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Mirian_Vasconcelos_Atividade%2B3%2Bdocx (1)

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Cidade 
MIRIAN VASCONCELOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÍNDROMES E TRANSTORNOS NA EDUCAÇÃO: 
O ENSINO DA MATEMATICA PARA ALUNOS AUTISTAS 
NOS ANOS INICIAIS 
 
 
 
Santo André 
2018 
 
 
 
 
An 
 
 
 
SÍNDROMES E TRANSTORNOS NA EDUCAÇÃO: 
O ENSINO DA MATEMATICA PARA ALUNOS AUTISTAS 
NOS ANOS INICIAIS 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Anhanguera Educacional, como requisito parcial 
para a obtenção do título de graduação em 
Pedagogia. 
Orientadora: Sidnéa Castro 
Aprovado em: __/__/____ 
BANCA EXAMINADORA 
____________________________ 
Prof.ª Esp. Fernanda Grigoleto 
____________________________ 
Prof.ª Esp. Andréia Cristina Soares 
____________________________ 
Prof.ª Esp. Luciana Vaz Amador 
 
 
 
MIRIAN VASCONCELOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho ao meu filho, alunos e amigos que sempre me apoiaram nesta 
trajetória e a todos os profissionais que me auxiliaram durante o desenvolvimento 
deste trabalho.
 
 
 
AGRADECIMENTO 
 
 
Primeiramente agradeço a Deus, que me proporcionou esta chance abrindo a minha 
mente para poder realizar este grande sonho. A todos que colaboraram, de uma forma 
ou de outra, com a realização desse trabalho. Em especial a minha mãe que me 
incentivou a prosseguir no caminho do conhecimento e meu filho pela compreensão 
e dedicação durante o desenvolvimento do trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VASCONCELOS, Mirian. Educação Inclusiva: O ensino da matemática para alunos 
autistas nos anos iniciais. 2018. 30f. Trabalho de Conclusão de Curso de Pedagogia 
– Faculdade Anhanguera, Santo André, 2018. 
 
 
 
RESUMO 
 
 
Este estudo objetiva compreender o ensino da matemática nos anos iniciais com a 
criança com autismo. É no período escolar que se desenvolve as habilidades e 
potencialidades do aluno. Portanto, a escola é responsável pelos primeiros 
aprendizados e desenvolvimento, provenientes das experiências adquiridas através 
das interações sociais o que caso do autista sua principal dificuldade é a comunicação. 
Consideramos que o aluno autista assim como muitos, também tem dificuldades com 
a aprendizagem da matemática, entende-se que os jogos potencializam o raciocínio 
lógico e sua capacidade de memorizar, fazendo com que o processo de aprendizagem 
torne-se mais fácil. A metodologia deste estudo é de cunho bibliográfico, onde são 
analisados autores que trataram do assunto, coletando material por meio da leitura de 
livros e pesquisas em sites especializados e material didático. 
 
Palavras- chaves: Inclusão; Transtorno do Espectro do Autismo; Matemática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VASCONCELOS, Mirian. Educação Inclusiva: O ensino da matemática para alunos 
autistas nos anos iniciais. 2018. 30f. Trabalho de Conclusão de Curso de Pedagogia 
– Faculdade Anhanguera, Santo André, 2018. 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
This study aims to understand the teaching of mathematics in the early years with the 
child with autism. It is during the school period that the student's abilities and 
potential are developed. Therefore, the school is responsible for the first learning and 
development, coming from the experiences acquired through social interactions, 
which in the case of the autistic its main difficulty is communication. We consider that 
the autistic student, like many others, also has difficulties with the learning of 
mathematics, it is understood that the games enhance the logical reasoning and their 
ability to memorize, making the learning process easier. The methodology of this 
study is a bibliographical one, where authors dealing with the subject are analyzed, 
collecting material through the reading of books and research in specialized websites 
and didactic material. 
 
Keywords: Inclusion; Autism Spectrum Disorder; Mathematics. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1.INTRODUÇÃO........................................................................................................07 
2.TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO – TEA........................................09 
3.A INCLUSÃO E O ENSINO DA MATEMÁTICA PARA O AUTISTA......................14 
4.OS JOGOS EDUCATIVOS NO ENSINO DA MATEMÁTICA PARA OS 
AUTISTAS................................................................................................................19 
5.CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................25 
REFERÊNCIAS.........................................................................................................26 
 
 
 
 
 
 
 
1. 
 
