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PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO
PROCESSO E PROCEDIMENTO
Processo
“É uma seqüência de atos interdependentes, destinados a solucionar um litígio, com a vinculação do juiz e das partes a uma série de direitos e obrigações”. (Führer, p. 54.)
Procedimento
“É o modo pelo qual o processo anda, ou a maneira pela qual se encadeiam os atos do processo. É o rito ou andamento do processo”. (Führer, p. 54.)
EXECUÇÃO FISCAL
Destinado à cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública, tributária ou não, o processo de execução fiscal tem características peculiares, que visam garantir celeridade em seu andamento
PROCESSO DE EXECUÇÃO FISCAL
É o processo para cobrança de créditos da Fazenda Pública (União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios) e constitui um conjunto de atos sucessivos e coordenados destinados à realização do direito, consubstanciado no título executivo.
A Lei n. 6.830/80 foi editada com o fim de regular a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública. O seu art. 1º estabelece que a cobrança judicial se estenda a toda dívida ativa tributária ou não-tributária. A dívida ativa, conforme define o seu art. 2º, consiste em crédito da Fazenda Nacional, de qualquer valor, cuja cobrança seja atribuída por lei às entidades de que trata o seu art. 1º.
As partes no processo de execução fiscal são exeqüente e executado, e o processo se inicia por meio de petição do exeqüente bjetivando a satisfação do seu direito, ou seja, o pagamento de dívida em dinheiro. Sem o pagamento do débito no prazo legal, faz-se a penhora em bens do executado e a sua intimação desta para a oposição de embargos a execução no prazo de 30 (trinta) dias. 
As principais inovações da Lei n. 6.830, de 22/09/80, são:
1 – faculta que a certidão de dívida ativa seja preparada e numerada por processo manual, mecânico ou eletrônico (art. 2º, § 7º);
2 – a petição inicial será instruída com a certidão da dívida ativa, que dela fará parte integrante, como se estivesse transcrita (art. 6º, § 1º);
3 – a petição inicial e a certidão da dívida ativa poderão constituir documento único, preparado até mesmo por processamento eletrônico (art. 6º, § 2º);
4 – a produção de provas pela Fazenda Pública independerá de requerimento na petição inicial (art. 6º, § 3º);
5 – o valor da causa será o da dívida constante da certidão, com os encargos legais (art. 6º, § 4º);
6 – segundo o princípio da economia processual, evita a repetitiva “conclusão dos autos”, para a prolação de despachos ordenatórios de autos cuja seqüência é óbvia e vai, desde logo, implicitamente admitida no deferimento da inicial (art. 7º);
7 – a citação será por via postal (art. 8º);
8 – o prazo para pagar será de cinco dias (art. 8º);
9 – a citação será por edital para o réu ausente do país (art. 8º, §1º);
10 – a competência para processar e julgar a execução da dívida ativa da Fazenda Pública exclui a de qualquer outro juízo, inclusive o de falência, concordata, liquidação, insolvência ou inventário (art. 5º);
11 – a faculdade de se garantir a execução, mediante depósito, fiança bancária ou indicação à penhora de bens oferecidos por terceiros (art. 9º);
12 – a faculdade de se pagar parcela da dívida e garantir a execução pelo saldo sobre o qual recai a controvérsia (art. 9º, § 6º);
13 – a intimação da penhora será feita mediante publicação na imprensa oficial do ato da juntada de penhora aos autos (art. 12)
14 – a avaliação poderá ser efetuada pelo Oficial de Justiça (art. 13);
15 – o registro de penhora, independente do novo despacho, de mandado ou de pagamento de custas ou de outras despesas, será efetuado mediante contrafé e cópia de termo ou auto de penhora (art. 14);
16 – o prazo para os embargos será de trinta dias (art. 16);
24 – permite-se a reunião de processos contra um mesmo devedor (art. 28);
25 – dispensar-se-á a Fazenda Pública do pagamento de custas e de emolumentos e a prática de atos de seu interesse independerá de preparo ou prévio depósito (art. 39);
26 – suspender-se-á a execução enquanto não for localizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis (art. 40);
27 – durante o período de suspensão de que trata o item anterior não ocorrerá a prescrição; e sendo encontrado o devedor ou o bem, será determinado pelo juiz o prosseguimento do feito (art. 40, § 3º)
PARTES:
 Exeqüente: “Parte ativa na execução. O credor tem atividade equiparada ao autor no processo de conhecimento“. 
