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TRIBUNAL DA HISTÓRIA VERSÃO FINAL

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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
DANIELA RANGEL TONIETTO
TRIBUNAL DA HISTÓRIA – MINAS GERAIS 
(PROCESSOS DA INCINFIDÊNCIA)
SÃO LEOPOLDO
2019
Julgamento de Tiradentes.
Em sessão judicial do tribunal de Vila Rica, presidido por um juiz e acompanhado por um promotor português, com júri misto entre brasileiros e portugueses, se iniciava o julgamento de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Após a chegada do réu, o juiz, como de praxe, levantou-se e declarou as acusações: 
- Joaquim José as Silva Xavier, você está sendo acusado de rebelião e alta traição contra a Coroa Portuguesa. Passo a palavra ao promotor. – E sentou-se. 
- Vossa excelência e caro júri, o homem aqui presente, que já foi alferes de dentista dentre outras ocupações, teve a audácia de levantar a mão contra a soberania da grande monarquia de Portugal. Organizou uma rebelião contra as determinações fiscais, coloniais e da honra da Coroa. 
- Seja mais claro, promotor. – Solicitou assim um membro do júri que era brasileiro. 
- Claro, meu caro senhor! – Disse o promotor preparando a sua fala com muita eloquência. – A Capitania das Minas Gerais faz parte do domínio português na América, sendo assim está sujeita às determinações absolutas da Coroa. Tributos como aqueles pagos nas casas de fundição são ordens a serem cumpridas. Todas as capitanias têm seus tributos a pagar e nenhuma tem direito a questionar a Coroa. A Capitania de Minas Gerais não possui nenhuma preferência perante as outras, por conseguinte a Inconfidência planeada nestas terras não tem outra solução a não ser a punição severa daqueles que a idealizaram, em especial a de seu líder, – apontando para Tiradentes- ou seja o réu presente neste julgamento, responsável pela elaboração do movimento, e que merece uma punição digna desta sua ação! E que sirva de exemplo também para outros que queiram desafiar os desígnios da Coroa. Encerro a minha introdução. – Disso o promotor sentando-se.
- O advogado de defesa por favor, tens a palavra, manifeste-se. – Disse o ilustre Juiz.
- Agradeço, meritíssimo. – Iniciou o advogado levantando-se – Ilustríssimos jurados, o promotor se referiu há “tributos como aqueles pagos nas casas de fundição”. Devo dizer que o mesmo está engando ao pensar que os tratamentos a Capitania de Minas Gerais são iguais aos das demais. Para completar a defesa, chamo como nossa primeira testemunha o padre Carlos Correia de Toledo, pároco em São José del Rei, um homem a serviço de Deus, da verdade e da justiça!
O clérigo então é trazido para o tribunal e convidado a fazer o seu juramento perante as sagradas escrituras. O advogado começa então a fazer suas perguntas:
- Padre, o senhor, um homem a favor da justiça, da fé e de Deus...
-PROTESTO! – disse o promotor levantando-se de sua cadeira – O Advogado está induzindo a testemunha e se utilizando da ética profissional do ofício de padre!
- Protesto deferido. Advogado de defesa, seja direto em relação as suas perguntas. – Disse o Juiz. 
 - Padre, o senhor teve parte no movimento junto com o Réu, por isso está condenado certo?
-Sim, senhor. – Respondeu o padre cabisbaixo. 
- Á vista disso, tem conhecimento das motivações da Inconfidência, estou correto?
- Sim, está correto, tenho. 
- Explique a nós então, do que se trata a derrama. – Pediu o advogado, olhando para o júri. 
- A derrama, se trata de uma atividade cruel da metrópole para arrecadar impostos das vilas coloniais. Quando não conseguem a quantia esperada de ouro pelas casas de fundição, os oficiais se organizam a noite pela manhã saem as casas e tomam tudo de valor que estas pobres pessoas têm, para completar o tributo.
- Falando no Português mais claro, para que todos aqui presentes entendam – disse o advogado – eles saqueiam as vilas de Minas, certo?
- Sem dó nem piedade, eles saqueiam senhor advogado. – Afirmou o padre com indignação em sua fala. 
O advogado, colocou-se então em frente ao júri e concluiu: 
- Ouviram excelências, o padre, homem justo, de fé, representação do poder divino na terra, a mesma boca que professa as sagradas escrituras e as palavras da transubstanciação do pão e do vinho no verdadeiro corpo e sangue de Jesus... 