 
1.INTRODUÇÃO 
 
 Na sociedade contemporânea, a inclusão transformou-se em algo muito 
importante e necessário de ser compreendido dentro e fora das escolas. Dessa 
maneira, este trabalho apresenta o tema Educação inclusiva: O ensino da matemática 
para alunos autistas nos anos iniciais, e tem a finalidade de apresentar atos a serem 
desenvolvidos como proposta de melhores meios para ensinar Matemática para 
alunos autistas nas séries iniciais, possibilitando maior introdução desses alunos no 
ambiente escolar. 
É importante ressaltar que o aprendizado desses alunos na escola muitas vezes 
não é priorizado, já que a obtenção de capacidades que tornem menor os problemas 
ligados à comunicação, à conduta e principalmente ao convívio é considerada como 
primordial por muitos educadores. Porém, é de suma importância evidenciar que a 
legítima inclusão social não está somente ligada à socialização, mas também à 
aquisição de conhecimento, que deve ser igual a dos outros alunos da escola. Esses 
alunos também devem ter sua potencialidade averiguada e obter uma educação boa 
que lhes propicie conceitualidade. 
Primordialmente, um aspecto a ser pensado é que os autistas possuem a 
necessidade de manter um cotidiano padrão e apresentam relutância quando são 
colocados frente às mudanças. Essas crianças também possuem impedimento em ter 
uma visão geral dos assuntos, em contrapartida têm grande facilidade em perceber 
detalhes, interferindo na visão geral que terá do assunto. Essa particularidade afeta 
pontualmente no jeito que eles vão reagir às atividades, intervindo no desenvolvimento 
da aprendizagem. Portanto a questão norteadora deste estudo é: De que maneira 
trabalhar o ensino da matemática nos anos iniciais com a criança com autismo? 
 Frente a tantos obstáculos que dificultam o processo de ensino desses alunos, 
que os professores recorrem cada vez mais para ferramentas que possam ajudar 
neste processo. Dessa maneira, a tecnologia vem sendo essencial, pois oferece 
meios que podem ajudar na aprendizagem, como a utilização de vídeos educativos e 
jogos virtuais que trabalhem o raciocínio lógico, tornando o aprendizado mais 
interativo e chamando a atenção da criança com autismo. 
A utilização dos meios mais tradicionais, como a lousa, unidos à tecnologia 
pode contribuir muito para o desenvolvimento dos alunos que têm transtorno do 
1. 
 
 
espectro autista, fazendo com que eles passem por novas experiências e melhorem 
seu aprendizado na matemática. 
O objetivo geral deste estudo é compreender o ensino da matemática nos anos 
iniciais com a criança com autismo. E os objetivos específicos são: Contextualizar o 
transtorno do espectro do autismo (TEA); conhecer o processo de
ensino da 
matemática para autista; estudar os benefícios dos jogos educativos no ensino da 
matemática para criança autista. 
 A metodologia deste estudo é de cunho bibliográfico, onde são analisados 
autores que trataram do assunto, coletando material por meio da leitura de livros e 
pesquisas em sites especializados e material didático. 
Este trabalho foi dividido em três capítulos: No primeiro capítulo faremos um 
breve conceito sobre o Transtorno do Espectro do Autismo. No segundo capítulo 
veremos a inclusão e o ensino da matemática para crianças autistas. 
 No terceiro capítulo, serão abordados os jogos educativos no ensino da 
matemática para criança autista. Finalizando a considerações finais e as referências 
bibliográficas que integram esse estudo. 
1. 
 
 
 
2.TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO - TEA 
 
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma síndrome comportamental, o 
indivíduo que o possui apresenta certas etiologias diferentes de outras pessoas, assim 
como certas características específicas, ou seja, a incapacidade de relacionar-se com 
os outros, distúrbios na linguagem, resistência a aprendizagem e uma rotina rigorosa, 
não aceitando mudanças. Tais dificuldades funcionais tendem a comprometer a 
interação social deste (ESPIRITO SANTO, 2012). 
Logo, crianças com TEA apresentam algumas dificuldades em compreender 
regras de convívio social, bem como a comunicação não verbal, o que acaba por 
tornar seu desenvolvimento mais lento ao exercer funções necessárias a interação 
social. Para tanto, os quadros de Autismo Infantil sofreram algumas alterações, 
passando a serem nomeados como Transtornos de Neurodesenvolvimento, isto é, 
acerca dos prejuízos apresentados nos processos de socialização, comunicação e 
aprendizado. “E os prejuízos nos mecanismos biológicos estão relacionados à 
adaptação social levando a emergência de fenótipos heterogêneos, associados aos 
quadros de Transtornos Globais do Desenvolvimento” (SANTOS, 2013, p. 06). 
O autismo é um assunto instigante pelo fato de que suas causas ainda não têm 
uma resposta exata. As maiores dificuldades encontradas nos indivíduos com 
transtorno autista encontram-se na comunicação, no comportamento e na relação 
social com outros indivíduos, o que acaba limitando a sua capacidade de entender o 
que lhe é ensinado no processo de ensino-aprendizagem (SHWARTZMAN, 2011). 
Além do transtorno e das dificuldades que esse traz na fase escolar a criança 
adquire novas complicações, pois será nesta fase é exigido do aluno mais atenção, 
compreensão, socialização, entrosamento e desenvolvimento, tais situações, para 
uma criança com TEA, é algo extremamente dificultoso, causando ainda mais 
isolamento, caso o profissional presente não esteja apto para ensinar á uma criança 
com TEA (SHWARTZMAN, 2011). 
Isto é, para uma aprendizagem de qualidade é preciso que haja comunicação 
e interação, no entanto, como no caso do autista onde sua principal dificuldade é a 
comunicação, seu desenvolvimento possivelmente será lento e repetitivo. Entretanto, 
atualmente existe tanto recurso, quando escolas e profissionais especializados com a 
síndrome, e justamente através de tais pessoas que a criança é estimulada, 
1. 
 
 
possibilitando mais facilmente seu aprendizado e desenvolvimento, e até mesmo seu 
relacionamento com os outros (SILVA, 2012). 
Existem as mais variadas formas de ensino estruturado que auxiliam orientar o 
professor em ensinar adequadamente um aluno com autismo em seus diferentes 
graus do transtorno. Com relação a isto, Silva (2012) aponta que: 
 
Para crianças com autismo clássico, isto é, aquelas crianças que tem maiores 
dificuldades de socialização, comprometimento na linguagem e 
comportamentos repetitivos, fica clara a necessidade de atenção 
individualizada. Essas crianças já começam sua vida escolar com 
diagnóstico, e as estratégias individualizadas vão surgindo naturalmente. 
Muitas vezes, elas apresentam atraso mental e, com isso, não conseguem 
acompanhar a demanda pedagógica como as outras crianças. Para essas 
crianças serão necessários acompanhamentos educacionais especializados 
e individualizados (SILVA, 2012, p. 109). 
 
