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LICENCIATURA EM fÍSICA Laboratório de Eletromagnetismo Experimento nº 1 COMPORTAMENTO DO CAPACITOR ASSOCIADO A UM RESISTOR EM CIRCUITO A.C. Silas .. Vera Lúcia Amorim da Silva Trabalho acadêmico entregue ao Prof. Carlos Andre de Castro Perez. Nilópolis, 1º semestre/2019 SUMÁRIO Introdução......................................................................................................................... 03 Procedimento Experimental.............................................................................................. 06 Análise de Dados e Resultados......................................................................................... 08 Conclusão.......................................................................................................................... 10 Referências........................................................................................................................ 11 INTRODUÇÃO O objetivo desse experimento consiste em estudar a dinâmica de um circuito RC de corrente alternada constituído por uma associação em série de um resistor e um capacitor; interpretar o significado da constante de tempo capacitiva de um circuito RC; observar e analisar a curva (VC x t) fornecida pelo osciloscópio ligado ao circuito RC. Figura 1: Circuito RC associando um resistor em série com capacitor. O circuito ilustrado pela figura 1 é formado por um capacitor de capacitância C, uma fonte ideal de força eletromotriz e um resistor de resistência R. Considerando inicialmente o capacitor descarregado, quando a chave S for ligada em a, o capacitor começará a ser carregado através da corrente (i), que acumulará uma carga (q) cada vez maior nas placas do capacitor e estabelecerá uma diferença de potencial entre as placas do capacitor (Vc). Vc = Quando a diferença de potencial do capacitor for igual à diferença de potencial entre os terminais da fonte (que será igual à força eletromotriz ε), a corrente deixará de circular. Sabe-se que q = CV e que a carga de equilíbrio terminal (carga final) do capacitor é igual Cε, através da Lei das Malhas obtêm-se: ε - Ri - = 0 (Eq. 1) Durante o processo de carga do capacitor, através da equação (1) é possível escrever as seguintes equações em função do tempo t: Corrente no capacitor: i(t) = (Eq. 2) Carga do capacitor: q(t) (Eq. 3) Quando o capacitor está descarregado p/ t = 0 temos: qi = Quando t tender para o infinito (após um longo período de tempo): tenderá para zero, então, qf = . Diferença de potencial no capacitor: Se i = e q ntão: VC (t) = (Eq. 4) Se t = 0 Vc = 0 Para t α Vc = (tende para o valor final) Diferença de potencial no resistor: VR (t) = (Eq. 5) Se t = 0 VR = Para t α VR = 0 (tende para o valor final) O gráfico abaixo mostra o valor da tensão no capacitor e no resistor em função do tempo, durante o processo de carga do capacitor: Figura 2 – Gráfico V(V) x t(s) durante o processo de carga do capacitor A constante de tempo capacitiva (τ) é o produto RC que aparece nas equações acima descritas e possui dimensão de tempo, já que o argumento de uma exponencial deve ser adimensional e também pelo fato de que 1,0 Ω x 1,0 F = 1,0 s. τ = RC Através da eq. (3), podemos afirmar que no instante t = τ, a carga do capacitor inicialmente descarregado, aumentou de 0 para q. Logo, durante a primeira constante de tempo τ a carga aumento de 0 para 63% do valor final C Quanto maior o valor de τ, maior é o tempo necessário para o capacitor carregar. Ao deslocarmos a chave S da posição a para a posição b, do circuito da figura 1, o capacitor C começará a descarregar através da resistência R. Supondo que o capacitor está totalmente descarregado, V0 do capacitor = ε0 da fonte, em um novo instante t = 0, temos através da Lei das Malhas: R - = 0 (Eq. 6) já que a fonte não está mais no circuito (equação da descarga do capacitor). Então, q(t) = q0e q0 = CV0 (Eq. 7) A carga diminui exponencialmente com o tempo, a uma taxa que depende da constante de tempo capacitiva (τ) = RC. No instante t = τ, a carga capacitiva diminui para q0 = e aproximadamente 37% do valor inicial. Quanto maior τ maior é o tempo de descarga. Derivando a eq. 7, temos: i(t) = (Eq. 8) A corrente também diminui exponencialmente com o tempo, a uma taxa que depende da constante de tempo capacitiva (τ) = RC. No instante t = τ, a carga capacitiva diminui para i0 = . Pode-se