em especial de sua articulação com o rendimento acadêmico dos alunos, impõe a adoção de um modelo sistêmico de análise que contemple ao mesmo tempo seus aspectos molares e moleculares. (Del Prete, 2005, p.64).
A visão sistêmica sobre as relações interpessoais, representa um amplo conjunto de possibilidades ainda não totalmente explorado.
Habilidades Sociais - conjunto dos desempenhos disponíveis no repertório do indivíduo. O conceito de habilidades sociais possui um caráter descritivo.
Competência Social - capacidade do indivíduo apresentar desempenhos, que articulando pensamento, sentimento e ação, garantam a realização dos objetivos de uma situação interpessoal, a manutenção e a melhoria da autoestima e da relação com o interlocutor, o exercício e defesa dos direitos humanos socialmente estabelecidos e o equilíbrio nas relações de poder. O conceito de competência social possui, assim, um caráter mais avaliativo.
De acordo com Del Prette (2006), a análise das habilidades sociais e da competência social para compreensão das relações interpessoais deve levar em consideração 3 importantes dimensões: a pessoal, a situacional e a cultural.
A dimensão pessoal refere-se aos componentes comportamentais (fazer/responder perguntas, pedir/dar feedback, fazer pedidos, elogiar, recusar etc.), cognitivo-afetivos (conhecimentos prévios, autoconceito, objetivos e valores pessoais, empatia, resolução de problemas, autoinstrução, auto-observação etc.) e fisiológicos (taxa cardíaca, respiração) do desempenho social. As características dos interlocutores e das demandas do contexto onde ocorre o desempenho interpessoal (com o reconhecimento de que diferentes situações criam demandas sociais diferenciadas) compõem a dimensão situacional das habilidades sociais. A dimensão cultural destaca o papel fundamental que as normas, valores e regras das diferentes culturas exerce sobre o desempenho social. (Del Prette, 2005, p.66).
As dimensões do desempenho social, preconizadas pela área do Treinamento de Habilidades Sociais, podem ser aplicadas às relações professor-aluno na análise da multiplicidade de variáveis que caracterizam a complexidade desse fenômeno. A dimensão pessoal implicaria considerar as variáveis individuais de professores e alunos, como crenças, habilidades, valores, sentimentos e motivações desses interlocutores. A dimensão situacional levaria à análise das condições físicas e humanas da escola, do projeto pedagógico, da dinâmica organizacional e autonomia do professor, entre outros aspectos. A dimensão cultural implicaria examinar todos esses aspectos à luz da filosofia da educação, da política educacional e do papel que a educação e a escola assumem no contexto sócio-histórico sob exame. (Del Prette, 2005, p.67).
A visão integrada dessas três dimensões representa um notável avanço em direção a uma perspectiva sistêmica de compreensão do processo de ensino-aprendizagem, pelo menos no que se refere à sua base nas relações professor-aluno. Ela implica considerar a natureza do processo e dos produtos associados à qualidade das interações que ocorrem em sala de aula, em suas articulações, de um lado, com as características pessoais desses protagonistas, e de outro, com os objetivos, valores e metas educacionais que definem a subcultura escolar. Em uma visão mais geral, esse conjunto de componentes interdependentes deve ser entendido em sua determinação recíproca com as condições sociais e políticas de determinado momento histórico. (Del Prette, 2005, p.67).
Atividades recomendadas:
1). Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados pelos autores para definir a Abordagem Sistêmica. Aproveite essas leituras para fazer um glossário com os principais conceitos que definem as concepções sobre o desenvolvimento e a aprendizagem nesta perspectiva.
2). Levante informações por meios tradicionais ou eletrônicos sobre as escolas que utilizam a Abordagem Sistêmica ao fundamentar seu trabalho pedagógico. Faça uma crítica sobre as vantagens e desvantagens desta abordagem.
3). Realize os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Estas dúvidas devem ser motivo de novas pesquisas bibliográficas, na tentativa de saná-las. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulaspresenciais.
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MODULO 7
2a Parte - Abordagem Inteligência Emocional
 
Leitura Obrigatória:
GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. Trad. de Marcos Santarrita. 5ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 1996.
 
