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INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS COLOMBO CURSO TÉCNICO EM ALIMENTOS AMANDA ROMAN LEAL DOS SANTOS ELOISA MACHADO MOTA JOICE BUENO DE SOUZA WYTHYNEY ALLANIS DA ROCHA TOFU Colombo 2019 AMANDA ROMAN LEAL DOS SANTOS ELOISA MACHADO MOTA JOICE BUENO DE SOUZA WYTHYNEY ALLANIS DA ROCHA TOFU Trabalho apresentado para conclusão do componente curricular Projeto II do Curso Técnico em Alimentos integrado ao Ensino Médio do Instituto Federal do Paraná – Campus Colombo. Orientadora: Profa. Dra. Michele Rosset Orientador:Prof.M.e Richard Jojima Nagamato Colombo 2019 RESUMO A soja e seus derivados são fontes de nutrientes importantes, tais como proteínas, lipídeos, vitaminas e minerais. Além disso, contém compostos fenólicos, flavonóides, considerados antioxidantes, pois interagem com radicais livres ou seus precursores, impedindo danos oxidativos. O objetivo deste trabalho foi trazer conhecimentos adquiridos em sala de aula como transformações bioquímicas, tratamento de resíduos no processo de produção do tofu.O trabalho foi apresentado na V MEEPI (Mostra de ensino, extensão, pesquisa e inovação) na forma de oficina com o intuito de elaborar produtos derivados de soja como Extrato Hidrossolúvel de Soja e Tofu, e compreender as transformações químicas que ocorrem em cada etapa do processamento, sendo uma das mais importantes e difíceis a coagulação considerada uma das etapas mais importante pois a interação com vários fatores como temperatura de cozimento do extrato, volume processado, quantidade de sólidos, pH, tipo de coagulante e sua concentração, método de mexedura, tempo e temperatura de coagulação. O coagulante utilizado na produção de tofu interfere diretamente na características físicas, químicas e sensoriais do produto. Entre os coagulantes mais utilizados há três tipos: sulfato de cálcio, Glucona-Delta-Lactona (GLD) e cloreto de magnésio. Palavras-Chaves: Transformações Químicas; Extrato Hidrossolúvel de Soja; Processamento; Coagulação; SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO…………………………………………………………5 2.OBJETIVO…………………………………………………………......8 2.1OBJETIVO GERAL…………………………………………………..8 2.2OBJETIVO ESPECÍFICO…………………………………………...8 3.JUSTIFICATIVA…………………………………………………….....9 4.HISTÓRIA………………………………………..……………………10 5.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA…………………………………….12 5.1TRATAMENTO DE RESÍDUO……………………………………..12 5.2.REAÇÕES QUÍMICAS…………………………………………….13 5.3.PROCESSAMENTO……………………………………………….16 5.3.1 EXTRATO HIDROSSOLÚVEL DE SOJA ……..……...……...16 5.3.2 TOFU………………………………...……………………………17 6.CONCLUSÃO……………………………...………………………....18 7.REFERÊNCIAS……………………………………………………….20 1.INTRODUÇÃO A soja (Glycine max L.), pertence à família Leguminosas (Fabaceae), cujas proteínas destacam-se pela qualidade e quantidade, sendo também uma semente oleaginosa, que de seus grãos é extraído o óleo de soja, muito consumido mundialmente (CARVALHOA, 2014). O valor nutricional da soja é avaliado por meio do seu teor de proteínas, lipídios, vitaminas do complexo B, fibras e minerais. Além disso, os grãos de soja são ricos em fitoquímicos, a exemplo das isoflavonas presentes (GONÇALVES, 2014). A composição média dos grãos de soja em 100 g, umidade de 11,0%, proteínas 38,0%, lipídios 19,0%, fibras 4,0% e minerais 5,0% (MANDARINO, 2016). Atualmente o mercado internacional de soja é composto por quatro principais produtores (exportadores) e importador: Brasil, Estados Unidos, Argentina (como principais exportadores), e a China como principal importador. Sendo Brasil com 33,52% da produção mundial de soja, EUA com 32,63% e Argentina com 15,86%, responsáveis por 82,01% de toda a produção mundial de soja em grão, a China produz apenas 14,5 milhões de toneladas de grãos para safra 2018/19 deverá continuar como maior importador de soja mundial, com cerca de 61,54% de toda soja em grãos importada (CONAB, 2018). A prática de consumo da soja no Oriente, é considerada como uma cultura, para a civilização