Tendo em vista que este profissional é um dos responsáveis pela construção e 
desenvolvimento do conhecimento do aluno, não só pedagógico, mas também as 
normas sociais e outros valores, se faz necessário que sejam desenvolvidas 
atividades que despertem mais a atenção da criança, para que a mesma transpareça 
suas habilidades e brincadeiras favoritas, e então a partir desse ponto elaborar 
projetos capazes de estimular uma relação de mais qualidade com a criança, visto 
que ao compreendê-la também pode-se entender o que se passa ao seu redor. “O 
meio tem enorme influência no desenvolvimento tanto intelectual quanto sócio-
emocional desta clientela, de fato o professor é responsável por grande parte do 
sucesso ou fracasso da mesma” (MONTOAN, 1997 apud SANTOS, 2013, p. 14). 
Portanto, é de grande importância a educação especial na formação do autista, 
para que de modo geral este indivíduo não seja mais segregado a sua realidade social. 
Apesar desses fatores, se for feita da maneira certa, a escolarização do aluno com 
autismo é possível. 
Honnef (2013) destaca o professor da sala regular, muitas vezes, não sabe lidar 
com os desafios que surgem quando recebe um aluno com Transtorno do Espectro 
do Autismo (TEA). Diante disso os professores sentem-se incapacitados para 
propiciar condições para a efetiva inclusão, pois os relatos dos professores 
evidenciam uma angústia em ter um aluno com Transtorno do Espectro do Autismo 
 
 
1. 
 
 
(TEA) em sala de aula, sentem que esses alunos estão sendo excluídos, não incluídos 
na sala de aula. Ainda o mesmo autor afirma: 
 
[...] pode-se perceber a angústia destes em não saber como trabalhar com os 
alunos com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA nas classes comuns, a 
exigência maior desses profissionais, no sentido de planejar atividades para 
os alunos com e sem Transtorno do Espectro do Autismo (TEA e a falta de 
diálogo entre o profissional da educação especial e os professores da classe 
comum. (HONNEF, 2013, p. 41). 
 
Além do transtorno e das dificuldades que esses alunos trazem, na fase escolar 
a criança adquire novas complicações, pois será nesta fase é exigido do aluno mais 
atenção, compreensão, socialização, entrosamento e desenvolvimento, tais 
situações, para uma criança com TEA, é algo extremamente dificultoso, causando 
ainda mais isolamento, caso o profissional presente não esteja apto para ensinar a 
uma criança com TEA (SHWARTZMAN, 2011). De acordo com Santos (2013) os 
alunos com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), apresenta comportamentos 
que podem vir associados com problemas como: ansiedade, agressão, manipulação 
constantes de objetos, e movimentos anormais como balançar o tronco, súbita 
alteração do humor, que vai do choro ao riso, respondem excessivamente a alguns 
estímulos e pouco a outros. 
Portanto, é de grande importância a educação especial na formação do autista, 
para que de modo geral este indivíduo não seja mais segregado a sua realidade social. 
Logo, compreende-se o quão imprescindível torna-se a inclusão dos alunos com 
Transtorno do Espectro do Autismo em escolas de ensino regular. Pois possibilita, 
além da interação social das crianças, também o desenvolvimento da mente e de sua 
função executiva. A função da educação inclusiva consiste em tornar a pessoa com 
TEA o mais independente possível, a capacitando de modo que possa viver em 
situação de igualdade (BELISÁRIO JÚNIOR; CUNHA, 2010). 
 Para Schmidt (2013), os professores precisam entender que explicações
gerais para toda a sala não alcançam o aluno com Transtorno do Espectro do Autismo 
(TEA), pois estes muitas vezes, não entendem que as orientações são dirigidas a eles, 
por isso não esboçam reação quando chamado pelo próprio nome. 
Segundo Lamônica (2014), os professores encontraram dificuldades para 
distinguir os traços comuns nos alunos com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), 
pois muitos se baseam em conhecimento prático e popular ao invés de conhecimento 
1. 
 
