Buscar

Anticonvulsivantes: história e tipos de crises

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

.​.​ANTICONVULSIVANTES​.. 
 
HISTÓRICO 
➔ 2000 a.C. - Registro de ataques convulsivos 
➔ Aproximadamente 400 a.C. - Hipócrates escreveu uma monografia sobre epilepsia 
➔ "A doença sagrada" - a causa sobrenatural da epilepsia e sua cura foram desmistificadas 
por Hipócrates 
◆ O corpo era habitado por um espírito maligno, demônio, etc. 
➔ Epilepsia vem do termo ​epilambaneim​ = convulsionar 
◆ Epilepsia é marcada por processos convulsivos 
 
DEFINIÇÕES 
➔ EPILEPSIA​: refere-se a grupos de desordens neurológicas caracterizadas por descargas 
cerebrais recorrentes, espontâneas e paroxísticas (= de início súbito) chamadas 
convulsões. 
➔ CONVULSÕES: ​episódios finitos de disfunção cerebral resultante de descargas neuronais 
cerebrais. 
➔ OBS: ​Um indivíduo que tem convulsão não necessariamente tem epilepsia, mas toda 
epilepsia tem convulsão. 
 
TIPOS DE CRISES CONVULSIVAS  
➔ Convulsões não provocadas: quando surgem sem um estímulo evidente. 
➔ Convulsões provocadas: eletrochoque, convulsivante químico (substâncias capazes de 
provocar convulsões). 
 
ORIGEM DAS CONVULSÕES 
➔ As convulsões acontecem nas células piramidais das camadas 3 e 5 do córtex cerebral. 
➔ Consequência das descargas depende da área atingida. 
◆ O indivíduo irá apresentar manifestações somáticas dependendo da área do 
cérebro atingida. 
◆ LOBO PARIETAL: provoca dor e formigamento em apenas um dos lados do corpo. 
◆ LOBO FRONTAL: convulsões psicomotoras com tremores intensos, abalos 
musculares, perda urinária e de consciência. 
◆ LOBO TEMPORAL: ocorre um súbito sentimento de medo ou felicidade. 
◆ LOBO OCCIPITAL: distúrbios visuais. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS CONVULSÕES 
➔ A forma de apresentação depende em larga medida da área do córtex cerebral afetada. 
➔ CRISE PARCIAL: inicia-se num foco do córtex; área cerebral atingida é mais restrita. 
➔ CRISE GENERALIZADA: envolvem ambos hemisférios; se dissipam pelos hemisférios 
cerebrais; área maior atingida vai gerar maiores manifestações somáticas. 
➔ OBS:​ Eletroencefalograma: 
◆ Mostra qual área cerebral está sendo acometida pelo processo convulsivo. 
◆ Eletrodos mapeiam a área cerebral. 
 
◆ O traçado encefalográfico vai estar alterado onde esteja ocorrendo o foco da 
convulsão 
CRISES FOCAIS​ (60% de todas as epilepsias) 
➔ Simples: sem perda da consciência. 
➔ Complexa: perda de consciência; convulsões psicomotoras 
◆ Começa como parcial simples progredindo para parcial complexa 
◆ Com prejuízo da consciência no início 
➔ Outras: convulsões parciais complexas evoluindo para convulsões tônico-clônicas 
generalizadas. 
CRISES GENERALIZADAS ​(40% de todas as epilepsias - usualmente genéticas) 
➔ Crise de ausência​: perda de consciências por um curto período de tempo (máx. 1 min); 
muito comum e criança; difícil percepção pois não há grande acometimento motor. 
➔ Atônica​: perde o tônus muscular; acompanhada de uma breve alteração de consciência. 
➔ Tônica​: total contratura muscular; postura "opistótono" - comum no tétano (convulsões 
tetânicas) 
➔ Clônica​: paciente com espasticidade muscular; fica rígido por um tempo e depois relaxa; 
contração generalizada. 
➔ Tônico-clônica​: é a crise mais grave pela extensão cerebral que ela acomete; conduta: 
proteção do paciente - colocá-lo deitado de lado e proteger a cabeça 
➔ Mioclônica 
➔ Convulsões epilépticas não classificadas: inclui algumas convulsões neonatais. 
 
EPILEPTOGÊNESE 
➔ Epilepsia PRIMÁRIA ou IDIOPÁTICA: presumivelmente genética ou nenhuma etiologia de 
base documentada ou suspeita (não se sabe a causa) 
➔ Epilepsia SECUNDÁRIA ou SINTOMÁTICA: erros inatos do metabolismo; fatores 
genéticos associados a patologias adquiridas como traumas da cabeça; pode envolver 
evidência de um dano cerebral ou doença de base conhecida. 
➔ Detectada a localização cromossomal para alguns tipos de epilepsias humanas 
➔ Gene e proteína correspondente ainda não identificadas 
➔ Outras causas identificadas da epilepsia: 
◆ anormalidades cromossômicas 
◆ doenças monogênicas 
◆ doenças metabólicas hereditárias 
◆ derrame 
◆ trauma de cabeça 
◆ uso de álcool 
◆ doenças neurodegenerativas 
◆ demência de Alzheimer 
◆ desordens neurocutâneas 
◆ tumores cerebrais 
 
CAUSAS ASSOCIADAS 
➔ Injúria traumática e lesões focais podem ser epileptogênicas 
◆ Epilepsia comumente é consequência tardia de traumas da cabeça 
◆ Sangue ou ferro liberado das hemácias - ação epileptogênica 
 
◆ Intervalo: trauma ou injúria → início da epilepsia 
➔ Outras formas de injúria focal 
◆ tumores benignos ou malignos 
◆ abcessos 
◆ parasitoses (malária, cisticercose) 
➔ Desordens metabólicas podem iniciar a convulsão 
◆ hipoglicemia 
◆ hipóxia cerebral (ex: afogamento) 
◆ outras desordens metabólicas 
◆ dependência da piridoxina (GAD/ vitamina B​6​) 
◆ fenilcetonúria (fenilalanina - 4 - hidrolase) 
➔ Convulsões febris 
◆ Convulsões febris devem-se a uma susceptibilidade aumentada a crises epilépticas, 
são dependentes da idade (6 meses a 5 anos) e geneticamente determinadas 
◆ As crises são precipitadas por febre sem evidência de infecção do sistema nervoso 
central ou outra causa. 
◆ Há uma leve predominância do sexo masculino 
◆ Prevalência é de 5% das crianças 
◆ Cerca de 5% das crianças que tiveram crises febris desenvolvem algum tipo de 
epilepsia na idade adulta. Em geral, o prognóstico é bom, com desenvolvimento 
cognitivo e comportamental adequado. 
 