- Contenha-se advogado, não estamos numa missa. – Interrompeu o juiz. 
- Os senhores ouviram o que é a derrama, e tenham em mente que ela é aplicada somente em Minhas Gerais, contradizendo o que disse o promotor. Meu cliente, o senhor Joaquim, mais conhecido como Tiradentes, por sua profissão honesta, idealizou uma revolta contra está atitude da mais pura crueldade e violência deveras extrema por parte da Coroa. Reconheço que Portugal, enquanto metrópole possui seus direitos sobre a colônia Brasil cujo o qual fundou e fez está potência que é hoje, dando muitos frutos e honrando a sua metrópole – tentando assim chamar a atenção da metade portuguesa do júri – além de ter necessidades financeiras para reconstruir sua capital afetada por desastres, mas tenham conhecimento da brutalidade empregada em certos momentos. Pensem em como seria se uma atitude como a Derrama fosse aplicada na capital, o quantos malefícios a população portuguesa tal violência traria. Meu cliente, apenas quer um tratamento digno, humano e justo de seus conterrâneos Mineiros, que não são menos gente do que os moradores das demais capitanias! – Assim se virando para o juiz. 
- Encerrastes a defesa? – Questionou então o juiz. 
- Sim, meritíssimo. – E sentou-se.
O juiz olhando para o promotor disse: 
- Deseja acrescentar algo promotor? – Questionou o juiz. 
- Nada a acrescentar meritíssimo, tenho certeza que o júri será sensato em sua decisão para com traidores. 
Assim então, o júri se reuniu em uma sala fechada para definir o futuro do réu. A metade brasileira dos membros estavam ao lado de Tiradentes, quanto a metade portuguesa, mais conservadora, estava indecisa. Os mais flexíveis estavam dispostos a inocentar Tiradentes, porém outra metade achava isso uma afronta e que a condenação deve servir de exemplo aos demais para que jamais algo assim venha a se repetir na colônia cujo a qual Portugal tanto investiu e fez crescer. Porém, alguns ficaram com medo de que a imagem de Tiradentes, perante as demais pessoas da população fosse a de um mártir, de alguém que morreu em prol de uma causa maior e que isso se tornassem um fomento para revoluções maiores, não só em nome da derrama e todos os fatos que vinham ocorrendo, mas de fazer justiça por Tiradentes também. 
Após longas horas deliberando, o júri chegou a uma conclusão que foi lida pelo Juiz:
- O júri, sobe votação decidiu então inocentar o réu Joaquim José da Silva Xavier vulgo Tiradentes, das acusações de traição a Coroa Portuguesa... – neste momento ouve comemoração por parte dos apoiadores de Tiradentes, mas está logo foi assolada por outro sentimento – e condena o réu pela acusação de rebelião sob a pena prisão perpetua em Portugal, onde não receberá visitas e nem manterá contato com outras pessoas. Fazendo jus a autoridade que a mim foi concedida dou está sessão como encerrada. – Batendo o martelo duas vezes.
 
Tribunal de Joaquim Silvério dos Reis
Dentro da Capitania de Minas Gerais, houve um tribunal popular, onde Joaquim Silvério dos Reis, é chamado a ser julgado. O Juiz inicia o tribunal e após as iniciações de praxe, são lidas as acusações ao réu:
- O senhor Joaquim Silvério dos Reis, foi convocado a tribunal pelas acusações de alta traição ao movimento da Inconfidência Mineira. 
Como podemos notar, este julgamento está fora da jurisdição do estado, partindo de uma justiça local, criada pelos próprios moradores da região de Minas, que em sua maior parte eram colonos, ligados ou adepto a causa da conjura, que sentiram a necessidade de punir Joaquim pela sua delação aos Portugueses. 
- Joaquim – disse o Juiz – como somos homens justos e de palavra, vamos lhe conceder todos os direitos de um tribunal formal, tens um advogado de defesa que fará o que for necessário paralhe ajudar, tendo direito a resposta a todas as acusações do promotor. 
Então se iniciou com a acusação do promotor:
- Não há nada de muito complexo a de discutir aqui – disse o promotor, voltando-se ao júri e ao juiz – Este homem, se assim podemos chama-lo, participou do planejamento da inconfidência e depois deixou o movimento, colocando a ética de lado para delatar os heróis revolucionários que queriam lutar por nossa autonomia. Existe comprovação: um documento escrito e assinado pelo próprio acusado onde ele expõe os inconfidentes. – Entregando para o júri a carta que comprova a delação. – Mas, para esclarecer melhor, chamo a este tribunal o padre José da Silva e Oliveira Rolim. 
