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2018223_155945_Direito+Coletivo+do+Trabalho+(UNIPLAC)+-+parte+1+-+versão+2018

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 DIREITO COLETIVO DO TRABALHO
O Direito Individual do Trabalho trata das relações de trabalho, bem como do contrato de emprego, fixando extensão e limites, obrigações e direitos entre as partes envolvidas. 
O Direito Coletivo do Trabalho regula as relações que envolvem a chamada autonomia privada coletiva, ou seja, participação coletiva de empregados e empregadores, podendo ser representadas por organizações obreiras ou patronais.
A existência de direitos individuais numa sociedade organizada, com certeza exige a necessidade de uma tutela mais abrangente, surgindo então o direito da coletividade, o qual será protegido por um ramo específico, que no nosso caso é o Direito Coletivo do Trabalho. Ele só existe devido ao Direito Individual, gerando normas que se incorporam no dia-a-dia laboral. 
Art. 2º da CLT – considera-se empregador a empresa individual ou coletiva.
Direito Coletivo do Trabalho – denominação: antigamente chamava-se Direito Industrial, Direito Operário e até Direito Corporativo.
Direito Operário – Direito Industrial, Direito Coletivo ou Direito Sindical. Qual a diferença? 
Não podemos chamar somente de Direito Operário porque também existe a empresa e o sindicato. Não podemos chamar somente de Direito Industrial porque existe o trabalhador e o sindicato. Não podemos chamar somente de Direito Sindical porque existe o trabalhador e a empresa. 
Nomenclatura Celetista
A CLT, no Título V, trata da Organização Sindical (arts. 511 a 610), sendo que no Título VI trata das Convenções Coletivas de Trabalho (arts. 611 a 625). No Título VI-A trata das Comissões de Conciliação Prévia - CCP (art. 625-A a 625-H). 
Art. 1º da CLT – Esta Consolidação estatui as normas que regulam as relações individuais e coletivas de trabalho, nela previstas.
Visão mais objetiva 
Direito Coletivo, não olhando o sujeito, mas o enfoque, que é o coletivo, pois se não tivesse os empregados e os empregadores nem existiria o Direito Coletivo. Os tribunais adotam a denominação de Direito Coletivo. Os doutrinadores: Amauri Mascaro do Nascimento, Sérgio Pinto Martins, Maurício Godinho Delgado, etc., adotam também a nomenclatura utilizada pelos tribunais. José Augusto Rodrigues Pinto adota a nomenclatura de Direito Sindical e Coletivo do Trabalho. 
Uma pergunta comum: o Direito Coletivo é uma ciência autônoma? 
Alguns doutrinadores, minoritariamente, entendem que sim, pois ele tem princípios e regras próprias, no entanto, o entendimento majoritário não é esse. Outros entendem que sim porque trata do Direito Sindical e Coletivo do Trabalho, tendo amplitude maior do que o Direito Individual. 
Regra Geral - Quando se pega uma norma coletiva, nela observamos que existem várias cláusulas que se encontram no Direito Individual. Portanto, o Direito Coletivo, segundo a corrente majoritária, é uma ramificação do Direito Individual, apesar das opiniões em contrário.
Obs.: No Congresso Nacional existe a intenção de dividir a CLT em duas partes: Individual e Coletiva, mas por enquanto isso ainda não ocorreu.
No âmbito do Mercosul cada país atua de acordo com o ordenamento jurídico pátrio, não existindo, ainda, uma legislação que obrigue os membros signatários, mas sim grupos especiais, como por exemplo o Grupo Mercado Comum – GMC. Através da Resolução n. 115/96, conforme menciona Amauri Mascaro Nascimento, foram restabelecidas as comissões permanentes, como sendo: 
relações trabalhistas;
emprego, migrações, qualificação profissional e formação profissional;
saúde, segurança, inspeção do trabalho e seguridade social.
I - PRINCÍPIOS: 
 A palavra princípio pode expressar mais de um sentido, tendo a ideia de começo, de início. No Título I da Constituição aparece a expressão “princípios fundamentais”, tendo a conotação de, segundo José Afonso da Silva citando Celso Antônio Bandeira de Mello, “mandamento nuclear de um sistema”. O princípio vem antes da norma, inclusive antes da elaboração do texto legal (norma), sendo que este gira em torno daquele. Como exemplos podem ser citadas as máximas do Direito do Trabalho e do Direito Penal: “in dubio pro operario” e “in dubio pro reo”.
Segundo Raimundo Simão de Melo, no sentido jurídico princípio significa “o conjunto de regras e preceitos de base para todas as espécies de ação jurídica, traçando a conduta a ser seguida em toda e qualquer operação jurídica”.
Princípios x regras – o princípio nasce antes da regra (norma). Ex. cego conduzido pelo cão guia (ilustração).
a) Princípio da liberdade associativa – a partir do momento em que passo a trabalhar já faço parte de uma categoria, mas farei parte do sindicato se quiser. Sendo associado ou não ao sindicato, há o direito às mesmas regras previstas no acordo ou convenção coletiva. O trabalhador que se associa terá alguns benefícios a mais daquele que não é associado.
b) Princípio da autonomia sindical – O Estado através da Lei não poderá influenciar na organização e na formação do sindicato – art. 8º, I da CF. Quando o sindicato vai atuar o Estado não pode intervir.
c) Princípio da equivalência dos contratantes – Normalmente no contrato de trabalho, no dia-a-dia, o empregador pode dar determinadas ordens ao empregado e este tem o dever de cumprir. No Direito Coletivo não há isso. O sindicato serve para auxiliar os empregados para que estes fiquem no mesmo nível dos empregadores (Art. 611 da CLT). O sindicato auxilia os trabalhadores para que haja equivalência entre as partes. Ambos estarão auxiliados pelos sindicatos – empregados e empregadores. As empresas podem até atuar sozinhas, mas os empregados sempre devem estar representados. 
d) Princípio da lealdade e transparência nas negociações. É um dos desdobramentos do princípio da boa-fé. Seria o caso de o empregador não esconder uma crise financeira. O empregador deve ser o mais leal possível, para que os acordos possam ser cumpridos. Caso não sejam cumpridos, a solução jurídica será o ajuizamento de Ação de Cumprimento de norma coletiva (convenção coletiva ou acordo coletivo). Os empregados também devem atuar com lealdade. 
e) Princípio da criatividade jurídica nas negociações. Será na negociação coletiva que empregados e empregadores colocarão sua criatividade de forma mais ampla. Tirando o caso da redução salarial, as convenções existem para trazer mais direitos. Exs.: auxílio-alimentação, auxílio-funeral, auxílio-babá, auxílio-moradia, etc.
f) Princípio da adequação setorial negociada. Segundo Maurício Godinho Delgado: as normas coletivas prevalecem sobre o padrão individual, desde que não haja vedação constitucional. As normas coletivas não podem dispor sobre direitos indisponíveis, tais como o aviso prévio, férias, FGTS, saúde e segurança no trabalho, etc.
g) Princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva. Com a Reforma Trabalhista houve acréscimos no parágrafo 8º da CLT, sendo vedada à Justiça do Trabalho analisar o negócio jurídico além das situações previstas no Código Civil, respeitando a autonomia coletiva das partes contratantes.
 II – BREVE RELATO HISTÓRICO DOS FENÔMENOS SOCIAIS COLETIVOS E DO SINDICALISMO NO BRASIL
Idade Antiga
Roma: berço do Direito atual;
Escravidão: forma nefasta que subjuga o ser humano (res = coisa). O ser humano não tinha poder sobre a sua vontade;
Idade Média
Período nebuloso e de caos;
Anarquismo (sem governo);
Feudalismo: feudos, vassalos ou servos, senhor feudal. Trabalho livre do servo, o qual fornece parte da sua produção ao senhor feudal, em troca de proteção;
Bárbaros: povos que não eram romanos e lutavam contra o Império de Roma (Saxãos = povo germânico que habitava na Saxônia, território da Alemanha; Anglos = povo germânico antigo que colonizou o norte e o centro da Inglaterra e a ela deu nome);
Idade Moderna
Corporações de Ofício: Mestres, Companheiros (aprendizesque terminaram o aprendizado) e Aprendizes. Os Companheiros não podiam chegar a Mestre, pois havia o corporativismo dos Mestres. O Companheiro se tornava Mestre caso casasse com a filha de um Mestre. Houve muita luta de classe nesse período até que os Sindicatos fossem considerados legítimos. 
Idade Contemporânea
Revolução Francesa (1789) – princípios: liberdade, fraternidade, igualdade;
Revolução Industrial (burguesia e proletariado);
Encíclica do Papa Leão XIII – Rerum Novarum (conotação social);
1ª Guerra Mundial (1914-1918);
Revolução Russa (1917);
OIT (1919);
O sindicalismo mais expressivo surgiu no Brasil a partir de 1900, após a abolição da escravatura (13/05/1888), como resposta ao princípio liberalista do governo.
Liberalismo: Verbete: liberalismo
[De liberal + -ismo.]
S. m.
1. O conjunto de ideias e doutrinas que visam a assegurar a liberdade individual no campo da política, da moral, da religião, etc., dentro da sociedade.
2. Qualidade de liberal (5 e 6).
3. Liberalidade (1).
 Liberalismo econômico. 
1. Doutrina segundo a qual existe uma ordem natural para os fenômenos econômicos, a qual tende ao equilíbrio pelo livre jogo da concorrência e da não-intervenção do Estado.
