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Diabetes Mellitus Fisiopatologia e Dietoterapia Profa Gabriella Belfort IBMR – Curso de Nutrição Patologia associada a deficiência de insulina total ou parcial. Apresenta alta morbi-mortalidade, com perda importante na qualidade de vida. É uma das principais causas de mortalidade, insuficiência renal, amputação de membros inferiores, cegueira e doença cardiovascular. Diabetes Mellitus (DM) Definição É um distúrbio metabólico caracterizado por: hiperglicemia associada a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos. Pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação da insulina envolvendo processos patogênicos específicos como: destruição das células beta do pâncreas (produtoras de insulina), resistência à ação da insulina, distúrbios da secreção da insulina, entre outros. Entendendo DM IDF, 2013. Insulina Hr peptídeo produzido pelas céls (ilhotas de Langerhans): Ilhotas representam 1-2% do total das células pancreáticas Principal Hr de fase absortiva (pós-prandial): Efeito anabólico, favorecendo a síntese de: - Glicogênio - Triglicerídeos - Proteínas Controle da Glicemia Descontrole da Glicemia Incretinas Polipeptídeo inibitório gástrico (GIP - glucagon-like peptide-1) Secretado pelo TGI: Células K (duodeno e jejuno) Peptídeo de 42 aminoácidos; Estímulos para sua secreção: Refeições ricas em CHO, Lipídeos Secreção preservada no DM tipo 2 Efeitos fisiológicos: Acelera o esvaziamento Gástrico Peptídeo 1 tipo glucagon (GLP-1 -glucose-dependent insulinotropic polypeptide ) Secretado pelo TGI: Células L (íleo e cólon) Peptídeo de 30 a 31 aminoácidos; Metabolizado pela enzima dipeptidil peptidase-IV (DPP-IV) Secreção DETERIORADA no DM tipo 2 Efeitos fisiológicos: Retarda o esvaziamento Gástrico secreção de insulina secreção de Glucagon apetite (consumo de alimentos) glicemia Epidemiologia Segundo a SBD (2017), existem cerca de 415 milhões de pessoas com diabetes no mundo. A OMS prevê que em 2030 metade da população mundial possuirá diabetes. O Diabetes está entre as doenças que mais matam no mundo, e no Brasil não é muito diferente. IDF, 2013 IDF, 2013. Epidemiologia do DM Taxas variam com etnia Prevalência aumenta com a idade. DM2 – Forte relação com fatores ambientais e hereditariedade. Cerca de 80% dos indivíduos com pais diabéticos podem desenvolver a doença. Epidemiologia Classificação Etiológica do DM I. Diabetes Tipo I (DM 1) (5 a 10% dos casos): a) Autoimune: 85-90% dos DM1, comum em crianças e adolescentes, Anticorpos positivos. b) Idiopático: comum em crianças e adolescentes, Anticorpos negativos. c) LADA (Latent autoimune diabetes in adults): forma lenta comum em adultos, anticorpos positivos. II. Diabetes Tipo II (DM 2) (90 a 95% dos casos) III. Diabetes Mellitus Gestacional IV. Alterações glicêmicas ou pré-diabetes Diretriz SBD, 2017. Classificação Etiológica do DM V. Outros tipos Específicos a) Defeitos genéticos da função da célula (MODY, DNA mitocondrial – MIDD) b) Defeitos genéticos da ação da insulina (DM lipoatrófico, outros) c) Doenças do pâncreas exócrino (pancreatite, trauma, fibrose cística,...) d) Endocrinopatias (acromegalia, Cushing, Feocromocitoma,...) e) Indução por drogas ou produtos químicos (corticóides, Hrs Tireoidianos, agonistas adrenérgicos, tiazídicos, interferon-) f) Infecções (rubéola congênita, citomegalovírus, outros) g) Formas imunológicas incomuns (Síndrome de Down, Turner, Prader Willi,...) Diretriz SBD, 2015. Estágio Pré -Diabetes Glicemia de jejum alterada ou alteração em relação ao Teste de Tolerância