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RESENHA ESPAÇO CONCEITO E TEMAS

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RESENHA
Por: Nicodemos da Silva Almeida
GEOGRAFIA: CONCEITOS E TEMAS / organizado por Iná Elias de Castro, Paulo Cesar da Costa Gomes, Roberto Lobato Corrêa. – 8ª ed. – Rio de Janeiro; Bertrand Brasil, 2006..
Roberto Lobato Corrêa
ESPAÇO: UM CONCEITO-CHAVE DA GEOGRAFIA
Com o intuito de discutir um dos principais conceitos da geografia o professor doutor Roberto Lobato Corrêa, elucida neste capitulo o “espaço geográfico” ou simplesmente “espaço”, porém sendo utilizado somente o conceito de espaço a palavra aparece como vaga, estando associado segundo Corrêa (2006) a uma porção especifica da superfície da Terra identificada seja pela natureza, seja por um modo particular como Homem ali imprimiu as suas marcas, seja com referência à simples localização.
Ainda segundo Corrêa (2006) a palavra espaço tem o seu uso associado indiscriminadamente a diferentes escalas, global, continental, regional, da cidade do bairro, da rua, da casa e de um cômodo no seu interior. 
O conceito espaço surgiu inicialmente na geografia tradicional emergindo assim da denomina revolução teorético-quantitativa, passando assim a contribuir para as mais diversas correntes do pensamento geográfico principalmente por apresentar diversas concepções de entendimento e por se difundir nas diversas praticas espaciais. 
A geografia como ciência necessita possuir conceitos-chave capazes de harmonizar os seus objetivos, para construir uma identidade enquanto ciência social a geografia objetiva como conceitos chaves segundo Corrêa (2006), paisagem, região, espaço, lugar e território. Todos estes conceitos são fruto da ação humana modelando a superfície da terra. 
Contudo os conceitos citados acima são geradores de debates, que colocam a frente tanto geógrafos com não-geógrafos, no centro do debate cada conceito possui vários entendimentos estando cada um ligado a uma corrente de pensamento especifica.
Com a institucionalização da geografia em 1870, nas universidades europeias, principalmente na Alemanha, e com o período que se estendeu até a década de 50 com a revolução teórico-quantitativa ou para Corrêa como geografia tradicional, já se puderam verificar as primeiras mudanças que ficaram mais explicitas na década de 70. 
A geografia tradicional em suas diversas versões privilegiou os conceitos de paisagem e região, em torno deles estabelecendo-se a discussão sobre o objeto da geografia e a sua identidade no âmbito das demais ciências (CORRÊA, p.17, 2006).
O espaço geográfico na geografia tradicional e principalmente nas obras de Ratzel e Hartshorne não foi tratado como conceito-chave mesmo assim estando presente como um conceito implícito. 
Segundo Corrêa (2006), lugar e território não são conceitos significativos na geografia teorético-quantitativa. No entanto para a corrente de pensamento da geografia tradicional a questão do espaço e tratado de duas formas não são excludentes tendo como conceitos planícies isotrópicas e a representação matricial. 
Sendo assim para o autor planície isotrópica 
é uma construção teórica que resume uma concepção de espaço derivada de um paradigma racionalista e hipotético-dedutivo. Admite-se como ponto de partida uma superfície uniforme tanto no que se refere à geomorfologia como ao clima e à cobertura vegetal, assim como à sua ocupação humana: há uma uniforme densidade demográfica, de renda e de padrão cultural que se caracteriza, entre outros aspectos, pela adoção de uma racionalidade econômica fundada na minimização dos custos e maximização dos lucros ou da satisfação. A circulação nesta planície é possível em todas as direções. 
As planícies têm seu desenvolvimento de lugares iguais e que se diferenciam em ações e mecanismos econômicos que levam a distinção do espaço, partindo da similitude chega-se a um ponto de diferenciação que causa um equilíbrio espacial. 
O valor de utilidade do espaço é relativo, em que se entende que o valor de utilidade está inteiramente ligado ao objeto em que essas relações implicam em custos, dinheiro, tempo, energia.
Porém para as planícies isotrópicas a variável mais influente é a distância que é um dos três conceitos mínimos para que seja realizado um estudo geográfico com qualidade segundo Nystuem (1986). Sendo que os três conceitos são distância, espaço e conexão, conceitos amplamente espaciais e de orientação no espaço.
No entanto trata-se de uma visão circunscrita do espaço, pois trata como prerrogativa com doses de demasia a distância, vista como uma variável que independe das outras concepções e conceitos. Esse modelo limitado sobre as transformações espaciais, não serviram como conceitos normativos como se pretendia na época. 