 
científico. Destaca-se ainda, que os professores não se sentem preparados para 
receber o aluno com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), pois a maioria relata 
que não saberiam intervir positivamente nas habilidades de comportamento, 
socialização e comunicação do aluno com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). 
 A autora ainda destaca a “[...] necessidade de cursos para aprimorar o conhecimento 
sobre a intervenção pedagógica nestes transtornos. ” 
Lamônica (2014) e Melo (2003) enfatizam que para desenvolver as habilidades 
no processo de aprendizagem é preciso desenvolver algumas habilidades para que o 
processo de aprendizagem ocorra, e o mesmo autor ainda acrescenta que a melhor 
interação é a do professor - aluno. O professor precisa reconhecer a importância de 
seu papel nesse processo para que o mesmo seja significativo tanto para ele como 
para o aluno. É preciso que o professor coloque-se no lugar do aluno e utilize 
atividades concretas, fazendo sempre o uso de reforço positivo. Todos os recursos 
são relevantes, desde que favoreçam o desenvolvimento das capacidades e 
habilidades do aluno. 
Isto é, para uma aprendizagem de qualidade é preciso que haja comunicação 
e interação, no entanto, como no caso do autista onde sua principal dificuldade é a 
comunicação, seu desenvolvimento possivelmente será lento e repetitivo. Entretanto, 
atualmente existem tantos recursos, quando escolas e profissionais especializados 
com a síndrome, e justamente através de tais pessoas que a criança é estimulada, 
possibilitando mais facilmente seu aprendizado e desenvolvimento, e até mesmo seu 
relacionamento com os outros. Existem as mais variadas formas de ensino 
estruturado que auxiliam orientar o professor em ensinar adequadamente um aluno 
com autismo em seus diferentes graus do transtorno (SILVA, 2012). 
A criança autista tem a possibilidade de ser escolarizada quando lhe são 
apresentadas oportunidades que façam com que esse processo aconteça, com um 
professor que tenha conhecimento das singularidades daquele indivíduo e que possa 
lhe oferecer os melhores métodos para lhe ensinar as mais diversas matérias. A 
Matemática é considerada uma matéria difícil. Para Silva (2014), os professores 
devem se utilizar de métodos que atraiam a atenção do aluno, fazendo com que 
aprender essa disciplina se torne algo mais prazeroso, dado que a aplicação da 
Matemática é muito importante para a vida social, o que a torna de extrema 
importância para o aluno autista, que tem dificuldade com relações sociais. 
1. 
 
 
Ainda sobre os métodos no processo de aprendizagem, é necessário que os 
professores sempre recorram aos mais diversos meios para ensinar seus alunos, 
podendo se adaptar à individualidade. Com relação ao aluno com autismo seu 
processo de escolaridade deve ser realizado, isto é, um espaço com diversos 
materiais didáticos e pedagógicos, assim como com a presença de profissionais 
especializados em atendimento às necessidades educacionais especiais, fornecendo 
o suporte necessário ao aluno e facilitando seu acesso ao conhecimento (MEC, 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. 
 
 
3.A INCLUSÃO E O ENSINO DA MATEMÁTICA PARA O AUTISTA 
 
 
A Lei nº 12.764 foi promulgada ano de 2012, sendo conhecida como Lei 
Berenice Piana, homenagem a uma mãe que lutou pelos direitos de seu filho autista. 
Esta lei instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com 
Transtorno do Espectro Autista (BRASIL, 2012) a afirmando como pessoa com 
deficiência para todos os efeitos legais, bem como sobrepõe mantidos documentos, 
como a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva 
(BRASIL, 2008), no qual os alunos com TGD não são considerados pessoa com 
deficiência (BRASIL, 2011). A lei expõe os direitos da criança autista, bem como as 
ações obrigatórias ao Poder Público, para promoção de tais direitos. E, referente à 
educação, esta garante a inclusão escolar e o direito a um profissional como 
acompanhante especializado, segundo os termos do artigo 3, IV, alínea “a”,parágrafo 
único, in verbis (60): 
 
Art. 3 São direitos da pessoa com transtorno do espectro autista: IV -o acesso: 
a) à educação e ao ensino profissionalizante;Parágrafo único. Em casos de 
comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro autista 
incluída nas classes comuns de ensino regular, nos termos do inciso IV do 
art. 2o, terá direito a acompanhante especializado. 
 
Antes do surgimento da legislação, a criança autista não possuía proteção 
alguma a respeito das particularidades de sua síndrome, o direito a um acompanhante 
em sala de aula sendo um destes. Assim como afirma Tepedino (2000), acercado 
posição do legislador, ato importantíssimo para que de fato seja garantida a criança 
sua dignidade e seus direitos fundamentais: 
O legislador contemporâneo, instado a compor, de maneira harmônica, o 
complexo de fontes normativas, formais e informais, nacionais e 
supranacionais, codificadas e extracodificadas, deve valer-se de prescrições 
narrativas e analíticas, em que consagra expressamente critérios 
interpretativos, valores a serem preservados, princípios fundamentais como 
enquadramentos axiológicos com teor normativo e eficácia imediata, de tal 
modo que todas as demais regras do sistema, respeitado os diversos 
patamares hierárquicos, sejam interpretadas e aplicadas de maneira 
homogênea e segundo conteúdo objetivamente definido. Supera-se, dessa 
forma, a desconfiança gerada pelas cláusulas gerais e pelos conceitos 
indeterminados no passado, cuja definição era subjetivamente atribuída ao 
magistrado ou à doutrina, sem um critério seguro que respondesse à lógica 
do sistema (TEPEDINO, 2000. p. 11). 
 
1. 
 
 
Ainda que haja contrariedade para a uso do termo Portador de Deficiência com 
relação a pessoa autista, para fins legais, como é estipulado na Lei nº 12.764, de 27 
de dezembro de 2012, ao utilizar-se esse termo torna-se a criança autista prioridade. 
Bem como Cruz (2003) afirma: 
 
Do judiciário, espera-se uma mudança significativa, especialmente, em razão 
das exigências do novo paradigma constitucional, posto que um enorme 
cabedal de leis deixa de ser executado por ausência de regulamentação. Sob 
o fundamento de que tais normas não possuíam eficácia plena e sim diferida, 
um rol considerável de direitos das pessoas portadoras de deficiência não é 
implementado. Contudo, sabe-se na atualidade que cabe ao julgador a tarefa 
de reconstruir o ordenamento jurídico, ao passo que ao legislador a tarefa de 
erguê-lo. Nessa atividade de aplicação da norma ao caso concreto, o julgador 
realiza uma interpretação e não mera aplicação mecânica da lei. O processo 
interpretativo é um exercício de auto-reflexão na qual o julgador toma em vista 
todo o ordenamento para aplicar a norma (CRUZ, 2003. p. 130-131). 
 
