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DIREITO CIVIL I
CECÍLIA LÔBO MARREIRO
CONTEÚDO DESTA AULA
DIREITO CIVIL I
BENS
FATOS JURÍDICOS
NEGÓCIOS JURÍDICOS
ELEMENTOS ACIDENTAIS DOS 
NEGÓCIOS JURÍDICOS
DEFEITOS DOS NEGÓCIOS 
JURÍDICOS
INVALIDADE DO NEGÓCIO 
JURÍDICO
Bens imóveis
Bens imóveis, também denominados de bens de raiz, são aqueles que
não podem ser transportados de um lugar para outro sem que não
sejam destruídos, ou seja, são os que não podem ser removidos sem
alterações de sua substância.
Os bens imóveis de classificam:
a) Por natureza
b) Por acessão artificial, física ou industrial
c) Por acessão natural
d) Por determinação legal
a) Por natureza
Refere-se ao solo, com sua superfície, subsolo e espaço aéreo.
 Tudo o mais que for aderido ao solo será considerado acessão.
b) Por acessão artificial, física ou industrial
Inclui tudo aquilo que o homem incorpora permanentemente ao solo,
de modo que, não se pode retirá-lo sem que haja destruição,
modificação ou dano. Ex: um edifício, árvores plantadas.
c) Por acessão natural
É tudo aquilo que se prende naturalmente ao solo, incluindo todos os
acessórios.
Ex: pedras, as fontes e cursos de água superficiais e subterrâneos que
ocorram naturalmente.
 Como exemplo de acessório temos a formação de ilhas:
 É a acessão formada pelo depósito paulatino de areia e de cascalho,
que forma uma elevação de terra em rios não navegáveis ou
particulares
d) Por determinação legal
Encontra-se expresso no art.80, incs.I e II do CC.
Trata-se de bens incorpóreos, imateriais (direitos), que o legislador
considerou como sendo bens imóveis, para lhes conferir mais segurança. São:
 os direitos reais sobre o imóvel – uso, usufruto, propriedade, etc;
 os direitos de garantias, tais como a hipoteca;
o direito abstrato à sucessão aberta.
BENS MÓVEIS
O art.82 do CC considera bens móveis, aqueles suscetíveis de movimento
próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da sua substância ou
da destinação econômico-social.
 São classificados da seguinte forma:
a) móveis por natureza, que por sua vez se subdivide em:
a.1) semoventes;
a.2) móveis propriamente ditos.
 b) móveis por determinação legal;
c) móveis por antecipação.
b) Móveis por determinação legal
São bens imateriais que adquirem a qualidade jurídica de bem móvel
por determinação legal. Encontram-se dispostos no art.83, incs.I ao III.
O inc.I refere-se as energias de valor econômico, tais como a elétrica e
a eólica.
O inc.II estipula os direitos reais sobre os objetos móveis (propriedade,
usufruto, etc), bem como as ações a eles correspondentes.
O inc.III determina como sendo móveis, os direitos pessoais de caráter
patrimonial e suas respectivas ações. Ex: as quotas e ações de
sociedades empresárias; direito de crédito.
c) Móveis por antecipação
São bens que, embora imóveis pela sua natureza, foram mobilizados pela
vontade humana, em face de sua função econômica.
Ex: árvores convertidas em lenhas. Incluem-se também neste caso, os
imóveis que por sua ancianidade são vendidos para fins de demolição.
BENS FUNGÍVEIS E INFUNGÍVEIS 
São bens fungíveis, àqueles susceptíveis de substituição por outro de
mesma espécie, qualidade e quantidade, determinados por número,
peso ou medidas (art.85 do CC).
 Já os bens infungíveis, são àqueles insusceptíveis de substituição
por outro de igual quantidade, qualidade e espécie, como por
exemplo, um quadro de Portinari ou mesmo uma jóia de família.
 Se faz mister esclarecer que, a vontade humana, pode tornar um
bem fungível em infungível. Isto é, a intervenção humana pode
determinar a infungibilidade do bem.
