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Apostila e Exercícios - Ensaios de Pureza e Doseamento

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS 
FACULDADE DE FARMÁCIA 
DEPARTAMENTO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS – PFA 
DISCIPLINA ANÁLISES FARMACOPEICAS - PFA 029 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÉTODOS GERAIS DA FARMACOPEIA BRASILEIRA 5ª EDIÇÃO 
 
 
ENSAIOS DE PUREZA 
 
5.2.9 DETERMINAÇÃO DA PERDA POR DESSECAÇÃO 
 
Esse ensaio se destina a determinar a quantidade de substância volátil de qualquer 
natureza eliminada nas condições especificadas na monografia. No caso de ser a água a 
única substância volátil, basta determinar seu teor segundo um dos métodos descritos em 
Determinação de água (5.2.20). Para os demais casos, o procedimento adotado é o 
descrito abaixo, sendo o método a ser adotado especificado nas monografias. 
 
PROCEDIMENTO 
 
Método Gravimétrico 
Reduzir a substância a pó fino, caso se apresente na forma de cristais volumosos. Pesar, 
exatamente, cerca de 1 a 2 g e transferir para pesa-filtro chato previamente dessecado 
durante 30 minutos nas mesmas condições a serem empregadas na determinação. Após 
resfriamento em dessecador, pesar o pesa-filtro, tampado, contendo a amostra. Agitar o 
pesa-filtro brandamente para distribuir a amostra da maneira mais uniforme possível, a 
uma altura ideal de 5 mm. Colocar o pesa-filtro na estufa, retirar a tampa, deixando-a 
também na estufa. Secar a amostra (geralmente a 105 °C) e por um determinado prazo 
(geralmente 2 horas) especificado na monografia. Esfriar até temperatura ambiente em 
dessecador. Pesar. Repetir a operação até peso constante. 
 
Observação: No caso de a substância fundir a uma temperatura mais baixa que a 
especificada para a determinação, manter o pesa-filtro com seu conteúdo por 1 a 2 horas 
à temperatura de 5 a 10 °C baixo do ponto de fusão, antes de secá-la à temperatura 
especificada. Quando a substância se decompõe a temperatura de 105 °C, ela deve ser 
dessecada em uma temperatura mais baixa. Em ambos os casos, pode-se realizar a 
secagem à pressão reduzida, em dessecador. A porcentagem de perda por dessecação é 
dada pela equação: 
 
 
em que 
Pa = peso da amostra, 
Pu = peso do pesa-filtro contendo a amostra antes da dessecação, 
Ps = peso do pesa-filtro contendo a amostra após a dessecação. 
 
 
5.2.20 DETERMINAÇÃO DE ÁGUA 
 
Muitas substâncias farmacopeicas encontram-se na forma hidratada ou contém água 
absorvida, tornando-se relevante sua determinação por métodos específicos como o 
método volumétrico (5.2.20.1); método da destilação azeotrópica (5.2.20.2), ou método 
semimicro (5.2.20.3), sendo indicado na monografia especifica para cada substância. 
 
5.2.20.1 MÉTODO VOLUMÉTRICO 
Determinar o teor de água, pelo método direto, salvo quando houver outra especificação 
na monografia especifica da substância em análise. 
 
MÉTODO DIRETO 
Baseia-se na reação quantitativa da água com solução anidra de dióxido de enxofre e 
iodo em presença de uma solução tampão que reage com íons hidrogênio. Na solução 
volumétrica, original, conhecida como Reagente de Karl Fischer, o dióxido de enxofre e o 
iodo são dissolvidos em piridina e metanol. A amostra pode tanto ser titulada diretamente 
(método direto) quanto por retorno (método indireto). 
 
Aparelhagem 
Admite-se o emprego de qualquer equipamento que permita a exclusão adequada da 
umidade atmosférica e a determinação do ponto final da titulação. Para substâncias 
incolores, é possível detectar-se o ponto de equivalência pela mudança de cor do 
reagente, de amarelo canário para âmbar. O inverso é observado ao se adotar a titulação 
por retorno. Todavia, é mais frequente e preciso determinar-se o final da titulação 
eletrometricamente. Compreende o uso de dispositivo elétrico capaz de gerar diferença 
de potencial de 200 mV entre dois eletrodos de platina imersos na solução a titular. Ao ser 
atingido o ponto de equivalência, ligeiro excesso de reagente provoca elevação brusca do 
fluxo de corrente entre 50 a 150 A, durante 30 segundos a 30 minutos, dependendo da 
natureza da amostra (o período é menor quando a substância é solúvel no reagente). 
Alguns tituladores automáticos possuem mecanismo para fechamento imediato da válvula 
que controla a entrada do titulante, assim que detecta a mudança de potencial. Os 
aparelhos comercialmente disponíveis possuem um sistema fechado que consiste de uma 
ou duas buretas automáticas, copo de titulação, agitador magnético e eletrodo especifico. 
O ar no sistema é mantido seco, com o uso de dessecantes adequados. 
 
Reagente de Karl Fischer 
Adicionar 125 g de iodo a uma solução contendo 670 mL de metanol e 170 mL de piridina. 
Deixar resfriar. Transferir 100 mL de piridina para proveta de 250 mL, mantida friaem 
banho de gelo, passar corrente de dióxido de enxofre através do solvente até que seu 
volume atinja 200 mL. Lentamente, e sob agitação, adicionar essa solução à mistura de 
iodo, fria, previamente preparada. Agitar até completa dissolução do iodo e aguardar 24 
horas antes de padronizar. Quando recém-preparada, a solução reagente neutraliza cerca 
de 5 mg de água/mL, mas deteriora-se com rapidez, portanto, recomenda-se a sua 
padronização imediatamente antes do uso, ou diariamente, quando em uso contínuo. 
Proteger da luz quando em uso. Armazenar o reagente sob refrigeração em frasco âmbar, 
provido de tampa esmerilhada hermética. Como opção ao preparo do reagente, pode-se 
recorrer a soluções reagentes comerciais. Também, podem ser utilizados reagentes 
comerciais que contenham outros solventes, base diferente da piridina ou outro álcool que 
não o metanol. Esses reagentes podem ser soluções individuais ou obtidas pela mistura 
de dois reagentes provenientes de soluções distintas. Quando a monografia especificar 
que o reagente deve ser diluído, seguir as instruções do fabricante do produto. Como 
diluente pode utilizar-se metanol ou outro solvente adequado, como éter monoetílico de 
etilenoglicol. 
 
