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1 INTRODUÇÃO Os inibidores da bomba de prótons (IBP) combinam um alto nível de eficácia com uma baixa toxicidade, sendo uma das classes medicamentosas mais prescritas no mundo, onde são utilizados nas principais doenças do sistema gastroinstestinal para redução da secreção de ácido gástrico. De acordo com Wannmache (2004) fazem parte dessa classe: omeprazol, pantoprazol, lansoprazol, rabeprazol, esomeprazol e tenatoprazol, suprimem a secreção de ácido gástrico por meio de inibição específica da enzima H+/K+-ATPase na superfície secretora da célula parietal gástrica. Embora haja diferenças farmacocinéticas, todos os representantes dessa classe são similares entre si, reduzindo em até 95% a produção diária de ácido gástrico. Há por parte da indústria farmacêutica várias formas de protegerem os IBP para passarem pelo ambiente ácido do estômago de forma intacta, devendo dissolver-se em meio alcalino, como no instestino delgado, como exemplo são os comprimidos com revestimento entérico ou grânulos com cobertura entérica (pellets gastrorresistentes), encapsulados em uma camada externa de gelatina. De acordo com BRAGA (2011) as formas farmacêuticas disponíveis no mercado são: injetáveis, comprimidos com revestimento entérico de liberação prolongada, comprimidos de desintegração rápida, cápsulas com grânulos com revestimento entérico de liberação normal e prolongada. Segundo dados do Sistema de Informação do Ministério da Saúde (2007), as doenças do aparelho digestivo ocupam a segunda posição de prevalência em relação aos problemas que acometem homens e mulheres idosos hospitalizados, classificados de acordo com o CID-10. Atualmente as doenças do trato gastrointestinal afetam mais da metade da população, evidenciando uma alta taxa de morbidade provocada por essa enfermidade. As principais doenças que afetam o trato gastrointestinal são a gastrite, úlcera gástrica, úlcera duodenal e duodenite, tendo em vista também o refluxo gastroesofágico. (MOTTA et al, 2010). ARAI & GALLERANI (2011) dizem que dos pontos de vista clínico, endoscópico e morfológico, as gastrites podem ser agudas ou crônicas, associado a causas exógenas, geralmente de curta duração. Cita ainda que frequentemente a gastrite aguda se associa principalmente a: uso constante de drogas anti-inflamatórias não- esteroidais (AINES), particularmente a Aspirina; consumo excessivo de álcool e 2 excesso de fumo de tabaco. Clinicamente as gastrites agudas podem ser assintomáticas ou ter início súbito e florido com dor epigástrica, náuseas, vômitos e, ás vezes, hemorragia digestiva (hematêmese ou melena). A crônica é a forma mais comum de gastrite e caracteriza-se por reação inflamatória da mucosa com infiltrado de leucócitos mono e polimorfonucleares, em proporções e intensidade variáveis. Há três causas principais de gastrite crônica: bacteriana pelo Helicobacter pylori, auto- imune e química pelo uso prolongado de AINES e associada a refluxo gastrointestinal em estômagos operados. DDINE (2012) ainda cita como resumo de fatores etiológicos da gastrite crônica a dieta inapropriada, estresse por traumas, insuficiência hepática, e infecções sistêmicas. O dia a dia atualmente é baseado na correria, a pressa e consequentemente o estresse gerado é um grande fator para dietas inadequadas e uso de drogas, cada vez mais as pessoas realizam refeições rápidas sem uma adequada mastigação e higienização, levando à alimentos mal digeridos, mal absorvidos, irritando a mucosa do estômago, e possivelmente aumentando as chances de contaminação com H. pylori pela má higienização, sendo um agravante para um quadro de gastrite. Para KEITH; ARTHUR; ANNE, (2013) indivíduos que são diagnosticados com gastrite devem se alimentar de 3 em 3 horas, evitando principalmente alimentos que contenham cafeína, temperos fortes, frituras, sucos e frutas cítricas. Além de uma boa dieta, pode ser associado para o tratamento da gastrite os medicamentos como o Inibidores de Bomba de Prótons, anteriormente citados. O objetivo desse artigo é relacionar a ação dos bloqueadores de bomba de prótons com o controle da gastrite, através de uma revisão de literatura. 