chinesa. No ocidente a procura por alimentos derivados da soja tem crescido, devido à divulgação dos benefícios à saúde (CARVALHOA, 2014) O Consumo total estimado de soja em grãos para a safra 2017/18, é de 47,40 milhões de toneladas (CONAB, 2018). No Brasil, apesar da elevada produção de soja, ainda existe uma falta de hábito da população em consumir alimentos à base de soja e o desconhecimento de potenciais benefícios relacionados à inclusão na dieta resultam em um mercado ainda muito incipiente (CHIARELLO, 2002) (A SOJA, 2007). A partir do aumento da produção de soja, o consumo aumentou e além do óleo de soja (principal produto comercializado), outros na forma de alimentos tradicionais, tais como nimame (soja integral cozida), edaname (soja verde e fresca), extrato hidrossolúvel de soja, tofu, kori-tofu (tofu desidratado à frio), abura-age (tofu frito), sufu ou tofu-yo (tofu fermentado), molho de soja ou shoyu, misso, natto e tempeh. Nos países orientais, estes produtos têm um importante papel nutricional como fonte de proteínas na dieta da população (MATTOS,2015) (CARVALHOA, 2014). O tofu é conhecido popularmente como "queijo de soja" e apresenta semelhanças químicas com o queijo tradicional, na aparência e composição. Ambos são obtidos por meio da coagulação hidrofóbica das proteínas de um líquido, no caso o tofu é obtido pela precipitação das proteínas da soja (ALVARENGA et al., 2007) através da ação de um coagulante, pode ser sulfato de cálcio, cloreto de cálcio e cloreto de magnésio levando a formação de uma rede proteica, com retenção de água, lipídeos e outros constituintes (CIABOTTI; PINHEIRO; BARCELOS, 2006). O tofu consiste em fonte de minerais (cálcio, fósforo, magnésio e ferro, proteínas e vitaminas do complexo B), sendo assim um produto bastante nutritivo e saudável (MANDARINO, 2016). Apresenta 84% de umidade e 8% de proteínas com um valor calórico aproximado de 76Kcal/100g (ALVARENGA et al., 2007). As etapas básicas para a produção de tofu compreendem a maceração dos grãos, trituração, filtração, adição de coagulantes ao extrato e a desnaturação térmica das proteínas (ALVARENGA et al., 2007). O tofu apresenta sabor suave, quase neutro, que permite utilizá-lo tanto nas preparações salgadas quanto nas doces, para o preparo de mousses, cremes, pastas, maionese, ou cru e acompanhado de shoyu e saladas, sendo a textura mais macia o principal atributo de qualidade e aceitação pelo consumidor (CIABOTTI; PINHEIRO; BARCELOS, 2006). 2.Objetivos 2.1 Objetivo Geral: Associar os conhecimentos adquiridos nos componentes curriculares do segundo ano do curso Técnico em Alimentos integrado ao Ensino Médio no processo de produção de tofu. 2.2 Objetivos específicos: Estudar a origem do tofu; Identificar e compreender as transformações bioquímicas no processo de produção de tofu; Compreender o fluxograma de produção do tofu; Pesquisar os tratamentosdos resíduos gerados no processo de produção de tofu; Identificar possíveis reaproveitamento de resíduos gerados na produção do tofu. 3.JUSTIFICATIVA Neste contexto de dietas padronizadas na alimentação humana, surge o emprego da soja, com seus valores nutricionais e funcionais, alegação de benefícios à saúde, através de um sistema moderno de produção de alimentos, com diversificação de produtos à base de soja de melhor qualidade nos mercados (JASMINE, 2017). Conhecido no Brasil como um queijo vegetal, o tofu é considerado um alimento bastante versátil, uma ótima opção para o público vegano, pois é uma fonte rica em proteínas (JASMINE, 2017). As isoflavonas, são compostos fenólicos encontrados na forma de b-glicosideos, associada com uma molécula de glicose (geneisteina, dadzina e glicitina, agliconas (sem glicose), malonil e acetil (JASMINE, 2017). Genisteína é um composto que exibe maior atividade estrogênica, com semelhança na estrutura molecular do estrógeno (hormônio feminino), trazendo diversos benefícios, como a prevenção do câncer de mama, auxilia a saúde hormonal contendo abundantemente