MÉTODO INDIRETO 
Segue o mesmo princípio do método direto, porém, nesse caso, incorpora-se excesso de 
reagente à amostra e, após aguardar-se o tempo necessário à reação quantitativa, titula-
se o excesso de reagente com solução padrão de água em metanol. Essa técnica, de uso 
irrestrito, é especialmente recomendada para substâncias que liberam, lentamente, seu 
conteúdo de água. 
 
 
5.2.10 DETERMINAÇÃO DE CINZAS SULFATADAS (RESÍDUO POR INCINERAÇÃO) 
 
Cinzas sulfatadas compreendem o resíduo não volátil à incineração na presença de ácido 
sulfúrico, conforme a técnica especificada. Em geral, o ensaio visa a determinar o teor de 
constituintes ou impurezas inorgânicas contidos em substâncias orgânicas. Também se 
destina à determinação de componentes inorgânicos em misturas e da quantidade de 
impurezas contidas em substâncias inorgânicas termolábeis. 
 
PROCEDIMENTO 
Pesar exatamente de 1 a 2 g (ou a quantidade especificada na monografia) de substância 
pulverizada, transferir para cadinho (como exemplo: platina, porcelana, sílica, quartzo) 
previamente calcinado, esfriado em dessecador e tarado, e adicionar cerca de 1 mL de 
ácido sulfúrico. Aquecer brandamente até carbonização em temperatura não superior a 
600 °C ± 50 °C. Esfriar e adicionar lentamente cerca de 1 mL de ácido sulfúrico para 
umedecer o resíduo, carbonizar e incinerar com aquecimento gradativo até 600 °C ± 50 
°C. Esfriar, pesar novamente e incinerar por mais 30 minutos. Repita este procedimento 
até que a diferença entre duas pesagens sucessivas não seja maior que 0,5 mg. Um 
equipamento calibrado, por exemplo mufla, deve ser utilizado para o controle da 
temperatura. Calcular a porcentagem de cinzas sulfatadas em relação à substância sob 
ensaio, utilizando o seguinte cálculo: 
 
em que: 
P1 = Peso do cadinho após a calcinação e esfriamento (tara do cadinho); 
P2 = Peso do cadinho com amostra após a calcinação e esfriamento em dessecador; 
P3 =Peso da amostra inicial 
100 = Fator de porcentagem. 
 
 
5.2.12 COR DE LÍQUIDOS 
 
A avaliação da cor de líquidos é executada por comparação da solução sob análise - 
preparada conforme instruções da monografia - e soluções-padrão de cor (SC). Tais 
soluções encontram emprego como referência para alguns fármacos e em testes de 
carbonização com ácido sulfúrico especificados em diversas monografias. 
 
O processo comparativo, salvo especificação em contrário, deve ser executado em tubos 
de ensaio de vidro transparente e fundo chato, com diâmetro da ordem de 16 mm, do tipo 
empregado em ensaio limite de impurezas. Os tubos devem ser os mais uniformes 
possíveis. 
Para a avaliação, utilizar volumes de 10 mL tanto para a preparação amostra quanto para 
a preparação padrão, assegurando altura aproximada de 50 mm para os líquidos nos 
tubos. Observar os tubos transversalmente contra fundo branco, sob luz difusa. É 
importante comparar as soluções nas mesmas condições, inclusive de temperatura (25 
°C). 
 
A preparação amostra é preparada de modo a apresentar coloração semelhante à da 
preparação de referência especificada. 
 
PADRÕES BÁSICOS 
As soluções de referência de cor (SC) são obtidas a partir de três soluções básicas, a 
serem preparadas e armazenadas em frascos herméticos. Dessas - com base na Tabela 
1, contendo indicações de volumes para a preparação de 20 soluções-padrão de cor (SC) 
designadas com as letras do alfabeto, de A a T - preparar a solução ou soluções 
especificadas para a comparação. Transferir os volumes indicados (deixar a água por 
último) e homogeneizar, diretamente, nos tubos de comparação. 
 
Solução base de cloreto de cobalto II - Preparar solução de 25 mL de ácido clorídrico e 
975 mL de água. Dissolver 65 g de cloreto de cobalto(II) em aproximadamente 900 mL 
dessa solução e completar o volume para 1000 mL com o mesmo solvente. Transferir, 
usando pipeta, 5 mL dessa solução para frasco de iodo de 250 mL, juntar 5 mL de 
peróxido de hidrogênio SR e 15 mL de hidróxido de sódio 5 M. Ferver durante dez 
minutos, resfriar e adicionar 2 g de iodeto de potássio e 20 mL de ácido sulfúrico 0,26 M. 
Titular com tiossulfato de sódio 0,1 M SV, juntando 3 mL de amido SI como indicador. 
Corrigir o volume de titulante consumido por determinação em branco. Cada mL de 
tiossulfato de sódio 0,1 M SV equivale a 23,79 mg de COCl2.6H2O. Ajustar o volume da 
solução adicionando quantidade suficiente de solução de ácido clorídrico e água para 
obter solução contendo exatamente 59,5 mg de COCl2.6H2O por mL de solução. 
 
Solução base de sulfato cúprico - Preparar solução de 25 mL de ácido clorídrico e 975 mL 
de água. Dissolver 65 g de sulfato cúprico (CuSO4.5H2O) em 900 mL dessa solução e 
completar o volume para 1000 mL com a mesma solução. Transferir, usando pipeta, 10 
mL dessa solução para frasco de iodo de 250 mL, juntar 40 mL de água, 4 mL de ácido 
acético glacial, 3 g de iodeto de potássio e 5 mL de ácido clorídrico. Titular o iodo liberado 
com tiossulfato de sódio 0,1 M SV, juntando 3 mL de amido SI como indicador. Corrigir o 
volume de titulante consumido por determinação em branco. Cada mL de tiossulfato de 
sódio 0,1 M SV equivale a 24,97 mg de CuSO4.5H2O. Ajustar o volume da solução 
adicionando quantidade suficiente de mistura de ácido clorídrico e água para obter 
solução contendo exatamente 62,4 mg de CuSO4.5H2O por mL de solução. 
 