 Liberalismo político. 
1. Doutrina que visa a estabelecer a liberdade política do indivíduo em relação ao Estado e preconiza oportunidades iguais para todos.
No Brasil o sindicalismo nunca chegou a ter uma real expressão, somente após a Revolução Liberal de 1930, deu-se sob o influxo e o patrocínio do Ministério do Trabalho, e assim permaneceu durante todo o chamado “Estado Novo”. 
 O Presidente Getúlio Vargas, num ato de “generosa antecipação”, implantou no país toda uma legislação trabalhista, (CLT, criada através do Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943), copiada do modelo fascista da Itália, cujas sequelas corporativistas permanecem até os dias atuais. 
Verbete: fascismo
[Do it. fascismo.]
S. m.
1. Sistema político nacionalista, imperialista, antiliberal e antidemocrático, liderado por Benito Mussolini (1883-1945) na Itália, e sque tinha por emblema o feixe (em it., fascio) de varas dos antigos lictores (*) romanos.
2. Atitude ou procedimento próprio de fascista.
Ponto positivo - não se pode deixar de louvar a iniciativa quanto à legislação social implantada, que se mantém vigente até hoje, com modificações, evidentemente.
“A UNIÃO FAZ A FORÇA”
(*) Lictor: oficial que acompanhava o magistrado romano levando um molho de varas e uma machadinha para execução da justiça.
 III - ORGANIZAÇÃO SINDICAL
Verbete: sindicato
[De sindicar + -ato1.]
S. m.
1. Companhia ou associação de capitalistas que têm interesses na mesma empresa e põem em comum os seus títulos, a fim de que na venda destes o preço não se altere.
2. Deprec. Especulação financeira ilícita.
3. Bras. Jur. Associação para fins de estudos, defesa e coordenação de interesses econômicos e profissionais, de todos aqueles que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos, ou como profissionais liberais, exerçam, respectivamente, atividades ou profissões idênticas, similares ou conexas.
4. Bras. Sindicância (2).
Bras. Sindicância (3).
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Sindicato é uma agremiação fundada para a defesa comum dos interesses de seus aderentes.
O termo "sindicato" deriva do latim syndicus, proveniente por sua vez do grego sundikós, que designava um advogado, bem como o funcionário que costumava auxiliar nos julgamentos. Na Lei Le Chapellier, de julho de 1791, o nome síndico era utilizado com o objetivo de se referir a pessoas que participavam de organizações até então consideradas clandestinas.
Os tipos mais comuns de sindicatos são os representantes de categorias profissionais, conhecidos como sindicatos laborais ou de trabalhadores, e de classes econômicas, conhecidos como sindicatos patronais ou empresariais.�
História�
O sindicalismo tem origem nas corporações de ofício na Europa medieval. No século XVIII, durante a revolução industrial na Inglaterra, os trabalhadores, oriundos das indústrias têxteis, doentes e desempregados juntavam-se nas sociedades de socorro mútuos.
Durante a Revolução Francesa surgiram ideias liberais, que estimulavam a aprovação de leis proibitivas à atividade sindical, a exemplo da Lei Chapelier que, em nome da liberdade dos Direitos do Homem, considerou ilegais as associações de trabalhadores e patrões. As organizações sindicais, contudo, reergueram-se clandestinamente no século XIX. No Reino Unido, em 1871, e na França, em 1884, foi reconhecida a legalidade dos sindicatos e associações. Com a Segunda Guerra Mundial, as ideias comunistas e socialistas predominaram nos movimentos sindicais espanhóis e italianos.
Nos Estados Unidos, o sindicalismo nasceu por volta de 1827 e, em 1886, foi constituída a Federação Americana do Trabalho (AFL), contrária à reforma ou mudança da sociedade. Defendia o sindicalismo de resultados e não se vinculava a correntes doutrinárias e políticas.�
Papel político dos sindicatos�
No plano político, os sindicatos detêm uma força considerável: na Alemanha, Reino Unido, Áustria e nações escandinavas a vinculação com os partidos políticos socialistas e trabalhistas confere aos sindicatos forte referência na formulação de diretrizes e na execução de política econômica. Os dirigentes sindicais são eleitos para cargos legislativos, e o principal instrumento de política sindical é a negociação coletiva.�
Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sindicato�
Segundo Maurício Godinho Delgado: “Sindicatos são entidades associativas permanentes, que representam trabalhadores vinculados por laços profissionais e laborativos comuns, visando tratar de problemas coletivos das respectivas bases representadas, defendendo seus interesses trabalhistas e conexos, com o objetivo de lhes alcançar melhores condições de labor e vida”.
Em sentido amplo, envolvendo empregados, empregadores e outros obreiros que se vinculam sindicalmente (trabalhadores avulsos, profissionais liberais): 
“Sindicatos seriam entidades associativas permanentes, que representam, respectivamente, trabalhadores, “lato sensu”, e empregadores, visando a defesa de seus correspondentes interesses coletivos.” 
A CLT sindicato no art. 511, caput:
“... associação para fins de estudo, defesa e coordenação de interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos, ou profissionais liberais, exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas.” 
O sindicato tem como órgãos a diretoria, a assembleia e o conselho fiscal.
Conforme o Art. 522, caput, a administração será exercida por uma diretoria constituída, no máximo, de sete e, no mínimo, de três membros e de um conselho fiscal. 
Art. 522 - A administração do Sindicato será exercida por uma diretoria constituída, no máximo, de 7 (sete) e, no mínimo, de 3 (três) membros e de um Conselho Fiscal composto de 3 (três) membros, eleitos esses órgãos pela Assembleia Geral.
§ 1º - A diretoria elegerá, dentre os seus membros, o Presidente do Sindicato.
§ 2º - A competência do Conselho Fiscal é limitada à fiscalização da gestão financeira do Sindicato.
§ 3º - Constituirá atribuição exclusiva da Diretoria do Sindicato e dos Delegados Sindicais, a que se refere o art. 523, a representação e a defesa dos interesses da entidade perante os poderes públicos e as empresas, salvo mandatário com poderes outorgados por procuração da Diretoria, ou associado investido em representação prevista em lei. (Acrescentado pelo Decreto-Lei n.º 9.502, de 23-07-46,DOU 27-07-46)
a) Diretoria é o órgão colegiado, administrativo, constituído de um presidente e outros membros, cabendo-lhe a representação e a defesa dos interesses da entidade perante o Poder Público e as empresas.Podem ser instituídas delegacias sindicais em determinadas localidades.
	
b) Assembleia é a fonte de decisões, e será geral ou extraordinária, dela participando os associados do sindicato nas suas votações, para deliberações vitais, como a deflagração de greve, autorização da diretoria para fazer negociações coletivas, etc.
c) O Conselho Fiscal é quem aprova as contas da diretoria e os demais atos de controle da gestão financeira do sindicato. 
1- Registro Sindical 
Conforme prescreve a Súmula 677 do STF, 
“Até que a lei venha a dispor a respeito, incumbe ao Ministério do Trabalho proceder ao registro das entidades sindicais e zelar pela observância do princípio da unicidade.”
A nova entidade deve solicitar o registro sindical no Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, devendo para tanto acessar o Sistema do Cadastro Nacional de Entidades Sindicais – CNES, através do endereço eletrônico www.mte.gov.br, onde poderá ser preenchido o formulário de pedido de registro. 
O referido formulário deverá ser protocolizado na Superintendência Regional do Trabalho – SRT da localidade da entidade sindical. São necessários os seguintes documentos:
a) edital de convocação dos membros da categoria;
b) ata da assembleia geral de fundação da entidade e eleição e posse da diretoria, inclusive com nome completo, CPF e assinatura dos presentes;
 
c) estatuto social;
d) comprovante original de pagamento da Guia de Recolhimento da União – GRU.
2- Instrução do Processo
O processo será analisado pelos servidores da SRT (Superintendência Regional do Trabalho, antiga DRT), através da seção de Relações do Trabalho, a fim de verificar se todos os documentos estão corretos, devendo ser encaminhado por meio de despacho à Coordenação-Geral de Registro Sindical – CGRS da Secretaria de Relações do Trabalho – SRT. 
Caberá à CGRS a última verificação. Não havendo irregularidades o pedido de registro será publicado no Diário Oficial da União – DOU. 
3- Impugnação por outra Entidade Sindical
Caso haja qualquer conflito de interesses entre uma entidade sindical nova em detrimento de outra já existente, está poderá impugnar o novo registro, desde que o faça no prazo de 30 dias, contados da data da publicação no DOU.
Atenção!
Godinho entende que o art. 522 da CLT não foi recepcionado, justamente se pautando no art. 8ª, I da CF. Quem deveria dizer acerca da formação do sindicato seriam os estatutos.
O entendimento majoritário é do TST no sentido de que o art. 522 da CLT foi recepcionado.
A condição estabelecida no art. 522 é fundamental para evitar abuso de direito. Esse artigo é fundamental até para que no dia-a-dia se tenha parâmetros para verificar quem é ou não estável.
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.
O TST diz expressamente que a CF recepcionou o art. 522 da CLT, conforme se constata na Súmula 369, II:
SUM-369 DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA (redação do item I alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012 – DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 
I - É assegurada a estabilidade provisória ao empregado dirigente sindical, ainda que a comunicação do registro da candidatura ou da eleição e da posse seja realizada fora do prazo previsto no art. 543, § 5º, da CLT, desde que a ciência ao empregador, por qualquer meio, ocorra na vigência do contrato de trabalho. 