fitoestrógeno. Também controla o colesterol (ajudando a produção do colesterol bom), previne doenças cardiovasculares auxiliando a coagulação sanguínea, pressão alta, o teor de potássio auxilia a redução da pressão arterial e ajuda a eliminar o sódio, diminuição de sintomas da TPM (tensão pré-menstrual), possui ação anti-inflamatória que ajuda diminuindo o desconforto causado pela TPM, sintomas de menopausa semelhante a ação da tpm não sente tantos efeitos negativos, envelhecimento precoce por ser abundante em antioxidantes, combate radicais livres que degeneram as células (CARVALHOA, 2014). Conhecido no Brasil como um queijo vegetal, sendo tofu, que auxilia na perda de peso, controlando o apetite, é um produto bastante versátil, e uma ótima opção para o público vegano, por ser produzido a base de soja contendo uma excelente série de nutrientes para a saúde de pessoas que não consome carnes. Como a grande maioria dos alimentos vegetais conter antinuentres, altos níveis de ácido fítico que produzem assimilação e inibindo a absorção de cálcio, magnésio, ferro, cobre e zinco, ao deixar de molho ou cozinhar, pode inativar ou até mesmo eliminar alguns antinutrientes. Alguns produtos derivados de soja têm isoflavonas, que promove vários benefícios à saúde (MINEIRINHO, 2017). 4. HISTÓRIA Segundo Federizzi (2010) a soja vem sendo utilizada no preparo de alimentos e na fabricação de remédios por milhares de anos, tendo como centro de origem o continente asiático, mais precisamente, a região correspondente à China Antiga. A referência mais antiga sobre a soja está no livro PEN TS’AO KANG MU como parte da obra “MATÉRIA MÉDICA” de autoria do Imperador SHEN NUNG, escrita em 2838 a.C(BONATO, 1987). Por muitos anos a soja permaneceu restrita ao oriente pois havia nenhum contato com a civilização oriental só nos séculos XV e XVI a soja foi levada pelas rotas mercantis e foi introduzida em diferentes países do ocidente como Alemanha, Inglaterra, Áustria, Holanda, Suíça, Polônia, França, Itália e Hungria que desenvolvidos diversos estudos científicos em busca de conhecimentos sobre o desenvolvimento e a produtividade da planta. A grande expansão como cultura produtora de grãos na América ocorreu a partir de 1930 sendo um dos mais impressionantes fenômenos da história da agricultura norte-americana(Black, 2000). A soja já havia sido mencionada anteriormente nos EUA em 1804 como uma planta propicia a forragem para animais. Já na metade do século XX o grão de soja se torna um item de comércio exterior importante assim é fundada a American Soybean Association. A soja no Brasil foi introduzida na Bahia em 1882 sem êxito por não haver condições propícias ao plantio. Já no estado do Rio Grande do Sul o cultivo demonstrou um crescimento duradouro e contínuo assim em 1949 o Brasil teve a sua primeira exportação de soja com 18 mil toneladas (MIYASAKA; MEDINA, 1977). A produção teve um grande expansão nas décadas de 60/70 na atualidade, produz em torno de 30% do volume mundial de grãos de soja. Isto somente foi possível ao elevado valor da soja no mercado internacional e ao trabalho de novas descobertas sobre os mais variados aspectos do cultivo, desenvolvido por pesquisadores nacionais(CÂMARA, 2015). Hoje, a soja é cultivada, aproximadamente, em todo o país , desde as altas regiões gaúchas até as baixas regiões amazônicas apresentando produtividades médias superiores à média obtida pela soja norte americana. Esse nível de produtividade tem sido possível, devido ao uso de cultivares devidamente adaptados à região tropical. 5.