oral a glicose. Glicemia de jejum : ≥ 100 mg/dl < 126 mg/dl. (Valor normal adultos < 100 mg/dl) TOTG : ≥ 140 e < 200. (Valor normal adultos < 140 mg/dl). • *TOTG –glicemia medida após 2 horas da ingestão de 75g de glicose oral. O início do DM pode ser adiado por meio da DIETA e Exercícios! Este estágio se relaciona com o maior risco de desenvolver DM. Diabetes Mellitus Tipo I Há destruição da célula beta que leva ao estágio de deficiência absoluta de insulina. CAUSA: processo auto-imune, detectado por auto-anticorpos circulantes: anti-descarboxilase do ácido glutâmico (anti-GAD), anti-ilhotas anti-insulina) podendo estar associado a outras doenças auto-imunes como: tireoidite de Hashimoto, doença de Addison e miastenia gravis. Em menor proporção, a causa da destruição das células beta é desconhecida (tipo 1 idiopático). Diabetes Mellitus Tipo I Requer administração de insulina, sendo necessária para prevenir cetoacidose, coma e morte. Pode ocorrer de: Forma rápida e progressiva, principalmente, em crianças e adolescentes (pico de incidência entre 10 e 14 anos) Forma lentamente progressiva em adultos, (LADA, latent autoimmune diabetes in adults; doença auto-imune latente em adultos). Esse tipo de diabetes, muitas vezes é erroneamente classificado como tipo 2 pelo seu aparecimento tardio. Estima-se que 5-10% dos pacientes inicialmente considerados como tendo diabetes tipo 2 podem, de fato, ter LADA. Fisiopatologia do Diabetes Tipo I DIABETES TIPO I Deficiência absoluta de INSULINA Sintomas Cetoacidose Doenças Macrovasculares Dç arterial coronariana Dç vasc. Periférica Dç cerobrovascular Doenças Microvasculares Retinopatia Nefropatia Neuropatia Idiopático Autoanticorpos Infecção viral, agentes químicos e tóxicos Principais consequências metabólicas na ausência da ação insulínica Deficiência Insulínica Metabolismo Lipídico Lipólise Aumento de AGL e Corpos Cetônicos Metabolismo Protéico Proteólise Aminoacidemia Metabolismo Glicídico Hiperglicemia Diurese Osmótica ↓ utilização periférica de Glicose Acidose Metabólica Deficiência ABSOLUTA de insulina Secreção de Gh e Glucagon hrs. Contra- reguladores Produção hepática de glicose HIPERGLICEMIA Mobilização das reservas de lipídio AGL ↑utilização do lipídeo como fonte de energia celular ↑ conversão de AGL em Corpos Cetônicos (CC) CC CETOACIDOSE diabética Defeitos Metabólicos no DM Tipo I DM Tipo I Fase de Lua-de-Mel. Fenômeno que ocorre frequentemente após o diagnóstico e correção de hiperglicemia no DM1, onde as quantidades necessárias de insulina exógena para controle glicêmico se reduzem drasticamente por até 1 ano. Caracterizada por: deficiência relativa de insulina e resistência a insulina. CAUSA: A maioria dos casos apresenta excesso de peso ou deposição central de gordura. Evidências sugerem que a resistência à ação da insulina e o defeito na secreção de insulina manifestam-se pela incapacidade de compensar essa resistência. A administração de insulina nesses casos, quando efetuada, não visa evitar cetoacidose, mas sim a, alcançar controle do quadro hiperglicêmico. A cetoacidose é rara e, quando presente, é acompanhada de infecção ou estresse muito grave. Diabetes Mellitus Tipo II Fisiopatologia do Diabetes Tipo II DIABETES TIPO II Deficiência parcial e Resistência à INSULINA Sintomas variáveis Secreção e ação de insulina anormal Redução da captação celular de glicose pós-prandial Aumento da gliconeogênese Fatores Genéticos Fatores ambientais Consumo alimentar excessivo Resistência Insulínica Há deficiência PARCIAL e RESISTENCIA da AÇÃO DA INSULINA