ignorar o sinal (-) por ele só significar que a partir de t = 0 a carga do capacitor vai diminuir. Figura 3: Circuito RC alimentado por uma fonte de tensão senoidal. Quando o circuito RC é alimentado por uma fonte senoidal, conforme a figura 3 temos: VG = V0sen(ωt) i = C[V0sen(ωt)] i(t) =ωCV0cos(ωt) i(t) = i0sen(ωt + π/2) Logo, a amplitude de corrente, i0,será: i0 ≡ ωCV0 . Dessa forma, a relação entre as amplitudes de tensão e corrente pode ser escrita como: V0 = i0 V0 = XC i0 (Eq. 9) A equação (9) é o equivalente da Lei de Ohm para capacitores com correntes alternadas, onde: XC ≡ tem dimensão de resistência (Ω) e é chamada de reatância capacitiva.) A reatância capacitiva desempenha um papel semelhante à resistência na Lei de Ohm, com a importante diferença de ser inversamente proporcional a frequência. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Materiais utilizados: Osciloscópio; Gerador de sinais; Resistor: R = 1k Ω; Capacitor: C = 1µ F. Parte experimental Foi montado o circuito da Figura 4 abaixo com C = 1 µF e R = 1 kΩ. Figura 4: Circuito RC alimentado por uma fonte de tensão senoidal, acoplado a um osciloscópio. Ajustamos no gerador de sinais, uma onda quadrada de amplitude V0 = 11,20 V. Ajustamos os comandos do osciloscópio de forma que foi possível ver na tela uma figura parecida com a Figura 5 abaixo: Figura 5: Imagem similar à que foi visto na tela do osciloscópio mostrando a superposição da voltagem do gerador de sinais VG e do capacitor VC. Ajustamos as escalas do osciloscópio de modo que colocamos na tela um período completo da onda quadrada, de forma que foi possível medir os valores de ∆V e ∆t. Figura 6: Imagem similar à que foi visto na tela do osciloscópio. Utilizamos apenas a parte da curva correspondente à descarga do capacitor, porque sabíamos o valor de VC para t = 0. Análise teórica do circuito: Modelo equacional e parâmetros utilizados: Equação: Vc (t) = V0 Vc = V0 Parâmetros: a = Dados do circuito: Resistor: R = 1kΩ Capacitor: 1µF V0 = (21,1725 +/- 0,0001) V Resultados teóricos obtidos: RC = (103. 10-6) = 0,001 s a = 1/RC = 1000 Vc (t) = 21,1725 (1- e-1000t) ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS: Tabela de dados para análise gráfica A tabela foi montada quando o capacitor (C) começou a descarregar através da resistência (R). Consideremos to = 0 s e V0 = 21,6739 V. t(ms) Vc (v) 0 21,6739 0,48 14,3739 0,92 9,6739 1,40 6,2739 1,80 4,4739 2,80 1,9739 3,36 0,9739 3,92 0,7739 4,40 0,3739 4,96 0,3739 TENSÃO (V)X TEMPO (s) Grafico 1: Análise experimental do circuito: 1. Modelo equacional e parâmetros utilizados: Equação: Vc (t) = V0 Vc = V0 Parâmetros: a = Dados do circuito: Resistor: R = 1kΩ Capacitor: 1µF V0 = (21,1725 +/- 0,0001) V Resultados experimentais obtidos: Erro = 0,0001 V0 = (21,1725 +/- 0,004) V a = 878,06379 +/- 6,9587 RC = 1/a = (0,00117 +/- 0,1438) s CONCLUSÃO Com o estudo do circuito RC através do experimento, foi possível compreender que ao introduzirmos uma força eletromotriz em um circuito de uma malha que contêm um resistor e um capacitor a carga do capacitor não carrega instantaneamente, mas tende exponencialmente para esse valor, assim como o capacitor não descarrega instantaneamente, mas tende para esse valor. A taxa de aumento e diminuição de carga no capacitor é denominada de constante de tempo capacitiva e pode ser calculada através do produto entre RC. Esse produto está presente no expoente da equação diferencial que é utilizado para a modelagem do fenômeno. O valor do produto RC experimental e o medido ficaram praticamente iguais. A pequena diferença entre os dois valores ficou em 0,00001 que pode ser atribuída com um possível erro no manuseio do equipamento e com as dissipações ocorridas no circuito. Foi possível perceber como a constante de tempo nos dá uma resposta natural para o decréscimo da tensão no circuito, com a observação do gráfico construído através dos dados experimentais. Se analisarmos no gráfico um tempo igual ao produto (RC), concluiremos que a tensão é de 37% do seu valor inicial. Ao passar um tempo igual ao triplo do valor da constante de tempo (RC), temos uma queda na tensão de aproximadamente 95% do seu valor inicial. O experimento pode ser considerado satisfatório pelo seu resultado apresentado. REFERÊNCIA HALLIDAY & RENISCK.Fundamentos da Física.Eletromagnetismo.Vol. 3.9ª Edição Ed. LTC 8
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