Solução base de cloreto férrico - Preparar solução de 25 mL de ácido clorídrico e 975 mL 
de água. Dissolver cerca de 55 g de cloreto férrico (FeCl3.6H2O) em aproximadamente 
900 mL dessa solução e completar o volume para 1000 mL com a mesma solução. 
Transferir, utilizando pipeta, 10 mL dessa solução para frasco de iodo de 250 mL, 
adicionar 15 mL de água, 3 g de iodeto de potássio e 5 mL de ácido clorídrico. Deixar em 
repouso durante 15 minutos. Completar o volume da solução para 100 mL com água e 
titular o iodo liberado com tiossulfato de sódio 0,1 M SV, juntando 3 mL de amido SI como 
indicador. Corrigir o volume de titulante consumido por determinação em branco. Cada 
mL de tiossulfato de sódio 0.1 M SV equivale a 27,03 mg de FeCl3.6H2O. Ajustar o volume 
da solução adicionando quantidade suficiente de solução de ácido clorídrico e água para 
obter solução contendo exatamente 45,0 mg de FeCl3.6H2O por mL de solução. 
 
 
 
 
5.2.25 LIMPIDEZ DE LÍQUIDOS 
 
PROCEDIMENTO 
Utilizar tubos de vidro neutro, incolor e transparente, com fundo chato e de 15 a 25 mm de 
diâmetro interno, a menos que indicado de maneira diferente na monografia. Introduzir, 
em tubos separados, o líquido em exame e a suspensão de referência indicada na 
monografia, preparando-a por ocasião do uso, conforme especificado na Tabela 1. O 
líquido em exame e a suspensão de referência devem atingir, nos tubos, uma altura de 40 
mm. Cinco minutos após o preparo da suspensão de referência, comparar o conteúdo dos 
tubos, observando-os, verticalmente, sob luz visível difusa e contra fundo preto. A difusão 
da luz deve ser tal que a suspensão de referência I seja facilmente distinguida da água e 
da suspensão de referência II. Um líquido é considerado límpido quando, ao ser 
examinado nas condições anteriormente descritas, sua transparência corresponde à da 
água ou à do solvente utilizado, ou quando sua opalescência não é mais pronunciada que 
a da suspensão de referência I. 
 
Padrão de opalescência 
Dissolver 1 g de sulfato de hidrazina em água e completar o volume para 100 mL com o 
mesmo solvente. Deixar emrepouso por 4 a 6 horas. Adicionar 25 mL dessa solução a 
uma solução contendo 2,5 g de metenamina em 25 mL de água. Misturar bem e deixar 
em repouso por 24 horas. Essa suspensão é estável por dois meses se conservada em 
recipiente de vidro, com superfície livre de defeitos. A suspensão não deve aderir às 
paredes do recipiente e deve ser, vigorosamente, agitada, no recipiente original, antes do 
uso. Para o preparo do padrão de opalescência, diluir 15 mL da suspensão para 1000 mL 
com água. O padrão de opalescência deve ser preparado no momento do uso e pode ser 
conservado por, no máximo, 24 horas. 
 
 
 
 
5.2.19 DETERMINAÇÃO DO pH 
 
DETERMINAÇÃO POTENCIOMÉTRICA DO pH 
O valor de pH é definido como a medida da atividade do íon hidrogênio de uma solução. 
Convencionalmente é usada a escala da concentração de íon hidrogênio da solução. A 
água é um eletrólito extremamente fraco, cuja autoionização produz íon hidrônio 
(hidrogênio hidratado) e íon hidróxido: 
 
As concentrações do íon hidrônio nas soluções aquosas podem variar entre limites 
amplos, que experimentalmente vão de 1 a 10-14 M, que é definida pela simplificada 
relação: 
 
Desta forma, a escala de pH é uma escala invertida em relação às concentrações de íon 
hidrônio, ou seja, quanto menor a concentração de íon hidrônio, maior o valor do pH. A 
determinação potenciométrica do pH é feita pela medida da diferença de potencial entre 
dois eletrodos adequados, imersos na solução em exame. Um destes eletrodos é sensível 
aos íons hidrogênio e o outro é o eletrodo de referência, de potencial constante. 
 
DETERMINAÇÃO COLORIMÉTRICA DO pH 
Baseia-se no emprego de soluções indicadoras ou de papéis indicadores, que tem a 
propriedade de mudar de coloração conforme a variação do pH. Neste caso, trata-se de 
medida aproximada, indicando apenas uma faixa de valores, mais ou menos larga, 
conforme o indicador empregado. A determinação é levada a efeito adicionando-se gotas 
da solução indicadora à solução em exame ou umedecendo-se papéis indicadores com a 
solução em exame e observando-se a mudança de coloração. As cores desenvolvidas 
pelos indicadores em diversas faixas de pH estão relacionadas em Indicadores (14.1). 
 
ACIDEZ E ALCALINIDADE: ENSAIOS RÁPIDOS 
Uma solução é considerada neutra quando não modifica a cor dospapéis azul e vermelho 
de tornassol, ou quando o papel indicador universal adquire as cores da escala neutra, ou 
quando 1 ml da mesma solução se cora de verde com uma gota de azul de bromotimol SI 
(pH 7,0). 
É considerada ácida quando cora em vermelho o papel azul de tornassol ou 1 ml se cora 
de amarelo por uma gota de vermelho de fenol SI (pH 1,0 a 6,6). 
É considerada fracamente ácida quando cora levemente de vermelho o papel azul de 
tornassol ou 1 ml se cora de alaranjado por uma gota de vermelho de metila SI (pH 4,0 a 
6,6). 
É considerada fortemente ácida quando cora de azul o papel de vermelho de congo ou 1 
ml se cora de vermelho pela adição de uma gota de alaranjado de metila SI (pH 1,0 a 
4,0). 
É considerada alcalina quando cora de azul o papel vermelho de tornassol ou 1 ml se 
cora de azul por uma gota de azul de bromotimol SI (pH 7,6 a 13,0). 
É considerada fracamente alcalina quando cora de azul o papel vermelho de tornassol ou 
1 ml se cora de rosa por uma gota de vermelho de cresol SI (pH 7,6 a 8,8). 
É considerada fortemente alcalina quando se cora de azul por uma gota de timolftaleína 
SI (pH 9,3 a 10,5) ou de vermelho por uma gota de fenolftaleína SI (pH 10,0 a 13,0). 
 
