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Cidade MIRIAN VASCONCELOS SÍNDROMES E TRANSTORNOS NA EDUCAÇÃO: O ENSINO DA MATEMATICA PARA ALUNOS AUTISTAS NOS ANOS INICIAIS Santo André 2018 An SÍNDROMES E TRANSTORNOS NA EDUCAÇÃO: O ENSINO DA MATEMATICA PARA ALUNOS AUTISTAS NOS ANOS INICIAIS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Anhanguera Educacional, como requisito parcial para a obtenção do título de graduação em Pedagogia. Orientadora: Sidnéa Castro Aprovado em: __/__/____ BANCA EXAMINADORA ____________________________ Prof.ª Esp. Fernanda Grigoleto ____________________________ Prof.ª Esp. Andréia Cristina Soares ____________________________ Prof.ª Esp. Luciana Vaz Amador MIRIAN VASCONCELOS Dedico este trabalho ao meu filho, alunos e amigos que sempre me apoiaram nesta trajetória e a todos os profissionais que me auxiliaram durante o desenvolvimento deste trabalho. AGRADECIMENTO Primeiramente agradeço a Deus, que me proporcionou esta chance abrindo a minha mente para poder realizar este grande sonho. A todos que colaboraram, de uma forma ou de outra, com a realização desse trabalho. Em especial a minha mãe que me incentivou a prosseguir no caminho do conhecimento e meu filho pela compreensão e dedicação durante o desenvolvimento do trabalho. VASCONCELOS, Mirian. Educação Inclusiva: O ensino da matemática para alunos autistas nos anos iniciais. 2018. 30f. Trabalho de Conclusão de Curso de Pedagogia – Faculdade Anhanguera, Santo André, 2018. RESUMO Este estudo objetiva compreender o ensino da matemática nos anos iniciais com a criança com autismo. É no período escolar que se desenvolve as habilidades e potencialidades do aluno. Portanto, a escola é responsável pelos primeiros aprendizados e desenvolvimento, provenientes das experiências adquiridas através das interações sociais o que caso do autista sua principal dificuldade é a comunicação. Consideramos que o aluno autista assim como muitos, também tem dificuldades com a aprendizagem da matemática, entende-se que os jogos potencializam o raciocínio lógico e sua capacidade de memorizar, fazendo com que o processo de aprendizagem torne-se mais fácil. A metodologia deste estudo é de cunho bibliográfico, onde são analisados autores que trataram do assunto, coletando material por meio da leitura de livros e pesquisas em sites especializados e material didático. Palavras- chaves: Inclusão; Transtorno do Espectro do Autismo; Matemática. VASCONCELOS, Mirian. Educação Inclusiva: O ensino da matemática para alunos autistas nos anos iniciais. 2018. 30f. Trabalho de Conclusão de Curso de Pedagogia – Faculdade Anhanguera, Santo André, 2018. ABSTRACT This study aims to understand the teaching of mathematics in the early years with the child with autism. It is during the school period that the student's abilities and potential are developed. Therefore, the school is responsible for the first learning and development, coming from the experiences acquired through social interactions, which in the case of the autistic its main difficulty is communication. We consider that the autistic student, like many others, also has difficulties with the learning of mathematics, it is understood that the games enhance the logical reasoning and their ability to memorize, making the learning process easier. The methodology of this study is a bibliographical one, where authors dealing with the subject are analyzed, collecting material through the reading of books and research in specialized websites and didactic material. Keywords: Inclusion; Autism Spectrum Disorder; Mathematics. 1. SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO........................................................................................................07 2.TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO – TEA........................................09 3.A INCLUSÃO E O ENSINO DA MATEMÁTICA PARA O AUTISTA......................14 4.OS JOGOS EDUCATIVOS NO ENSINO DA MATEMÁTICA PARA OS AUTISTAS................................................................................................................19 5.CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................25 REFERÊNCIAS.........................................................................................................26 1. 1.INTRODUÇÃO Na sociedade contemporânea, a inclusão transformou-se em algo muito importante e necessário de ser compreendido dentro e fora das escolas. Dessa maneira, este trabalho apresenta o tema Educação inclusiva: O ensino da matemática para alunos autistas nos anos iniciais, e tem a finalidade de apresentar atos a serem desenvolvidos como proposta de melhores meios para ensinar Matemática para alunos autistas nas séries iniciais, possibilitando maior introdução desses alunos no ambiente escolar. É importante ressaltar que o aprendizado desses alunos na escola muitas vezes não é priorizado, já que a obtenção de capacidades que tornem menor os problemas ligados à comunicação, à conduta e principalmente ao convívio é considerada como primordial por muitos educadores. Porém, é de suma importância evidenciar que a legítima inclusão social não está somente ligada à socialização, mas também à aquisição de conhecimento, que deve ser igual a dos outros alunos da escola. Esses alunos também devem ter sua potencialidade averiguada e obter uma educação boa que lhes propicie conceitualidade. Primordialmente, um