Hiperglicemia em jejum Produção hepáticade glicose AGL mesmo na presença de insulina, indica resistência à sua ação NÃO CONSEGUE INIBIR A LIPÓLISE A insulina ainda secretada evita conversão de AGL em corpos cetônicos (CC) no fígado NÃO ocorre cetoacidose diabética Exceto se já tiver evoluído para dependência total de insulina (Tipo 2 passar para Tipo 1) Defeitos Metabólicos no DM Tipo II Rastreamento do Diabetes Tipo II Fatores de risco Idade >45 anos, Sobrepeso (IMC >25), Sedentarismo. Antecedente familiar (mãe ou pai) Comorbidades associadas (HAS, DCV, Dislipidemia e Obesidade): Obesidade visceral HDL < 35 mg/dL e/ou triglicerídeos e > 150 mg/dL) História prévia de diabetes gestacional, Glicemia jejum alterada Uso de drogas diabetogênicas: corticoides, anticoncepcionais Diagnóstico prévio de síndrome de ovários policísticos. Síndrome do Ovário Policístico Acantose nigricans Espessamento aveludado da pele e hiperpigmentação simétrica de flexuras cutâneas, como regiões cervical, axilar e inguinal. Diagnóstico Critérios diagnóstico para Diabetes Normal Glicemia de jejum < 100mg/dL (jejum mínimo de 8h) Glicemia plasmática 2h pós teste de tolerância oral à glicose < 140mg/dL Diabetes Glicemia de jejum ≥ 126mg/dL (2 vezes em momentos diferentes) (jejum mínimo de 8h) Glicemia plasmática casual ≥ 200mg/dL (jejum mínimo de 8h) associada a sintomas clássicos de diabetes. Glicemia plasmática 2h pós teste de tolerância oral à glicose ≥ 200mg/dL Hemoglobina glicada (AIC): ≥ 6,5 Diagnóstico para Pré-diabetes Glicemia de jejum prejudicada Glicemia de jejum ≥ 100mg/dL e ≤ 125 mg/dL Intolerância à glicose Glicemia plasmática 2h pós Teste de Tolerância Oral à Glicose (TTOG) (75g de dextrose): 140 – 199 mg/dL Hemoglobina glicada (AIC): 5,7 a 6,5%; normoglicemia < 5,7% Diagnóstico Diretriz, SBD, 2017. Principais sintomas do Diabetes • Os sintomas clássicos de diabetes são, (os “4 Polis”): – Poliúria – Polidipsia – Polifagia – Perda involuntária de peso • Outros sintomas que levantam a suspeita clínica são: – fadiga, fraqueza, letargia. • Algumas vezes o diagnóstico é feito a partir de complicações crônicas como: – neuropatia, retinopatia ou doença cardiovascular aterosclerótica. • Entretanto, o diabetes é assintomático na maioria dos casos, a suspeita clínica ocorre a partir de fatores de risco para o diabetes. Distúrbios Metabólicos A longo prazo ocorre acúmulo de gordura de 25% a mais do que o normal em indivíduos com DM. Glicogênio muscular – reduzido Adipócitos: Liberação ativa de ácidos graxos Efeito do glucagon, catecolaminas e deficiência a insulina. Tecidos não insulinodependentes: Acúmulo de glicose Lesão tecidual; glicosilação de proteínas e lipídeos. Incluem: glomérulos, os vasos da retina, os nervos e células sanguíneas circulantes. Complicações Metabólicas Agudas • Descompensação metabólica • Hiperglicemia grave • Com ou sem cetoacidose Hiperglicemia (em geral, glicemia ≥ 180 mg/dl) •CAUSAS: insulinoterapia intensificada; abstinência alimentar associada a insulinoterapia correta; •SINTOMAS: sudorese, tremor, palpitações, neuroglicopenia (fraqueza ou fadiga); Hipoglicemia (glicemia ≤ 70 mg/dl) Complicações Metabólicas Agudas Hipoglicemia (glicemia ≤ 70 mg/dl) OUTRAS CAUSAS COMUNS Horário inadequado da injeção de insulina em relação a ingestão de alimentos. Pular refeições e lanches. Atrasar o horário de refeições ou lanches. Aumento na atividade física não planejada. Aumento na duração e intensidade do exercício. Ingestão de álcool sem alimentos! Correção: Ingerir 15 gramas de carboidratos, medir glicemia após 15 minutos. 