ANTICONVULSIVANTES  
➔ CLÁSSICOS 
◆ Barbitúricos 
◆ Hidantoínas OBEDECEM O PADRÃO 
◆ Oxazolidinodionas ESTRUTURA-ATIVIDADE 
◆ Succinimidas 
◆ Acetilureias 
➔ NÃO CLÁSSICOS 
◆ Benzodiazepínicos 
◆ Dibenzazepinas NÃO OBEDECEM O PADRÃO 
◆ Ácido valpróico e derivados ESTRUTURA-ATIVIDADE 
◆ Derivados do GABA 
◆ Triazínicos 
 
MECANISMO DE AÇÃO 
➔ Neurotransmissores (NT): substâncias químicas que geram uma resposta neuronal 
mediada pela troca de íons. 
◆ São lançados na fenda sináptica carregando uma "mensagem" que será traduzida 
pela célula para que uma determinada ação ocorra. 
◆ As interações dos neurônios que se comunicam pelos neurotransmissores 
desencadeiam um processo 
◆ Neurotransmissores jogados na fenda sináptica se ligam a receptores específicos 
(cada neurotransmissor tem seu receptor) 
◆ Após se ligar ao receptor, o neurotransmissor pode tomar 2 caminhos: 
 
● É recaptado para o neurônio (maioria); 
● Ou é degradado na fenda sináptica (ex: acetilcolina) 
◆ NT comunicam uma resposta neuronal que está fundamentada no movimento de 
íons através da membrana celular. 
● meio interno da célula: + K​+ 
● meio externo da célula: + Na​+ 
ESTADOS DA CÉLULA NERVOSA 
➔ Estado de REPOUSO CELULAR: corrente de potássio que deixa a célula (a favor do 
gradiente de concentração), sai da célula deixando o interior mais negativo 
◆ O K​+​ não sai todo porque existem proteínas de carga negativa que seguram o K​+ 
◆ Entrada de corrente de Na​+​ na célula para tentar reequilibrar o gradiente elétrico 
(corrente mínima) 
➔ Outros fenômenos celulares podem determinar diferentes estágios de gradientes elétrico 
na célula 
◆ Acontece quando a mensagem enviada pelos NT for determinante dessas 
alterações de gradiente elétrico 
➔ HIPERPOLARIZAÇÃO: grande saída de K​+​ da célula, determinando o interior bem mais 
negativo em relação ao estado de repouso. 
◆ Quem sinaliza? → NEUROTRANSMISSOR INIBITÓRIO (NTI) 
◆ .​NTI: ​podem agir de duas formas para gerar a hiperpolarização 
● saída de K​+ 
● entrada de Cl​- 
● ao se ligar a receptores específicos, NTI comunica para o neurônio que a 
célula deve atingir um gradiente elétrico interior negativo 
➔ DESPOLARIZAÇÃO: entrada de Na​+​ na célula, determinando o interior bem mais positivoque em relação ao estado de repouso 
◆ Quem sinaliza? → NEUROTRANSMISSOR ESTIMULATÓRIO (NTE) 
◆ .​NTE:​ provoca a concentração de cargas positivas 
● entrada de Na​+​ na célula 
➔ Íons (Na​+​, K​+​, Cl​-​): possuem canais específicos para sua entrada/saída da célula; esses 
canais são os receptores. 
➔ A comunicação entre os neurônios comunicantes que disparam neurotransmissores vão 
sinalizar um desses estágios celulares 
➔ O somatório dos NT determina se vai haver despolarização ou hiperpolarização 
➔ A célula volta ao estado basal pela Na​+​/K​+​ATPase, jogando 2 K​+​ para dentro de 3 Na​+​ para 
fora (enzima de membrana). 
CONDUÇÃO DO IMPULSO NERVOSO 
➔ NT lançados determinam se a célula vai despolarizar ou hiperpolarizar 
◆ Depende dos NT lançados 
◆ OBS: nervos excitatórios majoritariamente liberam NTE e nervos inibitórios liberam 
majoritariamente NTI 
➔ NTI lançados: comunicam-se no corpo neuronal aumentando a negatividade da célula; 
liberação de mais NTI pelo neurônio 
➔ NTE lançados: variam as respostas 
 
◆ despolarização fraca: o corpo celular deve mudar o gradiente elétrico para positivo, 
mas não entram cargar positivas suficiente na célula para mudar as cargas elétricas 
no resto do axônio. 
◆ despolarização forte: mudança das cargas internas sendo propagadas por todo o 
axônio 
● no axônio: a mudança de cargas acontece por canais iônicos próprios do 
axônio, chamados CANAIS IÔNICOS SENSÍVEIS A VOLTAGEM. 
● liberação de mais NTE 
◆ OBS: Bainha de mielina → reveste o axônio e aumenta a velocidade da condução 
do impulso elétrico 
EXEMPLOS DE NEUROTRANSMISSORES  
➔ Aminoácidos 
◆ GABA 
◆ Glutamato 
◆ Glicina 
◆ Aspartato 
➔ Aminas 
◆ Acetilcolina 
◆ Adrenalina 
◆ Noradrenalina 
◆ Dopamina 
◆ Serotonina 
◆ Histamina 
➔ Purinas 
◆ Adenosina 
◆ Trifosfato de adenosina (ATP) 
CONDUÇÃO NERVOSA E EPILEPSIA 
➔ Epilepsia: distúrbios na estabilidade neuronal 
◆ A célula sofre despolarizações mais intensas e frequentes que o normal 
◆ motivo: NTI não conseguem impedir essas descargas recorrentes 
◆ o favorecimento de ações excitatórias acontece porque os NTI não estão 
conseguindo fazer oposição aos NTE 
➔ As convulsões podem resultar do aumento ou desajuste das funções excitatórias ou do 
decréscimo ou desajuste das funções inibitórias 
➔ Principais íons envolvidos nos fenômenos epilépticos são o Na​+​ e o Ca​2+​ (majoritariamente 
extracelular), K​+​ (majoritariamente intracelular), Cl​-​ (igualmente distribuído) e Mg (atuando 
primariamente no canal em nível enzimático) 
➔ Os neurônios sofrem despolarização e apresentam potenciais de ação com maior 
frequência. 
➔ Controle da convulsão: 
 