CONSUMÍVEIS E INCONSUMÍVEIS – art.86 CC
a) Consumíveis de fato (natural ou materialmente consumíveis): o primeiro uso
importa destruição imediata da própria substância. Extinguem-se pelo uso
normal, exaurindo-se em um só ato. Ex: os alimentos.
b) Consumíveis de direito (juridicamente consumíveis): são os bens que se
destinam à alienação. Logo a aquisição pelo consumidor vai implicar o
exaurimento de sua finalidade. Ex: uma roupa exposta na vitrine de uma loja;
livros expostos nas prateleiras de uma livraria
Os inconsumíveis: por seu turno, são bens que admitem uso constante,
possibilitando que se retirem todas as suas utilidades sem atingir sua
integridade. Ex: livro, batedeira, TV
BENS DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS
Bens divisíveis, são aqueles que podem ser fracionados em partes
homogêneas e distintas, sem que haja:
 alteração da sua substância,
diminuição considerável do valor proporcional às coisas divididas ou,
prejuízo do uso a que se destina (art.87 do CC).
Bem indivisível é aquele que perde a identidade ou perde o valor, ou a
finalidade a que se destina quando fracionado.
BENS SINGULARES E BENS COLETIVOS
Bens singulares são as coisas que, embora reunidas, devem ser
consideradas individualmente, independentemente das demais que as
compõem (art.89 do CC).
Os bens coletivos são também chamados de universais ou universalidades,
e abrangem:
 as universalidades de fato: refere-se ao conjunto de bens singulares, que
pertencentes à mesma pessoa têm uma destinação unitária. Ex: biblioteca
 as universalidades de direito: refere-se a um complexo de relações jurídicas
de uma pessoa dotadas de economicidade. Ex: patrimônio.
BENS PRINCIPAIS E BENS ACESSÓRIOS
 Bem principal é aquele que tem existência própria, autônoma. É
aquele que existe por si, exercendo sua função e finalidade,
independentemente de outro. Ex: o solo
Os acessórios, são bens que dependem de um outro para existir; tem
uma relação de subordinação com o bem principal, daí informar que o
acessório segue o principal. Ex: uma árvore para com o solo.
 As pertenças, conforme o art.93 do CC, são bens que se destinam de
modo duradouro, ao uso, ao serviço, ou ao aformoseamento de outro.
Partes integrantes: são bens que necessitam estar unidos ao bem principal
para desempenhar a sua finalidade. Exs: telhas, lâmpada.
BENS ACESSÓRIOS
Existem três espécies de benfeitorias:
a) Voluptuárias ou suntuárias (§1º do art.96 do CC);
b) Úteis (§2º do art.96 do CC);
c) Necessárias (§3º do art.96 do CC).
a) Voluptuárias ou suntuárias (§1º do art.96 do CC): destinadas a tornar a coisa
mais formosa, bela, servindo para mero deleite. Não aumentam, nem
melhoram o uso habitual do bem, servindo apenas para o seu embelezamento.
Ex: construção de uma piscina ou quadra de tênis em uma casa;
b) Úteis (§2º do art.96 do CC): aumentam ou facilitam o uso da coisa, dando
maior conforto ao usuário. Ex: construção de um banheiro a mais na casa;
c) Necessárias (§3º do art.96 do CC): são àquelas indispensáveis à
conservação da coisa, evitando sua deterioração ou destruição. Ex: reposição
das telhas que se encontram quebradas; trocas dos encanamentos que se
encontram oxidados.
2.3. Bens considerados quanto ao titular do domínio: bens 
públicos e bens privados
Bens públicos são aqueles, cujo titular é uma pessoa jurídica de direito
público – administração pública direta ou indireta – ou pessoa jurídica de
direito privado prestadora de serviço público, quando o referido bem estiver
vinculado à prestação deste serviço público.
Os bens públicos dividem-se em três espécies:
a) bens públicos de uso comum: tais bens podem ser utilizados por qualquer
pessoa, indiscriminadamente, a título gratuito ou oneroso (zona azul).Ex: ruas,
mares.
b) bens públicos de uso especial: são os bens utilizados pelo próprio poder
público no exercício de suas atribuições. Têm uma destinação específica. Ex:
Forúm
c) bens públicos dominiais ou dominicais: englobam os bens móveis e imóveis
que integram o patrimônio disponível das respectivas pessoas de direito
público interno. Ex: terras da marinha.
DESAFETAÇÃO:DOS FATOS JURÍDICOS
 Fato jurídico, é todo e qualquer fato de ordem humana ou natural, 
inserido em uma estrutura normativa.
1.1. Fatos naturais ou fatos jurídicos stritu sensu: se dividem em:
1.1.1 Ordinários: são manifestações, acontecimentos habituais, freqüentes da
natureza. Ex(1): nascimento com vida: início da personalidade jurídica;
1.1.2. Extraordinários: são eventos caracterizados pela excepcionalidade, pela
imprevisibilidade. Ex: terremoto que destrói uma casa que está assegurada.