aspecto a ser pensado é que os autistas possuem a necessidade de manter um cotidiano padrão e apresentam relutância quando são colocados frente às mudanças. Essas crianças também possuem impedimento em ter uma visão geral dos assuntos, em contrapartida têm grande facilidade em perceber detalhes, interferindo na visão geral que terá do assunto. Essa particularidade afeta pontualmente no jeito que eles vão reagir às atividades, intervindo no desenvolvimento da aprendizagem. Portanto a questão norteadora deste estudo é: De que maneira trabalhar o ensino da matemática nos anos iniciais com a criança com autismo? Frente a tantos obstáculos que dificultam o processo de ensino desses alunos, que os professores recorrem cada vez mais para ferramentas que possam ajudar neste processo. Dessa maneira, a tecnologia vem sendo essencial, pois oferece meios que podem ajudar na aprendizagem, como a utilização de vídeos educativos e jogos virtuais que trabalhem o raciocínio lógico, tornando o aprendizado mais interativo e chamando a atenção da criança com autismo. A utilização dos meios mais tradicionais, como a lousa, unidos à tecnologia pode contribuir muito para o desenvolvimento dos alunos que têm transtorno do 1. espectro autista, fazendo com que eles passem por novas experiências e melhorem seu aprendizado na matemática. O objetivo geral deste estudo é compreender o ensino da matemática nos anos iniciais com a criança com autismo. E os objetivos específicos são: Contextualizar o transtorno do espectro do autismo (TEA); conhecer o processo de ensino da matemática para autista; estudar os benefícios dos jogos educativos no ensino da matemática para criança autista. A metodologia deste estudo é de cunho bibliográfico, onde são analisados autores que trataram do assunto, coletando material por meio da leitura de livros e pesquisas em sites especializados e material didático. Este trabalho foi dividido em três capítulos: No primeiro capítulo faremos um breve conceito sobre o Transtorno do Espectro do Autismo. No segundo capítulo veremos a inclusão e o ensino da matemática para crianças autistas. No terceiro capítulo, serão abordados os jogos educativos no ensino da matemática para criança autista. Finalizando a considerações finais e as referências bibliográficas que integram esse estudo. 1. 2.TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO - TEA O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma síndrome comportamental, o indivíduo que o possui apresenta certas etiologias diferentes de outras pessoas, assim como certas características específicas, ou seja, a incapacidade de relacionar-se com os outros, distúrbios na linguagem, resistência a aprendizagem e uma rotina rigorosa, não aceitando mudanças. Tais dificuldades funcionais tendem a comprometer a interação social deste (ESPIRITO SANTO, 2012). Logo, crianças com TEA apresentam algumas dificuldades em compreender regras de convívio social, bem como a comunicação não verbal, o que acaba por tornar seu desenvolvimento mais lento ao exercer funções necessárias a interação social. Para tanto, os quadros de Autismo Infantil sofreram algumas alterações, passando a serem nomeados como Transtornos de Neurodesenvolvimento, isto é, acerca dos prejuízos apresentados nos processos de socialização, comunicação e aprendizado. “E os prejuízos nos mecanismos biológicos estão relacionados à adaptação social levando a emergência de fenótipos heterogêneos, associados aos quadros de Transtornos Globais do Desenvolvimento” (SANTOS, 2013, p. 06). O autismo é um assunto instigante pelo fato de que suas causas ainda não têm uma resposta exata. As maiores dificuldades encontradas nos indivíduos com transtorno autista encontram-se na comunicação, no comportamento e na relação social com outros indivíduos, o que acaba limitando a sua capacidade de entender o que lhe é ensinado no processo de ensino-aprendizagem (SHWARTZMAN, 2011). Além do transtorno e das dificuldades que esse traz na fase escolar a criança adquire novas complicações, pois será nesta fase é exigido do aluno mais atenção, compreensão, socialização, entrosamento e desenvolvimento, tais situações, para uma criança com TEA, é algo extremamente dificultoso, causando ainda mais isolamento, caso o profissional presente não esteja apto para ensinar á uma criança com TEA (SHWARTZMAN, 2011). Isto é, para uma aprendizagem de qualidade é preciso que haja comunicação e interação, no entanto, como no caso do autista onde sua principal dificuldade é a comunicação, seu desenvolvimento possivelmente será lento e repetitivo. Entretanto, atualmente existe tanto recurso, quando escolas e profissionais especializados com a síndrome, e justamente através de tais pessoas que a criança é estimulada, 1. possibilitando mais facilmente seu aprendizado e desenvolvimento, e até mesmo seu relacionamento com os outros (SILVA, 2012). Existem as mais variadas formas de ensino estruturado que auxiliam orientar o professor em ensinar adequadamente um aluno com autismo em seus diferentes graus do transtorno. Com relação a isto, Silva (2012) aponta que: Para crianças com autismo clássico, isto é, aquelas crianças que tem maiores dificuldades de socialização, comprometimento na linguagem e comportamentos repetitivos, fica clara a necessidade de atenção individualizada. Essas crianças já começam sua vida escolar com diagnóstico, e as estratégias individualizadas vão surgindo