II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Fica limitada, assim, a estabilidade a que alude o art. 543, § 3.º, da CLT a sete dirigentes sindicais e igual número de suplentes. 
III - O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente à categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito dirigente. (ex-OJ nº 145 - Inserida em 27.11.1998)
IV - Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do sindicato, não há razão para subsistir a estabilidade. (ex-OJ nº 86 - Inserida em 28.04.1997)
V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho. (ex-OJ nº 35 - Inserida em 14.03.1994
Membro do Conselho Fiscal não tem estabilidade:
OJ Nº 365. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. MEMBRO DE CONSELHO FISCAL DE SINDICATO. INEXISTÊNCIA (DJ 20, 21 e 23.05.2008) 
Membro de conselho fiscal de sindicato não tem direito à estabilidade prevista nos arts. 543, § 3º, da CLT e 8º, VIII, da CF/1988, porquanto não representa ou atua na defesa de direitos da categoria respectiva, tendo sua competência limitada à fiscalização da gestão financeira do sindicato (art. 522, § 2º, da CLT).  
 IV - FUNÇÕES DO SINDICATO
a) Função negocial – poder conferido ao sindicato para ajustar convenções ou acordos coletivos de trabalho, nos quais serão fixadas as regras a serem aplicáveis nos contratos individuais de trabalho dos empregados pertencentes à categoria por ele representada.
b) Função assistencial – atribuição conferida pela lei ou pelos estatutos ao sindicato para prestar serviços a seus representados, contribuindo para o seu desenvolvimento humano, com rol no art. 592, entre eles: assistência jurídica, médica, dentária, hospitalar, farmacêutica, educacional, funeral, desportiva, etc.
* Homologação de rescisões – art. 477 da CLT
As Leis nº 1.060/50 e 7.510/86 tratam da Assistência Judiciária. O art. 5º, XXXV da CF consagra o chamado princípio da inafastabilidade da jurisdição ou do acesso à Justiça.
Assistência judiciária gratuita: é o direito que a parte tem de ser representada pelo trabalho gratuito de um advogado, geralmente nomeado pelo Estado, bem como ficar isenta do pagamento das despesas e taxas processuais (Art. 5º, LXXIV da CF);
Justiça gratuita: é o direito à gratuidade de todas as despesas processuais, mas não terá a garantia de um advogado nomeado pelo Estado. No art. 790, § 3º da CLT também há previsão legal para a concessão do benefício;
Declaração de pobreza: deverá ser firmada pelo trabalhador, sob as penas da lei, na forma do art. 1º da Lei nº 7.115/83;
No Processo do Trabalho a Assistência JudiciáriaGratuita está prevista no art. 14, § 1º da Lei nº 5.584/70: 
 “Art 14. Na Justiça do Trabalho, a assistência judiciária a que se refere a Lei nº 1.060, de 5 de fevereiro de 1950, será prestada pelo Sindicato da categoria profissional a que pertencer o trabalhador. 
 § 1º A assistência é devida a todo aquele que perceber salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ficando assegurado igual benefício ao trabalhador de maior salário, uma vez provado que sua situação econômica não lhe permite demandar, sem prejuízo do sustento próprio ou da família.”
O sindicato da categoria profissional fará o credenciamento do trabalhador da respectiva categoria, independente de ser filiado ou não. 
Os honorários serão arbitrados no importe máximo de 15%, na forma da Súmula 219 do TST, os quais serão revertidos ao Sindicato Assistente.
SÚMULA 219
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. HIPÓTESE DE CABIMENTO (nova redação do item II e inserido o item III à redação) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 
I - Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios, nunca superiores a 15% (quinze por cento), não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a parte estar assistida por sindicato da categoria profissional e comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família. (ex-Súmula nº 219 - Res. 14/1985, DJ 26.09.1985) 
  
II - É cabível a condenação ao pagamento de honorários advocatícios em ação rescisória no processo trabalhista. 
  
III – São devidos os honorários advocatícios nas causas em que o ente sindical figure como substituto processual e nas lides que não derivem da relação de emprego. 
JURISPRUDÊNCIA
1ª VARA DO TRABALHIO DE LAGES - SC
PROCESSO NÚMERO 00759-2002-007-12-00-1
...
Registro que me filio à tese adotada pelo Juiz que prolatou a decisão ora atacada, vez que, no processo do trabalho, são incompatíveis os institutos dos honorários assistenciais e dos honorários contratuais. Com efeito, só tem direito aos honorários assistenciais aqueles que não têm condições financeiras de pagar honorários ao seu Advogado.
O embargante declarou, sob as penas da lei, que não tem condições de pagar honorários ao seu advogado. Em virtude disso, o Sindicato da categoria, na forma da Lei 5.584/70, “forneceu” gratuitamente um Advogado ao embargante. Os honorários desse profissional, chamados de assistenciais, são pagos pelo réu, tudo na forma da Lei 5.584/70.
Ora, se o Advogado é gratuito, não seria nem necessário dizer que o embargante não precisaria, em tese, pagar pelos seus serviços.
Assim, o embargante, profissional esse que lhe foi fornecido gratuitamente pelo sindicato, razão pela qual os honorários desse advogado, chamados de assistenciais, ficaram a cargo da ré, por força da Lei 5.584/70.
Vejam que esses honorários assistenciais estão na conta de liquidação, e só existem porque, repito, o embargante, em tese, é pobre, e por isso o seu sindicato lhe forneceu gratuitamente um Advogado. Como não é justo que esse profissional trabalhe de graça, a Lei 5.584/70 manda que a ré pague os seus honorários, o que foi feito neste processo.
Por tudo isso, causou espécie a informação de que, não obstante ser beneficiário da justiça gratuita, o que impôs à ré o pagamento de honorários assistenciais, venha aos autos um contrato em que o embargante se comprometeu a pagar honorários aos seus Advogados. Ora, se fosse do conhecimento deste Juízo que o embargante pode arcar com os honorários do seu Advogado, não lhe teriam sido deferidos honorários assistenciais.
Dessa forma, nada a reparar na conduta do Juiz que prolatou a Decisão da fl. 520, que não conheceu do contrato de honorários firmado entre o embargante e seus Advogados, vez que, repito, honorários assistenciais e honorários contratuais são dois institutos completamente incompatíveis no processo do trabalho. Os honorários assistenciais só são deferidos porque os honorários contratuais não têm condições de existir, em razão da situação financeira precária do empregado. Onde um está o outro não chega.
Em suma, tenho que a única parcela que podemos validamente chamar de honorários advocatícios neste processo são os honorários assistenciais, que ficaram a cargo da ré, e não do embargante.
...
Lages, 22 de julho de 2008.
FABIO AUGUSTO DADALT
JUIZ DO TRABALHO
Secretaria de Comunicação Social - TRT12 - 07.08.15 
Advogado não pode cobrar honorários de trabalhador assistido por sindicato, reforça decisão da 2ª VT de Rio do Sul
A 2ª Vara do Trabalho de Rio do Sul manteve o bloqueio de R$ 4 mil da conta bancária de um advogado daquele município que, atuando como procurador do Sindicato dos Trabalhadores na Limpeza, Asseio e Conservação (Sintacc), descontou 50% do valor de uma ação vencida por um trabalhador como pagamento de honorários contratuais, o que não é permitido na Justiça do Trabalho. A decisão é do juiz Roberto Masami Nakajo.
No âmbito trabalhista, o pagamento de honorários ocorre apenas em situações excepcionais, como quando o empregado é pobre e está sendo assistido pelo sindicato. Nessa situação, os valores são pagos com o título de “honorários assistenciais”, sendo revertidos diretamente para o sindicato, no valor máximo de 15% da causa.
Foi exatamente o que aconteceu em Rio do Sul: o empregado atuava no carregamento de caminhões para a empresa de serviços gerais Orcali e procurou a ajuda do sindicato para ingressar com uma ação judicial. Declarando-se pobre, ele pleiteou o pagamento de adicional de insalubridade e também uma indenização por ter sofrido uma lesão na coluna durante o trabalho.
Após analisar as provas, o juiz concedeu apenas o pagamento do adicional de insalubridade — a perícia constatou que o ambiente de trabalho apresentava alto nível de ruídos e o empregado manipulava herbicidas — e determinou que a empresa pagasse R$ 5,7 mil ao empregado e R$ 908 em honorários assistenciais ao sindicato.
O advogado, no entanto, repassou apenas R$ 2,8 mil ao empregado — metade do valor da causa — alegando que havia descontado seus honorários. O trabalhador então procurou a 2ª Vara de Rio do Sul para obter esclarecimentos. Ao constatar a irregularidade, o juízo determinou o bloqueio de valores na conta bancária do advogado e aplicou multa de 20% por ato atentatório à dignidade da Justiça. Com a correção, o valor retido chegou a R$ 4 mil. Inconformado, o defensor interpôs recurso.