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 5.1 TRATAMENTO DE RESÍDUO Okara é um subproduto do processamento da obtenção do extrato protéico de soja, ou mais conhecido como "leite" de soja. A palavra okara vem de origem japonesa com diferentes significados, no contexto do "leite" de soja, significa "vazio", ou seja, um resíduo que já foram extraídos todos os seus constituintes (GRIZOTTO, 2014). Segundo uma pesquisa feita por Grizotto e colaboradores em 2006, no Instituto de Tecnologia de Alimentos, foram analisados dez cultivares de soja, foi possível comparar que os principais constituintes da soja, sendo seu teor de proteínas e lipídeos, permanecem no okara com apenas uma pequena parte no "leite" (GRIZOTTO, 2014) No entanto, a okara está longe de ser um produto "vazio", pois apresenta características nutricionais que ampliam sua aplicação no enriquecimento em diversos tipos de produtos alimentícios. Quando processado em farinha de okara apresenta, em média, 37,5% de proteína, 32,1% de carboidratos, 11,9% de lipídios, 15,5% de fibras e 3,0% de cinzas, resultando em aproximadamente 468 kcal/100g. Ainda, vale destacar, que o okara possui cerca de 12,6 a 14,6 g de fibras solúveis e cerca de 40,2 a 43,6 g de fibras insolúveis (BOMDESPACHO et al., 2011). O okara apresenta um ótimo perfil de aminoácidos essenciais, alta digestibilidade in vitro, alta porcentagem de fibras e cerca de 21% das isoflavonas contidas no grão integral, portanto, pode ser considerado uma fonte de nutrientes de baixo custo para alimentação humana, o que o torna apto como alternativa para a substituição de produtos de custos mais elevados em formulações de alimentos (BOWLES, 2006). Porém um desafio para o aproveitamento do okara na alimentação humana é a estabilização desse resíduo, pois apresenta alto teor de água e proteínas. Sendo possível utilizar o okara na produção de outros produtos após a secagem do okara em secador pneumático tipo flash dryer, sendo também economicamente viável (YOSHIDA; PEREIRA; CASTILHO, 2014). A estabilidade do okara em forma de farinha abre diversas possibilidades de aproveitamento usados como coadjuvante tecnológico na produção de alimentos, por exemplo, aplicaçõesda farinha do okara em formulações de alimentos como bolachas tipo cookies, pão francês, aperitivos comprovam que há várias alternativas para o uso do okara na alimentação humana (YOSHIDA; PEREIRA; CASTILHO, 2014). Possui baixo valor de mercado, geralmente descartado ou utilizado para alimentação animal, por desconhecerem a qualidade e a potencialidade de uso da farinha de okara na alimentação humana, embora apresente um alto teor proteico (BOWLES, 2006). 5.2 REAÇÕES QUÍMICAS O tofu é um produto obtido a partir do extrato da soja, produzido após lavagem, maceração e trituração de grãos da soja, com a soma de sais ou ácidos para precipitação de proteínas, obtendo um gel, resultado da formação da rede protéica, com textura macia, elástica e lisa. Os grãos após a maceração são moídos e aquecidos, após isso passam pelo processo de filtração, que separa o extrato de soja de seu subproduto, um resíduo insolúvel chamado okara. O extrato de soja possui de 8% a 10% de sólidos totais, o que depende da forma da extração e equipamento utilizado. Dos sólidos, 3,6% correspondem às proteínas, 2% de lipídios, 2,9% de carboidratos e 0,5% de cinzas. (BOWLES; DEMIATE, 2006). A formação do gel se obtém por duas etapas: desnaturação das proteínas e a coagulação hidrofóbica. Na primeira etapa, as regiões hidrofóbicas das moléculas de proteínas inicia voltadas para dentro da molécula e por meio da desnaturação pelo calor elas são expostas. Na segunda etapa, os grupos SH estão carregados negativamente, neutralizados pelos prótons do coagulante GDL (glucona delta lactona) ou por cátions do coagulante sulfato de cálcio, sendo assim, predominam as interações hidrofóbicas das moléculas de proteínas, que foram neutralizadas. À medida que se aproxima do ponto isoelétrico, ficará mais densas, este processo ocorre quando é adicionado do coagulante com a queda do pH (KOHYAMA; SANO; DOI, 1995). As etapas de processamento são essenciais para qualidade do produto, incluindo o aquecimento do extrato de soja, tempo e velocidade de agitação, tempo e temperatura de coagulação, peso aplicado e o tempo utilizado na etapa de prensagem. A quantidade de água adicionada para obter o extrato de soja também é importante, quando altera o teor de sólidos, afetando na recuperação