naturalmente. Muitas vezes, elas apresentam atraso mental e, com isso, não conseguem acompanhar a demanda pedagógica como as outras crianças. Para essas crianças serão necessários acompanhamentos educacionais especializados e individualizados (SILVA, 2012, p. 109). Tendo em vista que este profissional é um dos responsáveis pela construção e desenvolvimento do conhecimento do aluno, não só pedagógico, mas também as normas sociais e outros valores, se faz necessário que sejam desenvolvidas atividades que despertem mais a atenção da criança, para que a mesma transpareça suas habilidades e brincadeiras favoritas, e então a partir desse ponto elaborar projetos capazes de estimular uma relação de mais qualidade com a criança, visto que ao compreendê-la também pode-se entender o que se passa ao seu redor. “O meio tem enorme influência no desenvolvimento tanto intelectual quanto sócio- emocional desta clientela, de fato o professor é responsável por grande parte do sucesso ou fracasso da mesma” (MONTOAN, 1997 apud SANTOS, 2013, p. 14). Portanto, é de grande importância a educação especial na formação do autista, para que de modo geral este indivíduo não seja mais segregado a sua realidade social. Apesar desses fatores, se for feita da maneira certa, a escolarização do aluno com autismo é possível. Honnef (2013) destaca o professor da sala regular, muitas vezes, não sabe lidar com os desafios que surgem quando recebe um aluno com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Diante disso os professores sentem-se incapacitados para propiciar condições para a efetiva inclusão, pois os relatos dos professores evidenciam uma angústia em ter um aluno com Transtorno do Espectro do Autismo 1. (TEA) em sala de aula, sentem que esses alunos estão sendo excluídos, não incluídos na sala de aula. Ainda o mesmo autor afirma: [...] pode-se perceber a angústia destes em não saber como trabalhar com os alunos com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA nas classes comuns, a exigência maior desses profissionais, no sentido de planejar atividades para os alunos com e sem Transtorno do Espectro do Autismo (TEA e a falta de diálogo entre o profissional da educação especial e os professores da classe comum. (HONNEF, 2013, p. 41). Além do transtorno e das dificuldades que esses alunos trazem, na fase escolar a criança adquire novas complicações, pois será nesta fase é exigido do aluno mais atenção, compreensão, socialização, entrosamento e desenvolvimento, tais situações, para uma criança com TEA, é algo extremamente dificultoso, causando ainda mais isolamento, caso o profissional presente não esteja apto para ensinar a uma criança com TEA (SHWARTZMAN, 2011). De acordo com Santos (2013) os alunos com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), apresenta comportamentos que podem vir associados com problemas como: ansiedade, agressão, manipulação constantes de objetos, e movimentos anormais como balançar o tronco, súbita alteração do humor, que vai do choro ao riso, respondem excessivamente a alguns estímulos e pouco a outros. Portanto, é de grande importância a educação especial na formação do autista, para que de modo geral este indivíduo não seja mais segregado a sua realidade social. Logo, compreende-se o quão imprescindível torna-se a inclusão dos alunos com Transtorno do Espectro do Autismo em escolas de ensino regular. Pois possibilita, além da interação social das crianças, também o desenvolvimento da mente e de sua função executiva. A função da educação inclusiva consiste em tornar a pessoa com TEA o mais independente possível, a capacitando de modo que possa viver em situação de igualdade (BELISÁRIO JÚNIOR; CUNHA, 2010). Para Schmidt (2013), os professores precisam entender que explicações gerais para toda a sala não alcançam o aluno com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), pois estes muitas vezes, não entendem que as orientações são dirigidas a eles, por isso não esboçam reação quando chamado pelo próprio nome. Segundo Lamônica (2014), os professores encontraram dificuldades para distinguir os traços comuns nos alunos com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), pois muitos se baseam em conhecimento prático e popular ao invés de conhecimento 1. científico. Destaca-se ainda, que os professores não se sentem preparados para receber o aluno com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), pois a maioria relata que não saberiam intervir positivamente nas habilidades de comportamento, socialização e comunicação do aluno com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). A autora ainda destaca a “[...] necessidade de cursos para aprimorar o conhecimento sobre a intervenção pedagógica nestes transtornos. ” Lamônica (2014) e Melo (2003) enfatizam que para desenvolver as habilidades no processo de aprendizagem é preciso desenvolver algumas habilidades para que o processo de aprendizagem ocorra, e o mesmo autor ainda acrescenta que a melhor interação é a do professor - aluno. O professor precisa reconhecer a importância de seu papel nesse processo para que o mesmo seja significativo tanto para ele como para o aluno. É preciso que o professor coloque-se no lugar do aluno e utilize atividades concretas, fazendo sempre o uso de reforço positivo. Todos os recursos são relevantes, desde que favoreçam o desenvolvimento das capacidades e habilidades do aluno. Isto é, para uma