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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ. Autos nº: 0000325-00.2018.8.16.0013 Paciente: Dolores Fuertes de Barriga Impetrante: Breno Oliveira Damaceno Autoridade Coautora: Juízo da 2ª Vara Criminal BRENO OLIVEIRA DAMACENO, brasileiro, advogado, devidamente inscrito na OAB/PR 70.777, com escritório profissional à Rua Clotário Portugal, nº 265, Centro, na cidade de Engenheiro Beltrão – PR, onde recebe avisos e intimações, vem perante Vossa Excelência, em favor de DOLORES FUERTES DE BARRIGA, brasileira, casada, diarista, portadora do RG n° 0.000.111-1, devidamente inscrita no CPF/MF sob n° 000.222.000-22, residente e domiciliada na Rua Mohamad, n° 155, Centro, na Cidade de Curitiba/PR, com respeito e acato devidos, com espeque no artigo 647 e 648 do Código de Processo Penal, e no artigo 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal, impetrar ORDEM DE HABEAS CORPUS, pelos motivos de fato e de Direito a seguir expostos: 1. DOS FATOS Em data e horários não esclarecidos a paciente DOLORES FUERTES DE BARRIGA, foi presa pela prática do crime de tráfico de drogas, tendo informado, em suas declarações, que é mãe de 02 (dois) filhos, uma contando com 02 (dois) anos de idade, e o outro com 08 (oito) anos de idade, sendo ela, a única responsável pelo cuidado e criação das crianças. Na audiência de custódia, o Magistrado decretou a sua prisão preventiva. O Nobre Defensor da Paciente requereu sua colocação em prisão domiciliar, pedido o qual foi negado. 2. DO DIREITO 2.1 DO CONSTRANGIMENTO ILEGAL Extrai-se dos presentes autos, que foi requerido pela paciente, através do seu Nobre Defensor, logo após a sua prisão, a sua transferência para a prisão domiciliar, tendo em vista o fato desta possuir 02 (dois) filhos, ambos infantes (com 02 e 08 anos), sendo a Paciente responsável pelo cuidado de ambos, enquadrando-se, pois na hipótese autorizadora do artigo 318, inciso V, do Código de Processo Penal, que dispõe: Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: V – mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; A Constituição Federal, também prescreve, no seu artigo 5º, inciso LXVIII: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; Portanto, o MM. Juízo agiu de forma descuidada e errônea, agindo em contrariedade ao disposto nas leis supramencionadas, restando, pois, claramente demonstrado o constrangimento ilegal ora arguido. 2.1 DA LIMINAR A coação ilegal sofrida pela Paciente torna totalmente necessária a utilização da Liminar, meio este, utilizado para assegurar a aplicação do presente Habeas Corpus, pois, a Paciente possui 02 (dois) filhos de idades inferiores a 12 (doze) anos, sendo esta, a única responsável pelo seus cuidados, ou seja, está presente o “fomus boni iuris”, que consiste no fato de estar presente o direito do Requerente em poder responder pelo crime que lhe é imputado em liberdade. Em cominação com este, está o “periculum in mora”, ou “perigo na demora”, que enquadra-se perfeitamente no caso em tela, levando-se em conta que com o mantimento da segregação da Paciente, está não poderá zelar pelas seguranças de seus filhos infantes, podendo incorrer em um grande abalo emocional para estes. Assim dispõem os artigos 659, e 660, §1º, ambos do Código de Processo Penal: Art. 659. Se o juiz ou o tribunal verificar que já cessou a violência ou coação ilegal, julgará prejudicado o pedido. Art. 660. Efetuadas as diligências, e interrogado o paciente, o juiz decidirá, fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas. § 1o Se a decisão for favorável ao paciente, será logo posto em liberdade, salvo se por outro motivo dever ser mantido na prisão. Os tribunais também têm entendido da seguinte forma, vejamos: HABEAS CORPUS – LIMINAR CONCENDIDA – PRISÃO PREVENTIVA – PROCESSO PRINCIPAL – FASE COMPRABATÓRIA – ORDEM CONCENDIDA. Necessitando a julgador de subsídios via prova testemunhal, parcial e exame complementar, mantida a liminar e concedida a ordem impetrada. (TJ-ES HC: 1000040006064 ES 100040006064, Relator: PAULO NICOLA COPOLILLO, Data de Julgamento: 09/06/2004, SEGUNDA CÂMARA CRIMINAL, Data de Publicação: 03/08/2004). Diante disso, levando-se em conta a situação em que se encontra o paciente, e seus filhos, requer-se seja concedido o pedido da liminar. 3. DOS PEDIDOS A) Que seja oficiada a autoridade coatora a fim de que este preste informações, intimando-se o membro do Ministério Público, para encartar manifestação; B) Seja concedida a presente ordem de Habeas Corpus em favor da paciente FUERTES DOLORES DE BARRIGA, procedendo a de forma imediata; C) Seja concedida a liminar pleiteada, conforme artigo 660, §2º, do Código de Processo Penal. Nestes termos, Pede deferimento. Campo Mourão, 28 de Abril de 2018 ______________________ Breno Oliveira Damaceno OAB/PR 70.777
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