 
 
 
 
 
CONVULSÃO 
● Potencial excitatório pós sináptico 
→ influxo de Na​+ 
→ abre canais de Ca​2+​ com o aumento da 
positividade da célula 
→ despolarizações paroxísmicas (de forma 
súbita) 
CONTROLE 
● Potencial inibitório pós sináptico 
→ abertura de canais de Cl​- 
→ fecham-se canais de Na​+ 
→ controle dos canais de Ca​2+ 
→ impedir/reduzir liberação de NTE e 
favorecer liberação de NTI 
 
➔ Neurotransmissores que medeiam grande parte da atividade sináptica no cérebro são o 
GLUTAMATO (NTE)​ e o ​GABA (NTI) 
➔ Mecanismo de ação dos anticonvulsivantes: 
◆ aumento da transmissão gabaérgica (inibitória) através de ações sobre os 
receptores GABA​A​, modulação do metabolismo do GABA e inibição da recaptação 
de GABA para dentro do canal sináptico. 
◆ Diminuição da transmissão excitatória, usualmente glutamatérgica, mediada por 
receptores ionotrópicos do glutamato. (ex: AMPA) 
◆ Modulação de canais de cátions (Na​+​, K​+​, Ca​2+​): Isso pode incluir o prolongamento 
do estado de inativação dos canais de Na​+​ operados por voltagem; modulação 
positiva de canais de K​+​ e inibição de canais de Ca​2+​. 
◆ Modulação da liberação sináptica através de ações na proteína da vesícula 
sináptica SV2A ou canais de Ca​2+​ contendo a subunidade α2δ. 
◆ GLUTAMATO: ao ser liberado na fenda sináptica, se liga aos seus receptores, 
sendo esses receptores os canais iônicos, célula fica despolarizada (para sódio e 
para sódio e cálcio - modulação desses canais) 
◆ GABA: vai abrir os seus receptores (canais de cloreto) 
 
VIA GLUTAMATÉRGICA 
➔ Alvos moleculares pré sinápticos (iram trabalhar a dinâmica do gradiente elétrico da célula) 
◆ Canais de sódio operados por voltagem - só abrem quando a célula está muito 
despolarizada (fenitoína; carbamazepina, lamotrigina, lacosamida) 
◆ Canais de cálcio operados por voltagem (etosuximida, lamotrigina, gabapentina, e 
pregabalina) 
◆ Canais de K+ (retigabina) 
◆ Proteínas da vesícula sináptica, SV2 (levetiracetam) 
◆ CRMP-2, proteína mediadora da resposta a colapsina 
➔ Alvos moleculares pós sinápticos 
◆ Receptores AMPA (bloqueados por fenobarbital, topiramato, lamotrigina, e 
perampanel) 
◆ Receptores NMDA (n-metil-d-aspartato) (bloqueados pelo felbamato). 
◆ Transportadores de aminoácido excitatório (TAAE); 
◆ Fatores neurotróficos ; 
◆ Proteínas vesiculares sinápticas (SV2A). 
➔ Receptores pós sinápticos do glutamato: 
◆ NMDA (N-metil D-aspartato) 
◆ AMPA (α-amino-3-hidroxi-5-metilisoxazol-4-propionato) 
◆ Quisqualato (entrada apenas de sódio) 
◆ Cainato (ácido caínico) (entrada apenas de sódio) 
➔ Quando glutamato de se liga ao QUISQUALATO/CAINATO/AMPA: entrada apenas de 
sódio na células 
➔ Quando a despolarização é muito intensa e o glutamato se liga ao canal NMDA: entrada de 
sódio e cálcio (arranca o modulador de magnésio do canal, abrindo o canal para outros 
íons) 
◆ Fármacos voltados para atuar no canal NMDA, pois com ele controlam-se dois íons: 
o sódio e o cálcio 
➔ Canais controlados por voltagem: se abrem para entrada de sódio; despolarização muito 
intensa; localização - pré sináptica (fenitoína, carbamazepina, ácido valproico, lamotrigina, 
felbamato, topiramato, zonisamida) 
CANAIS DE SÓDIO 
➔ Canais de sódio: dois estágios conformacionais - aberto ou fechado/inativo 
◆ Quando a despolarização acontece, o canal abre, permitindo a entrada de sódio 
◆ A célula possui um mecanismo de controle para a entrada de sódio: mesmo com 
uma corrente de despolarização significativa, existe um controle, para evitar que 
mais sódio entre na célula. 
◆ Durante um tempo, o canal fica fechado, para que a célula tenha condição de voltar 
ao estado de repouso 
◆ Esse tempo que o canal está fechado se chama PERÍODO REFRATÁRIO DO 
CANAL DE SÓDIO 
◆ Enquanto ele está fechado a célula não sofre nova despolarização 
◆ Lamotrigina, valproato, carbamazepina, fenilhidantoina, zonisamida, topiramato: 
● Fármacos que aumentam o período refratário do canal de sódio célula 
segurando o portão de inativação → impedem que novas correntes de sódio 
entrem na célula → evitam novas despolarizações 
 