aprendizagem de qualidade é preciso que haja comunicação e interação, no entanto, como no caso do autista onde sua principal dificuldade é a comunicação, seu desenvolvimento possivelmente será lento e repetitivo. Entretanto, atualmente existem tantos recursos, quando escolas e profissionais especializados com a síndrome, e justamente através de tais pessoas que a criança é estimulada, possibilitando mais facilmente seu aprendizado e desenvolvimento, e até mesmo seu relacionamento com os outros. Existem as mais variadas formas de ensino estruturado que auxiliam orientar o professor em ensinar adequadamente um aluno com autismo em seus diferentes graus do transtorno (SILVA, 2012). A criança autista tem a possibilidade de ser escolarizada quando lhe são apresentadas oportunidades que façam com que esse processo aconteça, com um professor que tenha conhecimento das singularidades daquele indivíduo e que possa lhe oferecer os melhores métodos para lhe ensinar as mais diversas matérias. A Matemática é considerada uma matéria difícil. Para Silva (2014), os professores devem se utilizar de métodos que atraiam a atenção do aluno, fazendo com que aprender essa disciplina se torne algo mais prazeroso, dado que a aplicação da Matemática é muito importante para a vida social, o que a torna de extrema importância para o aluno autista, que tem dificuldade com relações sociais. 1. Ainda sobre os métodos no processo de aprendizagem, é necessário que os professores sempre recorram aos mais diversos meios para ensinar seus alunos, podendo se adaptar à individualidade. Com relação ao aluno com autismo seu processo de escolaridade deve ser realizado, isto é, um espaço com diversos materiais didáticos e pedagógicos, assim como com a presença de profissionais especializados em atendimento às necessidades educacionais especiais, fornecendo o suporte necessário ao aluno e facilitando seu acesso ao conhecimento (MEC, 2007). 1. 3.A INCLUSÃO E O ENSINO DA MATEMÁTICA PARA O AUTISTA A Lei nº 12.764 foi promulgada ano de 2012, sendo conhecida como Lei Berenice Piana, homenagem a uma mãe que lutou pelos direitos de seu filho autista. Esta lei instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (BRASIL, 2012) a afirmando como pessoa com deficiência para todos os efeitos legais, bem como sobrepõe mantidos documentos, como a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008), no qual os alunos com TGD não são considerados pessoa com deficiência (BRASIL, 2011). A lei expõe os direitos da criança autista, bem como as ações obrigatórias ao Poder Público, para promoção de tais direitos. E, referente à educação, esta garante a inclusão escolar e o direito a um profissional como acompanhante especializado, segundo os termos do artigo 3, IV, alínea “a”,parágrafo único, in verbis (60): Art. 3 São direitos da pessoa com transtorno do espectro autista: IV -o acesso: a) à educação e ao ensino profissionalizante;Parágrafo único. Em casos de comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro autista incluída nas classes comuns de ensino regular, nos termos do inciso IV do art. 2o, terá direito a acompanhante especializado. Antes do surgimento da legislação, a criança autista não possuía proteção alguma a respeito das particularidades de sua síndrome, o direito a um acompanhante em sala de aula sendo um destes. Assim como afirma Tepedino (2000), acercado posição do legislador, ato importantíssimo para que de fato seja garantida a criança sua dignidade e seus direitos fundamentais: O legislador contemporâneo, instado a compor, de maneira harmônica, o complexo de fontes normativas, formais e informais, nacionais e supranacionais, codificadas e extracodificadas, deve valer-se de prescrições narrativas e analíticas, em que consagra expressamente critérios interpretativos, valores a serem preservados, princípios fundamentais como enquadramentos axiológicos com teor normativo e eficácia imediata, de tal modo que todas as demais regras do sistema, respeitado os diversos patamares hierárquicos, sejam interpretadas e aplicadas de maneira homogênea e segundo conteúdo objetivamente definido. Supera-se, dessa forma, a desconfiança gerada pelas cláusulas gerais e pelos conceitos indeterminados no passado, cuja definição era subjetivamente atribuída ao magistrado ou à doutrina, sem um critério seguro que respondesse à lógica do sistema (TEPEDINO, 2000. p. 11). 1. Ainda que haja contrariedade para a uso do termo Portador de Deficiência com relação a pessoa autista, para fins legais, como é estipulado na Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012, ao utilizar-se esse termo torna-se a criança autista prioridade. Bem como Cruz (2003) afirma: Do judiciário, espera-se uma mudança significativa, especialmente, em razão das exigências do novo paradigma constitucional, posto que um enorme cabedal de leis deixa de ser executado por ausência de regulamentação. Sob o fundamento de que tais normas não possuíam eficácia plena e sim diferida, um rol considerável de direitos das pessoas portadoras de deficiência não é implementado. Contudo, sabe-se na atualidade que cabe ao julgador a tarefa de reconstruir o ordenamento jurídico, ao passo que ao legislador a tarefa de erguê-lo. Nessa atividade de aplicação da norma ao caso concreto, o julgador realiza uma interpretação e não mera aplicação mecânica da lei. O processo interpretativo é um exercício de auto-reflexão na qual o