das proteínas e sua textura. A textura do tofu pode ser afetada pelo extrato de soja obtido, tipo e concentração do coagulante utilizado, pH, temperatura de gelificação e pressão aplicada no gel. A coagulação do extrato de soja é a etapa que requer mais cuidado e atenção, pois é mais difícil de controlar, uma vez que depende de inter-relações complexas e muitas variáveis. O aumento da temperatura de coagulação, assim como a velocidade de agitação após a adição do coagulante pode aumentar a dureza do produto (REKHA; VIJAYALAKSHMI, 2013). O coagulante utilizado na produção de tofu interfere diretamente a característica do produto. Entre os coagulantes mais utilizados há três tipos: sulfato de cálcio, Glucona-Delta-Lactona (GDL) e cloreto de magnésio. Sulfato de cálcio contém baixa solubilidade, dissolve gradativamente, ocorrendo uma coagulação mais lenta, e o queijo resultante possui característica macia, com uma boa capacidade de retenção de água (CRA). A Glucona-Delta-Lactona (GLD), contém maior solubilidade e decompõem-se gradualmente formando ácido glucônico, induzindo a coagulação, fornecendo maior rendimento e maior capacidade de retenção de água, além de sabor azedo(KEMMERICH, 2018) Cloreto de magnésio foi o primeiro coagulante a ser utilizado no processamento de tofu, sendo o mais adequado para preservação do sabor natural da soja e obtenção de tofu mais firme. Na China, os consumidores preferem o sabor amargo característico do cloreto de magnésio, no entanto, é um coagulante de reação rápida, e, portanto, difícil de controlar, assim faz com que o tofu fique rígido, não uniforme e com baixa retenção de água. O tofu considerado um produto de baixo custo que pode substituir de maneira nutritiva, alimentos como carne e queijo, possui sabor suave e textura porosa, com aproximadamente 50% de proteínas e 27% de lipídios, os outros constituintes são carboidratos e minerais. O tofu é livre de colesterol, fonte de proteínas, minerais e ácidos graxos poli-insaturados, especialmente o ácido linoleico presente nos fosfolipídios (lecitina) da soja, podendo ser uma fonte de proteínas alternativa, sendo superior ao próprio grão de soja. O perfil de isoflavonas no tofu é variável. Com a ação do calor durante a coagulação do tofu, as malonil-β-glicosídeos podem ser degradadas a acetil-β-glicosídeos ou diretamente a β-glicosídeos e agliconas, pela ação da enzima β-glicosidases (BARBOSA; LAJOLO; GENOVESE, 2006). As agliconas contém propriedades antioxidantes, ajudando beneficamente sobre os efeitos da menopausa, osteoporose e alguns tipos de câncer. Essas formas são melhores absorvidas pelo organismo, enquanto as formas glicosídicas requerem uma hidrólise do açúcar pelas enzimas intestinais β-glicosidase para serem absorvidas (BROUNS, 2002; SETCHELL et al.,2002). A perda de isoflavonas pode ser muito significativa durante o processamento e o tipo de coagulante utilizado também pode ter influência na retenção de isoflavonas em tofus. No processamento para obtenção de tofu firme, a extração do soro é realizada por prensagem para se obter uma rede compacta. Além disso, as isoflavonas formam complexos com as proteínas da soja, que podem ser liberadas juntamente com o soro no processo de coagulação (PRABHAKARAN;PERERA; VALIYAVEETTIL, 2005). 5.3 PROCESSAMENTO 5.3.1 EXTRATO HIDROSSOLÚVEL DE SOJA Material:liquidificador, peneira, panelas, béqueres, provetas, grãos de soja, água. Lavagem dos grãos Os grãos devem ser pesados e lavados em água corrente por três vezes. Maceração A maceração consiste em deixar os grão de molho em água filtrada por uma noite, à temperatura ambiente após 8 horas de molho a água deve ser escorrida por sua grande quantidade de oligossacarídeos(rafinose, estaquiose) pois causam flatulências assim diminuindo a quantidade de oligossacarídeos no tofu Desintegração Os grão macerados serão triturados em liquidificador por 3 minutos com 1000mL de água à 100º C(antioxidante) para a inactivar as enzimas lipoxigenase atuam nos ácidos graxos após a trituração resultará em aproximadamente 1300 g de suspensão de soja. Filtração Separar o extrato hidrossolúvel de soja (930ml) das cascas e materiais insolúveis após filtração irá aquecer o ESH até fervura por 10 minutos. 