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TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO Profa. Me. Natália Feitoza do Nascimento RECIFE, 2019 Fisioterapia em Neurologia Trauma cranioencefálico O Traumatismo Cranioencefálico (TCE) é caracterizado como um insulto ao cérebro, causado por uma força externa, que pode produzir uma lesão anatômica. (HORA, SOUSA, 2005) EPIDEMIOLOGIA Aproximadamente 60% dos pacientes que sobrevivem a traumas cranianos têm sequelas significativas como déficit motor e cognitivo. Etiologia 50% 25% 15% 10% • SEXO MASCULINO • JOVENS 15-24 anos Proteção do SNC • CRÂNIO Ossos longos X Ossos do crânio Proteção do SNC • CRÂNIO • Diploe Proteção do SNC • COURO CABELUDO • choque hipovolêmico. Bazzi, 2010 Neuroanatomia Crânio + Substâncias encefálicas Fibras nervosas Lobos frontal e temporal Sistema fluido cerebroespinhal • Ventrículos • LCR • Meninges Sistema fluido cerebroespinhal Meninges LCR PROTEÇÃO Absorção de impacto Estágios de lesão • Mecanismos de lesão • Fechado ou aberto (penetrante) Lesão primária • Impacto inicial Lesão secundária • Horas após o insulto primário Mecanismos de lesão Mecanismos de lesão Forças externas Tecido cerebral Aceleração Desaceleração Rotação Pressão, tensão, ruptura e deslocamento . Hematomas Epidural Subdural Lesão Difusa Hemorragia intraventricular Fraturas de crânio Fraturas da base do crânio • Sinais clínicos Lesão axonal difusa • Aceleração, desaceleração e forças rotacionais; • Lesão do axônio; • Estado de coma; • Menor recuperação. Lesão Axonal Difusa • É a lesão mais comum associada ao TCE. • Ocorre por tensão e estiramento axonal por forças de aceleração angular e rotacional podendo resultar num déficit neurológico maior. • Ruptura de pequenos vasos, em regiões que sofrem forças de aceleração máximas. Lesão axonal difusa • Corpo caloso, núcleos da base, tronco encefálico e cerebelo. • Para identificar estas lesões: a Ressonância Magnética maior sensibilidade prognóstica Fisiopatologia do TCE • Lesão secundária, poderá existir até ao décimo dia pós-TCE; • Episódios de hipertensão intracraniana pós-traumática, precoce ou tardia, estão associados a pior evolução. Lesão primária Redução ATP Edema e HIC Fisiopatologia do TCE Liberação excessiva de neurotransmissores excitatórios Despolarização da membrana Abertura dos canais iônicos Morte neuronal Avaliação • Sinais vitais • Consciência • Reflexo pupilar • Tônus muscular: • Reflexo de babinski • Sinal de Clônus Nervo craniano Monitorização da PIC • A principal vantagem do cateter intraventricular quando comparado com os outros é a possibilidade de drenar líquido céfaloraquidiano (LCR) concomitantemente com a monitorização da PIC. Exames de imagem • TC • RM • RMf Escala de Coma de Glasgow Trauma cranioencefálico • O paciente que se apresenta assintomático, alerta e neurologicamente normal deve ser observado por algumas horas, e feita uma reavaliação do quadro, e se ainda estiver normal pode receber alta. 48h Baixo Médio Alto risco Trauma cranioencefálico leve Caso 1- ECG • Paciente durante o atendimento não apresenta abertura ocular com nenhum estímulo • Paciente não responde às perguntas feitas e não mostra nenhum barulho com a boca • Quando pedimos para levantar a mão não levanta, nem esboça qualquer movimento com a manobra de estímulo doloroso. Caso 2- ECG • Paciente em estado de coma, com abertura ocular apenas com comando verbal, emite palavras, e tem o padrão extensor de membros superiores e inferiores. • Paciente leve, moderado ou grave? Sinais e sintomas • Concussão; • Protuberância, Corte do couro cabeludo; • Cefaleia; • Hipersensibilidade ao ruído e a luz; • Convulsão; • Irritabilidade; • Confusão, vertigens; • Náusea; • Problemas de memória e/ou concentração; • Alteração do paladar e ouvidos; • Sensação de