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Resenha Garota, Interrompida

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Universidade de Brasília
Tópicos em Psicologia do Desenvolvimento 
Cinema e Desenvolvimento Humano 
Professoras: Fabrícia Borges e Larissa Krüger Fernandes
Alunas: Enya Daltrozo (13/0053961) e Nathália Torres (13/0015776)
Resenha Crítica do filme: Garota, Interrompida	Comment by Larissa Krüger Fernandes: Elaborar um título criativo para o texto.
Intrigante, sensível e com uma temática ainda muito atual, o filme Garota, Interrompida retrata uma experiência baseada em fatos reais vivida por Susanna Kaysen durante a década de 60. Após ingerir uma garrafa de vodka e várias aspirinas na tentativa de aliviar uma suposta dor de cabeça, Susanna é atendida por um médico psiquiatra de sua família que a encaminha para um hospital psiquiátrico para, de acordo com o mesmo, descansar por um tempo. 	Comment by Larissa Krüger Fernandes: Boa introdução.
Ao chegar ao hospital Claymoore, a personagem se depara com uma realidade chocante sob a qual várias mulheres jovens estavam sendo submetidas, jamais imaginando que acabaria ficando internada lá por um período de dois anos. Durante sua estadia, Susanna conhece outras garotas como a Georgina Tuskin, - uma garota que mente de forma compulsiva,; Daisy Randone, - uma vítima de abuso sexual viciada em laxantes e frango;, Lisa Rowe, - uma sociopata manipuladora;, Janet Webber, -que sofre de anorexia;, e Polly “Torch”, - uma vítima de queimadura corporal que apresenta comportamento infantil. 
Na década de 60, período fortemente marcado pelo machismo e controle dos corpos femininos, hospitais psiquiátricos eram o lugar onde homens poderosos comumente enviavam suas esposas e filhas consideradas desobedientes e loucas para serem internadas, afastando-as da família e da sociedade. Essa forma de lidar com as diferenças se mostra demasiadamente ineficaz, uma vez que parte do princípio de exclusão sob uma justificativa de um tratamento adequado, mas que, assim como no filme, se mostrava como uma forma de afastá-las da sociedade e não tratá-las de uma maneira adequada de fato. 	Comment by Larissa Krüger Fernandes: Òtimo parágrafo. Análise bem feita dos aspectos históricos presentes na história do filme.
No hospital, o psicanalista Melvin diagnostica Susanna com transtorno borderline, mantendo em segredo da mesma. Foi só quando, em uma sessão com o terapeuta, Susanna e seus pais, sua mãe comenta sobre esse diagnóstico e o terapeuta relata não achar produtivo falar sobre o assunto na frente da mesma. Susanna fica instigada a descobrir do que se trata e o psicanalista acaba explicando que não é um transtorno raro, principalmente entre jovens mulheres e que é cinco vezes mais comum para aqueles que possuem um progenitor com o distúrbio. Essas informações, entretanto, não parecem esclarecer a mente de Susanna, deixando-a atordoada com a possibilidade do que esse diagnóstico poderia significar. 	Comment by Larissa Krüger Fernandes: Essa frase está confusa.
Em uma das cenas do filme, Susanna, Lisa e outras garotas fogem por um esconderijo e conseguem entrar na sala da Dr. Wick que contém os prontuários e diagnósticos das pessoas internadas no hospital. Ao se deparar com as informações sobre ela mesma, a protagonista procura um livro onde encontra o que significa personalidade borderline e relata em voz alta algumas das coisas que estão escritas nele: “iInstabilidade da auto-imagem, dos relacionamentos e do humor. Incerteza sobre metas, compulsão por atividades autodestrutivas. Costuma-se observar atitudes anti-sociais e pessimistas.” Após falar, Susanna percebe que se identifica completamente com o que estava escrito, dizendo: “Essa sou eu.” e Lisa a responde, dizendo: “Somos todas nós.”, retratando um momento muito simbólico no filme.	Comment by Larissa Krüger Fernandes: Parágrafo muito bem construído. Parabéns!