01 colher de sopa de mel ou açúcar/ Meia xícara de suco de laranja ou refrigerante normal. Complicações Metabólicas Agudas •CONSEQUÊNCIAS: Hiperglicemia > 300 mg/dL; Acidose: pH < 7,35; Diurese osmótica e Desidratação; Cetose: odor doce e repulsivo da respiração; Coma e morte •Somente em Diabetes Tipo I Cetoacidose Diabética •Hiperosmolaridade sangüínea: > 320 mOsm/L; •Hiperglicemia (600 a 2000mg/dL) ; Desidratação; SEM CETONAS (sem Cetoacidose), hipotensão, capacidade mental diminuída, convulsões, coma. •Somente em Diabetes Tipo II Síndrome Hiperosmolar Hiperglicêmic a não cetótica Hipoglicemia X Hiperglicemia Matinal Hiperglicemia Matinal Efeito Somogyi Fenômeno do Amanhecer (Dawn) Efeito Somogyi Dose EXCESSIVA de insulina de ação intermediária antes do jantar Hipoglicemia durante a madrugada ↑ Hormônios hiperglicemiantes contra-reguladores HIPERGLICEMIA MATINAL Fenômeno do Amanhecer (Dawn) Dose INSUFICIENTE de insulina antes de dormir Não consegue suprir o período do amanhecer (4 às 8h da manhã) ↑ Hrs hiperglicemiantes (Gh pelo Ciclo Circadiano e contra-reguladores) HIPERGLICEMIA MATINAL Complicações Orgânicas Crônicas (Tardias) Doenças Macrovasculares Doença arterial coronariana: Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS); Doença Aterosclerótica (Dislipidemia) Doença vascular periférica: Insuficiência venosa Doenças cerebrovasculares: Acidente Vascular Cerebral (AVC) Doenças Microvasculares Retinopatia diabética: Descompensação diabética; Microlesões vasculares e Cegueira Nefropatia diabética: Disfunção renal lenta e progressiva pode evoluir para IRC (hemodiálise) Neuropatia diabética: Isquemia, dormência e formigamento das extremidades; Ulceração do pé (Pé diabético) Alterações do TGI: Hipermotilidade (diarréia) ou Hipomotilidade ( crescimento bacteriano); Gastroparesia distensão e saciedade precoce; Disfunção vesical: função da micção, esvaziamento incompleto da bexiga; Tratamento do Diabetes Mellitus • Doença crônica = requer conjunto de medidas Monitoração da Glicemia Terapia Nutricional Terapia Medicamentosa Exercício Físico Terapia medicamentosa no Diabetes Tipo I “Insulinoterapia” – “Insulinização” Tipo de Insulina Início da Ação Pico da ação (h) Duração de ação (h) Ação ULTRARRÁPIDA (curta) Insulina Lispro (Humalog®) Insulina Asparte (Novolog®) Insulina Glulisina (Apidra®) 15 a 35min 1 – 3 1 – 3 Ação RÁPIDA - Regular 0,5 – 1h 2 – 4 5 – 8h Ação INTERMEDIÁRIA - NPH 2 – 4h 4 – 12 12 – 24h Ação PROLONGADA Insulina Glargina (Lantus®) 2 – 4h nenhum 24 Insulina Detemir (Levemir®) 2 – 4h 6 – 12 20 – 24 Adaptado da Diretriz SBD, 2015. Tempo de Ação da Insulina Exemplo de Prescrição Médica de Insulina Insulina de ação LENTA Insulina de ação RÁPIDA Bolo de Correção (SBD, 2015) Glicemia (mg/dL) Dose extra de Insulina rápida > 130 + 1 unidade >160 + 2 unidades >190 + 3 unidades >220 + 4 unidades A cada 30mg/dL acima, acrescentar 1 unidade de insulina E assim por diante... Terapia Medicamentosa no Diabetes Tipo II “Hipoglicemiantes Orais” Metas do Controle Glicêmico Adultos/idosos Entidades A1c (%) Glicemia Jejum Glicemia Pré- prandial Glicemia Pós-prandial ADA/EASD < 7% > 70 a < 100mg <130mg (80 a 130mg) < 180mg (ADA) SBD Até 160mg (SBD) ADA = American Diabetes Association; EASD = European Association for the Study od Diabetes; SBD = Sociedade Brasileira de Diabetes Diretriz, SBD, 2017. Pacientes HOSPITALIZADOS Manter a glicemia entre 100 mg/dL e 180mg/dL SBD 2017. Estratégias da Terapia Nutricional DM Tipo I Manter o controle glicêmico ideal, integrando a terapia insulínica com