2. Fatos humanos ou atos jurídicos em sentido amplo, latu sensu
Tem como pressuposto, o elemento volitivo humano de produzir efeito
jurídico. Se subdivide em:
2.1. Ato jurídico em sentido estrito: é a vontade humana exteriorizada no
sentido de produzir determinado efeito jurídico, mas que, no entanto, as
consequências deste, independerão da vontade do agente, haja vista
encontrarem-se previstas em lei. Ex: o pai ao reconhecer um filho (art.1.609 do
CC).
2.2. Negócio jurídico ou ato negocial: pode ser definido como sendo, um
acordo de vontades voltado para produzir efeitos jurídicos, que terão a
finalidade de adquirir, modificar, transferir ou extiguir direitos.
2.3. Ato-fato-jurídico: trata-se de um ato que inexiste vontade humana de
praticá-lo, ou se existe, não é necessário considerar o seu conteúdo, uma vez
que os efeitos decorrerão independentemente dela. Surge, pois, de um
comportamento humano e produz efeitos independentemente da vontade
humana, aliás, pode produzir efeitos até mesmo contra a sua vontade.
Ex: Uma pessoa que acha casualmente um tesouro e por força do art.1.264
do CC metade irá pertencer a ela independentemente da sua vontade
A TRICOTOMIA EXISTÊNCIA-VALIDADE-
EFICÁCIA
Segundo Pontes de Miranda o negócio jurídico deve ser analisados sob três
planos: o da existência, o da validade e o da eficácia (escala Ponteana).
Assim um negócio jurídico pode existir mas não se válido e nem eficaz (um
negócio jurídico nulo); por outro lado, o negócio pode existir, ser inválido e ter
eficácia (um negócio realizado com um vício de consentimento, enquanto não
anulado o negócio ele irá produzindo efeitos normalmente).
Requisitos da existência do negócio jurídico
No plano da existência, averiguar-se-á, se o negócio jurídico contém os
elementos estruturais necessários para ingressar no mundo jurídico.
Segundo Gonçalves (2016, p.358) são os seguintes elementos de existência
do negócio jurídico:
a declaração de vontade;
 a finalidade negocial;
 idoneidade do objeto.
A declaração de vontade
A declaração de vontade, enquanto pressuposto básico do negócio
jurídico, se constitui pela exteriorização da vontade do indivíduo em
realizar determinado negócio jurídico.
A manifestação de vontade pode ser de forma:
 Expressa: Quando a manifestação de vontade é exteriorizada verbalmente,
por escrito, gesto ou mímica de forma inequívoca.
 Tácita: é aquela que se revela pelo comportamento do agente.
 Presumida: é aquela que advém de lei. Ex: art. 546 do CC: doação propter
núpcias.
Reserva mental (art.110 do CC)
Se caracteriza quando uma pessoa declara uma vontade, mas que na realidade não
a quer declarar, ou seja, não deseja o conteúdo e nem muito menos o seu resultado,
emitindo-a com o fito único de enganar, iludir o declaratário (parte contrária).
No negócio celebrado com reserva mental o declarante afirma determinada situação
que sabe, previamente, não pretender cumprir. Logo, manifesta uma vontade apenas
para enganar a parte contrária.
No negócio celebrado com reserva mental o declarante afirma determinada situação
que sabe, previamente, não pretender cumprir.
 Ex: O autor afirma que a sua obra literária tem o destino filantrópico, de ajudar as
crianças do Lar Menino Jesus, mas apenas com o propósito de assegurar a circulação
e impulsionar as vendas.
A finalidade negocial
A existência do negócio jurídico depende da manifestação de vontade das
partes com finalidade negocial, isto é, quando as partes manifestam vontade
de adquirir, conservar, modificar ou extinguir direitos.
Idoneidade do objeto
 O objeto é idôneo, quando apresenta os requisitos necessários 
exigidos pela lei para produzir os efeitos desejados. Ex: contrato de 
comodato, o bem tem ser infugível.
Requisitos de validade
 Para que o negócio jurídico produza os efeitos jurídicos almejados
pelas partes, deve conter os requisitos necessários à sua validade.
 Estes estão expressos no art.104 do CC: capacidade do agente,
o objeto tem que ser lícito, possível e determinado e a forma
prescrita ou defesa em lei.
A ausência de um ou mais desses requisitos, tornará o negócio
NULO ou ANULÀVEL.