 
5.2.8 DETERMINAÇÃO DO PODER ROTATÓRIO E DO PODER ROTATÓRIO 
ESPECÍFICO 
 
Muitas substâncias farmacêuticas são opticamente ativas, logo desviam a luz plano-
polarizada de modo que a luz transmitida é desviada em um determinado ângulo em 
relação à incidente. 
Substâncias com a mesma estrutura contendo um ou mais centros quirais as quais são 
imagens especulares não superponíveis uma da outra são denominadas enantiômeros. 
Um dos enantiômeros desvia a luz plano-polarizada para a direita (+) e é chamado de 
dextrógiro, ou d; o antípoda desvia para a esquerda (-) e é conhecido como levogiro ou l. 
O ângulo desse desvio é igual em módulo para os enantiômeros, porém com sinais 
opostos. 
As propriedades físico-químicas dos enantiômeros como densidade, índice de refração, 
momento dipolo-dipolo, pontos de ebulição e fusão são idênticas já que o ambiente 
químico no qual está inserido cada átomo é igual para os enantiômeros. 
A polarimetria, isso é, a medição do poder rotatório de uma substância com polarímetro é 
um dos métodos mais prático para distinguir os enantiômeros e, portanto, é um importante 
critério de identificação, caracterização e de determinação de pureza enantiomérica dos 
fármacos. 
O poder rotatório varia com a temperatura, o comprimento de onda da luz incidente, o 
solvente utilizado, a natureza da substância e sua concentração. Se a solução contiver 
duas substâncias opticamente ativas e estas não reagirem entre si, o ângulo de desvio 
será a soma algébrica dos ângulos de desvio de ambas. 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS 
FACULDADE DE FARMÁCIA 
DEPARTAMENTO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS – PFA 
DISCIPLINA ANÁLISES FARMACOPEICAS - PFA 029 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÉTODOS GERAIS DA FARMACOPEIA BRASILEIRA 5ª EDIÇÃO 
 
 
ENSAIOS PARA IDENTIFICAÇÃO E PARA DETERMINAÇÃO DE TEOR 
 
REAÇÕES QUÍMICAS DE IDENTIFICAÇÃO 
 
São reações usadas no auxílio da caracterização de uma substância. Embora específicas, 
só serão suficientes para estabelecer ou confirmar a identidade da substância quando 
consideradas em conjunto com outros testes e especificações constantes na monografia. 
A não ser que a monografia especifique diferentemente, as reações químicas são feitas 
em tubos de ensaio de aproximadamente 15 mm de diâmetro interno. Utilizam-se 5 mL 
do líquido ou solução a examinar, adicionando-se três gotas de reagente ou de cada 
reagente. O exame do conteúdo do tubo de ensaio deve ser feito sobre toda a camada 
líquida, observando de cima para baixo, no sentido do eixo longitudinal dos tubos, após 
cinco minutos de repouso. 
Usualmente, é apresentada na monografia a ordem de preferência dos testes de 
identificação. Quando não constar a ordem, todos os testes de identificação devem ser 
realizados. 
 
 
5.2.14 ESPECTROFOTOMETRIA NO ULTRAVIOLETA, VISÍVEL E INFRAVERMELHO 
 
As técnicas espectrofotométricas estão fundamentadas na absorção da energia 
eletromagnética por moléculas que depende tanto da concentração quanto da estrutura 
das mesmas. De acordo com o intervalo de frequência da energia eletromagnética 
aplicada, a espectrofotometria de absorção pode ser dividida em ultravioleta, visível e 
infravermelho, podendo ser utilizada como técnica de identificação e quantificação de 
substâncias. 
 
RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA 
A radiação eletromagnética é uma forma de energia que se propaga como ondas e, 
geralmente, pode ser subdividida em regiões de comprimento de onda característico. 
Ainda, pode ser considerada, também, como um fluxo de partículas denominadas fótons 
(ou quanta). Cada fóton contém determinada energia cuja magnitude é proporcional à 
frequência e inversamente proporcional ao comprimento de onda. O comprimento de 
onda (l) é, geralmente, especificado em nanômetros, nm (10-9 m), e em alguns casos em 
micrômetros, mm (10-6 m). No caso do infravermelho a radiação eletromagnética pode 
ser, também, descrita em termos de número de onda e expressa em cm-1. As faixas de 
comprimento de onda de energia eletromagnética de interesse para a espectrofotometria 
são as descritas na Tabela 1. 
 
 
INTERAÇÃO ENERGIA-MATÉRIA 
A energia total da molécula envolve a energia derivada da vibração (energia vibracional, 
devida ao movimento relativo de átomos ou grupos de átomos constituintes da molécula); 
da rotação (energia rotacional, devida à rotação da molécula em torno de um eixo) e, 
normalmente, da energia eletrônica, gerada pela configuração de elétrons na molécula. 
As moléculas ao absorverem energia sofrem uma transição para um estado de maior 
energia ou estado excitado. A passagem ao estado excitado não é de natureza contínua 
realizando-se, geralmente, em etapas chamadas de transições. Na região do ultravioleta e 
visível as transições são eletrônicas e ocorrem em porções da molécula chamadas de 
cromóforos. Estas transições compreendem promoções de elétrons de orbitais 
moleculares ocupados, geralmente, σ e π ligantes e não ligantes, para os orbitais de 
energia imediatamente superiores, antiligantes σ* e π*. 
Na região do infravermelho médio (MIR) ocorrem somente transições de energia 
vibracional por ser a radiação nesta região insuficientemente energética para promover 
transições eletrônicas. As vibrações induzidas por radiação infravermelha compreendem 
estiramentos e tensionamentos de ligações inter-atômicas e modificações de ângulos de 
ligações. 
Os espectros no infravermelho próximo (NIR) são caracterizados pela absorção da 
radiação por sobretons e combinação de modos vibracionais fundamentais de ligações 
como C-H, N-H, O-H e S-H. As bandas de um espectro NIR, são, geralmente, mais fracas 
que as bandas do espectro MIR. Informações químicas e físicas, de característica 
qualitativa e quantitativa, podem ser obtidas a partir do espectro NIR. Porém, a 
comparação direta entre o espectro da amostra e da substância química de referência 
não é recomendada. 
A espectrofotometria NIR é amplamente utilizada para análises físicas e químicas, como 
por exemplo: quantificação e identificação de princípios ativos e excipientes, identificação 
de formas cristalinas e polimorfas, determinação do tamanho de partícula, padrão de 
desintegração e controle de processo. 
 
