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AP2_GABARITO_Educação e Trabalho

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SEGUNDA AVALIAÇÃO PRESENCIAL – 2019.1 
DISCIPLINA: EDUCAÇÃO E TRABALHO 
Prof. Dr. Dalton Alves 
Profª. Drª Fátima Chaves 
Profª. Ms. Roberta Guimarães 
Prof. Dr. Robert Lee Segal 
 
Nome: 
Matrícula: Polo: 
 
QUESTÕES OBJETIVAS: 
 
 
QUESTÃO (01) = [1.5 Ponto – 0,30 cada alternativa] 
 
No Texto 13, de OLIVEIRA e PIRES – “Da precarização do trabalho docente no Brasil e o processo 
de reestruturação produtiva”, os autores fazem uma análise histórica e conceitual da valorização e da 
precarização do trabalho docente a partir do princípio da dignidade humana e profissional dos professores em 
seu local de trabalho com base no princípio do direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado no 
habitat laboral. 
Os autores apresentam a tese de que: 
A precarização do trabalho docente é o maior problema que afeta a dignidade dos 
professores no trabalho [...], porém, não é o único. Isto se relaciona e traz consequências 
imediatas, também, sobre o habitat laboral, que por sua vez afeta diretamente a saúde dos 
professores. O descaso estatal no que diz respeito ao trabalho docente não se limita a 
questão salarial, 
De acordo com esta tese dos autores, Assinale (V) Verdadeiro ou (F) Falso nas alternativas a seguir: 
 
I. [....] A sensação de mal-estar docente, decorrente do habitat laboral, é causa de muitas doenças psíquicas 
decorrentes da função laboral: estresse, depressão, síndrome de burnot etc., que levam os professores a se 
afastarem da sala de aula; 
II. [....] Apesar de todas as prioridades das políticas públicas elaboradas com fincas no princípio da dignidade da pessoa 
humana voltadas para a garantia de um meio ambiente de trabalho digno e equilibrado, muitos professores ainda 
sofrem com problemas de saúde no exercício da profissão docente. 
III. [....] Estudos demonstram que uma das causas que levam muitos professores sofrerem de doenças psíquicas no 
trabalho docente é a “contradição entre uma imagem idealizada e uma situação real do que é ser professor” que 
estes desenvolvem, ao tomar contato com a realidade do trabalho, entram em choque e ficam doentes; 
IV. [....] Há profundas carências de políticas públicas de valorização real do trabalho docente e falta de zelo com a 
efetivação das normas que visam dar garantias à “dignidade da pessoa humana, quando inserida no âmbito do 
trabalho”; 
V. [....] contar com uma infraestrutura de trabalho decente, digna e adequada não é algo periférico na vida profissional 
dos professores. Isto é essencial; 
UNIVERSIDADE 
FEDERAL DO 
ESTADO DO RIO DE 
JANEIRO 
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GABARITO: V, F, F, V, V 
 
QUESTÃO (02) = [1.0 Ponto – 0,20 cada alternativa] 
Com base no Texto 17, O Choque Teórico da Politecnia, de Saviani, marcar as afirmativas (F) 
Falsas e as (V) Verdadeiras, nas alternativas a seguir: 
1- ( ) A noção de Politecnia deriva, basicamente, da problemática da revolução industrial. 
2- ( ) A noção de politecnia se encaminha na direção da superação da dicotomia entre trabalho manual e trabalho 
intelectual, entre instrução profissional e instrução geral 
3- ( )A concepção capitalista burguesa tem como pressuposto a fragmentação do trabalho. Assim, o ensino profissional 
é destinado àqueles que devem executar, ao passo que o ensino científico-intelectual é destinado àqueles que devem 
conceber e controlar o processo de trabalho. 
4- ( ) A noção de politecnia postula que o processo de trabalho desenvolva, separadamente, os aspectos manuais e 
intelectuais porque o trabalho manual é puro e diferente do trabalho intelectual puro. 
5- ( ) Politecnia, literalmente, significaria múltiplas técnicas, multiplicidade de técnicas, e daí o risco de se entender 
esse conceito como a totalidade das diferentes técnicas fragmentadas, autonomamente consideradas. 
GABARITO: F, V, V, F, V 
 
QUESTÃO (03) = [1.5 Ponto – 0,30 cada alternativa] 
 