◆ Canal de sódio é uma proteína - 
é um pentâmero, tem 5 unidades 
monoméricas → a estrutura da 
proteína forma um poro, pelo 
qual entram as correntes de 
sódio 
● Despolarização - portão 
do canal se abre 
● Quando há uma 
despolarização muito 
grande, o portão fica 
sobrecarregado, então, o 
fármaco virá para dar um 
reforço ao portão para 
que permaneça fechado. 
➔ Mutações genéticas em canais iônicos e 
suas implicações para a gênese da 
epilepsia 
◆ Alterações na estrutura ou função de um canal iônico causadas por mutação em um 
gene que codifica uma das subunidades do canal parecem estar associadas com o 
desenvolvimento de epilepsia idiopática generalizada. 
◆ Alterações menores na estrutura ou expressão de um gene pode predispor um 
dado indivíduo à convulsões parciais 
◆ A propensão genética é a influência genética para que uma mutação aconteça e 
altere esses canais 
◆ Mutações no canal de sódio e potássio são mais comuns, pois dão origem a 
hiperexcitabilidadee ao disparo neuronal. 
◆ As mutações acontecem em subunidades dos canais iônicos, sendo alterações 
pequenas, que determinam vários tipos de epilepsia. 
CANAIS DE CÁLCIO 
➔ São proteínas com unidades monoméricas, em que sua estrutura forma um poro por onde 
passam os íons 
➔ Fármacos que atuam nesse canal: valproato e etosuximida (canais alterados por voltagem) 
◆ Etosuximida: é um anticonvulsivante antigo que atua em crises de ausência; 
controlam as correntes talâmicas de cálcio 
➔ Correntes de cálcio talâmicas (canal de cálcio tipo T) : acontecem predominantemente no 
TÁLAMO 
◆ As crises de ausência tem a ver com as correntes de cálcio talâmicas 
➔ Também podem haver mutações nesses canais 
 
VIA GABAÉRGICA 
➔ Receptor do GABA: GABA​A​ - canal de cloreto 
◆ Receptor GABA​B​ - metabotrópico, controlado por proteína G 
➔ Canal de cloreto (proteína pentamérica com poro que permite passagem de íons) 
➔ Alvos moleculares da via gabaérgica. 
◆ Transportadores do GABA (especialmente GAT-1, tiagabina) 
 
◆ GABA-transaminase (GABA-T, vigabatrina) 
◆ Receptores GABA​A​ (benzodiazepinas) 
◆ Receptores GABA​B​ (potencialmente) 
◆ Proteínas vesiculares sinápticas vesicular (SV2A) 
◆ Alvos “não-específicos” tais como canais iônicos operados por voltagem e proteínas 
sinápticas. 
➔ Fármacos que atuam nesse canal: benzodiazepínicos e barbitúricos 
◆ Cada um tem um lugar para se ligar 
ao canal 
➔ Tanto benzodiazepínico como barbitúrico vão 
favorecer a entrada de cloreto 
◆ Benzodiazepínicos: aumentam a 
frequência de abertura do canal: faz 
com que o canal se abra mais vezes 
◆ Barbitúricos aumentam o tempo que o 
canal fica aberto 
◆ São facilitadores da ação do GABA 
➔ Benzodiazepínicos - usados nas crises 
tônico-clônicas (sedativo e hipnótico) 
➔ Vigabatrina: atua na GABA transaminase - 
enzima que favorece a síntese do GABA 
◆ Vigabatrina estimula a síntese 
◆ GABA é produzido no interior da célula a partir de aminoácidos 
➔ Tiagabina: atua sobre o transportador do GABA isoforma 1 
◆ Segura o transportador e deixa o GABA mais tempo na fenda sináptica; impede a 
recaptação do GABA, aumentando a interação do NT com o receptor 
➔ Mutações genéticas nos receptores do GABA 
 
CONSEQUÊNCIA DAS DESPOLARIZAÇÕES PARA O NEURÔNIO 
➔ O glutamato é liberado, atuando em seus receptores (se for no NMDA permite entrada de 
sódio que cálcio) 
➔ Cálcio + sódio = provocam uma sequência de 
potenciais excitatórios pós sinápticos 
➔ GABA (atuando em canais de cloreto) = tenta se 
opor aos potenciais excitatórios pós sinápticos 
➔ Em um indivíduo sem epilepsia: quando ocorre uma 
despolarização ocasional de maior intensidade e 
provoca um potencial excitatório pós sináptico; 
após, o GABA entra em ação e determina o estado 
inibitório. 
➔ Indivíduo com epilepsia: apresenta um sequência 
de potenciais excitatórios pós sinápticos, indicado 
no eletroencefalograma como vários picos 
➔ Foco de alteração elétrica é captado pelos eletrodos. 
 
 
 
FÁRMACOS ANTICONVULSIVANTES 
 
CLÁSSICOS 
1. Barbitúricos 
➔ São empregados no controle da maioria das formas de 
epilepsia, principalmente nas crises tônico-clônicas 
generalizadas e nas crises focais. 
➔ Apresentam a propriedade de induzir enzimas microssômicas 
hepáticas e consequentemente aceleram biotransformação de 
vários fármacos. 
➔ Estrutura dos barbitúricos: única de 6 membros 
➔ Grupamento amida: caracteriza a classe dos barbitúricos 
➔ OBS:​ Grupos alquil pequeno e fenil são determinantes de sua ação terapêutica, na 
posição 5 do anel. 
◆ Grupo alquil pequeno ​(-CH3 e – C2H5)​: esses grupos alquil 
indicam fármacos para tratar crises de ausência 
◆ Grupo fenil: fármacos indicados para crises tônico-clônicas 
➔ Fármacos da classe: 
◆ Fenobarbital 
◆ Metilfenobarbital 
◆ Metarbital 
◆ Primidona 
FENOBARBITAL 
➔ Ácido 5-etil-5-fenilbarbitúrico 
➔ Usado na forma livre e na forma de sal sódico. 
➔ Antiepilético, sedativo-hipnótico e anti-hiperbilirrubinemia 
(ação decorrente do efeito indutor enzimático) 
➔ Fármaco de 1ª escolha na maioria dos tipos de epilepsia, 
especialmente nos ataques tônico-clônicos generalizados e acessos 
focais. 
➔ Indutor enzimático 
➔ Grupo fenil e grupo alquil pequeno: versátil na sua indicação 
 
➔ MECANISMO DE AÇÃO 
◆ Liga-se ao receptor de GABA-benzodiazepínicos, e intensifica a corrente mediada 
pelos receptores de GABA ao ​prolongar a abertura dos canais de Cl​- 
◆ Bloqueia as respostas excitatórias induzidas pelo glutamato, principalmente aquelas 
mediadas pela ativação do receptor AMPA e cainato (canais de sódio) 
◆ Fármaco versátil: favorece processos inibitórios e se opõem as reações do 
glutamato (quando glutamato se liga a AMPA e cainato) 
◆ Liga-se a um sítio regulatório alostérico no receptor GABA​A​, aumenta a corrente 
mediada pelo receptor GABA prolongando a abertura dos canais de cloreto. 
◆ Decresce respostas excitatórias: um efeito sobre a liberação do glutamato é 
provavelmente mais significante do que o bloqueio de respostas do AMPA. 
 