O padre foi levado até o seu lugar, jurou a bíblia e após isso, se colocou à disposição para perguntas e o promotor prosseguiu:
- Padre, o senhor participou dos planos da inconfidência?
O padre ficou nervoso com a pergunta, não sabia bem o que dizer, temia que as palavras ditas ali se virassem contra ele em algum momento. 
- O julgamento é dele, não seu. – disse o promotor apontando para Silvério dos Reis – Não tenha medo de falar a verdade que for necessária para o que o júri possa trabalhar. 
- Está certo, então. – disse o padre – Sim, tive participação. 
- Ótimo. – disse o promotor – e você costumava se encontrar com Joaquim?
- Sim, nos víamos com certa frequência nas reuniões na cada do seu Chico, digo de Francisco de Paula Freire de Andrada. 
- Estas reuniões a que o senhor está se referindo seriam as de planejamento para a inconfidência?
- Sim. Disse o padre com os olhos fixos no promotor. 
- E por que vocês decidiram convidar Joaquim para participar do movimento?
-Por causa da condição dele, sabíamos que o senhor Joaquim Silvério, possuía uma grande dívida proveniente dos altos tributos. 
- Dívida esta que depois serviu de moeda de troca com Portugal para deletar os companheiros! – exclamou com firmeza o promotor olhando para o júri – Muito obrigada pela contribuição padre. Encerros minhas perguntas a testemunha meritíssimo.
O advogado de defesa, que havia sido escolhido pelo júri para defender os interesses de Silvério dos Reis, apensar de não ter entendido muito bem como fazer isto, foi a frente do tribunal e fez o que conseguiu e achou necessário para ajudar o seu cliente a ser absolvido.
- Senhores jurados, os senhores conhecem a Joaquim Silvério dos Reis, sabem que ele é um homem bom, trabalhador e honesto. Muitos de vocês estiveram ao lado dele durante o planejamento e aspiração de transformação, isso posto, não serei cínico a ponto de tentar enganá-los que meu cliente não tem nenhuma ligação com a inconfidência, mas posso lhes afirmar que este homem – apontando para Joaquim – não delatou ninguém as autoridades portuguesas...
- PROTESTO! – disse o promotor – Entreguei ainda logo nas mãos do júri a carta que prova isso. 
- Deferido. – disse o juiz – a prova é autentica. 
O Advogado ficou nervoso, suava frio, então solicitou alguns minutos para conversar com seu cliente. O juiz concedeu 15 minutos de intervalo da sessão. Ambos, advogado e o próprio Joaquim, sabiam que não havia nada que pudesse ser feito em relação a carta que o promotor havia apresentado, sem ver uma saída, o advogado de Silvério dos Reis vai até o juiz e promotor, na tentativa de achar uma solução melhor: 
-Senhores – Disse o advogado – Se meu cliente confessar, seria possível uma flexibilização da pena? 
- Difícil. – disse o juiz – Sabemos que lhe colocamos em um mato sem cachorro senhor advogado, mas a população de Vila Rica está furiosa, quer a cabeça de Silvério pelo que ele fez, mesmo que não o condenemos aqui, ao sair na rua será morto pela população. 
O Advogado retornou a seu cliente cabisbaixo, sem ver novas possibilidades, mas instruiu seu cliente que confessar talvez fosse a melhor saída, poderia comover o júri com o seu arrependimento talvez. 
A sessão reiniciou:
- Convoco o réu Joaquim Silvério dos Reis, para depor. – disse o juiz. 
- Tens algo a nos dizer senhor Silvério dos Reis? – perguntou o promotor, sem ao menos se levantar da sua cadeira, dando a entender como se já tivesse ganho a causa. 
O réu, sentou-se, pôs a mão na cabeça, ficou cabisbaixo por alguns segundos, suspirou e disse: 
- Confesso. Sou culpado das acusações contra mim neste tribunal. – Já com os olhos marejados e a voz falha. 
Sendo assim o juiz tomou a palavra: 
-Diante da confissão do réu, então lhes dou a sentença de morte natural e que após a morte ele tenha a sua cabeça separada do corpo e exposta juntamente com o resto de seus membros mutilados na praça da cidade, para que sirva de exemplo a todos do que acontece com traidores na colônia. 