Má-fé
Ao negar o recurso de embargos à execução, Roberto Nakajo apontou que o advogado credenciado pelo sindicato presta serviços à entidade, e não ao trabalhador, ressaltando que há jurisprudência do TST reiterando a impossibilidade da cobrança cumulativa de honorários contratuais e assistenciais, posição também adotada em tese aprovada no XV Congresso Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Conamat):
O art. 22 e seu § 1º, da Lei 8.906/94 - Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil -, não autorizam advogado de sindicato, constituído nos termos do art. 14, da Lei 5.584/70, firmar, paralelamente, com o trabalhador, contrato de honorários, sob risco de, sistematicamente, lesar todo o propósito institucional da Assistência Judiciária Gratuita.
 
Na decisão, o magistrado explica que o bloqueio do valor foi uma forma de "resguardar os direitos do trabalhador, diretamente prejudicado pela conduta do advogado, que agiu em total afronta à boa-fé que se espera dos profissionais que atuam perante à Justiça” e classificou a cobrança como “totalmente descabida”, mencionando ainda que existem cinco processos análogos contra o defensor.
Nakajo ressaltou que a prestação de assistência judiciária gratuita é uma obrigação legal dos sindicatos e ponderou que a eventual cobrança de honorários provocariagrave distorção no atendimento à população de baixa renda, subvertendo o instituto. “Chegaríamos a uma situação absurda em que os trabalhadores não sindicalizados teriam isenção de despesas com advogado, pois seriam atendidos pela Defensoria Pública, enquanto os sindicalizados teriam de arcar com honorários contratuais”, refletiu.
O advogado ainda pode recorrer da decisão.
Processo 388-41.2013.5.12.00.48
c) Função de arrecadação – ao sindicato cabe impor contribuições e taxas assistenciais aprovadas pela assembleia, fonte principal de sua receita.
d) Função de colaboração com o Estado – no estudo e solução dos problemas que se relacionem com a categoria. 
 c) Função de representação – perante as autoridades administrativas e judiciais dos interesses coletivos da categoria, a fim de que o empregado não fique exposto na relação de emprego. 
Ex.: Substituição processual, na forma do art. 8º, III e art. 6º do CPC: 
Art. 6º – Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, saldo quando autorizado por lei.
 V- COMPOSIÇÃO DOS CONFLITOS
Há duas formas de composição dos conflitos coletivos: autocomposição e a heterocomposição. 
a) a autocomposição é a técnica de solução dos conflitos coletivos pelas próprias partes, sem emprego de violência, mediante ajustes de vontade. Na autocomposição, um dos litigantes ou ambos consentem no sacrifício do próprio interesse, em prol da negociação final. 
A forma clássica é a convenção coletiva de trabalho. O acordo coletivo é espécie da convenção coletiva, já que tem a mesma finalidade, apenas diferenciando-se por ser estabelecida entre sindicato dos trabalhadores e uma ou mais empresas. Ver art. 8º, VI da CF.
Convenção Coletiva: Sindicato dos Trabalhadores x Sindicato dos Empregadores.
Acordo Coletivo: Sindicato dos Trabalhadores x Uma ou mais empresas.
b) a heterocomposição é a forma de composição do conflito por meio de um terceiro, com poder suprapartes, por esta admitida, ou imposta pela ordem jurídica. São formas da heterocomposição a mediação, arbitragem e a jurisdição. A arbitragem é a atividade desenvolvida por uma pessoa ou órgão suprapartes, destinada a proferir uma decisão que será acatada pelos litigantes. Jurisdição é o poder do Estado de dividir os conflitos. No Direito do Trabalho, este poder compete à Justiça do Trabalho e é chamado Poder Normativo, já que dele emanam regras com verdadeira força de lei.
O procedimento de composição dos conflitos coletivos no Brasil é o seguinte:
1- os sindicatos trabalhistas comunicam aos sindicatos patronais ou diretamente às empresas as suas reivindicações, iniciando-se um procedimento de negociações diretas, sem interferência do Estado. A lei obriga os empregadores a manter o diálogo – art. 616 da CLT.
 
2- havendo recusa à negociação, a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego pode convocar mesa redonda, iniciando-se assim a mediação do Superintendente Regional do Trabalho e Emprego, que, como em toda mediação, não terá poderes decisórios, apenas apresentará propostas que as partes aceitarão ou não.
3- havendo iminência de greve, será convocada mesa redonda perante o Superintendente Regional do Trabalho e Emprego. 
4- não havendo convenção coletiva de trabalho, sem ou com a mediação, a lei autoriza a greve segundo procedimento e nas hipóteses previstas.
5- o conflito transfere-se para os Tribunais do Trabalho, caso as partes não tenham preferido a arbitragem. Nesse caso, o dissídio será julgado pelos Tribunais, que, através de sentença normativa, poderão fixar as normas e condições de trabalho oportunas para a solução do conflito, respeitadas, na decisão, as disposições convencionais e legais mínimas de proteção ao trabalho (art. 114, IX, § 2º). A continuidade da greve após a decisão judicial é uma das formas de caracterização do abuso de direito. 
Obs: A mediação no Brasil é exercida pelo Ministério do Trabalho e Emprego, através dos Superintendentes, Subdelegados ou Auditores –Fiscais do Trabalho que, atuando como mediadores na mesa redonda tentam acordos entre as partes conflitantes. O Ministério Público do Trabalho (MPT) também pode ser chamado para ajudar na solução de impasses. 
(*) O Decreto nº 6.341, de 3 de janeiro de 2008 alterou a nomenclatura das Delegacias Regionais do Trabalho para Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego, das Subdelegacias do Trabalho para Gerências Regionais do Trabalho e Emprego e das Agências de Atendimento para Agências Regionais. As Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego passaram a ser competentes pela execução, supervisão e monitoramento de todas as ações relacionadas às políticas públicas afetas ao Ministério do Trabalho e Emprego.�
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VI - LIBERDADE SINDICAL (Art. 8°, I CF)
O Estado não pode intervir na formação do sindicato. O sindicato tem autonomia e liberdade.
Liberdade sindical — dois sistemas: autônomo e heterônomo. 
Autônomo — o sindicato vai atuar e se organizar sozinho, sem interferência de ninguém — o Estado não tem influência nenhuma. 
Restrições: 1) registro no órgão competente; 2) contribuição sindical obrigatória; 3) limitação do art. 522 da CLT.
Heterônomo — tem uma total interferência do Estado no sindicato. Exemplo de fonte heterônoma: a sentença normativa é o resultado do dissídio coletivo, onde o Estado-Juiz diz o direito.
Na época de Getúlio Vargas as categorias tinham que se reunir em associação profissional — passo antes da formação do sindicato. Hoje em dia não existe mais isso, pode-se formar um sindicato diretamente, sem a necessidade de primeiro se formar associações profissionais.
Hoje no Brasil não temos um sistema autônomo e nem heterônomo, puro. A liberdade sindical deriva de um sistema híbrido, conforme a visão de Maurício Godinho Delgado. O sindicato pode existir e atuar, mas para virar sindicato tem que haver o registro no órgão competente — Ministério do Trabalho e Emprego.
O sindicato não pode se formar sozinho, precisa do registro no órgão competente. A CLT prevê o pagamento de contribuição anual compulsória, portanto, há interferência do Estado. Parte da contribuição anual compulsória vai para a conta administrada pelo Estado.
Aspectos:
Individual — se desdobra em duas espécies de liberdade: liberdade de trabalhar e de filiação.
a) Liberdade de trabalhar — é a escolha entre trabalhar e não trabalhar. Caso não queira trabalhar não estará ligado a nenhuma categoria. 
b) Liberdade de filiação — decorrente da liberdade de trabalhar — escolher trabalhar. Caso esteja pronto para trabalhar, cai nessa segunda liberdade, que será escolha entre se filiar ou não ao sindicato. Filiar-se ao sindicato é uma escolha individual.
Qualquer cláusula, em norma coletiva, que obrigue os pertencentes de uma categoria econômica ou profissional a se filiarem ao sindicato, juridicamente não será obrigatória. Isso vai de encontro ao princípio da liberdade associativa.
Liberdade no ambiente coletivo.
Quatro aspectos:
1- Liberdade de associação: coletivamente a associação ao sindicato é livre. Mesmo que faça parte do todo, não há a obrigação de se filiar ao sindicato.
2- Liberdade de organização — o sindicato escolhe, de acordo com os parâmetros do art. 522 da CLT. Pode criar outros órgãos dentro do sindicato sem ser os obrigatórios do art. 522? Sim, dentro da liberdade de organização. Tirando a obrigatoriedade do art. 522 (recepcionado pela CF) os Estatutos dos sindicatos serão responsáveis por tratar de sua organização.
3- Liberdade de administração — indica como o sindicato vai se organizar. Será uma auto-administração, onde os Estatutos dos sindicatos fixam sua administração e o seu funcionamento.
4- Liberdade de atuação. Quando e como o sindicato atuará? Como se deflagra a greve? Quandose tentará uma norma coletiva? Os dirigentes sindicais é que vão atuar?
Convenção 98 da OIT
Artigo 2
1. As organizações de trabalhadores e de empregadores gozarão de adequada proteção contra atos de ingerência de umas nas outras, ou por agentes ou membros de umas nas outras, na sua constituição, funcionamento e administração.
2. Serão principalmente considerados atos de ingerência, nos termos deste Artigo, promover a constituição de organizações de trabalhadores dominadas por organizações de empregadores ou manter organizações de trabalhadores com recursos financeiros ou de outra espécie, com o objetivo de sujeitar essas organizações ao controle de empregadores ou de organizações de empregadores.