Requisito da Eficácia
No plano da eficácia, identificar-se-á, se o negócio jurídico produzirá efeitos
no mundo jurídico. Ex: a doação propter núpcias, tornar-se-á eficaz, com o
advento do casamento.
Elementos acidentais do negócio jurídico
 São convenções acessórias – cláusulas – que autolimitam a vontade das
partes, acarretando, pois, modificação na eficácia dos negócios jurídicos.
São eles: condição, termo e encargo (ou modo).
Condição
Condição, segundo a hermenêutica do art.121 do CC, é uma cláusula
acessória resultante exclusivamente da vontade das partes, que suspende o
efeito ou determina a resolução de um negócio jurídico, mediante a ocorrência
de um acontecimento futuro e incerto.
Ex: doação propter núptias, art.546 do CC. Ex: dar-te-ei um imóvel para
montar o seu escritório de advocacia se você passar no exame da OAB.
Observa-se que na condição utiliza-se a partícula SE
Condição
Condição suspensiva
Os efeitos ficam contidos até que o acontecimento futuro e incerto se
concretize. Antes do implemento da condição suspensiva, não se opera a
aquisição, nem o exercício do direito a que se subordina, art.125 do CC. Ex:
dar-te-ei um carro se você passar por média em todas as disciplinas. Ex:
doação de um imóvel a um nascituro.
Condição resolutiva
 Faz cessar os efeitos que estão sendo produzidos pelo negócio jurídico.
Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se o direito. Ex: doação com
cláusula de retorno ou reversão, art.547 do CC.
Termo
O termo é uma cláusula contratual que subordina a eficácia do negócio
jurídico a um acontecimento FUTURO E CERTO,.
 Ex: você receberá a bolsa da FUNCAP até quando cursar o mestrado, ou
seja, até o dia 30 de agosto de 2018.
O termo é, portanto, “quando”.
a) Termo inicial ou suspensivo, dies a quo
 Em razão da certeza da ocorrência do evento futuro, o termo inicial não
suspende a aquisição do direito, mas apenas o seu exercício, pois, este só
ocorrerá com o advento do termo, art. 131 CC. Ex: uma pessoa aluga um
imóvel hoje para desfrutar no natal.
b) Termo final ou termo resolutivo, dies ad quem
O evento futuro e certo determina a extinção dos efeitos de um negócio
jurídico, operando a sua extinção. Ex: até quando estiver cursando a faculdade
dar-te-ei uma mesada.
Encargo
O encargo é uma cláusula acessória às liberalidades (doações e
testamentos), pela qual se impõe uma obrigação ao beneficiado.
Assim, se a pessoa foi beneficiada com uma doação ou legado, deverá
cumprir o encargo, sob pena de se revogar a liberalidade (ação revogatória,
art.562 do CC).
O encargo tem os seguintes efeitos:
a) O encargo não suspende a aquisição, nem o exercício do direito, salvo
quando expressamente imposto no ato, pelo disponente como condição
suspensiva (art. 136 do CC);
b) Sua iliciude ou impossibilidade física ou jurídica leva a considerá-lo como
não escrito (art. 137, do CC), libertando o ato negocial de qualquer restrição.
O ato passa a ser puro e simples.
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
Os defeitos do negócio jurídico são as imperfeições que neste surgem,
decorrentesde vícios na formação da vontade das partes ou na sua
declaração.
Os defeitos do negócio jurídico se apresentam sob duas formas:
vícios de consentimento (de vontade);
 vícios sociais.
Os vícios de consentimento, se caracterizam por provocar uma manifestação
de vontade que na realidade não corresponde a verdadeira vontade do agente.
 São vícios de vontade o erro, o dolo, a coação, a lesão e o estado de perigo.
Nos vícios sociais, a vontade é exteriorizada em conformidade com a
intenção do agente, que de forma deliberada a declara, com intenção única de
prejudicar terceiro ou de burlar a lei, motivo pelo qual o vício não é interno, mas
externo.
 No ordenamento jurídico brasileiro encontra-se como vício social a fraude
contra credores e simulação.
2. ERRO OU IGNORÂNCIA
Erro é a idéia falsa, equivocada da realidade, o que difere da ignorância,
que consiste no completo desconhecimento da realidade. A pessoa se engana
sozinha. Ex: Maria compra uma estátua de osso pensando tratar-se de
marfim.