Tal prioridade exigida, isto é, a educação inclusiva, consiste em requisito básico 
para o efetivo cumprimento dos preceitos expostos na Constituição Federal. Para 
tanto, Filho (2008) elucida que: 
 
Sendo gestor de interesses da coletividade, o Estado não pode alvitrar outro 
objetivo senão
o de propiciar a seus súditos todo o tipo de comodidades a 
serem por eles fruídas. A grande diversidade dos interesses coletivos exige 
sua caracterização em primários ou essenciais, de um lado, e secundários ou 
não essenciais de outro. Quando o serviço é essencial, deve o Estado prestá-
lo na maior dimensão possível, porque estará atendendo diretamente às 
demandas principais da coletividade. Inobstante, ainda que seja secundário, 
a prestação terá resultado de avaliação feita pelo próprio Estado, que, por 
algum motivo especial, terá interesse em fazê-lo (FILHO, 2008. p. 305-306). 
 
Tendo em vista que o autismo reflete em muitos aspectos da vida da criança e 
de sua respectiva família, seja em aspecto emocional, social e/ou econômico, estas 
necessitam da ajuda do Poder Público, pois em diversos casos há impossibilidade 
financeira para arcar com o tratamento e a inclusão. Logo, segundo a Lei nº 12.764 
de 27 de dezembro de 2012, é garantido pelo menos o mínimo necessário à uma 
criança autista, ou seja, tratando-se da educação está vincula-se a Administração 
Pública e age de modo promover a dignidade da criança e de sua família. Portanto, 
garantir o direito à educação inclusiva da criança autista é decorrente dos atos do 
Poder Judiciário ao aplicar e interpretar a legislação de forma concreta. De fato, não 
há formas de promoção de liberdade, cidadania, igualdade se não há garantias aos 
necessitados ao mínimo necessário para seu desenvolvimento, logo, o direito à 
1. 
 
 
educação da criança autista é imprescindível não somente a ela como também a sua 
família e a sociedade. 
González (2007) afirma que para o processo de inclusão educacional ocorra 
efetivamente, neste caso do Transtorno do Espectro do Autismo, todos devem estar 
envolvidos, seja os membros da família, do bairro, os amigos, assim como a instituição 
escolar. 
 
Na inclusão escolar a criança com TEA tem a oportunidade de vivenciar a 
alternância entre aquilo que acontece todos os dias da mesma forma e aquilo 
que acontece de forma diferente. Essa alternância permite o acúmulo de 
experiência que irá tornar o ambiente social menos imprevisível (BELISARIO 
JÚNIOR; CUNHA, 2010, p. 26). 
 
É no período escolar que se desenvolve as habilidades e potencialidades das 
crianças. Portanto, a escola é responsável pelos primeiros aprendizados e 
desenvolvimentos dos alunos, provenientes das experiências adquiridas através das 
interações sociais. Logo, sendo uma fonte de desenvolvimento social, intelectual e 
afetivo. De acordo com os autores Belisario Júnior e Cunha “As relações afetivas e 
sociais, desde os primeiros vínculos de cuidado com a família até as interações em 
ambientes mais amplos como a escola, estão implicadas no desenvolvimento das 
funções mentais de crianças com TEA (2010, p. 27”). 
Segundo Shwartzman (2011) indivíduos com Transtorno do Espectro do 
Autismo não pensam por meio da linguagem, mas são pensadores visuais, sendo os 
substantivos as palavras que aprendem com mais facilidade por poderem relacionar 
a palavra a alguma figura. No entanto, alguns não entendem os desenhos, sendo 
preciso trabalhar-se com objetos e fotos reais. 
Assim como muitos, o aluno com transtorno do espectro do autismo também 
tem dificuldades com a aprendizagem da matemática. Entretanto, ter um bom 
desempenho em matemática é capaz de fazer a diferença na vida de uma criança 
com transtorno do espectro do autismo. Para tanto, o educador desempenha um papel 
de extrema importância durante a mediação do ensino e desenvolvimento das 
habilidades matemáticas deste aluno (BERTAZZO, RAMBURGER, 2011). 
Segundo Jucá (2006), por muito tempo, a lousa, o giz e o livro foram as 
principais ferramentas para ensinar os alunos, porém, com a propagação da 
tecnologia nas últimas duas décadas, ocorreram algumas mudanças também no 
âmbito educacional. A revolução da educação decorreu da junção da tecnologia com 
1. 
 