Batendo o martelo. 
Julgamento de Marquês de Pombal.
No Tribunal Real, no qual a própria rainha D. Maria I é a juíza, decreta ordem e chama:
- Que se apresente no tribunal o réu Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal. 
Assim é feito e quando o mesmo ocupa o local do réu, suas acusações começam a ser lidas:
- Senhor Sebastião José de Carvalho e Melo, és acusado de prejudicar a aliança entre Portugal e Inglaterra e estabelecer medidas abusivas em relação a principal colônia do reino, entre os anos de 1750 e 1777. Passo a palavra ao promotor. 
- Majestade. – Diz o promotor levantando-se – O réu, durante seu mandato como segundo no comando do reino de D. José I, conseguiu dificultar ao máximo as relações políticas entre os reinos de Portugal e Inglaterra.
-PROTESTO! – Grita o advogado de defesa do Marquês de Pombal. 
- Seja claro promotor. – Solicita a Rainha em seu papel de Juíza. 
- Com prazer majestade. – Assim indo até a frente do júri – Portugal tinha uma estreita relação comercial com a Inglaterra desde a assinatura do Tratado de Methuen, em 1703. Essa relação foi comprometida pelas atitudes restritivas impostas pelo Marquês de Pombal. Mas, sou somente o promotor, vou restringir minhas explicações até aqui e chamo então a testemunha Vossa Majestade o Rei George da Inglaterra.
O Rei então entra no recinto, todos o recebem de pé, ele é conduzido até seu lugar no tribunal e acompanhado de seu interprete, começa a responder as perguntas do promotor:
- Majestade, primeiramente gostaria de agradecer sua disponibilidade em participar deste tribunal de suma importância para ambas as grandiosas nações. 
O interprete sussurra no ouvido de Vossa Majestade a tradução do que o promotor disse e a reação do rei não é das melhores, ele tão somente balançou a mão e revirou os olhos como quem diz “Tenho mais o que fazer aqui, prossiga”. Sendo assim, o promotor continua:
- Por favor, nos conte o que fez com que as relações entre Portugal e a Inglaterra não fossem mais tão amigáveis?
Após a tradução ser feita o rei responde: Bem, meus súditos viam em Portugal uma terra de esperanças e oportunidades. Muitos vieram tentar reconstruir suas vidas trabalhando com o comércio nestas terras, mas quando este senhor assumiu o poder a vida dos ingleses em Portugal, as relações comerciais tornaram-se muito mais complicadas.
- Vossa Majestade, pode explicar exatamente o que foi dificultado? – Pediu o promotor. 
- Vários fatores. – Disse o rei – A exportação de ouro de Portugal foi impedida, ele começou a cobrar diversas coisas dos comerciantes ingleses de trigo e começou a criar várias companhias de comércio, como se quisesse se afastar da nossa aliança.
- Sem mais perguntas, obrigada Vossa Majestade. 
Assim então, o Rei se retira e Marquês de Pombal é posto para depor:
- O senhor Joaquim, conhecido aqui por todos como Marquês de Pombal – disse o advogado de defesa – ouvimos como primeiro argumento posto por Vossa Majestade foi de que o senhor teria proibido a exportação do ouro de Portugal. Isso é fato, mas por que?
- O ouro foi extraído de nossa principal colônia e estava sendo quase que em sua totalidade redirecionado a Inglaterra. Nós estávamos praticamente financiando um avanço econômico que deveria ter ocorrido em Portugal. 
- Perfeito. – Prosseguiu o advogado – Outroargumento foi o de que teria dificultado a vida dos comerciantes ingleses de trigo que por aqui trabalhavam. O que tem a dizer sobre isso?
- Não tornei a vida de ninguém mais complicada. O fiz foi apenas fiscalizar este tipo de comércio como mandam as normas de que os comerciantes estrangeiros não estavam cumprindo. Deixo claro que não dificultei a vida deles, apenas lhes retireis as benesses que não deveriam ter! 
- Ótimo! E quanto às Companhias de Comércio, sobre as quais o rei da Inglaterra se mostra realmente magoado?
- Não pensei que fosse afetar tanto as relações comerciais com a Inglaterra. Tudo o que eu queria com isso era incentivar a produção e comércio nas colônias. 