De acordo com ALVES (Texto 11) = “Intelectuais Coletivos e o Projeto Nacional de Educação para 
a Classe Trabalhadora forjado nas décadas de 1930 e 1940 no Brasil”, ao se criar o “Sistema S” (SENAI, 
SENAC, SESI etc.) como modelo de formação profissionalizante na década de 1940 se forjou uma educação 
profissional que é PARA os trabalhadores e não COM os trabalhadores, ou seja, 
Se diz “para a” classe trabalhadora pois se trata de uma formação pensada para os 
trabalhadores por quem não é trabalhador, mas dele precisa. Por isto, essa educação é 
planejada e oferecida aos trabalhadores, em sua forma e conteúdo, de acordo com as 
necessidades dos seus idealizadores. (p. 15). 
O autor considera isto como parte de um Projeto Nacional de Educação “para” os trabalhadores. 
Assinale a seguir (V) Verdadeiro ou (F) Falso nas alternativas que apresentam as características 
centrais deste Projeto. 
a) [ ] A ideia de abrir cursos profissionalizantes foi uma iniciativa dos industriais, pois preocupavam-se com a 
capacitação e formação da classe trabalhadora; 
b) [ ] A não participação dos trabalhadores no processo de decisão sobre qual o modelo ideial de formação 
profissionalizante se justifica porque esta deveria ser funcional às necessidades dos industriais; 
c) [ ] O dualismo educacional como base é a marca principal deste Projeto; 
d) [ ] Se caracteriza por controlar, disciplinar e “domesticar” os trabalhadores adaptando-os ao projeto burguês de 
sociedade; 
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e) [ ] Nasceu com o objetivo de oferecer um tipo de formação para desenvolver apenas o domínio operacional de 
conhecimentos técnico-profissionais; 
GABARITO = F, V, V, V, V 
QUESTÕES DISSERTATIVAS 
 
Orientações: 
 Procure responder às questões dissertativas usando suas próprias palavras, com criatividade e demonstrando coerência 
expositiva e argumentativa ao redigir, escreva fazendo sempre uma introdução, desenvolvimento e conclusão. 
 Lembre-se, não basta afirmar ou apenas enunciar a ideia correspondente ao que se pede em cada questão, é 
preciso explicá-la adequadamente. 
Bom Trabalho! 
 
QUESTÃO 04 = [2.0 pontos] 
 
KUENZER (Texto 15) = “Exclusão includente e inclusão excludente” – assinala a persistência de 
uma fragmentação, a partir da divisão capitalista do trabalho, entre atividade intelectual e material, o gozo e o 
trabalho, a produção e o consumo, com seus reflexos no campo da educação, apontando os modelos toyotista 
e taylorista/fordista, com suas competências e disciplinamentos definidos sob a ótica liberal, em contraposição 
à perspectiva humanista/socialista de educação. 
Se considerarmos o modelo taylorista/fordista, segundo Kuenzer, veremos várias modalidades de 
fragmentação do trabalho pedagógico, escolar e não-escolar, tais como: a dualidade estrutural, a fragmentação 
curricular, as estratégias taylorizadas de formação dos professores, o plano de cargos e salários. 
 Com base no mesmo texto de Kuenzer, explique como se processa cada uma dessas modalidades de 
fragmentação do trabalho pedagógico, acima mencionadas (valendo 0,5 ponto para cada explicação 
correta, totalizando um peso de 2,0 pontos nesta questão). 
 
 
REFERÊNCIA DE RESPOSTA: 
KUENZER (Texto 15, p. 84-85): 
Do paradigma taylorista/fordista decorrem várias modalidades de fragmentação do trabalho pedagógico, escolar ou não, cabendo 
destacar: 
a) a dualidade estrutural: a partir da qual se definem tipos distintos de escolas, segundo as classes sociais e o papel delas na 
divisão do trabalho e social. 
b) a fragmentação curricular: mediante a divisão das disciplinas em áreas isoladas, como se fossem autônomas entre si, inclusive, 
com cargas horárias, séries e turmas distintas. 
c) as estratégias taylorizadasde formação de professores: por intermédio de capacitação parcelarizada por temas e disciplinas, 
agrupando os profissionais por especialidade, de modo que o trabalho pedagógico nunca seja discutido em sua totalidade dentro 
da escola. 
d) o plano de cargos e salários: previsto na contratação de profissionais da educação por execução de tarefas, jornadas de 
trabalho, aulas ministradas, divididos em espaços diferentes na escola, sem sentimento de pertença; quando identificados, isso 
ocorre por área e não num senso de totalidade, como profissionais na totalidade da escola. 
 