julgador toma em vista todo o ordenamento para aplicar a norma (CRUZ, 2003. p. 130-131). Tal prioridade exigida, isto é, a educação inclusiva, consiste em requisito básico para o efetivo cumprimento dos preceitos expostos na Constituição Federal. Para tanto, Filho (2008) elucida que: Sendo gestor de interesses da coletividade, o Estado não pode alvitrar outro objetivo senão o de propiciar a seus súditos todo o tipo de comodidades a serem por eles fruídas. A grande diversidade dos interesses coletivos exige sua caracterização em primários ou essenciais, de um lado, e secundários ou não essenciais de outro. Quando o serviço é essencial, deve o Estado prestá- lo na maior dimensão possível, porque estará atendendo diretamente às demandas principais da coletividade. Inobstante, ainda que seja secundário, a prestação terá resultado de avaliação feita pelo próprio Estado, que, por algum motivo especial, terá interesse em fazê-lo (FILHO, 2008. p. 305-306). Tendo em vista que o autismo reflete em muitos aspectos da vida da criança e de sua respectiva família, seja em aspecto emocional, social e/ou econômico, estas necessitam da ajuda do Poder Público, pois em diversos casos há impossibilidade financeira para arcar com o tratamento e a inclusão. Logo, segundo a Lei nº 12.764 de 27 de dezembro de 2012, é garantido pelo menos o mínimo necessário à uma criança autista, ou seja, tratando-se da educação está vincula-se a Administração Pública e age de modo promover a dignidade da criança e de sua família. Portanto, garantir o direito à educação inclusiva da criança autista é decorrente dos atos do Poder Judiciário ao aplicar e interpretar a legislação de forma concreta. De fato, não há formas de promoção de liberdade, cidadania, igualdade se não há garantias aos necessitados ao mínimo necessário para seu desenvolvimento, logo, o direito à 1. educação da criança autista é imprescindível não somente a ela como também a sua família e a sociedade. González (2007) afirma que para o processo de inclusão educacional ocorra efetivamente, neste caso do Transtorno do Espectro do Autismo, todos devem estar envolvidos, seja os membros da família, do bairro, os amigos, assim como a instituição escolar. Na inclusão escolar a criança com TEA tem a oportunidade de vivenciar a alternância entre aquilo que acontece todos os dias da mesma forma e aquilo que acontece de forma diferente. Essa alternância permite o acúmulo de experiência que irá tornar o ambiente social menos imprevisível (BELISARIO JÚNIOR; CUNHA, 2010, p. 26). É no período escolar que se desenvolve as habilidades e potencialidades das crianças. Portanto, a escola é responsável pelos primeiros aprendizados e desenvolvimentos dos alunos, provenientes das experiências adquiridas através das interações sociais. Logo, sendo uma fonte de desenvolvimento social, intelectual e afetivo. De acordo com os autores Belisario Júnior e Cunha “As relações afetivas e sociais, desde os primeiros vínculos de cuidado com a família até as interações em ambientes mais amplos como a escola, estão implicadas no desenvolvimento das funções mentais de crianças com TEA (2010, p. 27”). Segundo Shwartzman (2011) indivíduos com Transtorno do Espectro do Autismo não pensam por meio da linguagem, mas são pensadores visuais, sendo os substantivos as palavras que aprendem com mais facilidade por poderem relacionar a palavra a alguma figura. No entanto, alguns não entendem os desenhos, sendo preciso trabalhar-se com objetos e fotos reais. Assim como muitos, o aluno com transtorno do espectro do autismo também tem dificuldades com a aprendizagem da matemática. Entretanto, ter um bom desempenho em matemática é capaz de fazer a diferença na vida de uma criança com transtorno do espectro do autismo. Para tanto, o educador desempenha um papel de extrema importância durante a mediação do ensino e desenvolvimento das habilidades matemáticas deste aluno (BERTAZZO, RAMBURGER, 2011). Segundo Jucá (2006), por muito tempo, a lousa, o giz e o livro foram as principais ferramentas para ensinar os alunos, porém, com a propagação da tecnologia nas últimas duas décadas, ocorreram algumas mudanças também no âmbito educacional. A revolução da educação decorreu da junção da tecnologia com 1. os meios de comunicação, o que possibilitou novas propostas de aprendizado com a utilização de softwares utilizados no contexto educacional: os softwares educacionais. O educador exerce uma grande função neste procedimento, tanto que novos atributos são colocados em seu perfil, como: lidar com a individualidade dos alunos, aprender novas técnicas para elaborar materiais didáticos por meio da tecnologia, usando-a de forma criativa no processo de aprendizagem (JUCÁ, 2006). Existe uma necessidade de mudança de atitudes no processo de aquisição de conhecimento, pois cada aluno possui necessidades diferentes, principalmente no caso do aluno com autismo, que pode apresentar vários graus. BRAUN e NUNES (2015) destacam como as experiências concretas e anteriores podem apoiar o desenvolvimento de conceitos abstratos, no entanto, não basta a utilização de recursos concretos, sendo fundamental considerar como é estruturado o pensamento do Transtorno do Espectro do Autismo para apoiar seu processo de aprendizagem a partir de mediações adequadas. Esse mesmo software também é citado no estudo de BEZERRA e ARAÚJO (2011), destacando a importância da utilização do recurso