A Convenção 98 vigora no Brasil desde 1953, após aprovada por Decreto Legislativo nº 49/1952 e promulgada pelo Decreto 33.196/1953. SÜSSEKIND, Arnaldo. “Convenções da OIT”. São Paulo: LTr, 1994, p. 204.
O Brasil NÃO RATIFICOU a CONVENÇÃO 87 da OIT, a qual trata da Liberdade Sindical e Proteção do Direito de Sindicalização. Ela prevê a pluralidade sindical, sendo que o Brasil adota o sistema da unicidade sindical. 
VII - CATEGORIA
ARTIGO 511 DA CLT
Verbete: categoria
[Do gr. kategoría, 'atributo', pelo lat. categoria.]
S. f.
1. Caráter, espécie, natureza: 
2. Série, grupo.
3. Classe, qualidade, ordem: 
4. Alta classe ou qualidade: 
5. Hierarquia social ou administrativa: 
6. Gram. Cada uma das classes em que se distribuem os elementos léxicos de uma língua.
7. Gram. Cada um dos traços associados a essas classes, como pessoa, gênero, tempo, modo.
8. Hist. Filos. Segundo Aristóteles [V. aristotelismo.], predicado de uma proposição.
9. Segundo Kant [v. kantismo], o conjunto dos conceitos fundamentais do entendimento.
10. Mat. A possança de todos os conjuntos que podem ser postos em correspondência biunívoca com um determinado conjunto.
Categoria é uma coisa muito ampla. Sempre que ouvirem falar em categoria vão ao art. 511 da CLT. Lá tem definição de categoria profissional, categoria econômica e categoria diferenciada:
a) Categoria econômica: deriva de solidariedade de interesses econômicos, conforme o parágrafo 1º do art. 511. Tendo outros empregadores com os mesmos interesses, no mesmo ramo econômico, tem-se a solidariedade e farão parte da mesma categoria — ex: banqueiros. Interesses econômicos em comum — necessariamente farão parte da mesma categoria.
b) Categoria profissional: união de empregados, conforme o parágrafo 2° do art. 511. Os trabalhadores, através de seu trabalho saberão em qual categoria estarão inseridos. Exs.: motoristas de ônibus. Trabalhadores metalúrgicos.
 c) Categoria diferenciada: segundo o Art. 511, § 3º, categoria profissional diferenciada é a que se forma dos empregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força de estatuto profissional especial ou em consequência de condições de vida singulares.
 Na definição de Valentin Carrion:
 "Categoria profissional diferenciada é a que tem regulamentação específica da dos demais empregados da mesma empresa, o que lhe faculta convenções ou acordos coletivos próprios, diferentes dos que possam corresponder à atividade preponderante do empregador, que é regra geral" (in Comentários à CLT, 25ª edição, 2000, pág. 403)
 VIII - ASSOCIAÇÕES SINDICAIS DE GRAU SUPERIOR – ART. 533 DA CLT
O art. 533 da CLT apresenta a Confederação e a Federação como associações de grau superior, não fazendo menção às Centrais Sindicais.
Pirâmide sindical:
Na base fica o Sindicato, no meio a Federação e no topo a Confederação. 
Confederação;
Federação;
Sindicato
Obs.: Quando a categoria não tem sindicato na base territorial, em nível municipal ou estadual, os trabalhadores terão seus direitos regidos pela Federação dos Inorganizados. 
Formação: 
Federação — formada por cinco ou mais Sindicatos. 
Confederação — formada por três ou mais Federações.
Essa pirâmide é importante, pois os sindicatos têm uma base territorial mínima, mas não têm máxima. Art. 8°, II CF. 
A base territorial mínima do sindicato é um município (qualquer município), no entanto, como não existe base territorial máxima, pode existir sindicato de âmbito nacional. 
A base mínima da Federação é um Estado. 
As Confederações têm sede em Brasília.
A administração das Federações e Confederações será exercida pelos seguintes órgãos (art. 538): 
a) Diretoria: o presidente da Federação ou Confederação será escolhido dentre os membros da diretoria;
	
b) Conselho de Representantes: será formado pelos delegados dos sindicatos e das federações;
c) Conselho Fiscal: a competência é limitada à fiscalização da gestão financeira. 
Art. 533 - Constituem associações sindicais de grau superior as federações e confederações organizadas nos termos desta Lei.
Art. 534 - É facultado aos Sindicatos, quando em número não inferior a 5 (cinco), desde que representem a maioria absoluta de um grupo de atividades ou profissões idênticas, similares ou conexas, organizarem-se em federação.
§ 1º - Se já existir federação no grupo de atividades ou profissões em que deva ser constituída a nova entidade, a criação desta não poderá reduzir a menos de 5 (cinco) o número de Sindicatos que àquela devam continuar filiados. 
§ 2º - As federações serão constituídas por Estados, podendo o Ministro do Trabalho autorizar a constituição de Federações interestaduais ou nacionais. 
§ 3º - É permitido a qualquer federação, para o fim de lhes coordenar os interesses, agrupar os Sindicatos de determinado município ou região a ela filiados, mas a união não terá direito de representação das atividades ou profissões agrupadas. 
Art. 535 - As Confederações organizar-se-ão com o mínimo de 3 (três) federações e terão sede na Capital da República.
§ 1º - As confederações formadas por federações de Sindicatos de empregadores denominar-se-ão: Confederação Nacional da Indústria, Confederação Nacional do Comércio, Confederação Nacional de Transportes Marítimos, Fluviais e Aéreos, Confederação Nacional de Transportes Terrestres, Confederação Nacional de Comunicações e Publicidade, Confederação Nacional das Empresas de Crédito e Confederação Nacional de Educação e Cultura.
§ 2º - As confederações formadas por federações de Sindicatos de empregados terão a denominação de: Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria, Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Marítimos, Fluviais e Aéreos, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Comunicações e Publicidade, Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito e Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Educação e Cultura.
§ 3º - Denominar-se-á Confederação Nacional das Profissões Liberais a reunião das respectivas federações.
§ 4º - As associações sindicais de grau superior da Agricultura e Pecuária serão organizadas na conformidade do que dispuser a lei que regular a sindicalização dessas atividades ou profissões.
CENTRAIS SINDICAIS
Entendimento até 30/03/2008, valia o seguinte: 
Medida Provisória que reconheceu a existência das Centrais Sindicais. Redação nova ao art. 617 da CLT. Só farão parte da pirâmide de organização sindical se puderem fazer acordo ou convenção coletiva!!! As centrais sindicais não têm legitimidade para propor acordo ou convenção coletiva, logo não farão parte da pirâmide de organização sindical.
O papel da Central Sindical é auxiliar os Sindicatos até num momento de convencimento da categoria.
A Central Sindical pode pegar uma procuração requerendo pagamento de valores — substituição processual restrita? Tem que pegar procuração dos interessados,diferente dos Sindicatos que tem substituição processual ampla, não precisa de procuração.
Qual é o poder que elas têm numa convenção ou acordo coletivo? Não podem substituir o sindicato. São entidades a parte. Não podem fazer as vezes do sindicato, elas não têm legitimidade para isso, podem auxiliar os sindicatos, mas não podem fazer acordo coletivo em nome da categoria. 
O diretor da Central Sindical não tem estabilidade no emprego. A estabilidade é para o dirigente sindical.
 Com o advento da Lei nº 11.648/2008, de 31 de março de 2008
Conforme preceitua o art. 1º da referida lei, a Central Sindical é uma entidade de representação geral dos trabalhadores, constituída em âmbito nacional. A CLT não foi alterada no art. 533, portanto, as Centrais Sindicais estão fora da pirâmide sindical, apesar de estarem acima das Confederações. 
As Centrais Sindicais não representam uma categoria específica, mas todas as que a ela forem filiadas. Portanto, segundo Amauri Mascaro Nascimento são: “supracategorias para defesa de interesses gerais dos trabalhadores e não de interesses de categorias, formados por sindicatos que espontaneamente a elas se filiam, por livre escolha, sem a intermediação das suas associações de grau superior”.
Prerrogativas:
I- coordenar a representação dos trabalhadores por meio das organizações sindicais a ela filiadas; e
II- participar de negociações em fóruns, colegiados de órgãos públicos e demais espaços de diálogo social que possuam composição tripartite, nos quais estejam em discussão assuntos de interesse geral dos trabalhadores.
Nomenclatura:
Considera-se Central Sindical, para efeitos do disposto nesta Lei, a entidade associativa de direito privado composta por organizações sindicais de trabalhadores.
Legitimidade:
a central sindical será legítima desde que preencha os seguintes requisitos:
I- filiação de, no mínimo, 100 (cem) sindicatos distribuídos nas 5 (cinco) regiões do País;
II- filiação em pelo menos (três) regiões do País de, no mínimo, 20 (vinte) sindicatos em cada uma;
III- filiação de sindicatos em, no mínimo, 5 (cinco) setores de atividade econômica; e
IV- filiação de sindicatos que representem, no mínimo, 7% do total de empregados sindicalizados em âmbito nacional.
Comunicado de filiação:
O sindicato de trabalhadores indicará ao Ministério do Trabalho e Emprego a Central Sindical a que estiver filiado como beneficiária da respectiva contribuição sindical, para fins de destinação dos créditos arrecadados.
Contribuição negocial:
Conforme o art. 7º da Lei nº 11.648/08, os art. 578 a 610 da CLT vigorarão até que a lei venha a disciplinar a contribuição negocial, vinculada ao exercício efetivo da negociação coletiva e à aprovação em assembleia geral da categoria.
