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06/06/2019 1 Enfermidades Vias Biliares Profª Dra. Célia Lopes da Costa Curso de Nutrição Disciplina: Nutrição Clínica I Enfermidades das vias biliares Cálculos biliares (colelitíase) São concreções que se formam na árvore biliar, em geral na vesícula biliar. Ocorre quando certos solutos biliares (colesterol, cálcio) sofrem precipitação na forma de cristais sólidos que subseqüentemente crescem e se agregam na camada de mucina que reveste a vesícula biliar. Causas: • Genética ( no grupo sangüíneo tipo A); • Ambiente ( de cálculo de colesterol no ocidente); • Idade ( a prevalência com a idade); • Sexo (3 vezes mais em mulheres). 06/06/2019 2 Classificação dos cálculos biliares A) Quanto à composição química Cálculos de colesterol (10 a 15% dos casos) Cálculos pigmentares (5 a 10% dos casos) Cálculos de carbonato de cálcio (raros) Cálculos mistos (mais freqüentes, 80% dos casos) B) Quanto às características morfoetiológicas Inflamatórios Metabólicos Pigmentares puros Bilirrubinato de cálcio Colesterol puro (em geral solitário) Misto (metabólico e inflamatório) ou combinados Cálculos por estase (formados no colédoco) (1) Secreção de bile rica em colesterol e com baixa concentração de sais biliares (2) Bile supersaturada (precipitação) (3) Nucleação e crescimento dos cristais (4) Retenção de cristais num gel de mucina (5) Formação de lama biliar(6) Estase e aglomeração dos cristais (7) Cálculo biliar Formação do cálculo 06/06/2019 3 Causas de supersaturação da bile devido a da secreção de colesterol: • estrogênios (aumento do risco em mulheres durante a fase reprodutiva, multíparas e que fazem uso de anticoncepcionais orais); • Obesidade; • Medicamentos hipocolesterolêmicos (derivados do ác. fibrico clofibrato e genfibrizol). Causas de supersaturação da bile devido a da secreção de sais biliares: • Pacientes com perda intestinais crônicas de sais biliares; • Processo inflamatório ileal (doença de Crohn) ou ressecção ileal; • Idade (aumenta a prevalência em idosos). Causas de estase biliar ( o risco de formação de cálculos): • gravidez; • perda de peso; • NPT prolongada; • jejum prolongado. Manifestações clínicas: cólica biliar (hipocôndrio direito); icterícia (principalmente em casos de obstrução); distensão abdominal; colúria e acolia; anorexia; constipação; perfil laboratorial: TGO, TGP e fosfatase alcalina. 06/06/2019 4 Colecistite Colecistite Inflamação da vesícula biliar. Pode ser aguda ou crônica. Normalmente é por cálculos biliares que obstruem o ducto biliar, levando ao retorno da bile. As colecistites acalculosas podem ocorrer em pacientes críticos ou quando há estagnação da bile na vesícula (menor capacidade de contração da vesícula). Sintomas: - Dor abdominal no quadrante superior - Náuseas - Vômitos - Flatulência Colangite Inflamação do ducto biliar. Pode ser secundária a obstrução dos ductos, geralmente por cálculos, mas também por estenose, doenças auto-imunes ou neoplasias. Tumor de vesícula O adenocarcinoma é o mais comum e tem como fator de risco principal a colelitíase, seguido da presença de pólipos em vesícula biliar. Os sintomas aparecem quando a doença está em estágio avançado: - Dor abdominal - Náuseas e vômitos - Icterícia - Nódulos abdominais - Anorexia 06/06/2019 5 Tumor pancreático fazendo compressão extrínseca. Diferentes enfermidades da vesícula Vesicula biliar com colecistite crônica, colelitíase e um pequeno tumor papilar a nível de ducto cístico Tratamento cirúrgico (colecistite, colelitíase e tumores) Colecistectomia aberta 06/06/2019 6 Colecistectomia videolaparoscópica Resultado da colecistectomia Dietoterapia na colecistite aguda Objetivo: 1a fase - Repouso da vesícula suprimindo a ingestão de alimentos por via oral. 2a fase - Superada a crise aguda, reiniciar a alimentação (com evolução gradativa) para atingir as necessidades calóricas e/ou preparar para cirurgia. Tratamento dietoterápico: Quadro de dor: dieta oral zero Desaparecido os sintomas: reiniciar alimentação com dieta líquida restrita com volume de 100 a 150 ml/refeição e fracionamento de 4 a 6 refeições/dia. Dieta prescrita por um período de 24 a 48 horas com evolução progressiva com relação a consistência (de acordo com aceitação do paciente). Calorias: de acordo com estado nutricional. Em casos de obesidade, induzir a perda de peso (20 a 24,9 Kcal/Kg de peso) Proteína: de acordo com o estado nutricional e avaliando preparo para cirurgia (normo a hiperprotéica) Lipídio: hipolipídica devido a menor estimulação da vesícula biliar ( 25% do VET) Carboidratos: normo a hiperglicídica (50 a 60% ou ). 06/06/2019 7 Dietoterapia na colelitíase Objetivo: Amenizar a sintomatologia no pré-operatório (normalmente associado a colecistite). Adaptar a nova condição pós-operatória de estar sem a vesícula biliar. Tratamento dietoterápico: • Calorias: de acordo com o estado nutricional e em caso de obesidade, induzir a perda de peso no pós-operatório (20 a 24,9Kcal/peso) • Reduzir o teor de lipídio da dieta ( 25% nas fases iniciais do pós- operatório e aumentar gradativamente após a colecistectomia até atingir dieta normolipídica). Avaliar a tolerância de cada paciente. Evitar grandes concentrações de gorduras em uma única refeição. • Carboidrato: normo a hiperglicídica (complementando aporte calórico) • Proteínas em quantidades adequadas (normo a hiperprotéica) avaliando estado nutricional e a magnitude do procedimento cirúrgico) • Controlar a ingestão de colesterol (especialmente nos casos de cálculo a base de colesterol) • Fornecer aporte adequado de fibras ( 25g/dia) avaliando quadro de constipação intestinal e hipercolesterolemia • Avaliar aporte de vitaminas lipossolúveis (mediante a necessidade de dietas hipolipídicas por longo prazo) • Fazer evolução da consistência no pós-operatório de acordo com o procedimento cirúrgico (sempre hipolipídica) e corrigir possíveis alterações nutricionais no pré e pós-operatório. 06/06/2019 8 Quantidade de AG saturado por tipo de queijo. Quantidade de AG saturado, insaturado e ômega- 3 em diferentes preparações de peixe.