computacional focado nas particularidades e necessidades de cada aluno. CECHIN, COSTA e DORNELES (2013) sugerem diversas alternativas: o programa Numeracy Developmental Project é uma proposta de ensino de aritmética que utiliza o ensino direto, explícito e a prática contínua dos procedimentos e processos de contagem. Outro recurso, o Multisensory Approach, combina a visão, a audição e o tato com o ensino de técnicas de contagem para a resolução de problemas matemáticos. O Touch Math, por sua vez, integra atividades táteis ao ensino de habilidades matemáticas básicas e mostra resultados favoráveis na pontuação em testes de matemática em diversos países. Essa interação com a tecnologia propicia maior interesse por parte dos alunos, pois transforma o aprendizado em algo mais atrativo e visual, contribuindo para a construção do conhecimento. Na maioria dos casos, grande parte das crianças autistas mostra dificuldade em lidar com linguagem abstrata ou em compreender exercícios com sequências difíceis de instruções que precisam ser analisadas em itens menores. Dessa maneira, para facilitar no processo de aprendizado e inclusão dos autistas, é frequente o uso de softwares que possam tornar a aquisição de conhecimento mais fácil, mesmo que não se tenha tantos programas que são feitos em específico para autistas. Porém, 1. nos últimos 10 anos, foi comprovado que o uso de softwares na educação das crianças e jovens autistas vem sendo eficiente (SOUSA; COSTA & CASTRO, 2016). O autismo é considerado como um Transtorno Invasivo de Desenvolvimento (TID), ou seja, afeta as habilidades intelectivas do indivíduo, assim, o uso de softwares é de extrema utilidade, porém, não é qualquer um que deve ser utilizado com uma criança autista. É de suma importância que ocorra a comunicação entre o utilizador e o designer, pelo fato de que o aluno com autismo, não sabem se defrontar com o desapontamento. É essencial usufruir de elementos que mantenham a atenção e o empenho dos alunos com as atividades que foram propostas (SHWARTZMAN, 2011). São muitas as dificuldades encontradas durante o processo de aprendizagem da Matemática, principalmente para aqueles que possuem transtorno do espectro do autismo, pois precisam de uma aula que possa suprir todas as suas singularidades. Diante disso, os jogos educativos também são recursos fundamentais para trabalhar a matemática com os alunos com transtorno do espectro do autismo. 1. 4.OS JOGOS EDUCATIVOS NO ENSINO DA MATEMÁTICA PARA OS AUTISTAS Os jogos são um ótimo meio para ensinar, principalmente as pessoas de espectro autista, pois é algo que torna o processo de aprendizagem mais atrativo para elas, podendo ser utilizados no ensino da Matemática. Com relação a isso os autores Rogé (1998) e Hollerbusch (2001) destacam que: O aluno com Transtorno do Espectro do Autismo, deve se desenvolver com mais eficiência quando participa de algum jogo. Pois esta atividade cria possibilidades de exercitar as funções cognitivas, tanto da linguagem quanto da motricidade. Podendo ainda permitir a socialização do aluno com Transtorno do Espectro do Autismo e os outros alunos (ROGÉ, 1998; HOLLERBUSCH, 2001, p. 86). A aplicação jogos em sala de aula, de modo que tornem o processo de aprendizado mais efetivo para o aluno, é importante que ocorra um planejamento bem executado, pois o jogo precisa se encaixar de maneira coerente na aula, não sendo colocado apenas como um espaço para lazer. O professor deve saber aonde quer chegar com aquela atividade, atendendo as singularidades de seus alunos, em especial d do aluno autista (CUNHA, 2013). Portanto o brincar no espaço educativo, precisa estar em constante quadro de inquietações e reflexões por parte dos educadores. Segundo Maluf (2009, p. 33) “É preciso que os professores se coloquem como participantes, acompanhando todo o processo da atividade, mediando os conhecimentos através da brincadeira, do jogo e outras atividades”. Nesse sentido Meyer relata que: Todas essas leituras fazem repensar as práticas e as oportunidades que acontecem em nossa sala, e consequentemente na escola. O papel do jogo ou brincadeira educativo é bastante forte, mas nem tudo é marcado pela função pedagógica. As crianças precisam de momentos da brincadeira pela brincadeira. Cabe ao professor o papel de observador/mediador nestes momentos, procurando intervir quando for absolutamente necessário. (MEYER, 2003, p.42). No entanto faz-se necessário pensar que, no brincar, não se aprende somente conteúdos escolares, pois aprender vai muito além do que armazenar conteúdos aprende-se também algo sobre a vida e a constante peleja que nela travamos. Segundo os autores Smole, Diniz, Cândido, (2000, p. 14) ”. Quando brinca, a criança se defronta com desafios e problemas, devendo constantemente buscar soluções 1. para as situações a ela colocadas. A brincadeira auxilia a criança a criar uma imagem de respeito a si mesma, manifestar gostos, desejos, dúvidas mal-estar, críticas, aborrecimentos, etc. ” De acordo com Maluf (2009, p.29) “Quem trabalha na educação de crianças deve saber que podemos sempre desenvolver a motricidade, a atenção o raciocínio lógico e a imaginação de uma criança, brincando com ela. O lúdico é o parceiro do professor”, Assim para Maluf: Independente do tipo de vida que se leve, adultos, jovens e crianças, todos precisam da brincadeira e de alguma forma de jogo, sonho e fantasia para viver. A capacidade de