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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS CURSO DE NUTRIÇÃO ISOFLAVONAS LUANNA PERECINI COELHO MAITE DE FREITAS REIS MARIANA DOS SANTOS SILVA NATHALIA ESTEVES FERREIRA SANTOS, SP 2018 ISOFLAVONAS As isoflavonas são compostos difenólicos pertencentes a uma subfamília dos flavonóides e encontrados em maior quantidade na soja (Glycine max) e em produtos a base de soja, embora estejam presentes em outros tipos de leguminosas (REINLI e BLOCK, 1996). A concentração de isoflavonas na soja e em seus derivados depende de inúmeros fatores, incluindo o tipo de alimento (WANG e MURPHY, 1994b), a variedade da soja, o ano de colheita e a localização geográfica do cultivo (WANG e MURPHY, 1994a). As condições de processamento da soja podem provocar alterações no teor total e no perfil das isoflavonas presentes. NAKAMURA, TSUJI e TONOGAI (2000) determinaram os níveis de isoflavonóides em onze tipos de soja e doze tipos de alimentos processados. O conteúdo mais alto de isoflavonas foi verificado no kinako (pó de soja tostado) e o mais baixo no molho de soja. O conteúdo e a composição de isoflavonóides nos onze tipos de soja variaram de acordo com a espécie e o país de origem e nos alimentos processados de acordo com o método de manufatura ou ingredientes. ROSSI et al. (2002) quantificaram as isoflavonas nas diversas etapas do processamento de “iogurte” de soja fermentado com E. faecium e L. jugurti. Demonstraram que o processamento causou redução de 92% no teor total de isoflavonas em relação ao grão in natura. Foi verificado que 97 a 98% do conteúdo total de isoflavonas em soja e derivados protéicos como farinha desengordurada, isolados, concentrados e proteína texturizada encontra-se na forma esterificada. A distribuição entre essas formas varia de um produto para outro. Por outro lado, em produtos fermentados de soja, tais como miso e pasta de soja observa-se a predominância das agliconas em relação às formas conjugadas (WANG e MURPHY, 1994b). A soja participa da dieta mediante consumo do próprio grão e de alimentos elaborados a partir dele. A população brasileira tradicionalmente não consome soja. O óleo de soja, que apresenta contribuição efetiva na dieta brasileira, não contém isoflavonas. Desta forma, o desenvolvimento de produtos enriquecidos com derivados de soja seria uma alternativa para aumentar a presença dessas substâncias na dieta. As principais isoflavonas verificadas na proteína de soja e nos alimentos a base de soja são: daidzeína, genisteína e gliciteína. Cada uma delas pode ser encontrada em quatro formas: não-conjugada ou agliconas, conjugada ou glicosilada (daidzina, genistina e glicitina), acetilglicosiladas e malonilglicosiladas. Tem sido proposto que o metabolismo intestinal é essencial para a absorção e biodisponibilidade das isoflavonas (REN et al., 2001). Vale ressaltar que a capacidade potencial das isoflavonas em prevenir o câncer e outras doenças crônicas depende dessa biodisponibilidade. Isoflavonas inibem a produção de oxigênio reativo, que está envolvido na formação de radicais livres, demonstrando o efeito antioxidante das isoflavonas. Estudos mostram que como antioxidantes, têm a capacidade de neutralizar ou tornar mais lenta a taxa de oxidação do LDL – colesterol (WEI, 1995). Resultados sugerem que a isoflavona pode baixar níveis de colesterol LDL proporcionando alguma proteção contra a aterosclerose (KIRK et al., 1998). TIKKANEN et al. (1998) afirmam que a ingestão de antioxidantes derivados de soja, como a genisteína e a daidzeína, pode fornecer proteção contra modificação oxidativa da LDL. Um possível mecanismo de ação geral das isoflavonas inclui efeitos estrogênicos e antiestrogênicos, regulação da atividade de proteínas (especialmente das tirosinas quinases) e regulação do ciclo celular e efeitos antioxidantes (KURZER e XU, 1997). Estudos têm demonstrado que possuem mecanismos gerais de ação que podem interferir no metabolismo de muitos nutrientes (ANDERSON e GARNER, 1997). Tem sido demonstrado que as isoflavonas da soja, especificamente a genisteína e a daidzeína, apresentam efeito anti-cancerígeno. Estudos epidemiológicos demonstram que nas populações que consomem dietas ricas em soja e seus produtos, a incidência de determinados tipos de câncer (cólon, mama e próstata, principalmente) é menor quando comparada com a incidência em populações que não consomem esses tipos de dietas. Em adição, acredita-se que a suplementação da dieta com certos produtos da soja, os quais tem mostrado suprimir a carcinogênese em animais, poderia reduzir as taxas de mortalidade por câncer. Os mecanismos relacionando câncer e isoflavonas ainda são alusivos. Tem sido demonstrado que a atividade de várias enzimas, principalmente a topoisomerase II e as tirosina quinases, é inibida pela genisteína e, em alguns casos, por outras isoflavonas. Em adição, outros estudos têm demonstrado propriedades anti-carcinogênicas, anti-oxidativas, efeitos anti-estrogênicos e anti-proliferativos das isoflavonas. Então, pode-se inferir que estas moléculas podem agir de maneiras diferentes, promovendo a inibição da carcinogênese (Molteni et al., 1995). REFERÊNCIAS ADLERCREUTZ, H.; MAZUR, W.; BARTELS, P.; ELOMAA, V.; WATANABE, S.; WAHALA, K.; LANSTROM, M.; LUNDIN, E.; BERGH, A.; DAMBER, J.E.; AMAN, P.; WIDMARK, A.; JOHANSSON, A.; ZHANG, J.X.; HALLMANS, G. Phytoestrogens and prostate disease. The Journal of Nutrition, v. 130, p. 658S-659S, 2000. ADLERCREUTZ, H. Phyto-oestrogens and cancer. Lancet Oncology, v. 3, p. 364-373, 2002. ADLERCREUTZ, H. Phytoestrogens: epidemiology and a possible role in cancer protection. Environmental Health Perspectives, v. 103, sup. 7, p. 103-112, 1995. 5 ALBERTAZZI, P.; PANSINI, F.; BONACCORSI, G.; ZANOTTI, L.; FORINI, E.; DE ALOYSIO, D. The effect of dietary soy supplementation on hot flushes. Obstetrics and Gynecology, v. 91, n.1, p. 6-11, 1998. ALEKEL, D.L.; GERMAIN, A. S.; PETERSON, C.T.; HANSON, K.B.; B.CEPPA, Curitiba, v. 23, n. 2, jul./dez. 2005 251 STEWART, J.W.; TODA, T. Isoflavone-rich soy protein isolate attenuates bone loss in the lumbar spine of perimenopausal women. The American Journal of Clinical Nutrition, v. 72, p. 844-852, 2000. ALLRED, C.D.; ALLRED, K.F.; JU, Y.H.; VIRANT, S.M.; HELFERICH, W.G. Soy diets containing varying amounts of genistein stimulate growth of strogen-dependent (MCF-7) tumors in a dose dependent manner. 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