MODOS DE AQUISIÇÃO DOS ESPECTROS 
Os espectros podem ser obtidos utilizando-se diferentes modos de aquisição. No caso da 
espectrofotometria UV/VIS o principal modo é a transmissão. No caso da 
espectrofotometria NIR e MIR os espectros podem ser adquiridos utilizando o modo 
transmissão e reflexão. Esta última subdivide-se em reflexão difusa e reflexão total 
atenuada. Há ainda a possibilidade da combinaçãodos modos de transmissão e reflexão, 
chamada de transreflexão. 
 
Transmissão: é a medida da diminuição da intensidade da radiação em determinados 
comprimentos de onda quando a radiação passa através da amostra. A amostra é 
disposta no feixe óptico entre a fonte e o detector. A transmissão (T) pode ser calculada 
pela fórmula abaixo: 
 
I0 = intensidade da radiação incidente 
I = intensidade da radiação transmitida. 
 
Os espectros em transmissão podem ser convertidos para absorvância: 
 
Reflexão difusa: é a medida da razão da intensidade da luz refletida pela amostra e a luz 
refletida por uma superfície refletiva de referência. A radiação não absorvida é refletida 
em direção ao detector. 
Reflexão total atenuada: a radiação infravermelha propagasse no interior de um elemento 
de reflexão interna (alto índice de refração) através de reflexões nas paredes deste 
elemento. A amostra é colocada em contato com a parede deste elemento de reflexão 
onde interage com a radiação infravermelha (onda evanescente). 
Transreflexão: esse modo é a combinação dos modos de transmissão e reflexão. Na 
medida por transreflexão um espelho ou uma superfície refletiva é usado para refletir a 
radiação transmitida através da amostra, incidindo uma segunda vez na mesma para, 
então, dobrar o caminho óptico. A radiação não absorvida e refletida em direção ao 
detector. 
 
 
IDENTIFICAÇÃO POR ESPECTROFOTOMETRIA 
A identificação de diversas substâncias farmacêuticas pode ser feita utilizando as regiões 
ultravioleta, visível, infravermelho médio e infravermelho próximo. De maneira geral, a 
espectrofotometria nas regiões UV/VIS requer soluções com concentração na ordem de 
10 mg.mL-1 da substância enquanto que para o MIR e NIR são necessárias 
concentrações na ordem de 100 mg.mL-1. Apesar de mais sensível os espectros obtidos 
nas regiões do UV/VIS apresentam menor especificidade quando comparados com os 
espectros na região do MIR. No caso do MIR as medidas realizadas utilizando os modos 
de reflexão (difusa e total atenuada) fornecem informação espectral equivalente àquela 
obtida pelo modo de transmissão. Quando possível deve ser feita a comparação do 
espectro obtido frente ao espectro da substância química de referência. 
 
Ultravioleta (UV) e visível (VIS) 
Diversas monografias incluem espectros de absorção no ultravioleta como prova de 
identificação. Nestes casos, haverá especificação da extensão da varredura, solvente, 
concentração da solução e espessura da cubeta. Alguns fármacos requerem o uso de 
padrões de referência. As leituras de padrão e amostra são efetuadas simultaneamente e 
em condições idênticas quanto a comprimento de onda, tamanho de cubeta, etc. 
Para a caracterização utilizando a espectrofotometria UV/ VIS, o fármaco é dissolvido 
utilizando solvente apropriado. Muitos solventes são apropriados incluindo água, alcoóis, 
éteres e soluções ácidas e alcalinas diluídas. Deve-se observar para que os solventes 
não absorvam na região espectral que está sendo utilizada. 
 
Infravermelho médio (MIR) 
A espectrofotometria no MIR é um ensaio de identificação por excelência sendo capaz de 
diferenciar substâncias com diferenças estruturais. Das três regiões do infravermelho 
(próximo, médio e distante) a região compreendida entre 4000 a 400 cm-1 (infravermelho 
médio) é a mais empregada para fins de identificação. 
Os espectros de transmissão de amostras sólidas são obtidos a partir da sua dispersão 
em óleo mineral ou mediante a preparação de pastilhas de haletos de potássio e sódio. 
Dispersões da amostra são preparadas triturando-se cerca de 5 mg da substância em 
uma gota de óleo mineral de grau espectroscópico. A pasta obtida é espalhada entre duas 
janelas de brometo de potássio ou cloreto de sódio. Para o preparo das pastilhas cerca de 
1 mg da amostra é triturada com aproximadamente 300 mg de brometo de potássio de 
grau espectroscópico. 
Para amostras sólidas em pó opacas a transmissão da radiação infravermelha, o espectro 
pode ser, também, adquirido mediante a utilização de acessório para reflexão difusa. 
Neste acessório a radiação infravermelha incide diretamente na amostra em pó. Parte da 
radiação é absorvida e em seguida refletida de forma difusa em direção ao detector. 
Neste caso a amostra na forma de pó é misturada com brometo de potássio, 
aproximadamente, 5% (p/p) e disposta no acessório de reflexão difusa. 
Por fim, o espectro de amostras sólidas em pó e pastosas, pode ser obtido utilizando 
acessório para reflexão total atenuada. A amostra na forma de pó é disposta sob o cristal 
de alto índice de refração onde entra em contato com a radiação infravermelha não 
exigindo preparo prévio da amostra. 
 
UTILIZAÇÃO QUANTITATIVA DA ESPECTROFOTOMETRIA 
 
Espectrofotometria no UV/VIS 
A análise espectrofotométrica quantitativa por absorção tem como princípio a relação 
direta existente entre a quantidade de luz absorvida e a concentração da substância, 
também conhecida como lei de Beer. 
Quando a concentração (c) é expressa em mol. L-1 e o caminho óptico (b) em centímetro, 
a equação torna-se: 
A = ε b c 
em que 
A = absorvância, logaritmo do inverso da transmitância (A = - log T) 
ε = absortividade molar 
T = transmitância 
 
Sabendo-se que a transmitância é o quociente entre a intensidade da radiação transmitida 
pela solução (I0) e a intensidade da radiação incidente (I), tem-se: 
 
log10 (I0/I) = A = ε b c 
 
A intensidade da absorção da luz ultravioleta por substâncias cromóforas é, em geral, 
expressa como absortividade molar, nas condições de máxima absorção. Se a massa 
molar da substância não for conhecida, é possível expressar a intensidade de absorção 
pela equação da absortividade específica – A (1%, 1 cm): 
A (1%, 1 cm) = A / b c 
 
em que A (1%, 1 cm) corresponde a absorvância da solução a 1% (p/v) da substância 
quando o caminho óptico é 1 cm. 
 