brincar abre para todos uma possibilidade de decifrar os enigmas que os rodeiam. O brincar pode ser um elemento importante através do qual se aprende, sendo sujeito ativo desta aprendizagem que tem na ludicidade o prazer de aprender. (MALUF, 2009, p.29) Segundo Cunha (2013) a matemática é usada no comércio, nos esportes para fazer o cálculo de pontuações, por exemplo, na cozinha para calcular o quanto precisa de certo ingrediente, por exemplo, para medir espaços e tempo, entre outros. A autora ainda diz que a criança com transtorno autista precisa de atividades lúdicas e efetivas para que potencializem seu raciocínio lógico e sua capacidade de memorizar, fazendo com que o processo de aprendizagem torne-se mais fácil. Portanto o material concreto é de suma importância na iniciação de exercícios matemáticos como: Numerais, sequenciamentos, pareamentos adições e subtrações são mais bem apreendidos se estiverem ligados à vida social e afetiva do aprendente com autismo. Tanto na Linguagem como na Matemática, ele aprende a generalizar, classificar, organizar e sequenciar. Dessa forma, ainda é possível trabalhar com blocos lógicos, caixa de cores, barras coloridas que indiquem unidades numéricas e encaixes geométricos, dentre outros materiais, para o desenvolvimento do pensamento lógico-matemático (CUNHA, 2013, p.78). Os jogos fazem com que o exercício da Matemática torne-se mais agradável e recreativo, pelo falo de deixar o jogador curioso para resolver os problemas propostos, preparando estratégias para conseguir seus objetivos. A utilização de jogos também ajuda no comportamento dos alunos, pois os coloca em frente a regras que devem ser seguidas para que o jogo seja concluído. A utilização de jogos cooperativos também é importante para o processo escolar de crianças autistas, pois ajuda na socialização e no desenvolvimento intelectual (MOURA, 2009). Summerfield (1976); Dewey (1973, apud HOLLERBUSCH, 2001) aponto, além do jogo, o trampolim, patins, skates e bicicletas, como sendo outras atividades que 1. auxiliam no desenvolvimento desses alunos, pois essa atividade promovem os primeiros movimentos de liberdade, ultrapassando a ansiedade e timidez iniciais. A matemática legítima é aquela que instiga o interesse e a vontade de aprender do aluno e, a partir desse interesse, faz com que o nível de conhecimento dele fique cada vez maior. Porém, é importante ressaltar que, no âmbito escolar, os jogos não devem ser apenas uma atividade de lazer, o professor sempre deve ter um objetivo em mente com essas atividades (MIRANDA, 2001). O professor não pode se pôr na frente dos alunos, mas deve oferecer para seus alunos atividades que despertem interesse, utilizando de coisas da vida real e que seja manipulável, facilitando a visualização do assunto. Contudo percebemos que o professor deverá apresentar a matemática utilizando-se de diversas estratégias e materiais e situações práticas: Muitas vezes, os professores de matemática e mesmo os livros didáticos indicam uma nova unidade pela etapa da representação: em primeiro lugar, vem a definição (representação formal do conceito); depois, alguns exemplos; a seguir situações práticas em que se pode aplicar aquele conceito. Esse, acreditamos, é um dos grandes motivos pelos quais os alunos mesmo os de cursos do nível médio, acham que matemática é uma disciplina em que se devem decorar algumas regras e aplicá-las em situações de sala de aula, e que nada tem a ver com a vida prática. (TOLEDO & TOLEDO, 1997, p.37). De acordo com o autor criança autista não vai se sentir interessada por solucionar “continhas” de subtração, por exemplo, pois ela não tem um significado palpável, tornando um processo chato e complicado. Dessa maneira, é importante que, ante de ensinar a teoria para os alunos, o professor use exercícios práticos e, para fazer isso, a utilização de materiais concretos pode ser essencial. Sendo assim, os jogos ajudam as crianças a desenvolver o raciocínio lógico e aprimorar suas habilidades, fazendo com que a aprendizagem da Matemática torne- se algo mais prazeroso e também ajude na criação de um vínculo maior entre professor e aluno, o que é de extrema importância quando se trata de crianças com o transtorno autista, tornando o seu processo de aprendizagem muito mais fácil de ser executado (COSTA;DENARI, 2015). Ainda os mesmos autores destacam que os jogos e os materiais concretos possuem funções parecidas, mas são diferentes entre si. Os materiais concretos são utilizados com o intuito de tornar a matéria mais tangível na percepção do aluno, 1. fazendo com que os conceitos não fiquem apenas no papel. Já os jogos são usados com o mesmo objetivo, porém, não são uma concretização direta da Matemática, eles são uma maneira interativa de ensiná-la, tornando mais fácil para a criança entender sua aplicação. Dessa maneira, é importante que o educador repense suas maneiras e metodologias, ou seja, o seu fazer pedagógico. Portanto, o professor deve inserir a Matemática no cotidiano da criança com transtorno autista, tornando algo palpável para ela, principalmente pelo fato de que esses indivíduos possuem dificuldades em entender conceitos abstratos. Uma alternativa que pode ser muito útil como material didático para alunos de espectro autista é o uso de materiais concreto (ALBUQUERQUE; MORI; LACANALLO, 2009). Ainda os mesmos autores enfatizam que no processo de aprendizagem dos alunos desde a