 
os meios de comunicação, o que possibilitou novas propostas de aprendizado com a 
utilização de softwares utilizados no contexto educacional: os softwares educacionais. 
O educador exerce uma grande função neste procedimento, tanto que novos 
atributos são colocados em seu perfil, como: lidar com a individualidade dos alunos, 
aprender novas técnicas para elaborar materiais didáticos por meio da tecnologia, 
usando-a de forma criativa no processo de aprendizagem (JUCÁ, 2006). Existe uma 
necessidade de mudança de atitudes no processo de aquisição de conhecimento, pois 
cada aluno possui necessidades diferentes, principalmente no caso do aluno com 
autismo, que pode apresentar vários graus. 
BRAUN e NUNES (2015) destacam como as experiências concretas e 
anteriores podem apoiar o desenvolvimento de conceitos abstratos, no entanto, não 
basta a utilização de recursos concretos, sendo fundamental considerar como é 
estruturado o pensamento do Transtorno do Espectro do Autismo para apoiar seu 
processo de aprendizagem a partir de mediações adequadas. 
Esse mesmo software também é citado no estudo de BEZERRA e ARAÚJO 
(2011), destacando a importância da utilização do recurso computacional focado nas 
particularidades e necessidades de cada aluno. CECHIN, COSTA e DORNELES 
(2013) sugerem diversas alternativas: o programa Numeracy Developmental Project 
é uma proposta de ensino de aritmética que utiliza o ensino direto, explícito e a prática 
contínua dos procedimentos e processos de contagem. Outro recurso, o Multisensory 
Approach, combina a visão, a audição e o tato com o ensino de técnicas de contagem 
para a resolução de problemas matemáticos. O Touch Math, por sua vez, integra 
atividades táteis ao ensino de habilidades matemáticas básicas e mostra resultados 
favoráveis na pontuação em testes de matemática em diversos países. Essa interação 
com a tecnologia propicia maior interesse por parte dos alunos, pois transforma o 
aprendizado em algo mais atrativo e visual, contribuindo para a construção do 
conhecimento. 
Na maioria dos casos, grande parte das crianças autistas mostra dificuldade 
em lidar com linguagem abstrata ou em compreender exercícios com sequências 
difíceis de instruções que precisam ser analisadas em itens menores. Dessa maneira, 
para facilitar no processo de aprendizado e inclusão dos autistas, é frequente o uso 
de softwares que possam tornar a aquisição de conhecimento mais fácil, mesmo que 
não se tenha tantos programas que são feitos em específico para autistas. Porém, 
1. 
 
 
nos últimos 10 anos, foi comprovado que o uso de softwares na educação das 
crianças e jovens autistas vem sendo eficiente (SOUSA; COSTA & CASTRO, 2016). 
O autismo é considerado como um Transtorno Invasivo de Desenvolvimento 
(TID), ou seja, afeta as habilidades intelectivas do indivíduo, assim, o uso de softwares 
é de extrema utilidade, porém, não é qualquer um que deve ser utilizado com uma 
criança autista. É de suma importância que ocorra a comunicação entre o utilizador e 
o designer, pelo fato de que o aluno com autismo, não sabem se defrontar com o 
desapontamento. É essencial usufruir de elementos que mantenham a atenção e o 
empenho dos alunos com as atividades que foram propostas (SHWARTZMAN, 2011). 
São muitas as dificuldades encontradas durante o processo de aprendizagem 
da Matemática, principalmente para aqueles que possuem transtorno do espectro do 
autismo, pois precisam de uma aula que possa suprir todas as suas singularidades. 
Diante disso, os jogos educativos também são recursos fundamentais para trabalhar 
a matemática com os alunos com transtorno do espectro do autismo. 
 
1. 
 
 
4.OS JOGOS EDUCATIVOS NO ENSINO DA MATEMÁTICA PARA OS AUTISTAS 
 
Os jogos são um ótimo meio
para ensinar, principalmente as pessoas de 
espectro autista, pois é algo que torna o processo de aprendizagem mais atrativo para 
elas, podendo ser utilizados no ensino da Matemática. Com relação a isso os autores 
Rogé (1998) e Hollerbusch (2001) destacam que: 
 
O aluno com Transtorno do Espectro do Autismo, deve se desenvolver com 
mais eficiência quando participa de algum jogo. Pois esta atividade cria 
possibilidades de exercitar as funções cognitivas, tanto da linguagem quanto 
da motricidade. Podendo ainda permitir a socialização do aluno com 
Transtorno do Espectro do Autismo e os outros alunos (ROGÉ, 1998; 
HOLLERBUSCH, 2001, p. 86). 
 
 A aplicação jogos em sala de aula, de modo que tornem o processo de 
aprendizado mais efetivo para o aluno, é importante que ocorra um planejamento bem 
executado, pois o jogo precisa se encaixar de maneira coerente na aula, não sendo 
colocado apenas como um espaço para lazer. O professor deve saber aonde quer 
chegar com aquela atividade, atendendo as singularidades de seus alunos, em 
especial d do aluno autista (CUNHA, 2013). 
Portanto o brincar no espaço educativo, precisa estar em constante quadro de 
inquietações e reflexões por parte dos educadores. Segundo Maluf (2009, p. 33) “É 
preciso que os professores se coloquem como participantes, acompanhando todo o 
processo da atividade, mediando os conhecimentos através da brincadeira, do jogo e 
outras atividades”. Nesse sentido Meyer relata que: 
 
Todas essas leituras fazem repensar as práticas e as oportunidades que 
acontecem em nossa sala, e consequentemente na escola. O papel do jogo 
ou brincadeira educativo é bastante forte, mas nem tudo é marcado pela 
função pedagógica. As crianças precisam de momentos da brincadeira pela 
brincadeira. Cabe ao professor o papel de observador/mediador nestes 
momentos, procurando intervir quando for absolutamente necessário. 
(MEYER, 2003, p.42). 
 