exercícios; Ajustar dose de insulina à quantidade de alimentos (Junto ao Endocrinologista) Ensinar o paciente administrar insulina para lanches que não façam parte do seu plano habitual Controlar o peso corporal pelo risco de ganho de peso com a insulinização DM Tipo II Manter o controle glicêmico, lipídeos séricos e pressão arterial ideais Aumentar fracionamento da dieta Restringir o consumo de gorduras Estimulo para mudança de hábitos Perda de peso (5 a 10%) por melhorar a sensibilidade insulínica: Restrição calórica entre 250 a 500kcal Aumentar o consumo de fibras dietéticas e Restringir sal Recomendações Nutricionais segundo Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes (2017): Recomendações Energéticas no DM Estimar as necessidades energéticas diárias segundo as fórmulas disponíveis (FAO, 2004; DRI, 2005): Excesso de peso = 20 a 25 kcal/kg/dia Eutrófico = 25 a 30kcal/kg/dia Doenças catabólicas = 25 a 30 kcal/kg/dia Recomendações de Proteínas no DM Sem nefropatia: Recomendação diária: 10 a 20% do VET Com nefropatia: Controlar o consumo de proteína Efeito positivo da taxa de filtração glomerular Microalbuminúria e TFG > 70ml/min = 0,8g a 1,0/kg/dia TFG entre 70 a 30ml/min = 0,6g/kg/dia Doenças catabólicas (Hospitalização): 1 a 1,5g/kg/dia Lipídeos X Inflamação X Diabetes Acidos Graxos Saturados (AGS) ADIPOGÊNESE Adiponectina Inflamação ↑ NFB AGS contribuem para a inflamação crônica e resistência insulínica Omega 3 x Diabetes Ação anti-inflamatória inflamação Inibe ativação do sistema imune inato. Melhora ligação hormônio- receptor sensibilidade à Insulina Recomendação de Sódio no DM • Sódio = 2000mg/dia • Sal de cozinha (NaCl) = 5g/dia • A adoção dos princípios da dieta DASH tem sido efetivamente correlacionada com a redução da pressão arterial (Diretriz da SBD, 2015). Recomendações de Álcool no DM • Para diabéticos adultos a ingestão diária de álcool deve ser limitada a: – MULHERES: 1 dose ou menos para mulheres – HOMENS: 2 doses ou menos • Entende-se por 1 dose: – 150 mL de vinho (1 taca) – 360 mL de cerveja (1 lata pequena) – 45 mL de destilados (1 dose com dosador padrão), – Medida equivalente em media a 15 g de etanol. • Nesses casos deve ser ingerido com carboidrato antes e/ou durante o uso da bebida. Recomendações de Fibras Dietéticas • 25 a 30g/dia (Chemin et al, 2007; Cuppari et al, 2005) • Mínimo de 14g/1000Kcal/dia (SBD, 2017). • DM2: 30-50g/dia (SBD, 2017). Amido Resistente X Taxa de controle glicêmico PEREIRA, K. D. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 27(supl.): 88-92, ago. 2007. Amido resistente (Biomassa da Banana verde): fonte de “amido resistente” Índice Glicêmico (IG) • A resposta glicêmica dependem de: – Quantidade de CHO – Estrutura do açúcar – Natureza do amido – Métodos de cocção – Processamento – Teor de fibras – Demais macronutrientes nos alimentos PÃO alimento referência GLICOSE alimento referência Alimentos IG Alimentos IG Alto IG > 95 Alto IG > 70 Moderado IG 76 a 94 Moderado IG 56 a 69 Baixo IG < 75 Baixo IG < 55 Carga Glicêmica (CG) • É um produto do índice glicêmico (IG) e da quantidade de carboidrato presente na porção de alimento consumido, comparado com o alimento padrão. • Este marcador mede o impacto glicêmico da dieta , sendo calculado através da multiplicação do IG do alimento pela quantidade de carboidrato, contida na porção consumida do alimento. Equação: CG = IG x teor CHO disponível na porção 100 • Classificação dos alimentos segundo CG: – < 10: baixa; – Entre 10 e 20: moderada; – > 20: alta. Nutrientes X Carga de carboidrato: GLICEMIA Contagem