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* PROSERVAÇÃO E REPARO EM ENDODONTIA Laís B. Pires * Proservação e Reparo em endodontia ? PROSERVAÇÃO Período em que é realizado o acompanhamento do tratamento endodôntico para que se possa confirmar o êxito ou o fracasso da intervenção. * Proservação e Reparo em endodontia * Proservação e Reparo em endodontia * Sob o ponto de vista biologico , o sucesso só se caracteriza após a reparação tecidual. Esta vai incluir a regeneração ou substituição de celulas e estruturas destruidas, propiciando ao elemento dental a capacidade de exercer suas funções. SUCESSO * Proservação e Reparo em endodontia REPARO EM ENDODONTIA O processo de reparo ou cicatrização é uma sequência de eventos que ocorre após a remoção dos agentes causadores de uma reação básica de defesa do organismo – INFLAMAÇÃO. AGENTES FLAGÓGENOS INFECCIOSOS TRAUMÁTICOS IATROGÊNICOS * Proservação e Reparo em endodontia O processo de reparo só se inicia com a inflamação e somente chega ao seu final com a retirada definitiva dos agentes irritantes que desencadearam esta resposta inflamatória no organismo. * Proservação e Reparo em endodontia A fase de reparo envolve a colonização da área injuriada com novos fibroblastos que provém de duas fontes: Divisão local dos fibroblastos preexistentes Divisão das células mesenquimais indiferenciadas. * Proservação e Reparo em endodontia INFLAMAÇÃO MICROCIRCULAÇÃO SANGUE TECIDO CONJUNTIVO * Proservação e Reparo em endodontia O REPARO DAS LESÕES PODE OCORRER POR: REGENERAÇÃO OU CICATRIZAÇÃO * Proservação e Reparo em endodontia Regeneração É o processo que leva a substituição do tecido lesado por células semelhantes àquelas perdidas. Ocorre nos tecidos e nos órgãos cujas células são capazes de mitose como nos epitélios de revestimento cutâneos e mucosos , fígado, osso, Ligamento Periodontal. * Proservação e Reparo em endodontia Cicatrização A lesão é substituida por estruturas semelhantes as originais, porem não necessariamente as mesmas. Formação de um tecido com predomínio de tecido conjuntivo de origem fibroblástica com alterações na arquitetura tecidual e da função. As células não sofrem mitose. Músculo cardíaco. * AGRESSÃO Destruição tecidual INFLAMAÇÃO Reabsorção do exsudato inflamatório Neoformações teciduais REPARO Eliminação dos fatores de agressão Tecidos moles ( ligamento , medula óssea) Tecidos duros ( osso , cemento, dentina ) Tecidos moles Tecidos duros * Proservação e Reparo em endodontia EVENTOS QUE COMPREENDEM O PROCESSO DE REPARO FASES LESÃO INFLAMAÇÃO PROLIFERAÇÃO REMODELAÇÃO * Proservação e Reparo em endodontia EVENTOS QUE COMPREENDEM O PROCESSO DE REPARO A injuria ao LP inicia a fase inflamatória – ativando sistemas em forma de cascatas. Complemento Coagulação Cininas São processos dinâmicos promovem alterações no microambiente: Vasodilatação dos vasos adjacentes, diminuindo o nivel do Ph e a tensão de oxigênio e aumentando a concentração local de lactatos. Uma população de células inflamatórias começa a invadir a área lesada e a replicar. Macrófagos e células endoteliais constituem o tecido de granulação. ( Fase de Proliferação) A fase de remodelação tem início como produto biológico dessas células, sofrendo diferenciações para a formação do tecido regenerado de acordo com a extensão da área lesada. * Proservação e Reparo em endodontia REPARO PERIAPICAL CLINICAMENTE Dente sem sintomatologia integridade da lâmina dura e espessura uniforme do ligamento periodontal * Proservação e Reparo em endodontia FENÔMENOS HISTOLÓGICOS COMO INDICATIVO DE REPARO Reparação das reabsorções de cemento e de dentina por cemento neoformado. Reposição do osso, quando reabsorvido, por tecido ósseo neoformado. Produção e inserção de novas fibras periodontais nos tecidos duros neoformados reconstituindo a normalidade do ligamento. Restauração da dimensão normal do espaço periodontal. Ausencia de fenômenos inflamatórios nos tecidos ápico-periapicais. * Proservação e Reparo em endodontia SELAMENTO BIOLÓGICO Forma ideal de Reparo Obliteração total do forame apical por Cemento