No entanto faz-se necessário pensar que, no brincar, não se aprende somente 
conteúdos escolares, pois aprender vai muito além do que armazenar conteúdos 
aprende-se também algo sobre a vida e a constante peleja que nela travamos. 
Segundo os autores Smole, Diniz, Cândido, (2000, p. 14) ”. Quando brinca, a criança 
se defronta com desafios e problemas, devendo constantemente buscar soluções 
1. 
 
 
para as situações a ela colocadas. A brincadeira auxilia a criança a criar uma imagem 
de respeito a si mesma, manifestar gostos, desejos, dúvidas mal-estar, críticas, 
aborrecimentos, etc. ” 
De acordo com Maluf (2009, p.29) “Quem trabalha na educação de crianças 
deve saber que podemos sempre desenvolver a motricidade, a atenção o raciocínio 
lógico e a imaginação de uma criança, brincando com ela. O lúdico é o parceiro do 
professor”, Assim para Maluf: 
 
Independente do tipo de vida que se leve, adultos, jovens e crianças, todos 
precisam da brincadeira e de alguma forma de jogo, sonho e fantasia para 
viver. A capacidade de brincar abre para todos uma possibilidade de decifrar 
os enigmas que os rodeiam. O brincar pode ser um elemento importante 
através do qual se aprende, sendo sujeito ativo desta aprendizagem que tem 
na ludicidade o prazer de aprender. (MALUF, 2009, p.29) 
 
Segundo Cunha (2013) a matemática é usada no comércio, nos esportes para 
fazer o cálculo de pontuações, por exemplo, na cozinha para calcular o quanto precisa 
de certo ingrediente, por exemplo, para medir espaços e tempo, entre outros. A autora 
ainda diz que a criança com transtorno autista precisa de atividades lúdicas e efetivas 
para que potencializem seu raciocínio lógico e sua capacidade de memorizar, fazendo 
com que o processo de aprendizagem torne-se mais fácil. Portanto o material concreto 
é de suma importância na iniciação de exercícios matemáticos como: 
 
Numerais, sequenciamentos, pareamentos adições e subtrações são mais 
bem apreendidos se estiverem ligados à vida social e afetiva do aprendente 
com autismo. Tanto na Linguagem como na Matemática, ele aprende a 
generalizar, classificar, organizar e sequenciar. Dessa forma, ainda é possível 
trabalhar com blocos lógicos, caixa de cores, barras coloridas que indiquem 
unidades numéricas e encaixes geométricos, dentre outros materiais, para o 
desenvolvimento do pensamento lógico-matemático (CUNHA, 2013, p.78). 
 
Os jogos fazem com que o exercício da Matemática torne-se mais agradável e 
recreativo, pelo falo de deixar o jogador curioso para resolver os problemas propostos, 
preparando estratégias para conseguir seus objetivos. A utilização de jogos também 
ajuda no comportamento dos alunos, pois os coloca em frente a regras que devem 
ser seguidas para que o jogo seja concluído. A utilização de jogos cooperativos 
também é importante para o processo escolar de crianças autistas, pois ajuda na 
socialização e no desenvolvimento intelectual (MOURA, 2009). 
Summerfield (1976); Dewey (1973, apud HOLLERBUSCH, 2001) aponto, além 
do jogo, o trampolim, patins, skates e bicicletas, como sendo outras atividades que 
1. 
 
 
auxiliam no desenvolvimento desses alunos, pois essa atividade promovem os 
primeiros movimentos de liberdade, ultrapassando a ansiedade e timidez iniciais. 
A matemática legítima é aquela que instiga o interesse e a vontade de aprender 
do aluno e, a partir desse interesse, faz com que o nível de conhecimento dele fique 
cada vez maior. Porém, é importante ressaltar que, no âmbito escolar, os jogos não 
devem ser apenas uma atividade de lazer, o professor sempre deve ter um objetivo 
em mente com essas atividades (MIRANDA, 2001). 
O professor não pode se pôr na frente dos alunos, mas deve oferecer para seus 
alunos atividades que despertem interesse, utilizando de coisas da vida real e que 
seja manipulável, facilitando a visualização do assunto. Contudo percebemos que o 
professor deverá apresentar a matemática utilizando-se de diversas estratégias e 
materiais e situações práticas: 
 
Muitas vezes, os professores de matemática e mesmo os livros didáticos 
indicam uma nova unidade pela etapa da representação: em primeiro lugar, 
vem a definição (representação formal do conceito); depois, alguns exemplos; 
a seguir situações práticas em que se pode aplicar aquele conceito. Esse, 
acreditamos, é um dos grandes motivos pelos quais os alunos mesmo os de 
cursos do nível médio, acham que matemática é uma disciplina em que se 
devem decorar algumas regras e aplicá-las em situações de sala de aula, e 
que nada tem a ver com a vida prática. (TOLEDO & TOLEDO, 1997, p.37). 
 
 De acordo com o autor criança autista não vai se sentir interessada por 
solucionar “continhas” de subtração, por exemplo, pois ela não tem um significado 
palpável, tornando um processo chato e complicado. 
Dessa maneira, é importante que, ante de ensinar a teoria para os alunos, o 
professor use exercícios práticos e, para fazer isso, a utilização de materiais concretos 
pode ser essencial. 
 Sendo assim, os jogos ajudam as crianças a desenvolver o raciocínio lógico e 
aprimorar suas habilidades, fazendo com que a aprendizagem da Matemática torne-
se algo mais prazeroso e também ajude na criação de um vínculo maior entre 
professor e aluno, o que é de extrema importância quando se trata de crianças com o 
transtorno autista, tornando o seu processo de aprendizagem muito mais fácil de ser 
executado (COSTA;DENARI, 2015). 
Ainda os mesmos autores destacam que os jogos e os materiais concretos 
possuem funções parecidas, mas são diferentes entre si. Os materiais concretos são 
utilizados com o intuito de tornar a matéria mais tangível na percepção do aluno, 
1. 
 