 
Executado: “O devedor na execução tem posição equiparada ao réu no processo de conhecimento“. 
PETIÇÃO INICIAL
EXMO. SR. DR. JUIZ SEÇÃO JUDICIÁRIA
A FAZENDA NACIONAL, por seu representante infra-assinado, respeitosamente requer, com fundamento no Código de Processo Civil, art. 784, inc. IX e Lei n. 6.830, de 1980, e demais disposições aplicáveis, a EXECUÇÃO FISCAL DA DÍVIDA ATIVA correspondente ao título anexo, n. __________, que faz parte integrante desta petição inicial, no valor de (_________________________), contra __________________ inscrito no cadastro __________________________ sob o n. __________, com domicílio fiscal na ___________________________________________.
Requer, ainda, a citação do devedor para pagar o débito, no prazo legal, com juros, custas e encargo legal de que tratam o artigo 1° do Decreto-lei n. 1.025, de 21 de outubro de 1969, e o artigo 3° do Decreto-lei n. 1.645, de 11 de dezembro de 1978, ou garantir a execução, sob pena de penhora ou arresto, e a intimação do cônjuge, caso a constrição recaia sobre o imóvel.
Dá à causa o valor da dívida acrescida dos encargos legais, protestando pelas provas
em direito admitidas.
Pede Deferimento,
............................, .......... de .................... de 20....
PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL – RIO DE JANEIRO
CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA
Certifico que, do REGISTRO DA DÍVIDA ATIVA, consta que, sob o número __________, da série __________, no livro __________, a fls. __________, em, ________, inscrito no cadastro __________ sob o número __________, com domicílio ____________________
NATUREZA DA DÍVIDA
DATA DO VENCIMENTO TERMO INICIAL DE VALOR
CORREÇÃO MONETÁRIA
 JUROS DE MORA
VALOR TOTAL
Conforme a fundamentação legal indicada no quadro abaixo:
-----------------------------------------------------------------
NOTIFICAÇÃO ----------------------------------------
PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL em de
PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL
A Jurisprudência do STJ nos casos de redirecionamento da Execução Fiscal 
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça vem há tempos demonstrando o entendimento de que, em tese, somente havendo prova inconteste de que o débito tributário decorreu de ato praticado por sócio, gerente, administrador ou diretor com excesso de poderes, infração a lei ou contra o estatuto social é que se admite a atribuição da responsabilidade subsidiária a terceiro. Em outras palavras, a jurisprudência do STJ entende que é possível o redirecionamento da execução fiscal a terceiros desde que haja comprovação, por parte do Fisco, da presença dos requisitos constantes no artigo 135 do CTN, conforme se afere dos julgados constantes no AgRg no Ag 1.346.462/RJ (matéria decidida em sede de recurso repetitivo), EDcl no Ag 1150455/SC e AgRgREsp 384.860/RS, cuja ementa diz: 
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO - EXECUÇÃO FISCAL - ART. 135, INC. III, DO C.T.N. - RESPONSABILIDADE DO SÓCIO-GERENTE - SUBJETIVIDADE - COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE ATO PRATICADO MEDIANTE FRAUDE OU COM EXCESSO DE PODERES - NECESSIDADE - INFRAÇÃO À LEI – MERA INADIMPLÊNCIA - NÃO CARACTERIZAÇÃO. A jurisprudência deste eg. Tribunal consolidou-se quanto a ser subjetiva a responsabilidade do sócio-gerente pelo pagamento de tributo devido pela sociedade, ficando aquele obrigado pessoalmente pela dívida, somente quando restar provado ter ele agido com fraude ou excesso de poderes, não se consubstanciando em infração à lei, de per si, a mera inadimplência. Recurso especial a que se negou seguimento.
Ademais, o STJ já pacificou o entendimento de que o meroinadimplemento não configura hipótese de responsabilização de sócios, administradores ou gerentes, conforme constam nos julgados AgRg no AREsp 16813/GO, REsp 1.255.552/RS e REsp 1.101.728/SP, cuja decisão se deu em sede de recurso repetitivo: 
TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. DISPENSA. RESPONSABILIDADE DO SÓCIO. TRIBUTO NÃO PAGO PELA SOCIEDADE. 