 
 
 
MEFOBARBITAL 
➔ ác. 1-metil-5-etil-fenilbarbitúrico 
➔ Metabolismo: perda do grupo N-metilfenobarbital 
 
 
 
 
 
METARBITAL 
➔ ác. 1-metil -5-5 dietilbarbitúrico 
➔ Menos efetivo e com ação mais sedativa. 
➔ Metabolismo: desmetilação barbital 
➔ OBS: Mefobarbital e Metarbital não são mais usados pois 
dão muita sonolência ao paciente 
PRIMIDONA 
➔ Congênere do fenobarbital: foi obtida por uma rota sintética 
parecida com a do fenobarbital 
➔ É metabolizada em fenobarbital e feniletilmalonamida (PEMA) 
➔ PEMA potencia a ação anticonvulsivante do fenobarbital 
➔ Indicação: Tratamento de crises focais e generalizadas em 
pacientes refratários ou intolerantes aos fármacos de primeira 
linha 
➔ Disponível no SUS. 
 
 
 
2. Hidantoínas 
➔ Anéis de 5 membros 
FENITOÍNA 
➔ 5,5-difenil-2-4-imidazolidinediona 
➔ Versátil: anticonvulsivante, antiarrítmico, antineurálgico, 
miorrelaxante esquelético e inibidor da secreção/síntese da 
colagenase. 
➔ Usado nas crises tônico-clônicas generalizadas, parciais 
complexas e parciais simples. 
➔ Pode ser administrado em associação com ácido valpróico, 
carbamazepina, fenobarbital ou primidona. 
➔ Indutor enzimático 
➔ Efeito colateral grave: hiperplasia gengival 
◆ Ação inibidora da síntese/secreção da colagenase 
◆ Formação de colágeno no organismo → deve ser renovado pela colagenase 
◆ Impede que haja o ​turn-over​ do colágeno da gengiva 
 
 
➔ MECANISMO DE AÇÃO: 
◆ Atua em canais de sódio:​ Altera a condutância dos íons Na​+​, K​+​, e Ca​2+​; potenciais 
de membrana, e as concentrações de aminoácidos e dos neurotransmissores 
norepinefrina, acetilcolina, e do ácido γ-aminobutírico (GABA) 
◆ Decresce a liberação sináptica de glutamato e aumenta a liberação de GABA 
◆ Bloqueia o disparo repetitivo de alta frequência de potenciais de ação (canal de 
sódio alterado por voltagem) 
◆ Bloqueia a corrente de Na+ persistente e prolonga o estado inativado dos canais de 
sódio. 
 
 
 
MEFENITOÍNA 
➔ 3-metil-5-etil-5-fenil hidantoína 
➔ Rapidamente metabolizada por 
➔ N-desmetilação a 5-etil-5-fenilhidantoína (nirvanol) 
➔ Efeitos adversos: produz hepatite, pancitopenia, dermatite 
exfoliativa e anemia aplástica. 
 
 
ETOTOÍNA 
➔ 3-etil-5-fenilhidantoína 
➔ Menos tóxica, mas produz maior sedação. 
➔ Eficácia mínima e precisa ser utilizada 4x/dia. 
 
 
FOSFENITOÍNA 
➔ Fosfofenitoína sódica é um pró-fármaco da fenitoína. 
➔ Foi desenvolvido para resolver problemas de pH e solubilidade com as formulações 
parenterais da fenitoína sódica. 
➔ Amplamente solúvel em soluções aquosas e rapidamente absorvida por via IM. 
➔ Atua lentificando os impulsos cerebrais quecausam convulsão. 
➔ Seu principal mecanismo é bloquear canais de sódio dependente de voltagem e portanto 
limitar os disparos repetitivos dos potenciais de ação 
 
3. Oxazolidinodionas 
TRIMETADIONA 
➔ Usada nas ​crises de ausência. 
➔ Indicação para pacientes que não respondem ou não podem 
tolerar a succinimida ou o ác. valpróico. 
➔ MECANISMO DE AÇÃO: 
◆ O metabólito ativo,​ dimetadiona​ tem o mesmo efeito da 
etossuximida sobre as correntes talâmicas de Ca​+ 
 
 
 
 
PARAMETADIONA 
➔ Efeitos tóxicos: nefrose, anemia aplástica, depressão da MO, 
fotofobia, hemeralopia (cegueira à luz) e tonturas. 
➔ Recomendada para pacientes que não respondem ou não podem 
tolerar a succinimida ou o ác. valpróico. 
 
 
 
4. Succinimidas 
ETOSSUXIMIDA 
➔ 2-etil-2-metilsuccinimida 
➔ Mais efetivo e menos tóxicos para crises de ausência (1ª 
escolha) 
➔ Indicações: 
◆ Tratamento de crises de ausência em pacientes com ou 
mais de 3 anos de idade 
◆ A etossuximida é útil no tratamento em monoterapia das 
crises de ausência típicas e como adjuvante nas 
mioclonias negativas, crises atônicas e mioclonias 
➔ Disponível no SUS 
➔ MECANISMO DE AÇÃO 
◆ Exerce importantes efeitos sobre as ​correntes de Ca​2+​ ​reduzindo a corrente de 
baixo limiar (tipo T) 
 
 
 
METOSUCCINIMIDA 
➔ (​N, 2-di-metil-2-fenilsuccinimida) 
➔ Usadas no controle de ausências e crises parciais 
 
 
 
FENSUXIMIDA 
➔ (N-metil-2-fenilsuccinimida) 
➔ Usadas no controle de ausências e crises parciais 
 
 
 
5. Acetilureias 
➔ Compostos derivados dos barbituratos por clivagem do anel. 
FENACEMIDA 
➔ Membro mais ativo da série, porém muito tóxica deve ser o 
último recurso para as crises parciais refratárias 
 