Para evitar possíveis desvios na lei de Beer deve-se procurar trabalhar com soluções 
diluídas (da ordem de 0,01 M), evitando associações entre as moléculas, e com radiações 
monocromáticas. 
 
Espectrofotometria no Infravermelho próximo 
A quantificação através da espectrofotometria no NIR pode ser realizada utilizando dados 
obtidos de um método de referência ou a partir de um conjunto de calibração com 
amostras de composição conhecida. Os espectros podem ser obtidos utilizando os modos 
de transmissão e reflexão com o auxílio de acessórios adequados. Num primeiro 
momento os dados espectrais são tratados através de transformações matemáticas com 
o objetivo de reduzir fontes de variações indesejadas antes da etapa de calibração. O 
processo de calibração consiste na construção de um modelo matemático que relaciona a 
resposta do espectrofotômetro a uma propriedade da amostra. Existe uma série de 
algoritmos quimiométricos que podem ser utilizados na calibração. Geralmente, estes 
algoritmos estão disponíveis em softwares e disponibilizados junto com o 
espectrofotômetro. Os principais algoritmos de calibração são: regressão linear múltipla 
(do inglês, multiple linear regression - MLR), mínimos quadrados parciais (do inglês, 
partial least squares - PLS) e regressão de componentes principais (do inglês, principal 
component regression - PCR). 
 
 
5.2.17 CROMATOGRAFIA 
 
5.2.17.1 CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA 
 
Consiste no sistema cromatográfico em que a separação dos componentes de uma 
mistura ocorre através da migração diferencial sobre uma fase estacionária composta por 
uma fina camada de adsorvente aplicado sobre um suporte plano, o qual pode ser 
constituído de diversos materiais tais como vidro, alumínio ou poliéster. A fase móvel por 
sua vez é constituída por diversas misturas de solventes e permanece no interior de um 
recipiente ou cuba de material transparente e inerte, geralmente vidro, permanecendovedada onde se deposita a cromatoplaca em posição vertical sob uma atmosfera saturada 
da fase móvel. 
 
EQUIPAMENTOS E PROCEDIMENTOS: 
Os equipamentos utilizados para a cromatografia em camada delgada consistem em: 
placa, cuba ou câmara de eluição, fase estacionária, fase móvel, sistema revelador. As 
placas geralmente são de vidro, alumínio ou material plástico. Os tamanhos variam 
conforme a seguir: 20 cm x 20 cm; 10 cm x 20 cm; 10 cm x 10 cm; 5 cm x 10 cm. 
 
Fase estacionária (adsorventes) – sílica, alumina, Kieselguhr (Terra de Diatomácea), 
celulose, poliamida, silicato de magnésio. 
 
Reveladores e métodos de detecção 
Após o desenvolvimento da cromatografia e a evaporação dos solventes, passa-se ao 
método de revelação das manchas. Este por sua vez, pode ser físico ou químico. Os 
métodos físicos compreendem: luz ultravioleta (lâmpadas com emissão de radiação entre 
254 a 366 nm), no caso de substâncias que se tornam fluorescentes, quando excitadas 
por luz UV ou visível. Os métodos químicos compreendem utilização de reagentes 
cromógenos. Há uma ampla lista de reveladores apropriados para cada grupo de 
compostos. Identificação A posição final de cada mancha é designada pelo Rf. Após a 
revelação da cromatoplaca, mede-se a distância atingida por cada mancha a partir da 
origem. Essa distância é uma fração da distância total percorrida pelo solvente na fase 
estacionária. 
Rf = (distância atingida pela mancha a partir da origem) / (distância percorrida pelo 
solvente desde a origem). 
 
5.2.17.4 CROMATOGRAFIA A LÍQUIDO DE ALTA EFICIÊNCIA 
 
A cromatografia a líquido de alta eficiência (CLAE) é uma técnica de separação 
fundamentada na distribuição dos componentes de uma mistura entre duas fases 
imiscíveis, a fase móvel, líquida, e a fase estacionária sólida, contida em uma coluna 
cilíndrica. As separações são alcançadas por partição, adsorção, troca iônica, exclusão 
por tamanho ou interações estereoquímicas, dependendo do tipo de fase estacionária 
utilizada. A CLAE apresenta vantagens sobre a cromatografia a gás para as análises de 
combinações orgânicas. Amostras não voláteis e termolábeis são, preferencialmente, 
analisadas por CLAE. A maioria das análises farmacêuticas está baseada no método de 
separação por partição e devem ocorrer em tempo curto de análise. Vários fatores 
químicos e físico-químicos influenciam na separação cromatográfica, os quais dependem 
da natureza química das substâncias a serem separadas, da composição e vazão da fase 
móvel, da composição e área superficial da fase estacionária. 
 
APARELHAGEM 
O equipamento utilizado consiste em um reservatório que contém a fase móvel, uma 
bomba com a finalidade de impelir a fase móvel pelo sistema cromatográfico, um injetor 
para introduzir a amostra no sistema, uma coluna cromatográfica, um detector e um 
dispositivo de captura de dados, como um software, integrador ou registrador. Além de 
receber e enviar informações para o detector, softwares são utilizados para controlar todo 
o sistema cromatográfico, proporcionando maior operacionalidade e logística de análise. 
 