1. A jurisprudência desta Corte, reafirmada pela Seção inclusive em julgamento pelo regime do art. 543-C do CPC, é no sentido de que "a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco" (REsp 962.379, 1ª Seção, DJ de 28.10.08). 2. É igualmente pacífica a jurisprudência do STJ no sentido de que a simples falta de pagamento do tributo não configura, por si só, nem em tese, circunstância que acarreta a responsabilidade subsidiária do sócio, prevista no art. 135 do CTN. É indispensável, para tanto, que tenha agido com excesso de poderes ou infração à lei, ao contrato social ou ao estatuto da empresa (EREsp 374.139/RS, 1ª Seção, DJ de 28.02.2005). 3. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, parcialmente provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/08. 
Noutro giro, o Superior Tribunal de Justiça possui o entendimento consolidado de que a dissolução irregular da sociedade configura hipótese de redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente. Esse entendimento foi objeto da Súmula 435 do STJ . Súmula 435 STJ: Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente. 
No tocante ao redirecionamento da execução em razão da dissolução irregular da sociedade, vale ressalvar que na jurisprudência do STJ o pressuposto para o redirecionamento é a permanência do sócio na administração da empresa ao tempo da ocorrência da dissolução . E Ag nº. 1.105.993/RJ 
Há outros desdobramentos do tema pelos quais o STJ também já se manifestou, como para aqueles casos em que o redirecionamento recai sobre sócio que não integrava a sociedade à época dos fatos. Nesses casos, a jurisprudência do STJ não admite o redirecionamento, pois não seria coerente imputar a responsabilidade pelo recolhimento de tributos cujos fatos geradores foram praticados antes do ingresso do terceiro na sociedade. Agr no Agr no Ag 1.371.752/SP
Penhora online
O NCPC regula a penhora online de bens do executado (NCPC, art. 854 e ss.), com algumas inovações no procedimento em relação ao que antes existia.
Requerida essa forma de penhora, após requerimento do exequente, o juiz, sem dar ciência ao executado, determinará às instituições financeiras que tornem indisponíveis ativos financeiros do executado (NCPC, art. 854). O juiz deverá cancelar, em 24 horas, eventual indisponibilidade excessiva (NCPC, art. 854, § 1º).
Efetivada a indisponibilidade, o executado será intimado e terá prazo de 5 dias para comprovar que (§ 2º e 3º):
I – as quantias tornadas indisponíveis são impenhoráveis;
II – ainda remanesce indisponibilidade excessiva de ativos financeiros.
Somente após essa manifestação é que haverá efetivamente a penhora, e então a instituição financeira deverá transferir o montante penhorado para conta à disposição do juízo (§ 5º).
Assim, percebe-se que antes da efetiva PENHORA, haverá prévio BLOQUEIO de valores. E esse bloqueio poderá ocorrer antes da citação?
A resposta é negativa. Isso porque, conforme art. 829 antes exposto, para que haja a penhora, inicialmente há de se dar a oportunidade de pagar.
Portanto, haverá o seguinte:
citação
oportunidade para pagamento;
caso não haja pagamento, bloqueio online
após, penhora
Penhora on line na execução fiscal
Vem sendo discutida nos tribunais a possibilidade, em sede de execução fiscal, de o magistrado determinar, ex officio, a penhora on line dos ativos financeiros, antes mesmo da citação do executado. Há decisões divergentes do Tribunal Regional Federal da 5ª Região sobre o tema: contra a penhora antes da citação: AG128973/PE, AG125723/PE, AG130331/PE, AG129810/PE, AG128296/PB, AG126426/RN; a favor: AG129562/PE, AG129513/PE, AGTR nº 126782/PB, AG129570/RN.
As decisões que admitem o bloqueio ex officio e antes da citação baseiam-se nos princípios da utilidade da ação executiva, da eficácia da prestação jurisdicional e da celeridade, de modo a tolher a suposta e presumida ação temerária do executado, a fim de resguardar o crédito tributário e o resultado útil do processo.
Parece-nos equivocado admitir a penhora on line de ofício e antes mesmo da citação do executado. Há, no caso, dois erros: determinar a penhora (a) de ofício e (b) antes mesmo de o executado ser citado. Nem pode ser de ofício, nem antes da citação do executado.