Invalidam o negócio jurídico somente os erros:
Substancial: é aquele que consiste a causa determinante do negócio jurídico. Ex: uma
pessoa querendo comprar uma bolsa de couro legítimo, compra uma bolsa de couro
sintético
 escusável: é um erro escusável, justificável, onde qualquer pessoa de inteligência
mediana o cometeria.
 real: tem que causar prejuízo a parte.
2. DOLO
O dolo é todo e qualquer artifício empregado por uma pessoa a outra, com o
intuito de obter desta, a prática de um ato que beneficie diretamente o
causador do dolo ou a terceiro.
Vale ressaltar que, o dolo diverge do erro, uma vez que neste a pessoa se
engana sozinha, enquanto que naquele, é induzida a se enganar por meio de
manobras astuciosas.
Dolo de terceiro, art.148 do CC
O dolo pode ser oriundo, também, de conduta de terceiro, como reconhece
o art.148 do CC.
Para anular o negócio jurídico decorrente de dolo por terceiro, é preciso
que a parte, a quem aproveite o dolo, tivesse (ou deveria ter) conhecimento
do mesmo.
É lógico que a parte ludibriada, ainda que o negócio subsista – por
exemplo, não conseguir provar que a parte que se beneficiou do dolo não
tinha conhecimento do mesmo – terá direito a reparação de danos contra
terceiro.
3. COAÇÃO
Coação é toda ameaça ou pressão injusta, exercida sobre um indivíduo,
para forçá-lo contra sua vontade, a praticar ou realizar um negócio jurídico.
Assim a coação:
a) deve ser causa determinante do ato;
b) deve ser grave;
c) deve ser injusta;
d) deve dizer respeito a dano atual ou iminente;
e) deve constituir ameaça de prejuízo à pessoa ou a bens da vítima ou a
pessoas da sua família
4. O ESTADO DE PERIGO
Constitui estado de perigo, quando uma pessoa encontra-se em extrema
necessidade de salvar a si ou pessoa da sua família ou mesmo um ente
querido, de grave dano conhecido pela outra parte, que a faz assumir uma
obrigação excessiva onerosamente, art.156 do CC.
5. LESÃO
Constitui lesão, quando umas das partes, por inexperiência ou por situação
de premente necessidade, assume uma prestação manifestadamente
desproporcional ao do outro negociante, que valendo-se da inexperiência ou
da necessidade daquele, obtém lucro exorbitante e desproporcional, art.157
do CC.
6. FRAUDE CONTRA CREDORES
A fraude contra credores ou fraude pauliana, é um vício social pela qual o
devedor pratica ato de disposição patrimonial, maliciosamente, reduzindo-se a
insolvência, com o propósito único de prejudicar o(s) seu(s) credor(es) de
forma a não adimplir as dívidas contraídas com este(s).
a) Atos que importam na transmissão gratuita de bens ou na remissão de
dívidas, art.158 do CC;
b) Na celebração de contratos onerosos do devedor com terceiros, em caso
em que a insolvência seja pública e notória, art.159 do CC;
c) Pagamento antecipado de dívidas, art.162 do CC;
d) Outorga de direitos preferenciais a um dos credores, art.163 do CC.
6.2. Hipóteses legais da fraude contra credores
7. SIMULAÇÃO
Simular significa fingir o que não é; disfarçar.
A simulação resulta de um conluio entre os negociantes, que objetivando
burlar a lei, ou fraudar o Fisco, ou mesmo prejudicar terceiros, declaram
uma vontade falsa, com o fito de constituir negócio jurídico que não existe
em absoluto ou diferente da sua aparência. Enfim, constituir um negócio
jurídico diverso da realidade.
INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO OU NULIDADE DO 
NEGÓCIO JURÍDICO
O Código Civil nos seus arts.166, 167 e 168 determinam as causas de
nulidade absoluta do negócio jurídico.
Assim, de acordo com o art.166 do CC, o negócio jurídico é nulo quando:
1. Celebrado por pessoa absoltamente incapaz;
2. For ilícito, impossível ou indeterminado o seu objeto;
3. Realizado por simulação
ANULABILIDADE OU NULIDADE RELATIVA
É uma sanção imposta pela lei aos negócios jurídicos realizados por pessoa
relativamente incapaz ou eivados de algum vício de consentimento ou por
fraude contra credores. O art.171 do CC prevê as causas de anulabilidade.
Tal nulidade relativa, por atingir tão somente interesses de particulares,
determina ser o negócio jurídico anulável, facultando assim a parte lesada
pleitear a sua anulação nos prazos legais estabelecidos.
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