educação infantil até o começo do ensino fundamental a utilização dos jogos favorece a evolução do raciocínio lógico, a capacidade de dedução, além de possibilitar maior socialização, permitir melhor organização do conhecimento e maior concentração por ser um material mais atrativo, proporcionando de forma concreta o conhecimento matemático. Porém, é necessário que esse material seja usado da forma correta, para que a criança possa adquirir o conhecimento em sua totalidade. O professor é fundamental. Para Kamii (1990, p.48) “dizer que a criança deve construir seu próprio conhecimento não implica que o professor fique sentado, omita-se e deixe a criança inteiramente só”. Isso revela que o professor deve ser o mediador no processo de aprendizagem do aluno, fazendo com que os que possuem transtorno autista possam utilizar esse material da maneira correta. Dessa maneira, o professor deve perceber que há necessidade de haver um complemento na metodologia escolar, utilizando materiais concretos para tornar a aula mais dinâmica, fazendo com que ocorra maior participação e consequente aprendizado de alunos de espectro autista, pois estes se adaptam muito mais a atividades visuais e palpáveis do que apenas à teoria que está escrita em livros e apostilas. A clareza e a organização das atividades e dos ambientes também são importantes para que esse aluno compreenda com mais facilidade o que deve fazer, gerando maior oportunidade de aprendizagem (COSTA; DENARI, 2015). Diversos estudos se dedicam a apresentar e discutir recursos e ferramentas que podem potencializar o processo de aprendizagem e a mediação docente. 1. ALBUQUERQUE, MORI e LACANALLO (2009) sugerem o uso de jogos, visto que nesses torna-se presente o desafio, a socialização, a mediação e a discussão de estratégias e raciocínios, auxiliando na formação de conceitos, na resolução de situações-problemas e exigindo que se faça o uso da linguagem para que o aluno consiga expressar de maneira clara suas ideias e intenções. Contudo, o jogo deve ser mediado de forma a explorar a leitura, a escrita, a interpretação, a abstração, o raciocínio lógico, a atenção e a memória, oferecendo caminhos para que o sujeito parta do âmbito particular para o geral, considerando seus conhecimentos prévios. Anunciação, COSTA e DENARI (2015) apontam as possibilidades do brincar e do jogo no desenvolvimento cognitivo e motor, destacando a necessidade da organização e proposição de atividades que busquem apoiar as aprendizagens que estejam em foco pelo professor. 1. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Observa-se que crianças com TEA possuem dificuldades em compreender regras de convívio social, bem como a comunicação não verbal, o que acaba por tornar seu desenvolvimento mais lento para realizar interações social. Ela tem a possibilidade de adquirir os conteúdos acadêmicos quando lhe são apresentadas oportunidades que façam com que esse processo aconteça, com um professor que tenha conhecimento das singularidades e que possa lhe oferecer os melhores métodos para lhe ensinar as mais diversas matérias. Para aplicação de métodos no processo de aprendizagem é necessário que os professores sempre recorram aos mais diversos meios para ensinar seus alunos, podendo se adaptar à individualidade. Com relação ao aluno com autismo seu processo de escolaridade deve ser realizado, isto é, um espaço com diversos materiais didáticos e pedagógicos, assim como com a presença de profissionais especializados. Assim como muitos, o aluno autismo também tem dificuldades com a aprendizagem da matemática. Portanto no ensino da matemática os jogos são recursos para ensinar, o aluno com autismo, pois ele favorece que o processo de aprendizagem seja mais atrativo para eles. É importante que o professor tenha um planejamento bem executado, pois o jogo precisa se encaixar de maneira coerente na aula, não sendo colocado apenas como um espaço para lazer. Dessa maneira, é importante que o professor reveja suas práticas pedagógicas, quando aplicar a matemática no cotidiano da criança com autismo, tornando algo palpável para ele, principalmente pelo fato de que esses alunos possuem dificuldades em compreender conceitos abstratos. As atividades visuais e palpáveis são recomendadas no aprendizado de alunos autista, pois eles se adaptam muito mais do que apenas à teoria que está escrita em livros e apostilas. É importante que haja clareza e organização em relação as atividades e os ambientes, para que o aluno compreenda mais facilmente as atividades, oportunizando ainda mais a aprendizagem. 1. REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, R. A.; MORI, N. N. R.; LACANALLO, L. F. Salas de recursos e o uso de jogos para o ensino de conceitos matemáticos. Revista Educação Especial. Santa Maria, v. 22, n. 34, p. 155-164, 2009. AZEVEDO, Edith D. M. Apresentação do trabalho Montessoriano. Revista de Educação e Matemática, n. 3, p. 26-27, 1979. BELISÁRIO JÚNIOR, J. F. B., CUNHA, P. A Educação Especial na Perspectiva daInclusão Escolar – Transtornos Globais do Desenvolvimento, Brasília: Ministérioda Educação, Secretaria de Educação Especial; Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2010, v. 9. BERTAZZO, Joíse de Brum; RAMBURGER, Janice Saratt. Autismo e matemática: práticas que fazem a diferença e viabilizam a inclusão social. 2011. BEZERRA, G. F.; ARAUJO, D.A.C. 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