3 REVISÃO DE LITERATURA Os inibidores da bomba de prótons (IBP) combinam um alto nível de eficácia com uma baixa toxicidade, sendo uma das classes medicamentosas mais prescritas no mundo, onde são utilizados nas principais doenças do sistema gastroinstestinal para redução da secreção de ácido gástrico. De acordo com Wannmache (2004) fazem parte dessa classe: omeprazol, pantoprazol, lansoprazol, rabeprazol, esomeprazol e tenatoprazol, suprimem a secreção de ácido gástrico por meio de inibição específica da enzima H+/K+-ATPase na superfície secretora da célula parietal gástrica. Embora haja diferenças farmacocinéticas, todos os representantes dessa classe são similares entre si, reduzindo em até 95% a produção diária de ácido gástrico. O tenatoprazol pode vir a ser uma alternativa terapêutica, pois possui um tempo de meia vida maior do que os outros IBPs, que são de aproximadamente 2 horas (BRAGGA, 2011). O tempo de meia vida do tenatoprazol chega a ser de 9 horas para administração repetida de 40 mg, sendo que chega a ser de 5 a 7 vezes superior aos outros IBP’s disponíveis atualmente. Ele também promove um aumento do do pH intragástrico de 4,6, que é significamente mais elevado que o do esomeprazol de 4,2. Embora no Brasil não seja comercializado. (GALMICHE et al., 2004) Segundo Robinson (2004), os IBP’s promovem uma redução significativa da secreção ácida produzida pelas células parietais do estômago quando comparadas aos antagonistas de receptor H2. Além do mais essa redução da secreção ácida é mantida por um período entre 16 a 18 h/dia, elevando o pH intragástrico para valores superiores a 4. Há por parte da indústria farmacêutica várias formas de protegerem os IBP para passarem pelo ambiente ácido do estômago de forma intacta, devendo dissolver-se em meio alcalino, como no instestino delgado, como exemplo são os comprimidos com revestimento entérico ou grânulos com cobertura entérica (pellets gastrorresistentes), encapsulados em uma camada externa de gelatina. De acordo com BRAGA (2011) as formas farmacêuticas disponíveis no mercado são: injetáveis, comprimidos com revestimento entérico de liberação prolongada, comprimidos de desintegração rápida, cápsulas com grânulos com revestimento entérico de liberação normal e prolongada. 4 Segundo alguns estudos, esta classe de medicamento apresenta mínimos efeitos adversos, razão pela qual são muito prescritos. O omeprazol foi o primeiro IBP introduzido a terapêutica em 1989 e desde então é uma das utilizadas e difundidas. A introdução do omeprazol, nos anos 80, sendo o primeiro IBPs lançado no mercado, proporcionou um avanço na compreensão e controle das desordens gastrointestinais. Um estudo realizado na Austrália demonstrou que essa classe de medicamentos está entre as dez drogas mais prescritas. Esses medicamentos também estão entre os mais utilizados pela população brasileira. (ARAI & GALLERANI, 2011; BRAGA et al, 2011) Outro IBP’s que vêm sendo utilizado cada vez mais pela população é o esomeprazol, que é isômero do omeprazol. Segundo o autor (BRAGA, 2011) as classes desses fármacos são consideradas muito eficazes e relativamente equivalente, reduzindo em até 95% a produção diária de ácido gástrico. O lansoprazol por sua vez deve ser utilizado com precaução em doentes com disfunção hepática. Embora ele tenha o mecanismo de ação semelhante ao do omeprazol e ambos tenham como resposta o aumento do pH gástrico,o tratamento com lanzoprazol pode levar a um pequeno aumento do risco de infecções gastrointestinais tais como Salmonela e Campylobacter. Ele também sofre interações medicamentosas com substâncias ativas associadas ao cito cromo P450. (LIMA, 2014). O Pantoprazol possui biodisponibilidade menos variável, início de ação rápida e melhor estabilidade em meio ácido comparado ao omeprazol (BRAGA, 2011). O pantoprazol é metabolizado por enzimas do citocromo P450, e também é metabolizado pela sulfotransferase citosólica, por essa razão, tem menos possibilidades de causar interações com outros medicamentos metabolizados pelas mesmas famílias de enzimas, quando comparado aos outros fármacos da classe. (XAVIER, 2013). Além disso, estudos vêm demonstrando o potencial terapêutico do rabeprazol. Segundo Braga et al., (2011), esse IBP’s mostrou ter a capacidade de diminuição da enzima uréase bacteriana, que está envolvida na formação de pontes dissulfeto no lugar ativo da enzima, 10 vezes mais potente que omeprazol e lansoprazol em