IX - ENQUADRAMENTO SINDICAL
CAPÍTULO II
DO ENQUADRAMENTO SINDICAL
Art. 570 - Os Sindicatos constituir-se-ão, normalmente, por categorias econômicas ou profissionais específicas, na conformidade da discriminação do Quadro de Atividades e Profissões a que se refere o art. 577, ou segundo as subdivisões que, sob proposta da Comissão do Enquadramento Sindical, de que trata o art. 576, forem criadas pelo Ministro do Trabalho.
Parágrafo único - Quando os exercentes de quaisquer atividades ou profissões se constituírem, seja pelo número reduzido, seja pela natureza mesma dessas atividades ou profissões, seja pelas afinidades existentes entre elas, em condições tais que não se possam sindicalizar eficientemente pelo critério de especificidade de categoria, é-lhes permitido sindicalizar-se pelo critério de categorias similares ou conexas, entendendo-se como tais as que se acham compreendidas nos limites de cada grupo. (grifei)
Art. 571 - Qualquer das atividades ou profissões concentradas na forma do parágrafo único do artigo anterior poderá dissociar-se do Sindicato principal, formando um Sindicato específico, desde que o novo Sindicato, a juízo da Comissão do Enquadramento Sindical, ofereça possibilidade de vida associativa regular e de ação sindical eficiente. (grifei)
Art. 581. Para os fins do item III do artigo anterior, as empresas atribuirão parte do respectivo capital às suas sucursais, filiais ou agências, desde que localizadas fora da base territorial da entidade sindical representativa da atividade econômica do estabelecimento principal, na proporção das correspondentes operações econômicas, fazendo a devida comunicação às Delegacias Regionais do Trabalho, conforme localidade da sede da empresa, sucursais, filiais ou agências. (Redação dada pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976) (Vide Lei nº 11.648, de 2008)
§ 1º Quando a empresa realizar diversas atividades econômicas, sem que nenhuma delas seja preponderante, cada uma dessas atividades será incorporada à respectiva categoria econômica, sendo a contribuição sindical devida à entidade sindical representativa da mesma categoria, procedendo-se, em relação às correspondentes sucursais, agências ou filiais, na forma do presente artigo. (Redação dada pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976) 
§ 2º Entende-se por atividade preponderante a que caracterizar a unidade de produto, operação ou objetivo final, para cuja obtenção todas as demais atividades convirjam, exclusivamente em regime de conexão funcional. (Redação dada pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976) - (grifei)
Como deve ser feita a sindicalização? 
Em qual sindicato deve ocorrer a filiação?
	
Tem-se como regra geral: a filiação deve ser procedida pela atividade preponderante do empregador. 
Quando chega em uma empresa olha-se o ramo de atividade exercida pelo empregador. O empregado se filia de acordo com a atividade preponderante do empregador. A atividade preponderante é a atividade-fim da empresa. É a principal atividade do empregador. Exs.: entra para trabalhar em banco, será bancário; no comércio, será comerciário; fábrica de papel, será papeleiro; empresa metal mecânica, será metalúrgico. Essas são as atividades principais dos empregadores.
Cuidado: Os “empregados das entidades sindicais” têm data-base própria para sua categoria e não aquela estabelecida para a categoria que o sindicato representa – Lei nº 11.295/06, que acrescentou o parágrafo 2º ao art. 526 da CLT, inclusive o direito de associação em sindicato.
“Art. 526................................................ 
Parágrafo único.(revogado).................................................. 
§ 2o Aplicam-se ao empregado de entidade sindical os preceitos das leis de proteção do trabalho e de previdência social, inclusive o direito de associação em sindicato.” (NR)
Excecão: Em alguns casos específicos, a atividade do empregado é que será analisada, independente de qual ramo o empregador esteja inserido. 
Categorias diferenciadas — art. 511, parágrafo 3º da CLT.
Temos três requisitos básicos para que se encaixe na categoria diferenciada:
1- Tem que ser empregado. Não existe categoria diferenciada de empregador.
2- A função necessariamente deve estar regida por um estatuto específico. Ex: advogado poderia ser categoria diferenciada, médicos, contadores, engenheiros. No caso da profissão exercida ter um estatuto profissional, pode ser que seja categoria diferenciada.
3- Em consequência de condições de vida singulares.
Atenção: são requisitos que se somam. Condições de vida singulares — o empregado se destaca dos demais, pois tem condições específicas de trabalho, o advogado sempre será advogado se for exercer esta profissão. É um empregado que não se enquadrará necessariamente na função da maioria dos trabalhadores da empresa.
Muito importante: saber qual a norma coletiva aplicável aos empregados de categoria profissional diferenciada. Como aplicar a norma coletiva dos bancários ao advogado do Banco? A norma coletiva da atividade preponderante não poderia ser aplicada aos empregados de categorias diferenciadas. Para os empregados de categoriadiferenciada, devem ser aplicadas as normas coletivas da categoria diferenciada.
Mas se os empregadores assinaram a concordância da norma coletiva para a categoria diferenciada, já é suficiente. Caso o empregador não tenha participado da norma coletiva de categoria diferenciada, não se aplica. Nessa situação, poderia ser aplicado os termos e direitos previstos na norma coletiva da categoria preponderante, isso para não deixar os empregados de categorias diferenciadas sem proteção. Nesse caso não passam a fazer parte da categoria preponderante, apenas entram nas normas da categoria preponderante, para que tenham algum tipo de proteção.
Exemplo: bancário, advogado, exercendo a função de caixa de banco. Tem o cargo de dirigente sindical do sindicato dos advogados. O Banco o manda embora no meio do mandato. Reclamação trabalhista alegando que era estável desde o registro da candidatura até um ano após o término do mandato. Como se julgaria esse pedido? Para que os membros de categoria diferenciada tenham estabilidade devem estar inseridos na categoria diferenciada. No caso em tela, o advogado não estava exercendo a categoria diferenciada para a qual era detentor de estabilidade. Faltando essa semelhança, não há problema em ser mandado embora, pois não era portador de estabilidade.
Súmula nº 374 - TST - Res. 129/2005 - DJ 20, 22 e 25.04.2005 - Conversão da Orientação Jurisprudencial nº 55 da SDI-1
Norma Coletiva - Categoria Diferenciada - Abrangência
Empregado integrante de categoria profissional diferenciada não tem o direito de haver de seu empregador vantagens previstas em instrumento coletivo no qual a empresa não foi representada por órgão de classe de sua categoria. (ex-OJ nº 55 - Inserida em 25.11.1996)
JURISPRUDÊNCIAS
Processo: 0032-2007-029-12-006
Top of Form 1
Ementa: MOTORISTA. ENQUADRAMENTO SINDICAL. CATEGORIA DIFERENCIADA. Não basta o empregado fazer parte de uma categoria diferenciada; mister que o empregador tenha participado da negociação coletiva, nos termos do art. 611 da CLT, c.c. a Súmula nº 374 do TST.
...
Nesse sentido, destaco comentários de Sérgio Pinto Martins:
A convenção coletiva é aplicável no âmbito das representações sindicais dos empregadores e dos empregados (art. 611 da CLT). O mesmo pode-se depreender do § 1º do art. 611 do estatuto consolidado, quanto aos acordos coletivos, que poderão ser observados no âmbito da empresa. Atente-se, porém, para aplicação restrita das normas coletivas a quem delas participou e não a outrem, visto que nenhuma lei dispõe sobre a sua observância a quem delas não tomou parte (art. 5º, II, da CF). Na verdade, os contratos só produzem efeitos entre as partes contratantes, não aproveitando nem prejudicando terceiros (res inter alios acta aliis nec nocet nec prodest). (grifei)
De igual forma, discorre Valentin Carrion:
As empresas só se obrigam às convenções de que participaram, sendo irrelevante que o empregado pertença a categoria diferenciada.
Top of Form 1
Atenção! 
A Súmula 257 do TST assim prescreve: 
O vigilante, contratado diretamente por banco ou por intermédio de empresas especializadas, não é bancário.
Portanto, o vigilante do banco será enquadrado na categoria diferenciada dos vigilantes, não sendo aplicada a convenção dos bancários.
A Súmula 239 do TST assim prescreve:
É bancário o empregado de empresa de processamento de dados que presta serviço a banco integrante do mesmo grupo econômico, exceto quando a empresa de processamento de dados presta serviços a banco e a empresas não bancárias do mesmo grupo econômico ou a terceiros. 
A Orientação Jurisprudencial – OJ 273 do TST assim prescreve:
A jornada reduzida de que trata o art. 227 da CLT não é aplicável, por analogia, ao operador de televendas, que não exerce suas atividades exclusivamente como telefonista, pois, naquela função, não opera mesa de transmissão, fazendo uso apenas dos telefones comuns, para atender e fazer as ligações exigidas no exercício da função. 
* Atenção: vigilante x vigia (ver a Lei nº 7.102/83 e Decreto nº 89.056/83)
JURISPRUDÊNCIAS
Ementa: ENQUADRAMENTO SINDICAL. O enquadramento sindical dos trabalhadores é estabelecido com base na atividade econômica preponderante da empresa empregadora, de acordo com o disposto no art. 511, § 2º, da CLT, constituindo exceção a tal regra a hipótese do trabalhador integrante de categoria profissional diferenciada. 