osteoide. * REPARO IDEAL AQUELE QUE CULMINA COM O SELAMENTO DO FORAME PELA DEPOSIÇÃO DE TECIDO DURO, MANTENDO UM LIGAMENTO PERIODONTAL DE ESPESSURA NORMAL E ISENTO DE CÉLULAS INFLAMATÓRIAS. REPARO ACEITÁVEL SITUAÇÕES EM QUE JUNTO AO FORAME APICAL, INSTALA-SE UM TECIDO CONJUNTIVO FIBROSO LIVRE DE CÉLULAS INFLAMÁTORIAS. Proservação e Reparo em endodontia * SUCESSO CLíNICO * Elemento dental e estruturas envolvidas apresentam-se: Sem; fístula Exsudato Mobilidade Dor espotânea Dor a percussão Dor a palpação Lesão periapical ELEMENTO DENTAL APTO A VOLTAR A EXERCER SUAS FUNÇÕES FISIOLÓGICAS E ESTÉTICAS. * Processo de reparo após tratamento de dentes com polpa vital Condições normais A remoção da polpa vital deixa ao nivel do forame uma ferida. A hemostasia da ferida é resultante de espasmo vascular , formação do tampão de plaquetas e organização do coágulo sanguineo, que se forma entre 15 segundos e 2 minutos e estará completada num prazo de 3 a 6 minutos após a ruptura dos vasos. Entre 30 minutos e 1 hora, há retração do coagulo que reduz ainda mais o tamanho da ferida pulpar. Em seguida ocorre a invasão de fibroblastos e organização do tecido conjuntivo fibroso que se conclui num período de 7 a 10 dias após o corte da polpa. Proservação e Reparo em endodontia * Proservação e Reparo em endodontia FATORES LOCAIS QUE PODEM INFLUIR NO REPARO NOS CASOS DE PULPECTOMIA INFECÇÃO A polpa quando vital oferece resistência ao progresso dos microrganismos, pela dificuldade de difusão oferecida pela substância amorfa, seja pelos mecanismos de defesa instalados. Procedimentos inadequados podem conduzir ou permitir a chegada de bactérias aos tecidos apicais, produzindo infecção , especialmente nos casos de sobreinstrumentação. * Proservação e Reparo em endodontia FATORES LOCAIS QUE PODEM INFLUIR NO REPARO NOS CASOS DE PULPECTOMIA SOBREINSTRUMENTAÇÃO A dilaceração dos tecidos do periápice e o acúmulo de sangue coagulado favorecem o assentamento e a proliferação de microorganismos, intensificando a inflamação , dificultando ou impedindo o reparo. * Proservação e Reparo em endodontia FATORES LOCAIS QUE PODEM INFLUIR NO REPARO NOS CASOS DE PULPECTOMIA FATORES MECÂNICOS A manutenção de um remanescente tecidual de 1 a 2 mm na região apical, tem sido amplamente indicado como um fator que favorece o reparo. ( O processo inflamatorio é brando e assintomático) Nos casos em que o tecido pulpar é rompido além dos limites do dente a reposta inflamatória tende a aumentar. A hemorragia é mais intensa e o coágulo mais volumoso, provocando compressão e agressão aos tecidos. Nestas situações , a reabsorção do sangue coagulado e dos componentes teciduais dilacerados, antes que se complete o reparo retarda a cura. * Proservação e Reparo em endodontia FATORES LOCAIS QUE PODEM INFLUIR NO REPARO NOS CASOS DE PULPECTOMIA A presença de tecidos lesados ou de coágulo sanguíneo aumenta os riscos de infecção por constituírem excelentes meios de incubação de microorganismos. * Proservação e Reparo em endodontia FATORES LOCAIS QUE PODEM INFLUIR NO REPARO NOS CASOS DE PULPECTOMIA FATORES QUÍMICOS * A eventual agressão química aos tecidos apicais vai somar-se aquela determinada pela instrumentação e poderá prejudicar o reparo e/ou prolongar o seu tempo de ocorrência. As agressões provocadas pelas substâncias químicas auxiliares devem ser evitadas através da escolha do fármaco adequado e do seu uso através de técnica criteriosa. Proservação e Reparo em endodontia FATORES LOCAIS QUE PODEM INFLUIR NO REPARO NOS CASOS DE PULPECTOMIA FATORES QUÍMICOS * Proservação e Reparo em endodontia FATORESLOCAIS QUE PODEM INFLUIR NO REPARO NOS CASOS DE PULPECTOMIA FATORES MECÂNICOS E QUÍMICOS Material Obturador Momento da obturação Nível da obturação Técnicas de obturação Fatores que influenciam no reparo após tratamento endodôntico. * Proservação e Reparo em endodontia REPARO APÓS TRATAMENTO ENDODÔNTICO DE DENTES NECROSADOS SEM LESÃO PERIAPICAL A reparação apical nos casos de necrose ocorre em 2 estágios: 1 fase – Inflamatória dura cerca de 1 a 2 semanas após o tratamento endodontico. Invasão de células inflamatórias ( neutrófilos, macrófagos, e fagócitos) que tem a função de eliminar débris e restos necróticos. 