relação a atividade antiHelicobacter pylori. Sendo o IBP mais caro do mercado e tem se mostrado bastante eficaz, principalmente no tratamento de refluxo. Esse fármaco da mesma forma apresentou melhora nas cicatrizações das lesões, se 5 mostrando seguro, com efeitos colaterais mínimos, sem maiores consequências para os pacientes. (FREITAS, 2002) A ação dos IBP, segundo PENILDON (2010), se dá da seguinte forma: por possuírem liberação prolongada, essas drogas são liberadas dos grânulos no duodeno, onde são rapidamente absorvidas e ganham a circulação sanguínea. Do sangue, atingem as células parietais e difundem-se para os canalículos secretores, onde são retiradas após ionizarem-se. Uma vez ionizadas em meio ácido, formam-se um ácido sulfênico e uma sulfenamida, que se ligam covalentemente a grupamentos sulfidrílicos localizados em pontos críticos do domínio extracelular (luminal) da bomba de prótons. Como, para se tornarem efetivas, necessitam ser ativadas através da ionização, os inibidores da bomba de prótons são considerados pró-drogas. A ligação de duas moléculas de sulfenamida a uma bomba de prótons inibe totalmente a atividade da enzima. A secreção ácida só retorna ao normal após síntese e inserção de novas moléculas da bomba de prótons na membrana apical das células parietais. Como nem todas as bombas e nem todas as células parietais estão simultaneamente ativas, a supressão máxima da secreção ácida requer várias doses dos inibidores da bomba de prótons. Por exemplo, podem ser necessários 2 a 5 dias de terapia com uma dose única ao dia para obter a inibição de 70% das bombas observada no estado de equilíbrio dinâmico. Como a inibição da bomba de prótons é irreversível, a secreção ácida permanece suprimida por 24 a 48 h ou mais, até que ocorra síntese de novas bombas de prótons e sua incorporação na membrana luminal das células parietais (GOODMAN, 2010) Entre os distúrbios mais frequentes provocados por doenças no aparelho digestivo está a gastrite que é caracterizada por uma inflamação da mucosa do estômago, e é uma das doenças mais prevalentes, sendo os adultos os mais acometidos. Segundo dados do Sistema de Informação do Ministério da Saúde (2007), as doenças do aparelho digestivo ocupam a segunda posição de prevalência em relação aos problemas que acometem homens e mulheres idosos hospitalizados, classificados de acordo com o CID-10. Atualmente as doenças do trato gastrointestinal afetam mais da metade da população, evidenciando uma alta taxa de morbidade provocada por essa enfermidade. As principais doenças que afetam o trato gastrointestinal são a gastrite, úlcera gástrica, úlcera duodenal e duodenite, tendo em vista também o refluxo gastroesofágico. (MOTTA et al, 2010) 6 A gastrite aguda aparece de forma súbita, o que leva a uma evolução rápida e facilmente associadas a um agente causador. Pode ocasionar uma inflamação da mucosa gástrica pela própria secreção do estômago. A crônica é a forma mais comum, e um quadro agudo por H. Pylori se não tratado rapidamente leva-se a um quadro crônico. ARAI & GALLERANI (2011) dizem que dos pontos de vista clínico, endoscópico e morfológico, as gastrites podem ser agudas ou crônicas, associado a causas exógenas, geralmente de curta duração. O dia a dia atualmente é baseado na correria, a pressa e consequentemente o estresse gerado é um grande fator para dietas inadequadas e uso de drogas, cada vez mais as pessoas realizam refeições rápidas sem uma adequada mastigação e higienização, levando à alimentos mal digeridos, mal absorvidos, irritando a mucosa do estômago, e possivelmente aumentando as chances de contaminação com H. pylori pela má higienização, sendo um agravante para um quadro de gastrite. ARAI & GALLERANI (2011) cita que frequentemente a gastrite aguda se associa principalmente a: uso constante de drogas anti-inflamatórias não- esteroidais (AINES), particularmente a Aspirina; consumo excessivo de álcool e excesso de fumo de tabaco. Clinicamente as gastrites agudas podem ser assintomáticas ou ter início súbito e florido com dor epigástrica, náuseas, vômitos e, ás vezes, hemorragia digestiva (hematêmese ou melena). A crônica é a forma mais comum de gastrite e caracteriza-se por reação inflamatória da mucosa com infiltrado de leucócitos mono e polimorfonucleares, em proporções e intensidade