de Carboidratos Contagem de Carboidratos: • Estratégia para individualizar e flexibilizar a ingestão alimentar para obter o controle glicêmico. • Prioriza o total de CHO por refeição, considerando que sua quantidade determina a resposta glicêmica pós- prandial. Relação de Insulina X g de CHO: • ADULTOS: 1 unidade de insulina cobre 15g de CHO. Contagem de Carboidratos: 1. Definir as necessidades nutricionais (valor energético total [VET]), 2. Calcula-se a quantidade de carboidratos em gramas ou por número de substituições por refeição. Contagem de Carboidratos: Exemplo 1 • calcula-se o VET de 1.800kcal; • consideram-se 50% de CHO – isto se traduz em 225g de CHO a serem distribuídos no dia todo; • de acordo com a anamnese, define-se a quantidade de carboidrato/refeição Exemplo 2 • calcula-se o VET de 2.500kcal; • consideram-se 50% de CHO – isto se traduz em 312,5g de CHO a serem distribuídos no dia todo; • de acordo com a anamnese, define-se a quantidade de carboidratos/refeição Contagem método 15g/porção • Alimentos agrupados em porções que contabilizam 15 gramas de carboidratos. • Lista de equivalentes. • Trocas entre os mesmos grupos. • É possível trocar amido por frutas. Contagem grama a grama • Deve-se pesar os alimentos. • Verificar quantidade de carboidratos no rótulo Contagem de Carboidratos: O que Conta Carboidratos? CONTA! • Pães • Cereais/vegetais C • Leguminosas • Leite/iogurte • Frutas • Açúcar NÃO CONTA • Carnes • Ovos • Café • Gorduras (azeite, maionese, creme de leite) • Queijos • Vegetais A • Vegetais B • Água/café/adoçantes Não contam: aqueles que possuem menos de 5g de carboidrato e menos que 20kcal por porção. Contagem de Carboidratos por 15g Exemplo de Contagem de Carboidratos grama a grama. • Utilizando a razão de 1:15, a dose para 45g de carboidrato nesta refeição, precisará de 3UI de insulina, rápida ou ultra-rápida. Vitaminas e Minerais no DM A deficiência de vitaminas e minerais é frequente em indivíduos diabéticos. Quanto > a Glicemia, MAIOR é o estresse oxidativo. As principais causas são: Perdas na urina, Diminuição na capacidade intestinal de absorção, Baixa ingestão dietética. Para atingir as necessidades diárias de vitaminas e minerais, indivíduos diabéticos devem ter um plano alimentar variado com o consumo mínimo: 2 a 4 porções de frutas, sendo pelo menos uma rica em vitamina C (frutas cítricas) 3 a 5 porções de hortaliças cruas e cozidas, variando os tipos e as cores desses vegetais, Micronutrientes no DM Objetivos da Suplementação de Vitaminas e Minerais: Melhorar a ação insulínica Melhorar o suporte antioxidante e destoxificante Modular sistema imunológico Melhorar função digestiva, tratar e reparar mucosa intestinal. Magnésio X Diabetes Melhora a ação do receptor da insulina: Cofator de todas as enzimas “quinases”, responsáveis pela fosforilação (sinalização da insulina). as concentrações de Magnésio: Dietas ricas em: Gordura saturada, Frutose, Cafeína e Fósforo Ingestão de álcool e diuréticos Fontes alimentares: Tofu Vegetais folhosos Crucíferas Cereais integrais Oleaginosas Cromo X Diabetes Age como um sinalizador intracelular. Mineral-chave no processo de sinalização da insulina. Rev Bras Med Esporte _ Vol. 11, Nº 5 – Set/Out, 2005 Cromo X Diabetes Causas da deficiência: Consumo de CHO refinados Reduzido consumo de alimentos fontes Alimentos Fontes: Levedo de cerveja: 1 col. sopa = 60mcg Cereais integrais, Aveia Cogumelo Oleaginosas Germen de trigo Brócolis, espinafre Carne Vermelha, ovo, frango, ostra Maçã Pimenta-preta Formas de Suplementação: Cromo quelado