Surge na década de 1970 contrapondo os métodos de estudo das Geografias Tradicional e Teorética-Quantitativa, tentando causar uma revolução no pensamento geográfico surge a Geografia Crítica, fundamentada no materialismo histórico e na dialética. Rompendo assim com as geografias teorético-quantitativa e tradicional, e causando intensos debates entre Marxistas e não-Marxistas nesta década. 
Para a corrente de pensamento o espaço é entendido como um espaço social, vivido, em estreita correlação com a prática social e não deve ser visto como um espaço absoluto, vazio e puro, representado somente através de números e proporções. Nesse sentido, os conceitos de sociedade e espaço são interdependentes.
Segundo Corrêa (2006), os autores CLAVAL (1977), SAEY (1978), VAN BEUNINGEN (1979), GARNIER (1980) e PFERTZEL (1981), Marxistas tinham abordado o espaço de modo semelhante àquele das ciências burguesas, considerando-o como um receptáculo ou como um espelho externo da sociedade. 
De modo que o espaço formalizado pelo homem tem como organização categórica a existência e os processos de reprodução social, sendo que o espectro forma em escalas diferentes um conjunto de arranjos de objetos diferentes constituintes do espaço, 
	Também na década de 1970 surge a Geografia Humanista e Cultural que se apresenta como mais uma crítica à Geografia lógico-positivista, calcada nas filosofias do significado como a fenomenologia e o existencialismo.
Então para Corrêa (2006, p.30);
Contrariamente às geografias crítica e teorético-quantitativa, por outro lado, a geografia humanista está assentada na subjetividade, na intuição, nos sentimentos, na experiência, no simbolismo e na contingência, privilegiando o singular e não o particular ou o universal e, ao invés da explicação, tem na compreensão a base de inteligibilidade do mundo real. 
Nesta corrente do pensamento os conceitos de paisagem, região e território são bem apreciados e sua principal característica é a valorização da subjetividade do homem, levando em consideração a experiência vivida para o conceito de lugar.
O conceito de espaço é uma soma entre sentimentos espaciais e ideias de um povo a partir das experiências vividas; apresenta-se de várias maneiras a partir da experiência pessoal, grupal onde é vivida a experiência do outro, e o mítico-conceitual que, ainda que ligado à experiência, extrapola para além da evidencia sensorial e das necessidades imediatas e em direção a estruturas mais abstratas. (TUAN, 1979).
No contexto da Geografia Humanista e Cultural, o conceito de espaço está ligado à ideia de espaço vivido, vinculado à concepção da escola francesa, enraizado na tradição de La Blache, mas também na psicologia genética de Piaget, na sociologia e na psicanálise do espaço baseada em Bachelard e Rimbert. Segundo Holzier (1992) e Isnard (1982), o espaço vivido se refere ao afetivo, ao mágico, ao imaginário e também é um campo de representações simbólicas.
 Durante todo processo de organização espacial, foram criadas e usadas práticas e técnicas para o tratamento do espaço geográfico, e do pensamento resultante desse tratamento é que surgem as práticas e interações espaciais, esse é o assunto abordado em “As práticas espaciais”. As práticas espaciais variam de espaço para espaço, no qual técnicas são aplicadas em diferentes formas, e garantem osinúmeros projetos técnicos no espaço. A seletividade espacial se dá no processo de organização do espaço pelo homem, diversos atributos levam as localizações seletivas, como o fácil acesso a matéria-prima, a fertilidade d o solo e a constante distribuição para o comércio. A fragmentação – Remembramento espacial, é o contido interesse político no controle do espaço, é uma prática muito recorrente ao redor da terra. 
A antecipação espacial é a definição de uma localidade para certa atividade antes mesmo que essa atividade possa ser iniciada. A marginalização espacial é a variação do valor de um lugar, diversos fatores tais como na seletividade espacial definem e agem sobre essa variação. A Reprodução da região produtora acontece quando são postas em práticas todas as condições para a ação produtora, é a junção dos quatros fatores anteriormente vistos para o início do equilíbrio produtivo no espaço. Com estes pontos descritos ao longo do texto se encerra o capítulo, que condensa diversas nomenclaturas essenciais ao estudo da ciência geográfica, tudo isso com uma demonstração e analise dos pontos históricos no qual foram criadas e postas em práticas essas nomenclaturas em diversas correntes teóricas, durante o texto é notável a contribuição de grandes nomes da geografia para todo o meio cientifico e social.
O espaço e multidimensional tornando-se para muitos autores “impar” se permitindo construir diferentes conceitos de espaço, que podem interagir com características semelhantes ou diferentes de acordo com as condições da realidade. 
REFERÊNCIAS 
GEOGRAFIA: CONCEITOS E TEMAS / organizado por Iná Elias de Castro, Paulo Cesar da Costa Gomes, Roberto Lobato Corrêa. – 8ª ed. – Rio de Janeiro; Bertrand Brasil, 2006..
 
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