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Profa. Me. Natália Feitoza do Nascimento Fisioterapia em Neurologia Esclerose Lateral Amiotrófica Recife 2019 Esclerose Lateral Amiotrófica A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença de caráter degenerativo, progressivo e incapacitante; Lesão dos neurônios motores no córtex, tronco cerebral e medula espinhal. Neurônios motores Esclerose Lateral Amiotrófica ELA Morte dos neurônios motores Óbito em 5 anos após sintomatologia Epidemiologia A incidência da ELA na população mundial é relativamente uniforme e estão entre 1,5 e 2,5 casos por 100.000 habitantes por ano. Pesquisas mostram que a incidência aumenta após os 40 anos, alcançando um pico entre 60 e 75 anos. Etiologia A causa exata da ELA permanece desconhecida. Cerca de 5 a 10% dos pacientes têm história familiar. Os indivíduos do sexo masculino são levemente mais afetados que os do sexo feminino, em uma proporção em torno de 1.5:12,3. Fatores de risco Apenas em 5 a 10% há uma clara relação genética, sendo a ELA transmitida de forma familiar. A ELA é uma doença que acomete preferencialmente pessoas com mais de 40 anos, sendo o seu pico de incidência ao redor dos 75 anos de idade. Homens são 2 vezes mais acometidos que as mulheres. Tabagismo. Fisiopatologia da ELA Hipóteses atuais acerca dos mecanismos patológicos da seletiva degeneração dos neurônios motores que ocorre na ELA incluem: Dano oxidativo Excitotoxicidade Autoimune Aumento de glutamato Fisiopatologia Degeneração neuronal Axônios sadios podem reinervar o músculo Preservando a força muscular Progressão da ELA Reinervação Início dos sintomas Aproximadamente 80% dos pacientes desenvolvem ELA de Início nos membros. 20% dos pacientes tem início bulbar Sexo feminino e acima dos 50 anos FRAQUEZA MUSCULAR Início insidioso, focal, assimétrica, progressiva; Músculos distais ou proximais; Músculos respiratórios; Músculos do tronco e cervicais; Face. Centro respiratório Os neurônios motores da porção cervical e torácica da medula. Os que se originam na medula torácica dão origem às fibras que, pelos nervos intercostais, vão aos músculos intercostais. Centro respiratório Fasciculações Músculos proximais e distais; Raramente sem fraqueza muscular associada; Precedem o inicio da fraqueza e atrofia muscular em meses ou anos; Tendem a desaparecer com a progressão da doença. Espasticidade Espasticidade; Membros superiores e inferiores; Padrões sinérgicos, clônus; Diminuição de ADM, dor e contraturas. Cãibras Frequente nas pernas, à noite. Envolvem músculos dos membros, mas também outros mais atípicos como mandíbula e tronco. Podem ser intensas numa fase tardia da doença, associadas a espasticidade grave. Sintomas bulbares Envolvimento dos membros simultâneo ou dentro de 1 -2 anos; Disartria; Disfagia; Sialorreia; + Distúrbios do sono. Comprometimentos respiratórios Dispneia, hipoventilação e ortopneia. A paralisia dos músculos respiratórios é um sinal comum na ELA. Respiração Involuntária Auxílio da contração voluntária Diagnóstico clínico História clínica 1. Fraqueza muscular progressiva, tipicamente assimétrica 2. Ausência de sintomas sensitivos significativos. Exame neurológico 1. Sinais de lesão de 1º e 2º neurónio motor no mesmo território. 