➔ Surgiu antes dos anos 90, enquadrada na primeira geração 
➔ Não é mais utilizada 
NÃO CLÁSSICOS 
1. Benzodiazepínicos 
➔ São usados principalmente como sedativos-hipnóticos e ansiolíticos 
➔ Tem relação estrutura atividade entre eles 
➔ Nem todo benzodiazepínico serve para convulsão 
➔ São terapia adjuvante; não tratam problemas epilepticos 
sozinhos 
◆ Diminui ansiedade que é alavancadora da crise 
convulsiva 
◆ Auxiliam no relaxamento muscular (crise com contratura) 
DIAZEPAM 
➔ Tratamento do ​status epilepticus 
◆ Estado de convulsão seguida, durante 30 min 
◆ Diazepam ajuda no relaxamento muscular 
 
 
 
CLONAZEPAM 
➔ Tem ação essencialmente antiepiléptica 
➔ Apresenta também efeito miorrelaxante 
➔ Usado nas crises de ausência e crises mioclônicas e 
epilepsia fotossensível 
 
 
 
CLOBAZAM 
➔ Clobazam como agente anticonvulsivante adjuvante pode 
reduzir a frequência de crises nas epilepsias focais 
➔ Não há definição de qual tipo de paciente poderá se 
beneficiar mais com o fármaco, nem o período de tempo em 
que o benefício se manterá 
➔ Indicações: 
◆ Terapia adjuvante para crises parciais e 
generalizadas refratárias 
➔ Disponível no SUS 
 
 
 
 
 
 
 
 
LORAZEPAM MIDAZOLAM CLORAZEPATO  
  DIPOTÁSSICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Dibenzazepinas 
CARBAMAZEPINA 
➔ Anticonvulsivante, antipsicótico, antineurálgico, 
antimaníaco e antidiurético. 
➔ Isolado ou em associação com outros 
anticonvulsivantes. 
➔ Crises parciais, especialmente as complexas, 
tônico-clônicas generalizadas (1ª escolha) 
➔ Potente indutor enzimático 
➔ Uso adulto e infantil 
➔ Disponível no SUS. 
➔ MECANISMO DE AÇÃO: 
◆ Inibe os canais de sódio ​em concentrações terapêuticas, retardando a 
recuperação dos canais de Na​+​ operados por corrente - aumenta o período 
refratário do canal de sódio 
◆ Deprime a transmissão sináptica no sistema de ativação reticular, tálamo e 
estruturas límbicas 
 
OXCARBAZEPINA 
➔ Relacionada à carbamazepina com perfil terapêutico similar 
e melhor tolerada. 
➔ Convulsões tônico-clônicas generalizadas e convulsões 
parciais com ou sem generalização. 
➔ Atividade reside no metabólito 10-monohidroxicarbazepina 
(MHD). 
➔ MECANISMO DE AÇÃO: 
◆ Seu metabólito, MHD, produz um ​bloqueio dos 
canais de sódio dependente de voltagem​, portanto 
decrescendo o disparo repetitivo e a difusão da atividade elétrica. 
◆ Oxcarbazepina e MHD modulam as correntes de Ca​2+​ ativadas por voltagem e 
aumentam a condutância ao K​+​ (favorece o estado de hiperpolarização da célula) 
 
 
ESLICARBAZINA 
➔ Acetato de eslicarbazepina é um pró-fármaco, aprovado como 
adjunto à terapia das convulsões parciais, com ou sem generalização 
secundária . 
➔ ESL é rapidamente convertido a ​S​(+)-licarbazina 
(eslicarbazine). 
➔ O mecanismo de ação de carbamazepina , oxcarbazepina e 
eslicarbazepina, parece ser o mesmo, ou seja, bloqueio dos canais 
de sódio operados por voltagem. 
➔ Clinicamente, o fármaco é similar, em seu espectro de ação, à 
carbamazepina e oxcarbazepina. 
 
3. Ácido valpróico e derivados 
➔ Ác. 2-propilpentanóico; ác. n-dipropilacético 
➔ Características: 
◆ Devido ao pKa do ácido valpróico ser 4,7, o 
fármaco é completamente ionizado no pH 
fisiológico, daí o íon valproato ser a espécie 
farmacologicamente ativa 
➔ Faz parte de uma série de ácidos graxos carboxílicos 
que apresentam atividade anticonvulsivante. 
◆ A atividade anticonvulsivante parece ser 
maior para cadeias com 5 a 8 átomos. 
◆ A ramificação ou a insaturação não alteram significativamente a atividade do 
fármaco, mas podem aumentar sua lipofilicidade, contribuindo para maior duração 
de ação. 
➔ Amidas e ésteres do ácido valpróico também são anticonvulsivantes ativos 
➔ Reduz a frequência de vários tipos de crises epilépticas, porém é mais eficaz em crises 
generalizadas do que nas parciais. 
➔ Indicado nas crises de ausência, fotossensíveis e tônico-clônicas generalizadas. 
➔ Epilepsia mioclônica juvenil. 
➔ MECANISMO DE AÇÃO: 
◆ O valproato ​bloqueia descargas ​repetitivas e sustentadas de alta frequência 
resultantes das correntes de sódio (canal de sódio) 
◆ Bloqueio dos receptores NMDA (impede a entrada de sódio e cálcio) 
◆ O valproato facilita a síntese de GABA estimulando a GAD. 
◆ Em alta concentração, o valproato inibe GABA-T no cérebro, bloqueando a 
degradação de GABA. 
VALPROATO DE SÓDIO 
➔ Usado nas crises de ausência e de 1ª escolha 
quando paciente apresenta crises tônico-clônicas 
generalizadas concomitantemente 
 
 
 
 
 