PROCEDIMENTO 
O comprimento e o diâmetro interno da coluna, o tipo e o tamanho das partículas da fase 
estacionária, a temperatura da operação, a composição e a vazão da fase móvel e o tipo 
de detecção são descritos nas monografias individuais. 
A composição da fase móvel tem influência significativa na performance cromatográfica e 
na separação das substâncias presentes na solução a ser analisada. Para uma análise 
quantitativa precisa, reagentes de elevado grau de pureza ou solventes orgânicos de 
pureza cromatográfica devem ser utilizados. A água, de qualidade adequada, deve 
apresentar baixas condutividade e absorção na faixa do ultravioleta. Na cromatografia de 
partição, o coeficiente de partição e, consequentemente, a separação podem ser 
modificados pela adição de outro solvente à fase móvel. Na cromatografia de troca-iônica, 
a retenção das substâncias é afetada pelo pH, pela força iônica e por outras modificações 
na composição da fase móvel. A técnica de modificar continuamente a composição dos 
solventes da fase móvel durante a corrida cromatográfica é denominada de eluição 
gradiente, e é aplicada para separar misturas complexas de substâncias com diferentes 
fatores de capacidade. Entretanto, detectores que são sensíveis a modificações na 
composição da fase móvel, como os refratômetros, têm sua utilização limitada com a 
técnica de eluição gradiente. 
O detector deve apresentar uma ampla faixa de atuação e as substâncias a serem 
analisadas devem estar separadas de qualquer interferente. A faixa linear para uma 
substância é aquela na qual a resposta do detector é diretamente proporcional à sua 
concentração. 
Os sistemas de CLAE são calibrados comparando-se as respostas dos picos obtidos com 
as respectivas concentrações de substâncias químicas de referência (SQR). Resultados 
quantitativos confiáveis são obtidos por meio de calibração com padrão externo, quando 
injetores ou amostradores automáticos são preferencialmente utilizados. Esse método 
envolve a comparação direta das respostas obtidas com os picos, separadamente 
analisados, das soluções padrão e amostra. Nos casos em que a padronização externa é 
utilizada, os cálculos podem ser realizados segundo a equação: 
Ca = Cp (Ra / Rp) 
em que, 
Ca = concentração da solução amostra; 
Cp = concentração da solução padrão; 
Ra = resposta (área ou altura) do pico da solução amostra; 
Rp = resposta (área ou altura) do pico da solução padrão. 
 
Se a injeção é realizada por meio de seringa, melhores resultados quantitativos são 
obtidos por meio de calibração com padrão interno, adicionando-se uma quantidade 
conhecida de uma substância química de referência não interferente às soluções padrão 
e amostra. A relação das respostas obtidas com a substância a ser analisada e com o 
padrão interno é utilizada para expressar o resultado quantitativo. Nos casos em que a 
padronização interna é utilizada, os cálculos podem ser realizados segundo a equação: 
 
em que, 
Rai = resposta (área ou altura) do pico do padrão interno na solução amostra; 
Rpi = resposta (área ou altura) do pico do padrão interno na solução padrão. 
 
Devido a variações normais entre equipamentos, solventes, reagentes e técnicas, é 
necessário um teste de adequação do sistema para assegurar que o método descrito seja 
aplicado de forma irrestrita. 
 
INTERPRETAÇÃO DOS CROMATOGRAMAS 
A área ou a altura do pico são, usualmente, proporcionais à quantidade da substância 
eluída. A área sob o pico, geralmente, é mais utilizada, entretanto pode ser menos precisa 
se houver outros picos interferentes. Para medidas manuais, o gráfico deve ser obtido em 
velocidade maior que a usual, minimizando os erros na obtenção da largura e da largura à 
meia altura dos picos. Para a análise quantitativa, as substâncias devem estar totalmente 
separadas de qualquer substância interferente. 
 
ADEQUABILIDADE DO SISTEMA 
Os testes de adequabilidade do sistema são parte integrante dos métodos de 
cromatografia líquida. São aplicados com a finalidade de verificar se a resolução e a 
reprodutibilidade do sistema cromatográfico estão adequadas para as análises a serem 
realizadas. Os principais parâmetros necessários para a verificação da adequabilidade do 
sistema são descritos a seguir. 
A resolução, R, é função da eficiência da coluna, N, e é especificada para garantir que 
substâncias eluídas proximamente, apresentem separação satisfatória sem interferências 
mútuas. 
Replicatas de injeções da solução padrão são trabalhadas, estatisticamente, para verificar 
se os requerimentos para a precisão da análise foram atingidos. A menos que 
especificado na monografia individual, são utilizados os dados de cinco replicatas de 
injeções para calcular o desvio padrão relativo(DPR), se a especificação for igual ou 
inferior a 2,0%. Se o desvio padrão relativo especificado for superior a 2,0%, os dados de 
seis replicatas devem ser utilizados. 
O fator de cauda, T, que indica a simetria do pico, é igual a 1 para picos perfeitamente 
simétricos e maior que 1 para picos que apresentam assimetria. Em alguns casos, valores 
menores que 1 podem ser observados. 
Esses testes são realizados após coletar os resultados de replicatas de injeções da 
solução padrão ou outra solução especificada na monografia individual. A especificação 
desses parâmetros cromatográficos, em uma monografia, não impede a modificação das 
condições de análise. Ajustes nas condições de trabalho, de forma a atingir os parâmetros 
de adequabilidade do sistema, podem ser necessários. 
A menos que especificado na monografia individual, os parâmetros de adequabilidade do 
sistema são determinados a partir dos dados obtidos com o pico da substância de 
interesse. A precisão do sistema, demonstrada por meio de replicatas da solução padrão, 
deve ser alcançada antes das injeções das soluções amostras. A adequabilidade do 
sistema deve ser verificada durante toda a análise cromatográfica, por injeção de solução 
padrão em intervalos de tempo apropriados. Quando houver mudança significativa no 
equipamento ou em um reagente, os testes de adequabilidade do sistema devem ser 
realizados antes das injeções da amostra. A análise não será válida a menos que os 
requerimentos do teste de adequabilidade do sistema sejam alcançados. 
 