 
Leitura para Aprofundamento:
ANTUNES, Celso. Inteligências Múltiplas: Introdução. Coleção Inteligências Múltiplas e seus jogos. São Paulo: Vozes, 2006.
 
Até pouco tempo, o sucesso de uma pessoa era avaliado pelo raciocínio lógico, habilidades matemáticas e espaciais (QI). Daniel Goleman, psicólogo norte-americano, PhD pela Universidade de Harward, retoma uma nova discussão sobre esse assunto em seu livro Inteligência Emocional. Goleman apresenta o conceito de inteligência emocional como sendo o maior responsável pelo sucesso ou insucesso das pessoas. A maioria das situações de trabalho é envolvida por relacionamentos entre as pessoas. Dessa forma, pessoas com qualidades de relacionamento humano, como afabilidade, compreensão, gentileza têm mais chances de obter o sucesso.
 
Esse autor parte do pressuposto de que os seres humanos agem motivados mais pelas emoções (QE) do que pela razão (QI). Em outras palavras, os valores, as crenças e as tomadas de decisões dependem mais de fatores internos, emotivos do que racionais. Quando acontece algo, a reflexão, normalmente, vem depois do ato consumado, do impulso mais imediato, do instinto.
 
Baseado em extensas pesquisas, observou que a inteligência emocional (batizada de QE pelo autor) pesa duas vezes mais que o QI e as aptidões inatas na conquista de bons resultados profissionais. Isso quer dizer que não basta possuir um QI acima da média ou simplesmente manifestar uma habilidade incomum para garantir o sucesso. É muito mais importante saber gerenciar emoções, promover cooperação e ambiente de harmonia entre as pessoas com quem se trabalha, tomar decisões adequadas, desenvolver o autoconhecimento (de si e daqueles com quem se relaciona) e ter empatia pessoal. Nessa perspectiva, a intuição conta e é fundamental nas tomadas de decisões.
 
Nesse contexto, o QE (quociente emocional) está intimamente relacionado a habilidades como, por exemplo: motivar a si mesmo e persistir mediante frustrações; controlar impulsos, canalizando emoções para situações apropriadas; praticar gratificação prorrogada; motivar pessoas, ajudando-as a liberarem seus melhores talentos e conseguir seu engajamento aos objetivos de interesses comuns.
 
Segundo Goleman, o centro nervoso de nossa inteligência emocional é a amígdala, localizada na base do cérebro. É justamente aí que se processam as reações de sobrevivência, armazenadas desde épocas primitivas por uma espécie de “memória emocional”.
 
Em seu livro, o autor mapeia a inteligência emocional em cinco áreas de habilidades, ou seja, considera que o sujeito apresenta uma inteligência emocional se é capaz de utilizar as seguintes habilidades:
1. Autoconhecimento emocional – reconhecer um sentimento no momento em que ele acontece.
2. Controle emocional – ter a habilidade de lidar com seus próprios sentimentos, adequando-os para a situação.
3. Automotivação – dirigir emoções a serviço de um objetivo é de extrema importância para se manter caminhando sempre em busca.
4. Reconhecimento de emoções em outras pessoas.
5. Habilidade em relacionamentos interpessoais.
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E TEORIAS DA APRENDIZAGEM
Na utilização da inteligência emocional nas relações de trabalho conta mais a “competência social” (controle das emoções, confiabilidade, estabilidade, disciplina, colaboração, autenticidade, ética, responsabilidade etc.) do que propriamente a “competência técnica”. O segredo está em saber se adaptar aos mais diversos contextos e situações, inclusive não perdendo o controle nos momentos mais difíceis.
 