4. Derivados do GABA 
VIGABATRINA 
➔ Ácido 4 amino 5-hexenóico; ác. gama –vinil butiríco 
➔ Comercializada na forma de racemato; o enantiômero 
S(+) é ativo, enquanto R(-) parece ser inativo. 
➔ Indicações: Coadjuvante no tratamento de epilepsia 
parcial. 
➔ Coadjuvante no tratamento de outras formas de 
epilepsia refratárias aos tratamentos usuais. 
➔ Disponível no SUS 
➔ MECANISMO DE AÇÃO: 
◆ Inibe a GABA-T ( GABAaminotransferase), responsável pela degradação do GABA. 
◆ Parece aumentar a liberação de GABA​ ​nos locais sinápticos, aumentando assim os 
efeitos inibitórios. 
GABAPENTINA 
➔ 1-aminometil-ciclohexanoacético 
➔ Análogo do GABA mas não afeta esse sistema 
➔ Indicada para convulsões focais, com ou sem progressão para convulsões bilaterais 
tônico-clônica, quando usada em adição a outros 
agentes anticonvulsivantes 
➔ Gabapentina tem sido utilizada para o tratamento de 
dor neuropática e também para a neuralgia pós 
herpética em adultos em doses de 1800mg ou acima. 
➔ Efeitos adversos comuns são sonolência, tontura, 
ataxia, dor de cabeça e tremores 
➔ MECANISMO DE AÇÃO: 
◆ Eleva os níveis de GABA , alterando a síntese ou revertendo o transportador de 
GABA. 
◆ Inibe canais de Ca²​+​ ativados por correntes de alta voltagem. 
◆ Alterar o metabolismo do GABA, sua liberação não-sináptica ou sua recaptaçãopor 
transportadores de GABA. 
 
PREGABALINA 
➔ Atua pré –sinapticamente para decrescer a liberação de glutamato. 
➔ Esse efeito é provavelmente dependente da entrada de 
cálcio, dependente da reduzida entrada pré-sináptica de 
cálcio, via canais ativados por voltagem. 
➔ Pregabalina foi aprovada pelo FDA como terapia adjuvante 
para adultos com convulsões focais. 
➔ Pregabalina foi aprovada para uso na dor neuropática, 
incluindo neuropatia periférica diabética e neuralgia pós 
herpética. 
➔ Foi o primeiro fármaco aprovado nos Estados Unidos para a fibromialgia. 
➔ MECANISMO DE AÇÃO: 
◆ Parece não atuar nos receptores de GABA. 
 
◆ Pode alterar o metabolismo, a liberação sináptica ou a recaptação por 
transportadores de GABA. 
 
 
PROGABIDA 
➔ Eficaz na epilepsia primária, secundária generalizada e epilepsia 
parcial. 
➔ Derivado da -amino butiramida, produz efeitos GABA-miméticos por 
estimulação direta dos receptores GABA. 
 
 
 
5. Triazínicos 
LAMOTRIGINA 
➔ Derivado diclorofenílico da triazina 3,5- diamina 
➔ Monoterapia para crises focais com ou sem 
generalização secundária e para crises primariamente 
generalizadas em pacientes em pacientes com mais 
de 12 anos de idade em situações de intolerância ou 
refratariedade a medicamentos de primeira linha 
➔ Terapia adjuvante para crises focais em pacientes 
mais de 2 anos de idade 
➔ Terapia adjuvante para crises generalizadas da 
síndrome de Lennox-Gastaut em pacientes com mais 
de 2 anos de idade 
➔ Disponível no SUS 
➔ MECANISMO DE AÇÃO: 
◆ Produz bloqueio do disparo repetitivo dos canais de sódio. 
◆ Parece reduzir a transmissão excitatória glutamatérgica. 
◆ Ações sobre canais de Ca++ ativados por voltagem. 
 
FELBAMATO 
➔ Usos: pacientes refratários com crises tônico-clônicas 
generalizada e crises parciais complexas. 
➔ Efeitos adversos: insônia, anorexia e dor de cabeça. 
➔ Embora seja efetivo em alguns pacientes com convulsões 
parciais, o fármaco causa anemia aplástica e hepatite grave em doses 
elevadas e tem sido relegada ao ​status ​de terceira linha de tratamento 
para casos refratários. 
 
➔ MECANISMO DE AÇÃO: 
◆ Mecanismo de Ação ainda não esclarecido. 
◆ Evidências sugerem bloqueio dos receptores NMDA,​ ​evitando o aumento usual 
induzido na frequência de abertura dos canais de cálcio e reduzindo as correntes 
de cálcio. 
 
 
TOPIRAMATO 
➔ É um monossacarídeo substituído, estruturalmente 
diferente de todos os outros anticonvulsivantes 
➔ Indicações: 
◆ Monoterapia para crises focais ou primariamente 
TCGs em pacientes mais de 10 anos de idade com 
intolerância ou refratariedade a outros 
medicamentos de primeira linha 
◆ Terapia adjuvante para crises focais, primariamente 
generalizadas ou crises associadas com a síndrome 
de Lennox-Gastaut em pacientes mais de dois anos 
de idade 
➔ Disponível no SUS 
➔ MECANISMO DE AÇÃO 
◆ Bloqueia o disparo repetitivo dos canais de sódio. 
◆ Potencializa o efeito inibitório do GABA. 
◆ Antagoniza os receptores AMPA e Cainato, bloqueando assim os efeitos do 
glutamato. 
◆ Evidências de inibição do bloqueio de correntes de cálcio tipo L. 
 
TIAGABINA 
➔ É um derivado do ácido nipecótico “racionalmente 
desenvolvido” como inibidor da captação do GABA. 
➔ Tiagabina é eficaz na terapia adjuvante para convulsões 
focais refratárias com ou sem generalização secundária. 
➔ Tiagabina é um inibidor da captação do GABA tanto nos 
neurônios como na glia. 
➔ Inibe preferencialmente a isoforma 1 do transportador do 
GABA (GAT -1), mais do que GAT-2 ou GAT-3 e aumenta os níveis 
extracelulares de GABA no prosencéfalo e hipocampo. 
 
➔ MECANISMO DE AÇÃO: 
◆ Inibidor da captação do GABA tanto nos neurônios quanto na glia. 
◆ Inibe preferencialmente a isoforma 1 do transportador (GAT-1) mas não o GAT-2 ou 
GAT-3. 
◆ Aumenta os níveis extracelulares de GABA no prosencéfalo e no hipocampo. 
 
ZONISAMIDA 
➔ Derivado das sulfonamidas. 
➔ Tratamento das crises parciais e crises tônico-clônicas 
generalizadas. 
➔ Pode também ser útil nos espasmos infantis e em certas 
mioclonias. 
 
➔ MECANISMO DE AÇÃO: ​Produz bloqueio em canais de sódio e canais de cálcio 
dependente de voltagem. 
 