5.3.2 TOFU Material: Extrato hidrossolúvel de soja, panela, béqueres, bastão de vidro, termômetro, coagulante CaCl2 e MgCl2.6H2O Coagulação Aquecer 800 mL de EHS, até fervura, por 10 minutos para desnaturação enzimática tendo a perda das estruturas secundária, terciária e quaternária. Quando a temperatura do EHS atingir 75ºC, adicionar 40 mL de uma suspensão decoagulante (0,02 M).Cloreto de magnésio foi o primeiro coagulante a ser utilizado no processamento de tofu, sendo o mais adequado para preservação do sabor natural da soja e obtenção de tofu mais firme. Após colocar o coagulante deve se mexer a suspensão por três segundos para formar uma rede de gel proteica. Banho Maria Após adicionar o coagulante e mexer por três segundos coloca o coagulo de soja em banho maria por 10 minutos em 70°C Prensagem Transferir o coágulo de soja para uma fôrma de preparo de tofu e sobre esta, colocar uma massa (675 g) para então pressionar o tofu (6,49 g/cm2), durante 2 horas com o objetivo de separar o soro do tofu. Embalagem O tofu é retirado da forma e é colocado em uma bandeja funda de plástico rígido, dentro da qual é colocado água suficiente para cobrir o tofu o prazo de validade do tofu é de 5 dias. 6. CONCLUSÃO Na pesquisa realizada concluímos que, o Tofu é conhecido popularmente como "queijo de soja" e apresenta semelhanças químicas com queijo tradicional na aparência e composição ambos são obtidos por meio de ação hidrofóbica das proteínas de um líquido no caso tofu é obtido pela precipitação das proteínas da soja através da ação de um coagulante, pode ser sulfato de cálcio cloreto de cálcio e cloreto de magnésio levando a formação de uma rede proteica de gel. O Tofu consiste em fonte de minerais (cálcio, fósforo magnésio ferro) proteínas e vitaminas do complexo B sendo assim um produto nutritivo e saudável. O tofu que é originalmente da China, é um produto obtido do extrato da soja, produzido após a lavagem, maceração e trituração de grãos, com as soma de sais para precipitação de proteína, obtemos gel, que resulta na formação de uma rede proteica, com textura macia, elástica e Lisa. Nós elaboramos as etapas do processamento que são indispensáveis para qualidade do produto como, o grão utilizado, tempo de maceração, aquecimento do EHS, temperatura de coagulação, peso aplicado na etapa de prensagem. A coagulação do extrato de soja é a etapa que requer maior cuidado e atenção, pois è mais difícil de controlar, uma vez que depende de inter-relações complexas e muitas variáveis. O desenvolvimento do presente estudo possibilitou conhecimento e a compreensão, pois visto que o tofu é um alimento rico em proteínas, que possuem isoflavonas que contém fitoestrógeno que ajudam na prevenção de doenças cardiovasculares. Esse alimento é intensamente consumido em alguns lugares do mundo, como no Oriente médio por ser uma cultura milenar, América e Europa. O objeto de estudo em questão é versátil e pode ser consumido por pessoas intolerantes a alimentos de origem animal ou que tenham aderido à alimentação vegetariana ou vegana 7.REFERÊNCIAS CIABOTTI, Sueli; BARCELLOS, Maria de Fátima Píccolo; MANDARINO, José Marcos Gontijo. AVALIAÇÕES QUÍMICAS E BIOQUÍMICAS DOS GRÃOS, EXTRATOS E TOFUS DE SOJA COMUM E DE SOJA LIVRE DE LIPOXIGENASE. 2004. 10 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Departamento de Ciência dos Alimentos, Universidade Federal de Lavras/ufla, Londrina-pr, 2006. TEIXEIRA1, Lílian Viana. ANÁLISE SENSORIAL NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS. Cândido Tostes, Curitiba, p.12-20, 21 dez. 2009. CARVALHOA, Helder Viegas Monteiro de. As Evidências dos Benefícios do Consumo das Isoflavonas da Soja na Saúde da Mulher: Revisão de Literatura. 2014. 