Juíza Gisele P. Alexandrino - Publicado no TRTSC/DOE em 21-02-2008
Ementa: ENQUADRAMENTO SINDICAL. ATIVIDADE PREPONDERANTE. Tratando-se de atividade não compreendida no rol de categoria profissional diferenciada, o enquadramento sindical deve ser realizado de acordo com a atividade preponderante da empresa. Voltando-se o empreendimento para a administração e manutenção de fruticultura e atividades correlatas, não há como ser o empregado enquadrado na categoria profissional dos comerciários, pois o objeto contratual da ré a qualifica como atividade rural. 
Juíza Ligia M. Teixeira Gouvêa - Publicado no TRTSC/DOE em 07-12-2007. 
 
Ementa: SINDICATOS PROFISSIONAIS. CRIAÇÃO. CRITÉRIO DA ESPECIFICIDADE DE CATEGORIAS. Diante do critério da especificidade de categorias, qualquer atividade ou profissão, compreendida nos limites de cada grupo constante do quadro de atividades e profissões, poderá dissociar-se do sindicato principal, formando um sindicato específico, desde que o novo sindicato, a juízo da Comissão de Enquadramento Sindical, ofereça a possibilidade de vida associativa regular e de ação sindical eficiente (parágrafo único do art. 570 c/c o art. 572, ambos da CLT).
01743-2005-017-03-00-5-RO 
RECORRENTE: SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ENTIDADES CULTURAIS, RECREATIVAS, DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, DE ORIENTAÇÃO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS " SENALBA/MG 
RECORRIDA: ASSOCIAÇÃO PÃO DE SANTO ANTÔNIO EMENTA: UNICIDADE SINDICAL. DESMEMBRAMENTO DE CATEGORIAS AGRUPADAS. PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE. 
Princípio da especialidade ou especificidade: como se constata no artigo 571, um sindicato pode dissociar-se do sindicato principal, formando um sindicato específico, desde que o novo sindicato ofereça possibilidade de vida associativa regular e de ação sindical eficiente.
Exemplo: Sindicato dos Trabalhadores no Comércio Varejista – representa os trabalhadores dos supermercados. Estão aí inseridos os caixas, os empacotadores, os arrumadores de prateleiras, etc. Os caixas resolvem fundar seu próprio sindicato, portanto, serão um novo sindicato, desde que observado o princípio acima mencionado.
X - UNICIDADE, UNIDADE E PLURALIDADE SINDICAL
Três conceitos muito importantes.
Unicidade sindical — art. 8°, II CF. Dentro de um mesmo local, só pode ter um sindicato para determinada categoria. A base territorial não pode ser menor que um município e dentro desta base não pode ter mais de um sindicato para a mesma categoria. Imposição legal.
Reforma sindical que está sendo proclamada: tem como projeto inicial a pluralidade sindical.
A Tarde Online  - 22.02.17 
Organização sindical é criticada na Comissão da Reforma Trabalhista
A organização do movimento sindical no Brasil, com grande fragmentação e elevado número de entidades, foi criticada na audiência pública realizada nesta terça- feira, 21, pela Comissão da Reforma Trabalhista
Especialistas dizem que a obrigatoriedade do imposto sindical é uma das raízes dessa distorção.
"Temos um modelo sindical arcaico. Infelizmente, temos de tocar nesse ponto. O modelo sindical não serve para o nosso País. A contribuição não deveria ser obrigatória e o trabalhador deveria ter liberdade em escolher o sindicato", disse o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Walmir Oliveira da Costa, ao comentar que números recentes  mostravam que o imposto arrecada cerca de R$ 12 bilhões por ano. 
O vice coordenador de promoção da liberdade sindical do MinistérioPúblico do Trabalho, Renan Bernardi Kalil, concorda. "O imposto sindical é um anacronismo para a Organização Internacional do Trabalho", disse. Kalil comentou que, de
olho na verba bilionária arrecadada anualmente, há uma série de sindicatos que são desmembrados seja por representação de categoria ou abrangência geográfica. Por isso, há grande fragmentação na representação sindical no Brasil.
Pluralidade sindical — possibilita que dentro de uma mesma base territorial tenha vários sindicatos para a mesma categoria — haveria a possibilidade de escolha. O empregado poderia se filiar ao sindicato que mais gosta. Problema: acaba pulverizando a categoria — não teria mais um sindicato forte, abre-se a possibilidade para que várias pessoas façam parte de vários sindicatos. Vantagem: seria bom, pois os sindicatos iriam brigar para ver qual consegue mais benefícios para os trabalhadores, mas por outro lado seria ruim, pois não se teria mais sindicatos fortes.
Atenção: os empregadores não têm interesse em que sejam criados mais sindicatos, eis que também serão criados mais cargos detentores de garantia de emprego.
O Brasil NÃO RATIFICOU a CONVENÇÃO 87 da OIT, a qual trata da Liberdade Sindical e Proteção do Direito de Sindicalização. Ela prevê a pluralidade sindical, sendo que o Brasil adota o sistema da unicidade sindical.
Unidade sindical — Na unidade tem o conceito de um único sindicato dentro de uma mesma base territorial, mas esse único sindicato deriva da vontade e não da imposição. Dentro da pluralidade existem vários sindicatos e persiste apenas um por vontade da categoria. Seria o sindicato sobrevivente dentro os inúmeros decorrentes da pluralidade sindical.
No Brasil vigora o sistema da unicidade sindical.
XI - GARANTIAS SINDICAIS
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
...
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
1) Garantia provisória de emprego
A principal delas é a vedação constitucional da demissão do empregado sindicalizado, desde o registro da candidatura até um ano após o final do mandato, ainda que seja suplente.
Segundo Godinho, em se tratando de dirigente sindical de categoria diferenciada, a proteção estaria restrita aos casos em que o sindicalista exercesse em seu emprego atividade relacionada à sua específica categoria. 
O art. 543, parágrafo 5º da CLT menciona que a entidade sindical (Sindicato, Federação ou Confederação) tem o prazo de 24 horas para comunicar ao empregador sobre o registro da candidatura. Após ganha a eleição, o sindicato tem o mesmo prazo de 24 horas para informar o empregador. O empregado também pode informar seu empregador através de documento, mediante recibo.
ATENÇÃO: O TST ALTEROU ESSE ENTENDIMENTO, COM AMPLIAÇÃO ATRAVÉS DA SÚMULA 369, I:
SUM-369 DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA (redação do item I alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012 – DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 
I - É assegurada a estabilidade provisória ao empregado dirigente sindical, ainda que a comunicação do registro da candidatura ou da eleição e da posse seja realizada fora do prazo previsto no art. 543, § 5º, da CLT, desde que a ciência ao empregador, por qualquer meio, ocorra na vigência do contrato de trabalho. 
* Atenção: O empregado que estiver com aviso prévio em curso não pode ter registro de candidatura.
Duração do mandato: o estatuto do sindicato fará menção ao prazo de duração do mandato. Por exemplo: é de 5 anos o mandato do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Lages.
Salários e demais encargos: a empresa que dispensa o dirigente sindical é responsável pelo salário e seus encargos, desde que os estatutos do sindicato não contenham previsão de remuneração dos seus membros. Os dirigentes sindicais, membros da diretoria efetiva, geralmente, são remunerados pela entidade associativa. Tal medida é salutar, a fim de evitar possíveis constrangimentos nas negociações coletivas, tendo inclusive, plena liberdade.
Demissão de representante sindical: o dirigente sindical somente poderá ser demitido após instauração do inquérito para apuração de falta grave, na forma do art. 853 da CLT, Súmula 379 do TST.
Procedimento: o empregador apresentará reclamação à Vara do Trabalho, dentro do prazo de 30 dias, contados da data da suspensão do empregado. 
2) Inamovibilidade do dirigente sindical
O dirigente sindical não pode ser removido, pois deriva da lógica da estabilidade do sindicalista à proibição de sua remoção para funções incompatíveis com a atuação sindical ou para fora da base territorial do respectivo sindicato. Tais mudanças poderiam inviabilizar ou restringir significativamente o razoável exercício de suas funções sindicais (art. 543, caput, in fine). 
Pedido de transferência: como se constata no § 1º, o empregado perderá o mandato se a transferência for por ele solicitada ou voluntariamente aceita. 
3) Garantias oriundas de normas da OIT
Diversas dessas relevantes garantias essenciais estão expressamente consignadas em textos normativos construídos ao longo de décadas pela Organização Internacional do Trabalho (Convenções nº 11, 87, 98, 111, 135, 141 e 151, por exemplo). 
A Convenção 98 da OIT trata do direito de sindicalização e de negociação coletiva (ratificada pelo Brasil).
A Convenção 111 da OIT trata sobre a discriminação em matéria de emprego e profissão (ratificada pelo Brasil).
A Convenção 135 da OIT trata da proteção de representantes de trabalhadores (ratificada pelo Brasil).. 
JURISPRUDÊNCIAS (TST)
OJ 365 DO TST. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. MEMBRO DE CONSELHO FISCAL DE SINDICATO
Membro de conselho fiscal de sindicato não tem direito à estabilidade prevista nos arts. 543, § 3º, da CLT e 8º, VIII, da CF/1988, porquanto não representa ou atua na defesa de direitos da categoria respectiva, tendo sua competência limitada à fiscalizada da gestão financeira do sindicato (art. 522, § 2º, da CLT).