fadiga; • Alteração do equilíbrio. Comprometimentos pós-lesão Neuromuscular Cognitivo Visual, perceptivo e comportamental Comunicação Disfagia Lesão no Trato piramidal ESPASTICIDADE Comprometimentos cognitivos • Estado de coma • Estado vegetativo • Estado vegetativo persistente Após 1 ano de lesão Comprometimentos indiretos Contraturas Úlceras Trombose venosa profunda Atrofia muscular Infecção Medidas clínicas pós-trauma Objetivos da Intervenção Fisioterapêutica • Evitar complicações da ventilação mecânica e diminuir o tempo de intubação; • Melhorar condicionamento respiratório; • Prevenir comprometimento indiretos; • Minimizar os efeitos do tônus muscular anormal; • Estimular sensorialmente; • Melhorar performance cardiovascular; • Praticar Transferências de posturas; • Aumentar a força muscular. • Realizar treino de marcha e equilíbrio. Tratamento Fisioterapêutico hospitalar e ambulatorial • Elevação de cabeceira do leito, ventilação mecânica otimizada, fisioterapia respiratória e motora; • **A aspiração endotraqueal; • Posicionamento no leito, mobilização precoce. Fisioterapia • Medidas analgésicas (crioterapia por 20 minutos) ; • Órtese de posicionamento (AFO); • Treino ortostático na prancha ortostática • Utilização do cicloergômetro; • Pacientes com sequela de TCE, com idade entre dezesseis e sessenta e cinco anos, um treino aeróbico, em cicloergômetro de membros inferiores, de três horas e meia por semana, durante doze semanas, • 60% a 80% da Fcmáx • Exercício de relaxamento X Cicloergômetro (*p = 0,02) FNP e Bobath Tratamento fisioterapêutico FISIOTERAPIA FISIOTERAPIA Caso clínico • J.A.N.S., 21 anos, solteiro, sexo masculino, vítima de acidente automobilístico gravíssimo, com traumatismo torácico fechado e traumatismo craniano. Foi hospitalizado no dia 17 de maio de 2017. • A tomografia de crânio acusou pequenas contusões bifrontais, foi encaminhado para UTI, onde permaneceu sob ventilação mecânica. Na UTI passou 35 dias, apresentando insuficiência respiratória, sendo intubado por 15 dias evoluindo para TQT, apresentando ainda insuficiência renal aguda, trombose venosa profunda e infecção generalizada. Foi realizada a decanulação no dia 12 de junho e após 10 dias recebeu alta da UTI, sendo encaminhado para a enfermaria do mesmo hospital onde permaneceu por 30 dias, recebendo alta hospitalar no dia 21 de julho. • No exame físico foram encontrados: PA: 120/80 mmHg, FC:60 bpm, FR:22 ipm, peso:79 kg e altura:1,71m. Na avaliação do estado mental, encontrava-se lúcido/alerta, atento e orientado. Sem alterações na memória. • Apresentava leve hipotonia de MMSS, com diminuição da amplitude de movimento para flexão e abdução do ombro direito e esquerdo e dor ao realizar extensão do quadril. Na inspeção apresentava pele normal e cicatrizes na região occipital e região inferior da mandíbula. Na avaliação de força muscular, apresentava diminuição em MMSS e MMII e hiporreflexia de calcâneo plantar direito e esquerdo. Romberg+ Questões• Qual é a diferença entre a lesão focal e lesão axonal difusa? • Descreva a fisiopatologia do TCE após a instalação do edema cerebral. • Quais são as alterações neuromusculares frequentes após o TCE? • Quais são as primeiras condutas fisioterapêuticas no atendimento do paciente após TCE? Referências • O´SULLIVAN, S. B., SCHIMITZ, T. J. Fisioterapia: avaliação e tratamento. São Paulo: Manole, 5ed, 2010. • STOKES, M. CASH – Neurologia para Fisioterapeutas. São Paulo: Editorial Premier, 2000. • Gentile J. K. L. Condutas no paciente com trauma cranioencefálico. Rev Bras Clin Med. São Paulo, 2011 jan- fev;9(1): 74-82. • Edson OLIVEIRA, José Pedro LAVRADOR, Maria Manuel SANTOS, João LOBO ANTUNES. Traumatic Brain Injury: Integrated Approach. Acta Med Port 2012 May- Jun;25(3):179-192.
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