 
 
LEVETIRACETAM 
➔ (2S)-2-(2-oxopirrolidin-1-il)butanamida 
➔ Usado para as crises parciais. 
➔ Análogo do piracetam, que é ineficaz contra as 
crises induzidas por eletrochoque máximo ou por 
pentilenotetrazol, mas que possui atividade proeminente no 
modelo de estimulação elétrica. 
➔ Levetiracetam foi aprovado como terapia adjuvante 
para convulsões mioclônicas de início focal, e convulsões 
tônico-clônica generalizadas em adultos e crianças acima de 4 anos de idade. 
➔ Levetiracetam liga-se seletivamente a uma proteína vesicular sináptica SV2A. A função 
dessa proteína não é compreendida mas é provável que levetiracetam modifique a 
liberação sináptica de glutamato e GABA através de uma ação sobre a função vesicular. 
 
BRIVARACETAM 
➔ Brivaracetam liga-se com alta afinidade a SV2A e inibe os 
canais de Na+ neuronais operados por voltagem; 
➔ SV2A é conhecida por desempenhar um papel na 
epileptogenese através da modulação sináptica da 
liberação de GABA. 
➔ Estudos pré-clínicos sugerem um amplo espectro de 
proteção anticonvulsivante. 
 
OBS:​ NOVOS ANTICONVULSIVANTES 
➔ Compostos que aumentam a transmissão GABAérgica; 
➔ Compostos que diminuem a transmissão excitatória (usualmente glutamatérgica); 
➔ Modificação das condutâncias iônicas 
 
➔ RETIGABINA (USA - ezogabina) 
◆ Único anticonvulsivante que atua como facilitador de 
canal de potássio. 
◆ Retigabina é recomendada somente nos casos onde 
outros anticonvulsivantes não são adequados ou tolerados. 
◆ Apresenta riscos de anormalidades da retina, possível 
perda da visão e descoloração azulada da pele, podendo ser 
permanente. 
 
 
 
 
 
➔ RUFINAMIDA 
◆ Derivado triazol com pouca similaridade com 
outros anticonvulsivantes. 
◆ Aprovado pelo FDA como adjunto de tratamento 
para as convulsões associadas com a síndrome 
Lennox-Gastaut em pacientes com 4 anos de 
idade ou mais. 
◆ Efetivo contra todos os tipos de convulsões nessa 
síndrome. 
◆ Dados recentes sugerem efetividade contra as 
convulsões parciais. 
◆ Rufinamida prolonga o estado inativo dos canais de sódio operados por voltagem 
estabilizando membranas, dessa forma bloqueia a dispersão da atividade da 
convulsão parcial 
➔ LACOSAMIDA 
◆ Lacosamida está indicada como adjunto a terapia de ataque nas convulsões 
parciais em pacientes com epilepsia com idade acima de 17 anos. 
◆ A terapia com lacosamida está correlacionada com um decréscimo na frequencia 
de convulsão. É proposto que a inibição 
dos canais de sódio é responsável pela 
analgesia. 
◆ Lacosamida pode ser seletiva para 
provocar inibição dos neurônios 
despolarizados preferencialmente aos 
neurônios com potencial de repouso 
normal. Dor e hiperexcitabilidade 
nociceptora estão associadas com a 
despolarização da membrana neural. 
◆ Lacosamida liga-se a proteína 2 mediadora da resposta à colapsina (CRMP-2), uma 
fosfoproteína que é expressada primariamente no sistema nervoso e está envolvida 
na diferenciação neuronal e da protuberância axonal. 
◆ O papel da ligação de CRMP-2 no controle da convulsão ainda não está bem 
elucidado. 
➔ PERAMPANEL 
◆ Perampanel (Fycompa®) é um antagonista não 
competitivo do receptor AMPA do glutamato. 
◆ Indicado como adjunto de tratamento em pacientes 
acima de 12 anos, para o tratamento de 
convulsões parciais que podem ou não ocorrer 
conjuntamente com convulsões generalizadas. 
◆ O FDA inclui na bula do medicamento. alerta de 
efeitos adversos sérios e que podem ser fatais 
como reações comportamentais epsiquiátricas nos 
pacientes. 
 
 
 
➔ ESTIRIPENTOL 
◆ Estiripentol é um álcool aromático alílico estruturalmente não relacionado com 
outros anticonvulsivantes. 
◆ O uso de stiripentol foi aprovado para crianças com síndrome de Dravet , ou 
Epilepsia Mioclônica Grave da Infância que 
comumente ocorre no 1º ano de vida . 
◆ Stiripentol não recebeu aprovação do FDA 
devido a suas complexas interações 
farmacocinéticas e farmacodinâmicas com 
outros fármacos. Porém foi aprovado no 
Canadá e Europa. 
◆ O mecanismo anticonvulsivante não é 
completamente conhecido mas sabe-se que o estiripentol pode causar aumento 
dos níveis de GABA no SNC por inibição da recaptação sinaptossomal ou por 
inibição da GABA transaminase. 
◆ Estiripentol também reduz a frequência e gravidade das convulsões tônico-clônicas 
bem como o estado epiléptico em bebês e crianças com uma variedade de 
síndromes epilépticas. 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS - ANTICONVULSIVANTES 
  
Observe as estruturas abaixo e responda. 
 1 2 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 5 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) Qual a melhor estrutura que se relaciona a 1ª opção terapêutica para convulsões 
tônico-clônicas. Considere em primeira escolha fármacos que obedecem a padrão de relação 
estrutura-atividade. 
 
b) Identifique a classe química a qual pertence o fármaco do item anterior. 
 
c) Aponte uma ou mais estruturas de fármacos, como 2ª opção terapêutica, que possa ser usado 
por um paciente com convulsões como as mencionadas no item a. mas que pertence a “nova 
geração de anticonvulsivantes”. 
 
d) Qual das estruturas corresponde a fármaco utilizado em associação a outro anticonvulsivante, 
particularmente por seus efeitos miorrelaxantes. 
 
e) Fale sobre o mecanismo de ação dos fármacos escolhidos nos itens a e c. 
 
f) Indique um fármaco que obedeça a um padrão de relação estrutura-atividade e que possa ser 
usado em crises de ausência

Continue navegando