Picolinato de Cromo Dose: 200 a 1000mcg/dia AI adultos: 25 a 35mcg/dia UL Anvisa: 1000mcg/dia Zinco X Diabetes Ativa sinalização insulínica Por estimula atividade tirosina-quinase do receptor da insulina Estimula o fator de transcrição para o receptor de insulina (zinc-fingers) Solubiliza e armazena insulina nos grânulos das céls. Beta Sua deficiência causa: secreção de insulina e suas atividades nos tecidos periféricos Alimentos Fontes: Cogumelos, Salsa Vinho, Vegetais Cereais integrais Peixes, crustáceos nozes DRI´s: H: 11mg M: 8mg Anvisa: 30mg UL: 40mg Deficiências vitamínicas RELEVANTES no DM • Deficiência de B12: – uma das prováveis causas da neuropatia diabética. – O uso prolongado de metformina pode causar essa deficiência dessa vitamina, sendo necessária a suplementação com doses terapêuticas. • Deficiência de vitamina D: – Também é evidente em diabéticos – Está relacionada com o mau controle glicêmico. Recomendações de Vitamina B12 e D Vitamina B12 • Formas: – Cianocobalamina (grupo cianeto) – Metilcobalamina • DRI: 2,4 mcg • UL: não tem • ANVISA: 1000mcg Vitamina D • DRI: – 15mcg – 600UI • UL: – 100mcg – 4000UI • ANVISA: – 20mcg – 800UI Alimentos Funcionais no DM Alguns estudos mostram benefícios com a utilização de alimentos funcionais com potenciais EFEITOS ANTIOXIDANTES, tais como: Café, Chá, Cacau, Canela. Uma alimentação rica em frutas e hortaliças pode proporcionar melhor combinação de antioxidantes. A suplementação rotineira de antioxidantes não e aconselhável devido a falta de evidencias de eficácia e preocupação relacionada com a segurança a longo prazo. Diretriz SBD, 2017. Canela (Cinnamomum zeylanicum) Mecanismos de Ação propostos: – atividade do receptor de insulina – desfosforilação (amplificando a sinalização) – Fonte de “polímero metil-hidroxil-calcano” (MHCP): Melhora / sensibilidade à insulina Adoçantes Adoçantes aprovados e doses estabalecidas pela ANVISA Caso Clínico • J.A.B, sexo masculino 40 anos, veio ao nutricionista encaminhado por médico, devido a seu exame de glicose ter apresentado alteração. • História de Doença Pregressa: Nenhuma • História de doença atual: até o momento nenhuma. • História de Doença familiar: Pai teve infarto agudo do miocárdio. • Medicamentos: nenhum • Dados antropométricos da consulta: Peso 95 Kg; Estatura 1,75 m; CC: 103 • Pressão arterial na última consulta médica: 120X80 mmHg. Parâmetros Resultados Colesterol total: 240 mg/dl Triglicerídeos: 160 mg/dl HDL: 32 mg/dl Glicemia de jejum: 112 mg/dl Hemoglobina glicada: 6% Exames bioquímicos apresentados Diante do exposto qual seria o seu diagnóstico nutricional e sua interpretação em relação ao exame apresentado acima? Classificação da Dislipidemia 1. Hipercolesterolemia isolada: elevação isolada do LDL-C (≥ 160 mg/dl); 2. Hipertrigliceridemia isolada: elevação isolada dos TGs (≥ 150 mg/dl) reflete o aumento do número e/ou do volume de partículas ricas em TG, como VLDL, IDL e quilomícrons. 3. Hiperlipidemia mista: valores aumentados de LDL-C (≥ 160 mg/dl) e TG (≥ 150 mg/dl). Nos casos em que TGs ≥ 400 mg/dl, o cálculo do LDL-C pela fórmula de Friedewald é inadequado, devendo-se, então, considerar a hiperlipidemia mista quando CT ≥ 200 mg/dl; 4. HDL-C baixo: redução do HDL-C: homens < 40 mg/ dl e mulheres < 50 mg/dl) isolada ou em associação a aumento de LDL-C ou de TG. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(4Supl.1): 1-22 Valores referenciais do PERFIL LIPÍDICO para adultos maiores de 20 anos Arq Bras Cardiol. 2013; 101(4Supl.1): 1-22
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