variáveis. Há três causas principais de gastrite crônica: bacteriana pelo Helicobacter pylori, auto-imune e química pelo uso prolongado de AINES e associada a refluxo gastrointestinal em estômagos operados. Outras causas como a doença de Crohn ou tuberculose, são raras. DDINE (2012) ainda cita como resumo de fatores etiológicos da gastrite crônica a dieta inapropriada, estresse por traumas, insuficiência hepática, e infecções sistêmicas. Indivíduos que são diagnosticados com gastrite devem se alimentar de 3 em 3 horas, evitando principalmente alimentos que contenham cafeína, temperos fortes, frituras, sucos e frutas cítricas. Além de uma boa dieta, pode ser associado para o tratamento da gastrite os medicamentos alopáticos, homeopáticos ou fitoterápicos (KEITH; ARTHUR; ANNE, 2013) 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os inibidores da bomba de prótons (IBP) combinam um alto nível de eficácia com uma baixa toxicidade, sendo uma das classes medicamentosas mais prescritas no mundo, onde são utilizados nas principais doenças do sistema gastroinstestinal para redução da secreção de ácido gástrico. Fazem parte dessa classe: omeprazol, pantoprazol, lansoprazol, rabeprazol, esomeprazol e tenatoprazol, suprimem a secreção de ácido gástrico por meio de inibição específica da enzima H+/K+-ATPase na superfície secretora da célula parietal gástrica. Conclui-se que o efeito final no organismo é semelhante apesar de algumas diferenças farmacocinéticas, o omeprazol é o mais difundido e acessível, sendo o primeiro a ser lançado, porém o rabeprazol é 10 vezes mais potente e o mais caro do mercado, e ainda apresentou melhora nas cicatrizações das lesões, se mostrando seguro, com efeitos colaterais mínimos, sem maiores consequências para os pacientes. O tenatoprazol pode vir a ser uma alternativa terapêutica, possuindo um tempo de meia vida maior do que os outros, que chega a ser de 5 a 7 vezes superior. Ele também promove um aumento do do pH intragástrico de 4,6, que é significamente mais elevado que o do esomeprazol de 4,2, embora no Brasil não seja comercializado. 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAI, A. E; GALLERANI, S. M. Contin; Uso crônico de fármacos inibidores da Bombade prótons: eficácia clínica e efeitos adversos. Monografia apresentada ao curso de Especialização em Farmacologia. Londrina, 2011. Disponível em: http://web.unifil.br/pergamum/vinculos/000004/0000041E.pdf Acesso em: 24/06/2019. BRAGA, Muriele P.; SILVA, Cristiane de B. da; ADAMS, Andréa I.; Inibidores da bomba de prótons: Revisão e análise farmacoeconômica. Saúde (Santa Maria), Ahead of Print, v.37, n.2, p. 1932, 2011. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/revistasaude/article/viewFile/2963/2655 Acesso em: 24/06/2019 DDINE, L.C.; Factors associated with chronic gastritis in patients with presence and absence of Helicobacter pylori. Arq Bras Cir Dig;25(2):96- 100, 2012. FREITAS, J.A; LIMA, L.M.O; RANIER, J.L.; Avaliação da eficácia, segurança e toleralidade de rabeprazol no tratamento de doenças ácido-pépticas: ENSAIO CLÍNICO/CLINICAL ASSAY. 2002. 39 v. Dissertação (Mestrado) - Curso de Medicina, Gastroenterologista da Cidade de São Paulo, Faculdade de Medicina de Catanduva, Sp, São Paulo, 2002. Cap. 1. GALMICHE, J. P. et al.; Tenatoprazole, a novel proton pump inhibitor with a prolonged plasma half-life: effects on intragastric pH and comparison with esomeprazole in healthy volunteers. Aliment Pharmacol Ther 19, Nantes, v. 655662, n. 19, p.655-661, 14 jan. 2004 GOODMAN & GILMAN. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 11. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.1821 p. KEITH L.M.; ARTHUR F.D.; ANNE M.R.AW. Fundamentos da anatomia clínica, 2 edição, São Paulo: 2013 p.437 a 441. LIMA, A.P.V; NETO FILHO, M.A. Efeitos em longo prazo de inibidores da bomba de prótons: PULMONARY SEQUESTRATION - LITERATURE REVIEW. Brazilian Journal Of Surgery And Clinical Research – Bjscr, Brasilia, v. 5, n. 3, p.1-5, 13 jan. 2014. MOTTA, C. C. R, et al. Perfil de internações de pessoas idosas em um hospital público. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 12(3):471-7, 2010. 9 PENILDON, S. Farmacologia. 8.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. 1325 p ROBINSON, M. 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