7 f. TCC (Graduação) - Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Saúde Pública,, Universidade Pernambuco, Pernambuco, 2014. Cap. 4. CIABOTTI, Sueli; PINHEIRO, Ana Carla Marques; BARCELOS, Maria de Fátima Píccolo. Características sensoriais e físicas de extratos e tofus de soja comum processada termicamente e livre de lipoxigenase. 2006. 6 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Departamento de Ciência dos Alimentos, Universidade Federal de Lavras/ufla, Campinas, 2007. A SOJA. História, tendências e virtudes. Revista Funcionais e Nutracêuticos, n. 0, p. 28-40, 2007. Disponível: http://www.insumos.com.br/funcionais_e_nutraceuticos/edicoes_materias.php ?id_edi cao=16em: Acesso em: abr. 2015. CHIARELHO, M. D. Soja e os alimentos funcionais: oportunidades de parcerias em P&D para os setores público e privado. Revista Parcerias Estratégicas, n. 15, p. 45-60, 2002. GONÇALVES, Leidiane C. Avaliação química e tecnológica de grãos de soja para elaboração e caracterização de tofus. 2014. 62f. Dissertação (Mestrado Profissionalizante em Tecnologia de Alimentos) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Londrina, 2014. ESTUDO DA IDENTIDADE HISTOLÓGICA DE SUBPRODUTOS DE SOJA (GLYCINE MAX L.). São Paulo: Rev Inst Adolfo Lutz, 24 jun. 2015. Referência: DARROS, Guilherme. O Pen-Tsao chinês: um livro sobre ervas de 1578. 2017. Disponível em: <https://www.blogultra420.com.br/single-post/2017/12/28/O-Pen-Tsao-chin% C3%AAs-um-livro-sobre-ervas-de-1578>. Acesso em: 22 maio 19. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA (Londrina -paraná). Embrapa. Historia da soja. 2016. Disponível em: <https://www.embrapa.br/soja/cultivos/soja1/historia>. Acesso em: 22 maio 19. ALFREDO DA MOTA MENEZES (Cuiabá - Mato Grosso). Gazeta do Povo (Ed.). Uma curta história da soja. 2010. Disponível em: <http://www.gazetadigital.com.br/editorias/opiniao/uma-curta-historia-da-soja/ 53698>. Acesso em: 22 maio 19. Pauletto e Fogaça (2 YOSHIDA, Bruna Yumi; PEREIRA, Dafine Garcia; CASTILHO, Sabrina Penteado Gonçalves. Produção e caracterização de cookies contendo farinha de okara. 2014. 7 f. Tese (Doutorado) - Curso de Ciência de Alimento, Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Londrina, Londrina, 2014. BOWLES, Simone. Caracterização físico-química de okara e aplicação em pães do tipo francês. 2006. 8 f. Tese (Doutorado) - Curso de Ciência de Alimento, Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, 2006. GRIZOTTO, Regina Kitagawa. Okara na alimentação humana. 2014. 4 f. Tese (Doutorado) - Curso de Ciência dos Alimentos, Apta Regional, São Paulo, 2014. BRASIL – Resolução RDC nº 91, de 18 de outubro de 2000. Disponível em:< http://www.anvisa. gov.br/alimentos/legis/especifica/regutec.htm>. Acesso em: 04 set. 2019. LIU, K. Soybeans: Chemistry, Technology and Utilization. New York: Chapman & Hall, 537p, 1997. MIN, S.; YU, Y.; MARTIN, S. ST. Effect of Soybean Varieties and Growing Locations on the Physical and Chemical Properties of Soymilk and Tofu. Journal of Food Science, v. 70, n. 1, p. C8-C12, 2005. KANETSU-SHIBORI NAMA-SHIBORI https://www.blogultra420.com.br/single-post/2017/12/28/O-Pen-Tsao-chin%C3%AAs-um-livro-sobre-ervas-de-1578 https://www.blogultra420.com.br/single-post/2017/12/28/O-Pen-Tsao-chin%C3%AAs-um-livro-sobre-ervas-de-1578 https://www.embrapa.br/soja/cultivos/soja1/historia http://www.gazetadigital.com.br/editorias/opiniao/uma-curta-historia-da-soja/53698 http://www.gazetadigital.com.br/editorias/opiniao/uma-curta-historia-da-soja/53698 ALVARENGA, André Luis Bonnet et al (Comp.). Tofu. Brasilia, Df: Embrapa, 2007. 39 p. HISTÓRIA da Culinária Japonesa: Tofu – O alimento ideal. Tofu – O alimento ideal. 2004. Disponível em: <http://www.nippo.com.br/historia_culinaria/n271.php>.Acesso em: 24 Não é um mês valido! 2004. KEMMERICH, Ellen. Conheça a origem e os benefícios que o Tofu oferece.2018. Disponível em: <http://restaurantemiyo.com.br/index.php/conheca-a-origem-e-os-beneficios-q ue-o-tofu-oferece/>. Acesso em: 24 maio 2018.
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