 
5.2.17.5 CROMATOGRAFIA A GÁS 
 
Cromatografia a gás (CG) é uma técnica de separação cromatográfica baseada na 
diferença de distribuição de espécies de uma mistura entre duas fases não miscíveis, na 
qual a fase móvel é um gás de arraste que se move através da fase estacionária contida 
em uma coluna. CG está baseada no mecanismo de adsorção, distribuição de massa ou 
exclusão por tamanho. É aplicada a substâncias e seus derivados que se volatilizam sob 
as temperaturas empregadas, e é utilizada para identificação, teste de pureza e 
determinação quantitativa. 
Quando um constituinte vaporizado é conduzido pelo gás de arraste para dentro da 
coluna, ele é particionado entre a fase móvel gasosa e a fase estacionária por um 
processo de distribuição contracorrente dinâmico, apresentando uma retenção maior ou 
menor devido a fenômenos de sorção e dessorção sobre a fase estacionária. 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS 
FACULDADE DE FARMÁCIA 
DEPARTAMENTO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS - PFA 
DISCIPLINA “ANÁLISES FARMACOPEICAS” - PFA 029 
 
Exercícios sobre Ensaios de Pureza 
 
1. Sabe-se que o 2-metil-5-nitroimidazol é a principal impureza do metronidazol e seu teor deve 
ser monitorado em produtos farmacêuticos. Assim, o seguinte ensaio de pureza consta na 
monografia de METRONIDAZOL COMPRIMIDOS: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pede-se: 
a) Calcule a concentração de metronidazol na Solução (1) em mg/mL. 
 
b) Considerando a concentração de metronidazol na Solução (1), a concentração da 
impureza na Solução (2) e o procedimento descrito no teste, determine o limite máximo 
(%) de 2-metil-5-nitroimidazol permitido nos comprimidos de metronidazol. 
 
 
2. Os seguintes ensaios de pureza são preconizados na monografia de NIMESULIDA insumo 
farmacêutico ativo: 
 
 
 
 
 
 
 
Pede-se: 
a) Qual(is) o(s) tipo(s) de impureza(s) pode(m) ser determinado(s) por cada um destes 
ensaios de pureza? 
 
b) No teste de perda por dessecação, os seguintes dados foram obtidos: 
Peso do pesa-filtro vazio: 12,3566 g 
Peso da amostra de nimesulida: 1,0252 g 
Peso do pesa-filtro com amostra após o teste: 13,3799 g 
 Determine a % de perda por dessecação na amostra e conclua se a amostra está de 
acordo com a especificação da monografia. 
 
 
c) No teste de cinzas sulfatadas, os seguintes dados foram obtidos: 
Peso do cadinho vazio e tarado: 19,6582 g 
Peso do cadinho com amostra antes do teste: 20,6593 g 
Peso do cadinho após o teste: 19,6615 g 
 Determine a quantidade de cinzas sulfatadas na amostra (%) e conclua se a amostra está 
de acordo com a especificação da monografia. 
 
 
Exercícios sobre Doseamento 
 
3. O seguinte método de doseamento consta na monografia de ÁCIDO DESIDROCÓLICO 
insumo farmacêutico ativo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pede-se: 
a) Proponha a reação química entre o ácido desidrocólico e o titulante. 
 
b) Calcule o fator de equivalência da reação (massa do fármaco que reage com 1 mL do 
titulante) e complete o espaço em branco na última linha do procedimento. 
 
c) Calcule o gasto previsto de titulante, considerando a massa de ácido desidrocólico que 
deve ser pesada no procedimento. 
 
d) Calcule o teor de ácido desidrocólico no insumo farmacêutico ativo e conclua se a amostra 
está de acordo com a especificação farmacopeica, com base nos seguintes dados: 
Massa de ácido desidrocólico pesada: 250,33 mg 
Volume de NaOH 0,1 M gasto na titulação: 6,10 mL 
Fator de correção do NaOH 0,1 M: 1,0125 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. O seguinte método de doseamento consta na monografia de ATENOLOL insumo 
farmacêutico ativo: 
 
 
 
 
 
 
Pede-se: 
a) Para o preparo da solução amostra, 25,14 mg do insumo farmacêutico ativo foram 
pesados e transferidos para balão volumétrico de 50 mL. Em seguida, uma alíquota de 10 
mL da solução obtida foi transferida para outro balão volumétrico de 50 mL e o volume foi 
completado com metanol. Calcule a concentração teórica final da solução amostra em 
%(p/v) e mg/mL. 
 
b) Após a realização do procedimento, foram obtidas as seguintes leituras de absorvância: 
APa (absorvância da solução padrão) = 0,322 
APb (absorvância da solução problema ou amostra) = 0,314 
Utilizando a Lei de Beer e considerando a concentração da solução padrão = 0,01% (p/v), 
calcule a concentração real da solução amostra. 
 
c) Calcule o teor em % de atenolol no isumo farmacêutico analisado e conclua se o mesmo 
cumpre a especificação farmacopeica. 
 
 
5. O doseamento de Cefalexina comprimidos pode ser realizado por Cromatografia a líquido 
de alta eficiência, segundo a FB5. Na monografia, o seguinte procedimento é descrito para 
o preparo da solução amostra: 
 
 
 
Pede-se: 
a) Calcule a concentração teórica final da solução amostra em µg/mL e mg%. 
 
b) Os comprimidos analisados no teste são rotulados para conter 500 mg de cefalexina. O 
peso médio obtido para os 20 comprimidos foi 614,45 mg. Com base nestas 
informações, calcule a massa do pó dos comprimidos que deve ser pesada para o 
preparo da solução amostra. 
 
 
 
c) Para o doseamento, é necessário preparar solução padrão de cefalexina na mesma 
concentração descrita para a solução amostra. Proponha um esquema de pesagem e 
diluição para o preparo da solução padrão, considerando que a massa pesada do 
padrão pode ser de no máximo 100 mg. 
GABARITO 
 
1. a) 40 mg/mL 
b) No máximo 0,5%. 
 
2. a) Perda por dessecação: substâncias voláteis de qualquer natureza (água e solventes). 
Cinzas sulfatadas: constituintes ou impurezas inorgânicas contidos em substâncias 
orgânicas. 
b) 0,19%, de acordo. 
c) 0,33%, em desacordo. 
 
3. a) R-COOH + NaOH → R-COO-Na+ + H2O 
b) 40,252 mg 
c) 6,21 mL 
d) 99,31% - de acordo com a especificação farmacopeica. 
 
4. a) 0,010056% (p/v) ou 0,10056 mg/mL. 
b) 0,009752% (p/v). 
c) 96,98% - em desacordo com a especificação farmacopeica. 
 
5. a) 500 µg/mL ou 50 mg%. 
b) 307,23 mg. 
c) Pesar 50 mg do padrão e transferir para balão de 100 mL OU Pesar 25 mg do padrão e 
transferir para balão de 50 mL.

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