2 fase – Reparadora dura varios meses as células inflamatórias vão cedendo lugar a células formadoras – (osteoblastos, cementoblastos e fibroblastos) que promoverão a neoformação dos tecidos duros reabsorvidos e a regeneração do tecido periodontal. * Proservação e Reparo em endodontia REPARO APÓS TRATAMENTO ENDODÔNTICO DE DENTES NECROSADOS SEM LESÃO PERIAPICAL A eliminação total do tecido necrosado e MO é uma questão muito importante no processo de reparo. Em circunstâncias desfavoráveis que dificultam a eliminação da infecção e/ou de outros fatores de agressão, como a presença de corpos estranhos , o processo de reparo não se completa e um tecido conjuntivo frouxo cronicamente inflamado permanece na região. * Proservação e Reparo em endodontia Ingle, 1965 “A reparação periapical , no sentido de cura, só é usualmente alcançada após o tratamento endodôntico.” * Proservação e Reparo em endodontia REPARAÇÃO PERIAPICAL APÓS TRATAMENTO ENDODÔNTICO EM DENTES COM NECROSE PULPAR E LESÃO PERIAPICAL. Tecido de granulação esta presente em todos os casos – precursor do tecido fibroso que irá se formar após o tratamento endodôntico que constituirá a lesão periapical. Durante a evolução do processo de reparo as células inflamatórias vão desaparecendo e os cementoblastos jovens iniciam a deposição contínua de cemento. Os cementoblastos são estimulados fisiologicamente pela ação mastigatória e se acumulam na região apical, de deltas e nas laterais do canal radicular, recobrindo assim, totalmente o material obturador com cemento. * Proservação e Reparo em endodontia REPARAÇÃO PERIAPICAL APÓS TRATAMENTO ENDODÔNTICO EM DENTES COM NECROSE PULPAR E LESÃO PERIAPICAL. Tempo necessário para substituição do osso primário pelo secundário O tecido ósseo inicialmente formado possui fibras colágenas em disposição desordenada, grande quantidade de osteócitos e é menos calcificado, caracterizando-se como osso primário. Menor radiopacidade. ( 3 a 6 meses ) Ao longo do tempo... Dente em sua função mastigatória – substituição do osso primário por secundário ( colágeno orientado, menos células inclusas e mineralização plena.) – até 5 anos ou mais. * Proservação e Reparo em endodontia FATORES QUE INFLUENCIAM NA REPARAÇÃO DE DENTES COM NECROSE PULPAR E LESÃO PERIAPICAL - Infecção – MO presentes no sistema de canais, liberam toxinas e enzimas reabsorvendo osso e dente. A reabsorção radicular favorece a infecção promovendo a formação de crateras na superficie do cemento e a abertura de túbulos dentinários para o espaço do ligamento periodontal. Propiciando a sobrevivencia dos MO atraves da nutrição do LP. * Proservação e Reparo em endodontia FATORES QUE INFLUENCIAM NA REPARAÇÃO DE DENTES COM NECROSE PULPAR E LESÃO PERIAPICAL - Infecção - Presença de Biofilme – locais inacessíveis a instrumentação e medicação A sobrevivência de bactérias nas lesões periapicais Patogenicidade do MO * Proservação e Reparo em endodontia FATORES QUE INFLUENCIAM NA REPARAÇÃO DE DENTES COM NECROSE PULPAR E LESÃO PERIAPICAL - Lesão Periapical - A lesão periapical radiolúcida está relacionada com o grau de destruição tecidual capaz de gerar uma imagem radiográfica utilizada para a sua caracterização clínica. Se a raferação está presente na radiografia ,a destruição óssea já atingiu a cortical e as reabsorções radiculares são maiores. * Proservação e Reparo em endodontia FATORES QUE INFLUENCIAM NA REPARAÇÃO DE DENTES COM NECROSE PULPAR E LESÃO PERIAPICAL - Lesão Periapical - O índice de sucesso dos tratamentos endodônticos de dentes com polpa viva e daqueles com polpa necrosada sem lesão periapical é de cerca de 96%. A presença de lesão periapical radiograficamente detectável faz baixar esse índice para cerca de 86%. * Proservação e Reparo em endodontia FATORES QUE INFLUENCIAM NA REPARAÇÃO DE DENTES COM NECROSE PULPAR E LESÃO PERIAPICAL - Lesão Periapical - A quantidade de MO tem correlação com o tamanho da lesão. As endotoxinas bacterianas estão