Após está última declaração, o advogado voltou-se ao júri e disse: 
- Não sei vocês excelências, mas o que pude interpretar disso, foi que com essas mediadas o Marquês pretendeu tão somente deixar em Portugal as riquezas que ao reúno pertencem, além de financiar a reconstrução de Lisboa depois de algumas tragédias. Tratar os comerciantes ingleses justamente da mesma forma que são tratados os portugueses e incentivar a economia interna para o país não ser tão dependente de uma outra nação. Vejam, este tempo todo, o que o Marquês de Pombal queria era agir em favor, defesa e crescimento do reino de Portugal, interesse esse, que acredito eu seja o mesmo da Rainha. 
- Agir a favor do reino teria sido manter nossa única ajuda na defesa contra a França e a Espanha! – Interrompeu o promotor.
Após ser repreendido pela juíza para se conter, o mesmo foi autorizado a chamar a segunda testemunha:
- A vistas disso então, chamo aqui a testemunha João Benedito da Silva Borges, morador da Capitania das Minas Gerais. 
Para tratar da acusação das práticas abusivas em relação à colônia na América o promotor chamou um morador da Capitania das Minas Gerais sem qualquer status político ou de nobreza, pois queria que o júri percebesse a visão dos súditos quanto ao mandato de Pombal. 
- Nos conte, Sr. Borges, - começou o promotor – quando pensas no Marquês de Pombal, o que lembras?
- Impostos, muitos impostos... – disse o colono – e medo. – Completou. 
- Medo de que Sr, Borges?
- Da derrama. – respondeu. 
- Aqui ele tocou em um ponto crucial. A derrama, senhores, se trata de uma clara obra de saque arquitetada pelo réu. Uma atitude cruel e desesperada de um mal administrador que não sabia como suprir a falta de cota anual de ouro. Prossiga, Sr, Borges, como foi a derrama?
- Eles cercaram nossa vila durante a noite, quando amanheceu já estavam todos lá – disse o senhor com a voz um tanto amedrontada – praticamente invadiram a vila, as casas e nos forçaram a pagar mais impostos, levaram todo o nosso ouro, foi terrível. 
O ambiente pesou no tribunal com esta declaração, o marquês ficou em silêncio e o advogado de defesa se viu sem argumentos, não havia o que ser feito, os fatos mencionados pelo colono eram verdadeiros e todos ali presentes, sabiam que eram verdadeiros.
- Por tanto, como podem ver. – disse o promotor, se voltando ao júri novamente – o Marquês de Pombal conseguiu espalhar o medo pela nossa maior colônia. Uma política de saque, vil e sem piedade nas vilas de famílias pobres para suprir a falta de ouro que ele não sabia mais como administrar. 
- Mas o fato mencionado ocorreu somente uma vez! – disse o advogado de defesa desesperado. 
- Ocorreu somente uma vez por causa do medo que as autoridades coloniais ficaram de motins! Não pelo fato de ser uma atitude desprezível! – indagou o promotor. 
A juíza deu ainda a oportunidade para que o advogado fizesse a defesa do Marquês de Pombal. 
- Excelências, meu cliente realmente cometeu atos rigorosos, porém sua intensão jamais foi a de prejudicar as pessoas, assim como nós que temos filhos e o os corrigimos com alguns tapas, não por que queremos o seu mal, mas sim o seu bem. Vejam, todas as coisas boas que o Marquês fez pela coroa na colônia. Ele incentivou a produção agrícola, vide Minas Gerais, terra onde antes de seu mandato a agricultura era nada, permitiu e incentivou a participação de locais no governo, apoiou os comerciantes portugueses e coloniais entre diversas outras medidas favoráveis à nossa colônia de maior potencial e ao reino. Então peço que considerem estes fatores na hora de decidirem. - Assim concluiu o advogado sentando-se.
O júri então, se retirou para deliberar sobre o futuro do Marquês de Pombal e após longas horas de espera, saiu a sentença lida pela Rainha/Juíza:
- O júri considera que Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, culpado de todas as acusações e ainda de conturbar a ordem e a paz aos moradores da Capitania das Minas Gerais, sob pena a ser designada pela Rainha Maria I de Portugal. – A rainha então solta a folha que lhe foi entregue pelo júri e declara – O Marquês de Pombal deve ser destituído de todos os seus bens e riquezas que deveram servir para ressarcir os colonos prejudicados pela derrama na Capitania de Minas Gerais, assim como a morte natural. – Declarou a mesma batendo o martelo e encerrando a sessão.

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