Para Goleman, utilizar a inteligência emocional de modo produtivo é ter habilidade para o trabalho em equipe, de forma a estabelecer redes sociais e a construir relacionamentos, mesmo entre pessoas de temperamentos diferentes. Isso implica exercício constante do diálogo e da auto-análise, mantendo a
humildade em reconhecer os próprios limites e não hesitando em dividir os problemas.
 
O conceito de inteligência emocional pode ser útil tanto na área profissional quanto no dia a dia, nas relações pessoais, na escola. Goleman aponta o grande problema de estudos recentes demonstrarem que há uma queda significativa nos Estados Unidos do uso desse conceito entre os adolescentes.
 
Claro que não se pode generalizar, mas, se cruzarmos esse dado com os atos de violência praticados por jovens que decidem fuzilar impiedosamente os colegas na escola, pode-se
traçar um panorama assustador de uma crise emocional que se aproxima.
 
Princípio da educação emocional
A infância modificou-se muito nos últimos anos, o que vem dificultar ainda mais o aprendizado afetivo. Os pais e os professores devem ocupar o papel de preparadores emocionais, devem ensinar aos filhos/alunos estratégias para lidar com os altos e baixos da vida. Devem aproveitar os estados de emoções dos alunos, para ensiná-los como lidar com eles e ensiná-los como tornarem-se uma pessoa mais humana. O receio de produzir crianças reprimidas está gerando uma quantidade muito grande de crianças mal educadas e emocionalmentemenos aptas.
 
Para aqueles pais que ainda não são preparadores emocionais, Gottman (1996) propõe cinco passos para que sejam:
• Perceber as emoções das crianças e as suas próprias.
• Reconhecer a emoção como uma oportunidade de
intimidade e orientação.
• Ouvir com empatia e legitimar os sentimentos da criança.
• Ajudar as crianças a verbalizar as emoções.
• Impor limites e ajudar a criança a encontrar soluções
para seus problemas.
 
Embora os pais tenham papel fundamental na educação emocional dos filhos, algumas iniciativas em escolas têm se mostrado positivas ao treinar professores para tal missão.
 
Cabe, portanto, à escola investir menos esforços em medir conhecimentos (as notas) e mais tempo e enfoque na aprendizagem; compartilhar responsabilidades com seus alunos; investir nas tecnologias modernas de ensino; identificar e promover talentos individuais; promover reciclagem permanente de professores; enfatizar atividades em grupo; enfatizar a criatividade de cada aluno; ensinar ao aluno como aprender.
 
Importância das emoções:
sobrevivência, tomadas de decisão, ajuste de limites, comunicação, união.
Unidade I
Atividades recomendadas:
1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados pelos autores para definir a Abordagem da Inteligência Emocional. Aproveite essas leituras para fazer um glossário com os principais conceitos que definem as concepções sobre o desenvolvimento e a aprendizagem nesta perspectiva.
2) Levante informações por meios tradicionais ou eletrônicos sobre as escolas que utilizam a Abordagem da Inteligência Emocional ao fundamentar seu trabalho pedagógico. Faça uma crítica sobre as vantagens e desvantagens desta abordagem.
3) Assista ao filme "The Marshmallow Experiment " e relacione com o conceito de Inteligência Emocional de Daniel Goleman.
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=Sc4EF3ijVJ8&feature=related
Acesso em: 10/02/2012.
4) Realize os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Estas dúvidas devem ser motivo de novas pesquisas bibliográficas, na tentativa de saná-las. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais.
 
MÓDULO 8
ABORDAGEM DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
Leitura Obrigatória:
GARDNER, Howard. Inteligências múltiplas: a teoria na prática. Trad. de Maria Adriana Veríssimo Veronese. Porto Alegre: Artmed, 1995.
Leitura Recomendada:
ANTUNES, Celso. Inteligências Múltiplas – Introdução. Coleção Inteligências Múltiplas e seus jogos. São Paulo: Vozes, 2006.
 