NÚMERO ÚNICO PROC: RR - 575/2005-011-08-00 PUBLICAÇÃO: DJ - 08/02/2008 
 
EMENTA MEMBRO DE CONSELHO FISCAL. ESTABILIDADE. REINTEGRAÇÃO. Esta Corte superior tem reiteradamente se manifestado no sentido de que o membro de conselho fiscal não se beneficia da estabilidade sindical, porquanto suas atividades têm natureza meramente administrativa de fiscalizar a gestão financeira do sindicato. O conselheiro fiscal não ostenta poder de representação da categoria profissional e, portanto, não milita contra os interesses da entidade patronal. Dessa forma, a garantia de emprego não se justifica, visto que sua atuação não se insere na defesa do trabalhador em oposição aos interesses do capital. Recurso de revista conhecido e provido. 
PROCESSO: E-RR NÚMERO: 590045 ANO: 1999 PUBLICAÇÃO: DJ - 09/11/2007 
EMENTA RECURSO DE EMBARGOS. MEMBRO DE CONSELHO FISCAL. TERCEIRO SUPLENTE. ESTABILIDADE. A decisão da C. Turma foi expressa no sentido de que o membro de conselho fiscal de Sindicato não é detentor de estabilidade provisória. A vedação de dispensa do dirigente sindical configura-se verdadeira imunidade assegurada com o fito de lhe garantir liberdade para o prosseguimento das atividades, inerentes à defesa dos direitos e interesses da categoria a que representa o sindicato, de modo que o membro do conselho fiscal, como órgão de fiscalização financeira, não estaria acobertado dessa garantia, somente deferida aos eleitos para cargos de direção ou representação. Exegese dos artigos 8º, inciso VIII, da Constituição Federal; 522, caput e parágrafos, e 543, § 3º, da CLT. Precedentes da C. SDI. Embargos não conhecidos. 
PROCESSO:RR-877/2000-002-17-00.9 
Decisão: unanimemente,conhecer do Recurso de Revista apenas quanto aos temas: estabilidade - dirigente sindical - comunicação - candidatura - eleição e posse - necessidade e honorários advocatícios, por violação do 543, § 5º, da CLT e do item I da Súmula 369 do TST (ex-OJ nº 34 da SDI-1/TST) e do artigo 14 da Lei nº 5.584/70. No mérito, dar-lhe provimento parcial para afastar o reconhecimento da estabilidade sindical da autora relativamente ao segundo mandato, e, considerando o término da estabilidade quanto ao primeiro mandato, limitar a condenação apenas ao pagamento da indenização referente ao primeiro mandato, na forma do item I da Súmula 396 do TST (ex-OJ 116 da SDI-1/TST). Excluir da condenação todas as parcelas relativas ao segundo mandato e os honorários advocatícios, como também a determinação de reintegração da Reclamante. Constituição Federal; 522, caput e parágrafos, e 543, § 3º, da CLT. Precedentes da C. SDI. Embargos não conhecidos. 
JURISPRUDÊNCIAS (TRT-SC)
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Processo: Nº 00786-2006-043-12-00-1
Ementa: ESTABILIDADE SINDICAL. MEMBRO DO CONSELHO FISCAL. O membro do conselho fiscal não faz jus à estabilidade prevista no inciso VIII do art. 8º da Constituição Federal e no § 3º do art. 543 da CLT, uma vez que as suas atribuições estão limitadas à fiscalização das contas do sindicato, não exercendo atividades de direção e representação.
Juíza Ligia M. Teixeira Gouvêa - Publicado no TRTSC/DOE em 18-02-2008.
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Processo: Nº 01259-2005-013-12-00-1
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Ementa: SUPLENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. A estabilidade sindical está limitada ao que dispõe o art. 522, "caput", da CLT, recepcionado pela Constituição Federal de 1988, e de acordo com o entendimento consolidado na Súmula nº 369, II, do TST, que limita a sete o número de dirigentes sindicais.
Juiz Marcus Pina Mugnaini - Publicado no TRTSC/DOE em 23-01-2008
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Processo: Nº 01206-2006-024-12-00-5
Ementa: MEMBRO DO CONSELHO FISCAL DE SINDICATO. ESTABILIDADE SINDICAL PROVISÓRIA. INOCORRÊNCIA. A estabilidade sindical provisória é assegurada aos exercentes dos cargos de direção ou representação, mas não se estende aos membros do conselho fiscal, cuja atribuição é limitada a fiscalizar a gestão financeira do sindicato.
Juiz Irno Ilmar Resener - Publicado no TRTSC/DOE em 10-08-2007.
XII - RECEITAS SINDICAIS
Art 8º da CF
...
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
...
CLT 
Art. 513 - São prerrogativas dos Sindicatos:
a) representar, perante as autoridades administrativas e judiciárias, os interesses gerais da respectiva categoria ou profissão liberal ou os interesses individuais dos associados relativos à atividade ou profissão exercida;
b) celebrar convenções coletivas de trabalho; (Vide art. 20 do Decreto-Lei n.º 229, de 28-02-67,DOU 28-02-67, que deu nova redação ao Título VI e substituiu a expressão "contratos coletivos" por" convenções coletivas")
c) eleger ou designar os representantes da respectiva categoria ou profissão liberal;
d) colaborar com o Estado, como órgãos técnicos e consultivos, no estudo e solução dos problemas
que se relacionam com a respectiva categoria ou profissão liberal;
e) impor contribuições a todos aqueles que participam das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas.
Art. 578.  As contribuições devidas aos sindicatos pelos participantes das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas entidades serão, sob a denominação de contribuição sindical, pagas, recolhidas e aplicadas na forma estabelecida neste Capítulo, desde que prévia e expressamente autorizadas.                       (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) 
1) Contribuição sindical: A contribuição sindical dos empregados, dantes da Reforma Trabalhista era devida e obrigatória, será descontada em folha de pagamento de uma só vez no mês de março de cada ano e corresponderá à remuneração de um dia de trabalho, agora é facultativa, depende de ser previa e expressamente autoriza. 
 O artigo 149 da Constituição Federal prevê a contribuição sindical, concomitantemente com os artigos 578 e 579 da CLT, os quais preveem tal contribuição a todos que participem das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais, mas agora depende de ser previa e expressamente autoriza. 
Contribuição sindical rural
DECRETO-LEI Nº 1.166, DE 15 DE ABRIL DE 1971
Art 1º Para efeito do enquadramento sindical, considera-se: 
I - trabalhador rural: 
a) a pessoa física que presta serviço a empregador rural mediante remuneração de qualquer espécie; 
b) quem, proprietário ou não, trabalhe individualmente ou em regime de economia familiar, assim entendido o trabalho dos membros da mesma família, indispensável à própria subsistência e exercido em condições de mútua dependência e colaboração, ainda que com ajuda eventual de terceiros. 
II - empresário ou empregador rural: 
a) a pessoa física ou jurídica que tendo empregado, empreende, a qualquer título, atividade econômica rural; 
b) quem, proprietário ou não e mesmo sem empregado, em regime de economia familiar, explore imóvel rural que lhe absorva toda a força de trabalho e lhe garanta a subsistência e progresso social e econômico em área igual ou superior à dimensão do módulo rural da respectiva região; 
c) os proprietários de mais de um imóvel rural, desde que a soma de suas áreas seja igual ou superior à dimensão do módulo rural da respectiva região. 
O valor da contribuição sindical do empregador rural tem como base de cálculo o valor da propriedade, como acontece com o ITR.
No caso da contribuição sindical rural, quem tem legitimidade para cobrança é a CNA – Confederação Nacional da Agricultura, na forma da Súmula 396 do STJ:
A Confederação Nacional da Agricultura tem legitimidade ativa para a cobrança da contribuição sindical rural. 
Anotações: a contribuição sindical deverá ser anotada pelo empregador na ficha ou na folha do livro de registro de empregados e também na CTPS; 
Empregos simultâneos: contribui em relação a cada atividade exercida, devendo ser recolhida ao respectivo sindicato da categoria profissional;
Admitidos após março: será descontado no mês subseqüente ao da admissão;
Profissionais liberais empregados: poderão optar pelo pagamento da contribuição unicamente às entidades representativas de suas próprias categorias. Ex.: um contador que exerça sua atividade como empregado de uma empresa poderá optar pelo recolhimento para o sindicato dos contabilistas, com desconto em fevereiro, em vez da contribuição sindical descontada em março para o sindicato profissional, com o enquadramento sindical na atividade preponderante da empresa;
Categoria diferenciada: a contribuição sindical vai para a categoria que os representa;
Pagamento em atraso: conforme se observa no art. 600 da CLT, incidirá multa de 10% nos primeiros 30 (trinta) primeiros dias de atraso, acrescido de 2% por mês subseqüente de atraso, além de juros de mora de 1% ao mês e correção monetária;
Comprovação do pagamento na admissão: no ato da admissão de qualquer empregado, dele exigirá o empregador a apresentação da prova de quitação da contribuição sindical (art. 601 da CLT);
Editais: antes de ajuizar a competente ação executiva, as entidades sindicais são obrigadas a promover a publicação de editais durante 3 (três) dias, nos jornais de maior circulação local (art. 605 da CLT);
Ação trabalhista: a Justiça do Trabalho, através da EC 45, é competente para julgar e processar a ação trabalhista, valendo como título de dívida a certidão expedida pelas autoridades regionais do Ministério

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