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QUESTÃO 05 = [2.0 Pontos] 
Segundo OLIVEIRA e PIRES – Da precarização do trabalho docente no Brasil e o processo de 
reestruturação produtiva (Texto 13), ao nível das políticas de Estado a situação dos trabalhadores sofre 
profundas mudanças no sentido da precarização do trabalho, sobretudo, a partir da década de 1970 e, 
principalmente, durante e após a década de 1990, quando são adotados os princípios do “Estado-mínimo”, 
neoliberais, como política oficial de Estado no Brasil. 
 Esta precarização do trabalho resulta do fato de a adoção das políticas neoliberais do estado-mínimo 
estarem em franca contradição com o princípio basilar do Estado Democrático de Direito. Explique 
porque. 
(Mínimo de 15 linhas) 
REFERÊNCIA DE RESPOSTA: 
Ao se assumir como política pública de Estado os princípios neoliberais do estado-mínimo, opera-se a “demissão” do Estado em 
relação às suas obrigações de garantir e promover a eficácia das normas de valorização do trabalho humano, as quais ficam 
seriamente comprometidas. Essas leis e normas tendem a se tornarem “letra morta”, inócuas, pois, o princípio basilar do Estado 
Democrático de Direitos, ao qual o Brasil se diz signatário, implica num alto grau de comprometimento do Poder Público para a 
efetivação das normas existentes, visto que foram elaboradas com fincas no princípio da dignidade da pessoa humana. No estado-
mínimo não se pode mais contar com este comprometimento do Poder Público para a efetivação dessas normas. É neste aspecto 
que a adoção dos princípios do estado-mínimo, neoliberal, entra em contradição com os princípios de um Estado Democrático de 
Direito. Dado que o segundo se caracteriza pela “criação e a garantia de direitos” e o primeiro pela “eliminação de direitos”. A política 
do estado-mínimo prega a “não intervenção do Estado” na gerência da economia, devendo reduzir ao máximo a criação de leis que 
limitem e controlem a livre iniciativa do capital, flexibilizando a aplicação das leis existentes e a serem criadas. Em síntese, pode-se 
concluir, a partir disto, que sob a lógica do princípio do estado-mínimo é impossível sustentar uma sociedade “democrática” e de 
“direitos”. Isto porque a adoção de um destes torna impossível a sustentação do outro. São mutuamente excludentes. 
 
QUESTÃO 06 = [2.0 pontos] 
Também os filhos do proletariado devem ter diante de si todas as 
possibilidades, todos os terrenos livres para poder realizar sua própria 
individualidade do melhor modo possível e, por isso, do modo mais produtivo 
para eles mesmos e para a coletividade. 
(GRAMSCI. “Homens ou Máquinas? ”, p. 66 – Texto 19) 
 
 De acordo com o texto sublinhado de Gramsci, supracitado, explique porque, no entanto, isto não 
acontece assim com os filhos dos trabalhadores. 
 
 
REFERÊNCIA DE RESPOSTA: 
Gramsci parte da ideia de que a educação escolar na educação básica, no ensino fundamental e médio, “precisa ser uma escola 
desinteressada”, ou seja, não imediatamente interessada, não voltada tão cedo para a formação profissional das crianças, filhos do 
proletariado. Em seus termos, deve ser “uma escola na qual seja dada à criança a possibilidade de ter uma formação, de tronar-se 
homem, de adquirir aqueles critérios gerais que servem para o desenvolvimento do caráter. Em suma, uma escola humanista [...] 
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que não hipoteque o futuro da criança e não constrinja sua vontade, sua inteligência, sua consciência em formação a mover-
se por um caminho cuja meta seja prefixada” (p.66). Em se tratando estritamente da escola profissional, a criança só deveria ser 
conduzida a esta após passada a fase inicial de formação integral e geral de formação humana e social. Diz Gramsci: “A escola 
profissional não deve se tornar uma incubadora de pequenos monstros aridamente instruídos para um ofício, sem ideias 
gerais, sem cultura geral, sem alma, mas só com o olho certeiro e mão firme” (p.66-7). Mas, como pede no enunciado da 
questão, “por que isto não acontece”? Segundo nosso autor, no próprio texto, supracitado, isto se deve, dentre a outros fatores, à 
situação do proletário, “ainda que inteligente, ainda que com todas as condições necessárias para tornar-se homem de cultura, é 
obrigado ou da desperdiçar suas qualidades em outra atividade (trabalhar, por exemplo), ou a tornar-se obstinadamente, 
autodidata, ou seja, com as devidas exceções, meio homem, um homem que não pode dar tudo o que poderia dar caso tivesse se 
completado e fortalecido na disciplina da escola” (p. 65). Isto ocorre, porque “a cultura é um privilégio. A escola é um privilégio. E 
não queremos que sejam assim. Todos os jovens deferiam se iguais diante da cultura” (Idem). As escolas humanistas de 
qualidade acabam sendo frequentadas somente por aqueles que não precisam trabalhar desde cedo para sustentar a si e a sua 
família, ajudar em casa para o provento das necessidades básicas da família, ou seja, “só podem ser frequentadas pelos jovens filhos 
da burguesia, que desfrutam da independência econômica necessária para a tranquilidade dos estudos” (Idem). E para finalizar, 
podemos lembrar o que diz Gramsci no início do seu texto e que apresenta em linhas gerais mais uma razão do porque as coisas 
não são como deveriam ser, conforme comenta na citação colocada no enunciado desta questão, qual seja, “a corrente humanista e 
a profissional ainda se chocam no campo o ensino popular: é preciso fundi-las, mas não se deve esquecer que, antes de ser 
operário, o homem é um homem, ao qual não deve ser retirada, sob o pretexto de sujeita-lo imediatamente à máquina, a 
possibilidade de que se expanda nos mais amplos horizontes do espírito” (p. 64)

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