Nessa perspectiva, a inteligência, definida de forma restrita, pode ser medida (ou mensurada) por testesde inteligência, também chamados de testes de QI (como o Raven, Wisc, G36, D48). O quociente de inteligência é um índice calculado a partir da pontuação obtida em testes nos quais especialistas incluem as habilidades (lógico-matemática e linguística) para quantificar a inteligência do sujeito.
 
A teoria das inteligências múltiplas (1995) foi desenvolvida a partir dos anos de 1980 por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Harvard (USA), liderados pelo psicólogo Howard Gardner, que identificou vários tipos de inteligências, além da lógico-matemática e linguística.
 
Com isso, uma “visão pluralista da mente” ampliou o conceito de inteligência única para um feixe de capacidades. Gardner estabeleceu critérios para que uma inteligência seja considerada como tal, desde sua possível manifestação em todos os grupos culturais até a localização de sua área no cérebro.
 
O autor apresenta sete inteligências ou sete diferentes competências que se interpenetram, pois sempre envolvemos
mais de uma habilidade na solução de problemas. No entanto, ele não considera esse número definitivo.
 
1 Inteligência verbal ou linguística: habilidade para lidar criativamente com as palavras, tanto oralmente quanto na escrita (poetas, escritores, jornalistas, publicitários, vendedores).
2 Inteligência lógico-matemática: capacidade para solucionar problemas envolvendo números e demais elementos matemáticos; habilidades para raciocínio dedutivo (matemáticos, físicos, engenheiros).
3 Inteligência cinestésica corporal: capacidade de usar o próprio corpo de maneiras diferentes e hábeis – autocontrole e destreza corporal (atletas, educador físico, malabaristas, mímicos).
4 Inteligência espacial: capacidade de formar um modelomental preciso de uma situação espacial e utilizá-lo paraorientar-se entre objetos ou para transportar as característicasde um determinado espaço – noção de espaço e direção(arquitetos, navegadores, pilotos, cirurgiões, engenheiros,escultores, decoradores).
5 Inteligência musical: capacidade de organizar sons de maneira criativa, a partir da discriminação de elementos como tons, timbres e temas. Não há necessidade de aprendizado formal (músicos, maestros, instrumentistas).
6 Inteligência interpessoal: capacidade de dar-se bem com as pessoas, compreendendo-as, percebendo suas motivações ou inibições e sabendo satisfazer suas expectativas emocionais. Habilidade de compreender os outros; a maneira de como aceitar e conviver com o outro (pessoas de fácil relacionamento, como líderes de grupo, políticos, terapeutas, professores e animadores de espetáculos).
7 Inteligência intrapessoal: capacidade de relacionamento consigo mesmo, autoconhecimento. Habilidade de administrar seus sentimentos e emoções a favor de seus projetos. É a inteligência da autoestima (indivíduos com equilíbrio emocional, geralmente por isso são líderes – Nelson Mandela, Jesus Cristo).
 
Segundo Gardner, todos nascem com o potencial das várias inteligências. A partir das relações com o ambiente, dos aspectos culturais, algumas desenvolvemos mais, já outras deixamos de
aprimorar.
 
Nos anos de 1990, Daniel Goleman, também psicólogo da Universidade de Harward, afirma que ninguém tem menos que nove inteligências. Além das sete citadas por Gardner, Goleman acrescenta mais duas:21
 
8. Inteligência pictográfica: habilidade que a pessoa tem de transmitir pelo desenho que faz objetos e situações reais oumentais (pintores, artistas plásticos, desenhistas, ilustradores,chargistas).
9 Inteligência naturalista: capacidade de uma pessoa em sentir-se um componente natural e defender, estudar, pesquisar os fenômenos do ambiente (ecologistas, ambientalistas).
 