2. Fasciculações exuberantes. Diagnóstico Nenhum teste ou exame isoladamente é capaz de estabelecer o diagnóstico definitivo da esclerose lateral amiotrófica. Baseado, principalmente, nos sintomas e sinais observados através do exame físico neurológico. A presença ao mesmo tempo de sinais do primeiro e do segundo neurônio motor é bastante sugestiva. Eletroneuromiografia; Ressonância magnética. Tratamento Visa desacelerar a evolução da doença, impedir suas complicações e melhorar a qualidade de vida. O medicamento utilizado pela maioria desses pacientes é o riluzole. Avaliação fisioterapêutica Avaliação neuromuscular, musculoesquelética e funcional; MIF Escala de Função Motora e Habilidades Funcionais (ALSFRS) é um inventário funcional composto por 10 itens e planejado para uso em testes terapêuticos Objetivos do tratamento Prevenir atrofia por desuso; Promover higiene brônquica em VA e melhorar ventilação; Aumentar a ADM; Reduzir contratura muscular; Evitar fadiga; Manter força muscular; Prescrever cadeira de rodas e órteses; Facilitar as trocas posturais, Avaliar o domicílio; Melhorar funcionalidade. Tratamento fisioterapêutico Motivação e ambiente. Programas de fortalecimento devem enfatizar contrações musculares concêntricas; Músculos com FM < 3 apresentam menor capacidade de melhora; Atividade X Descanso Tratamento fisioterapêutico São indicados exercícios de moderada para baixa resistência; Duração e repetições apropriada para cada situação; Mobilização passiva das articulações, Técnicas neuromusculares proprioceptivas de facilitação e de relaxamento muscular, Exercícios de equilíbrio postural e dinâmico, alongamentos e massoterapia. Tratamento fisioterapêutico A prescrição de órteses e equipamentos como: talas, andadores, bengalas e muletas podem ser indicadas como estratégias para otimizar a deambulação. É indicado colar cervical macio para a fase inicial de fraqueza muscular de pescoço. Tratamento fisioterapêutico Prescrição de órteses Tratamento fisioterapêutico Hidroterapia Tratamento fisioterapêutico Ventilação não-invasiva prolonga a sobrevida. Suporte respiratório Tratamento fisioterapêutico Dispositivo para comunicação aumentativa, cuidados paliativos, apoio psicológico para ambos. Tecnologia assistiva. Intervenção Plano terapêutico Cuidados domiciliares Prevenção da atrofia por desuso Prevenção dos danos por uso excessivo Atividade Qual é a principal diferença entre as áreas do SNC que sofrem degenerações nas patologias da EM e a ELA? Qual é o quadro clínico geral de um paciente com ELA? A EM e a ELA podem acometer os pares de nervos cranianos? Justifique e aponte os respectivos pares. Como a fisioterapia pode contribuir no tratamento da ELA? Cite 4 objetivos do tratamento fisioterapêutico na ELA. Tratamento fisioterapêutico Paciente apresenta acentuada depleção dos músculos intrínsecos da mão. Incapacidade de abduzir ou flexionar o ombro além de 90 graus. Seu ombro direito apresenta considerável atrofia especialmente dos músculos deltoide e supraespinhoso. Todos os movimentos do membro superior estão enfraquecidos, mas em grau 2. Seu pescoço está projetado para frente e não há nenhuma espasticidade evidente em membros superiores. A musculatura de membro inferior demonstra fraqueza generalizada em grau 3 com a musculatura esquerda mais fraca que a direita.Espasticidade dos adutores de quadril e isquiostibiais foi observada ao movimento passivo. A extensão inadequada de tornozelo para o toque do calcanhar na marcha bem como ausência de propulsão durante elevação do calcanhar. Paciente relata que tem grande dificuldade para subir e descer degraus em casa. *Objetivos *Conduta Referências ORSINI, M. et al. Reabilitação física na Esclerose Lateral Amiotrófica. RevNeurocienc,17(1):30-36, 2009. O´SULLIVAN, S. B., SCHIMITZ, T. J. Fisioterapia: avaliação e tratamento. São Paulo: Manole, 5ed, 2010. LINDEN, E.J. Abordagem Fisioterapêutica na Esclerose Lateral Amiotrófica: Artigo de Atualização. Rev Neurocienc 2013;21(2):313- 318.
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