 
fazendo com que os conceitos não fiquem apenas no papel. Já os jogos são usados 
com o mesmo objetivo,
porém, não são uma concretização direta da Matemática, eles 
são uma maneira interativa de ensiná-la, tornando mais fácil para a criança entender 
sua aplicação. 
Dessa maneira, é importante que o educador repense suas maneiras e 
metodologias, ou seja, o seu fazer pedagógico. Portanto, o professor deve inserir a 
Matemática no cotidiano da criança com transtorno autista, tornando algo palpável 
para ela, principalmente pelo fato de que esses indivíduos possuem dificuldades em 
entender conceitos abstratos. Uma alternativa que pode ser muito útil como material 
didático para alunos de espectro autista é o uso de materiais concreto 
(ALBUQUERQUE; MORI; LACANALLO, 2009). 
 Ainda os mesmos autores enfatizam que no processo de aprendizagem dos 
alunos desde a educação infantil até o começo do ensino fundamental a utilização dos 
jogos favorece a evolução do raciocínio lógico, a capacidade de dedução, além de 
possibilitar maior socialização, permitir melhor organização do conhecimento e maior 
concentração por ser um material mais atrativo, proporcionando de forma concreta o 
conhecimento matemático. 
Porém, é necessário que esse material seja usado da forma correta, para que 
a criança possa adquirir o conhecimento em sua totalidade. O professor é 
fundamental. Para Kamii (1990, p.48) “dizer que a criança deve construir seu próprio 
conhecimento não implica que o professor fique sentado, omita-se e deixe a criança 
inteiramente só”. Isso revela que o professor deve ser o mediador no processo de 
aprendizagem do aluno, fazendo com que os que possuem transtorno autista possam 
utilizar esse material da maneira correta. 
Dessa maneira, o professor deve perceber que há necessidade de haver um 
complemento na metodologia escolar, utilizando materiais concretos para tornar a 
aula mais dinâmica, fazendo com que ocorra maior participação e consequente 
aprendizado de alunos de espectro autista, pois estes se adaptam muito mais a 
atividades visuais e palpáveis do que apenas à teoria que está escrita em livros e 
apostilas. A clareza e a organização das atividades e dos ambientes também são 
importantes para que esse aluno compreenda com mais facilidade o que deve fazer, 
gerando maior oportunidade de aprendizagem (COSTA; DENARI, 2015). 
Diversos estudos se dedicam a apresentar e discutir recursos e ferramentas 
que podem potencializar o processo de aprendizagem e a mediação docente. 
1. 
 
 
ALBUQUERQUE, MORI e LACANALLO (2009) sugerem o uso de jogos, visto que 
nesses torna-se presente o desafio, a socialização, a mediação e a discussão de 
estratégias e raciocínios, auxiliando na formação de conceitos, na resolução de 
situações-problemas e exigindo que se faça o uso da linguagem para que o aluno 
consiga expressar de maneira clara suas ideias e intenções. 
Contudo, o jogo deve ser mediado de forma a explorar a leitura, a escrita, a 
interpretação, a abstração, o raciocínio lógico, a atenção e a memória, oferecendo 
caminhos para que o sujeito parta do âmbito particular para o geral, considerando 
seus conhecimentos prévios. Anunciação, COSTA e DENARI (2015) apontam as 
possibilidades do brincar e do jogo no desenvolvimento cognitivo e motor, destacando 
a necessidade da organização e proposição de atividades que busquem apoiar as 
aprendizagens que estejam em foco pelo professor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. 
 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Observa-se que crianças com TEA possuem dificuldades em compreender 
regras de convívio social, bem como a comunicação não verbal, o que acaba por 
tornar seu desenvolvimento mais lento para realizar interações social. Ela tem a 
possibilidade de adquirir os conteúdos acadêmicos quando lhe são apresentadas 
oportunidades que façam com que esse processo aconteça, com um professor que 
tenha conhecimento das singularidades e que possa lhe oferecer os melhores 
métodos para lhe ensinar as mais diversas matérias. Para aplicação de métodos no 
processo de aprendizagem é necessário que os professores sempre recorram aos 
mais diversos meios para ensinar seus alunos, podendo se adaptar à individualidade. 
Com relação ao aluno com autismo seu processo de escolaridade deve ser 
realizado, isto é, um espaço com diversos materiais didáticos e pedagógicos, assim 
como com a presença de profissionais especializados. Assim como muitos, o aluno 
autismo também tem dificuldades com a aprendizagem da matemática. 
Portanto no ensino da matemática os jogos são recursos para ensinar, o aluno 
com autismo, pois ele favorece que o processo de aprendizagem seja mais atrativo 
para eles. É importante que o professor tenha um planejamento bem executado, pois 
o jogo precisa se encaixar de maneira coerente na aula, não sendo colocado apenas 
como um espaço para lazer. Dessa maneira, é importante que o professor reveja suas 
práticas pedagógicas, quando aplicar a matemática no cotidiano da criança com 
autismo, tornando algo palpável para ele, principalmente pelo fato de que esses 
alunos possuem dificuldades em compreender conceitos abstratos. 
As atividades visuais e palpáveis são recomendadas no aprendizado de alunos 
autista, pois eles se adaptam muito mais do que apenas à teoria que está escrita em 
livros e apostilas. É importante que haja clareza e organização em relação as 
atividades e os ambientes, para que o aluno compreenda mais facilmente as 
atividades, oportunizando ainda mais a aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
1. 
 
 
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