A partir disso, faz-se necessário o questionamento a respeito do diagnóstico de personalidade borderline que Susanna recebe. É notável que o transtorno de personalidade borderline é genderizado, sendo que 75% das pessoas que foram diagnosticadas com esse transtorno são do gênero feminino (Méa e Riva, 2015). Ainda, o mesmo é relacionado aà ocorrência de eventos traumáticos como abuso sexual na infância, abuso físico, abuso emocional, negligência física e emocional (Schestatsky, 2005). 	Comment by Larissa Krüger Fernandes: Confiram as referências. Citação direta entre parênteses. Podem também parafrasear.
Sob esse ângulo, é importante salientar também a ambiguidade dos sintomas da protagonista, que muito se assemelham com os que são vivenciados na adolescência - período turbulento marcado por muitas mudanças. Ainda, os estudos nessa temática correm o risco de permanecerem atrelados aos diagnósticos psiquiátricos e ao cuidado individualizante, sem dialogar com os diversos fenômenos sociais nos quais os adolescentes estão inseridos (Rossi, Marcolino, Speraza e Cid, 2019).	Comment by Larissa Krüger Fernandes: Se for citação direta, tem que vir entre aspas e a referência da página entre parênteses. Confiram no artigo. Pelo o que vi, essa seria uma citação de uma citação. Tem que colocar Autores citado por Autores, ano, página.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2019000305004&lng=en&nrm=iso#B11	Comment by Larissa Krüger Fernandes: Acho que aqui cabe trazer a teoria da Zittoun sobre momento de transição e recursos simbólicos.
A partir dessa perspectiva, podemos fazer os seguintes questionamentos: a quem de fato serve tais diagnósticos e a patologização das vítimas? Mais ainda, a quem serve a patologização do feminino e das reações mais do que normais de mulheres sobreviventes a inúmeros traumas e opressões? Qual a implicação de diagnosticar e não considerar as causas dos comportamentos?	Comment by Larissa Krüger Fernandes: Gostei muito do texto de vocês. Está bem elaborado e pensa de maneira crítica o filme. Senti falta de abordarem a teoria que trouxemos ao longo da disciplina. Acho que quando vocês se referem à adolescência como momento de transição seria interessante trazer a teoria da Zittoun para pensar. Pensei também em como o próprio diagnóstico funciona como recurso simbólico para a protagonista, dando sentido à experiência dela. Acho que é legal trazer isso também.Podem achar isso no texto da Zittoun: Symbolic resources and responsibility.Revisem os comentários que escrevi sobre as referências e deem um título para o texto. Ainda tenho que receber mais uma vez o documento para aprovar a versão final. Estou no aguardo.
No fim do filme, Susanna passa por uma melhora significativa em seu tratamento a partir do momento em que se dedica a participar do processo terapêutico, falando sobre tudo o que passava em sua mente, se expressando, se permitindo entrar em contato com seus sofrimentos. Seu diagnóstico final, antes de receber alta da clínica foi “Borderline Recuperada”, o que abre espaço de questionamento para todos nós. O que isso realmente significa? Sob que ótica estamos tratando e falando de saúde mental? 
REFERÊNCIAS
Méa, Cristina Pilla Della, & Riva, Fabio. (2015). Expressões da sexualidade feminina no transtorno de personalidade borderline. Aletheia, (46), 103-119
Nunes, Fábio Luiz, Rezende, Helga Alessandra de, Silva, Renata Saldanha, & Alves, Marcela Mansur. (2015). Eventos traumáticos na infância, impulsividade e transtorno da personalidade borderline. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 11(2), 68-76.
Rossi, Lívia Martins, Marcolino, Taís Quevedo, Speranza, Marina, & Cid, Maria Fernanda Barboza. (2019). Crise e saúde mental na adolescência: a história sob a ótica de quem vive. Cadernos de Saúde Pública, 35(3)

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