Atualmente, Goleman está estudando a décima inteligência:
 
10 Inteligência social: o autor afirma que as interações sociais moldam o cérebro por meio da “neuroplasticidade”, como se o cérebro fosse sendo moldado a partir das práticas de interação social que estabelecemos. Muito mais do que influenciar o comportamento, a maneira como o ser humano lida com o outro, em diversas situações, delineia novos mecanismos cerebrais.
 
Os relacionamentos positivos têm impacto benéfico sobre nossa saúde, ao passo que os tóxicos podem, lentamente, envenenar nosso organismo. Goleman afirma que psicólogos, educadores, antropólogos,
comunicadores, empresários, precisam ter o altruísmo, a compaixão, a preocupação e a compreensão trabalhados como valores que conectam as mentes dos seres humanos. Tais habilidades exercitadas ajudam a lidar melhor consigo mesmo e com os outros.
 
O que é inteligência espiritual e como utilizá-la em nosso dia a dia?
 
Maria Nunes em livro Inteligência espiritual, da Editora Mauad, apresenta-nos, com uma linguagem simples e acessível, essa inteligência que nasce do espírito e nos faz atentos ao que se passa dentro de nós mesmos e à nossa volta, seja dormindo ou na vigília física.
A partir de relatos de suas experiências no campo espiritual, a autora nos mostra como a inteligência espiritual nos ajuda a compreender e a conviver com fenômenos que ocorrem em nossas vidas, dentre eles, os sonhos lúcidos, a clarividência, a premonição, a telepatia, o déjà vu, a vidência de auras, a experiência fora do corpo, a consciência cósmica, os pressentimentos, a sincronicidade, os aparentes acasos, as coincidências e os sinais.
Maria Nunes também propõe aos leitores exercícios de pesquisa pessoal para o desenvolvimento da inteligência espiritual, que envolve todas as formas de inteligência do ser humano e muda, para melhor, a nossa maneira de encarar os problemas e relacionamentos.
 
A teoria das inteligências múltiplas teve grande impacto na educação no início dos anos de 1990, uma vez que apresentou a possibilidade de várias inteligências no sujeito, não apenas a lógico-matemática e linguística. Com isso um ou mais tipos de inteligências podem ser usadas como “rotas secundárias” para ajudar o aluno a desenvolver outras inteligências.
 
Embora Gardner não proponha um método pedagógico, afirma que a escola deve favorecer situações de aprendizagem para o desenvolvimento de todas as inteligências, a fim de que o aluno possa atingir seus objetivos profissionais e de lazer a partir do seu espectro particular de inteligências.
 
Se todo o espectro é estimulado, a criança se desenvolve de maneira mais harmoniosa e isso irá prevenir “obstruções da rota” de certas inteligências. Esse procedimento irá prevenir bloqueios de capacidades, embora ninguém vá se tornar um especialista em tudo.
 
O que é espectro?
O espectro é uma espécie de mandala ou mosaico que apresenta as interrelações naturais existentes entre as inteligências múltiplas em um sujeito.
 
Atividades recomendadas:
1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados pelos autores para definir a Abordagem das Inteligências Múltiplas. Aproveite essas leituras para fazer um glossário com os principais conceitos que definem as concepções sobre o desenvolvimento e a aprendizagem nesta perspectiva.
2) Levante informações por meios tradicionais ou eletrônicos sobre as escolas que utilizam a Abordagem das Inteligências Múltiplas ao fundamentar seu trabalho pedagógico. Faça uma crítica sobre as vantagens e desvantagens desta abordagem.
3) Acesse o site abaixo e faça o teste proposto por Howard Gardner para identificar sua maior competência intelectual. Faça uma critica ao material de acordo com os conteúdos estudados nesta disciplina.
Disponível em: http://www.opantheon.kit.net/subpages/inteligenciasmultiplasteste.htm
Acesso em: 10/02/2012.
4) Realize os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Estas dúvidas devem ser motivo de novas pesquisas bibliográficas, na tentativa de saná-las. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais.

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