presentes em maior quantidade nos condutos de dentes portadores de lesões periapicais. Em relação ao tamanho da lesão e o tempo de reparo, estudos demonstram índices de sucesso semelhante entre lesões pequenas e grandes. * Proservação e Reparo em endodontia FATORES QUE INFLUENCIAM NA REPARAÇÃO DE DENTES COM NECROSE PULPAR E LESÃO PERIAPICAL Fatores Mecânicos / Químicos Evitar sobreinstrumentação Utilizar subtâncias irrigadoras de concentrações mais baixas, com poder de agressão menor aos tecidos. Manter a solução irrigadora e a medicação intracanal dentro do canal radicular, respeitando os tecidos periapicais. * Proservação e Reparo em endodontia FATORES GERAIS QUE PODEM INFLUENCIAR NO REPARO PERIAPICAL IDADE O reparo sofre influência da idade, Alterações degenerativas , redução do teor de células tornam mais difícil o reparo por reduzirem a capacidade metabólica dos tecidos. Ainda que o reparo demande mais tempo nos pacientes idosos, não há dados concludentes na literatura de que a idade seja um fator que impeça a cura e portanto não deve constituir uma contra – indicação ao tratamento endodôntico. * Proservação e Reparo em endodontia FATORES GERAIS QUE PODEM INFLUENCIAR NO REPARO PERIAPICAL DESNUTRIÇÃO E DEFICIÊNCIA VITAMÍNICA A deficiência nutritiva, especialmente protéica influencia profundamente o processo de reparo. Torna o organismo mais suscetível às infecções pois reduz a síntese de mediadores dos processos de defesa como as imunoglobulinas. Dificulta a reparação tecidual por reduzir a síntese de proteinas. * Proservação e Reparo em endodontia FATORES GERAIS QUE PODEM INFLUENCIAR NO REPARO PERIAPICAL DESNUTRIÇÃO E DEFICIÊNCIA VITAMÍNICA A falta de vitaminas afeta profundamente o metabolismo pois as vitaminas atuam como co-enzimas e quando ausentes as respectivas enzimas não exercem suas funções. A vitamina C é fundamental para a síntese de colágeno. No osso sua falta pode conduzir a um quadro de osteoporose. A vitamina D promove a reabsorção intestinal do cálcio. A vitamina A regula os mecanismos de produção e reabsorção óssea. As deficiências de vitamina A C e D são obstáculos ao reparo periapical, principalmente mas situações que envolvem a reposição de tecido ósseo. * Doenças Crônicas Proservação e Reparo em endodontia FATORES GERAIS QUE PODEM INFLUENCIAR NO REPARO PERIAPICAL A diabete , tuberculose e outras doenças crônicas reduzem o metabolismo e interfere no processo de reparo. O paciente diabético não controlado é extremamente suscetível a infecção e devido as alterações metabólicas e das degenerações vasculares que ocorrem e que dificultam a nutrição tecidual tem sua capacidade de reparo reduzida. A anemia causa uma redução no aporte de oxigênio interferindo no metabolismo e a cura das lesões periapicais é prolongada ou impedida. * Proservação e Reparo em endodontia FATORES GERAIS QUE PODEM INFLUENCIAR NO REPARO PERIAPICAL Distúrbios Hormonais Diversos hormônios influem no metabolismo dos tecidos conjuntivos. Corticosteroide – produzido pelo córtex das glândulas adrenais inibem a proliferação dos fibroblastos e a síntese das fibras do conjuntivo podendo dificultar o reparo dos tecidos conjuntivos e ósseo. Paratormônio e a Calcitonina – Regulam o metabolismodo cálcio e do fosfato, exercem ativa influência sobre tecido ósseo. Paratormônio promove o aumento do numero de osteoclastos , estimulando a reabsorção óssea. Calcitonina – reduz a reabsorção. Hormônios sexuais estimulam a formação óssea. Mulheres na menopausa – ausência dos estrógenos deprime o metabolismo ósseo. * Proservação e Reparo em endodontia FATORES GERAIS QUE PODEM INFLUENCIAR NO REPARO PERIAPICAL Deficiências Imunológicas Pacientes com quadro clínico debilitante apresentam a capacidade de reparação bastante reduzida, com maior suscetibilidade ao agudecimento ou desenvolvimento de infecções, tornando mais difícil o processo de cura. * Atraves do tratamento endodontico procura-se criar condições para que os tecidos periapicais lesados possam pelo processo de cura voltar a normalidade.
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