Ao receber a petição inicial da execução fiscal, o juiz, nos termos do art. 8º da Lei nº 6.830/1980, deve determinar a citação do executado para que este, no prazo de cinco dias, pague ou nomeie bens à penhora. Não é possível haver penhora (seja a tradicional, seja a on line) antes mesmo de ser citado o executado, pois este tem o direito de pagar ou nomear bens no prazo de cinco dias. Somente depois, não havendo pagamento ou sendo ineficaz ou insuficiente a nomeação de bens, é que poderá haver a penhora on line
Não é necessário o prévio exaurimento de tentativas de penhora em outros bens para que se determine a penhora on line (STJ-2ª Turma, AgRg no REsp 1.365.714/RO, rel. Min. Mauro Campbell Marques, j. 21/3/2013, DJe 1º/4/2013). A penhora de dinheiro pode ser determinada, mesmo que haja outros bens, mas é necessário, antes, garantir o direito do executado de pagar ou de nomear bens. Não pago o valor executado, não feita a nomeação ou feita esta em bem que não ofereça garantia suficiente ou não seja dinheiro, pode haver a penhora on line, desde que o exequente a requeira.
Não deve a penhora on line ser realizada antes da citação do executado. Evidentemente, é possível haver o arresto do art. 653 do CPC (conhecido como pré-penhora) ou, até mesmo, o arresto cautelar, concretizados de forma eletrônica, mas isso somente ocorre em hipóteses específicas, presentes os respectivos requisitos legais.
O art. 185-A do CTN dispõe que ao magistrado só é possível determinar a indisponibilidade do patrimônio do executado, caso este não pague ou não apresente bens à penhora no prazo legal, além de não serem encontrados bens penhoráveis, sob pena de violação ao princípio do devido processo legal.
O STJ já decidiu que a Fazenda Nacional pode solicitar bloqueio de recursos por meio do sistema mesmo sem ter esgotado as diligências extrajudiciais na busca por bens do devedor. A decisão foi da 1ª Seção, por meio de recurso repetitivo.
Prevalece o entendimento de que a penhora não pode ser feita antes da citação, mas nos casos em que não for apresentado bem à execução.
A jurisprudência das duas turmas de direito público do STJ indica a necessidade de citação antes da penhora na execução fiscal.
Em casos excepcionais é permitida antes, quando há, por exemplo, provas de tentativa de fraude à execução.
DA PENHORA SOBRE O FATURAMENTO DA EMPRESA
A penhora sobre o faturamento da empresa, tem sua base legal nos artigos 835, X e seguintes, do Código de Processo Civil. A penhora sobre o faturamento da empresa não se confunde com a penhora em dinheiro, pois esta pressupõe a disponibilidade do bem, ou seja, o dinheiro depositado e mantido em conta corrente é quantia certa e determinada do devedor.
Por ser de grande complexidade, a penhora sobre o faturamento não será utilizada no processo de forma que possa levar a empresa devedora à ruína. É importantíssimo ressaltarque, mesmo o processo judicial tributário tendo seus princípios específicos, rege-se subsidiariamente pelo Código de Processo Civil, sendo assim aplicável o princípio da menor onerosidade para o devedor
A penhora do faturamento somente pode ser pedida pelo credor e deferida pelo Juiz na hipótese de demonstrar-se inexistência de outros bens que possam suportar os atos materiais da execução. Com efeito, a seguinte decisão do Tribunal Regional federal Da 4ª Região:
1 - Direito Tributário - 2 - Execução Fiscal . Penhora do faturamento . Indeferimento. Agravo de Instrumento. 3 - A constrição do faturamento é medida de extremo rigor que somente deve ser admitida na falta de outros bens para garantir o juízo. 4 . agravo desprovido". (Ac. Un. Da 1ª Turma do TRF da 4ª Região., Ag. 96.04.12056-5/RS, DJU 2 de 05.06.96, p.38.336).
A Jurisprudência do Superior Tribunal Superior de Justiça, tem considerado a penhora de faturamento como hipótese de penhora de estabelecimento (parágrafo 1º, do artigo 11, da Lei nº 6.830/80), reafirmando o caráter excepcional da medida, bem como efetuando distinção entre a mesma e a penhora em dinheiro:
STJ - 2ª TURMA, Resp. 123.469 (97.017917-6) - São Paulo
Relator Ministro Adhemar Maciel, DJU 1 de 29.9.97, p. 48.170, RDDT 29:187)
Processual Civil. Execução Fiscal. A penhora em dinheiro pressupõe numerário existente, certo, determinado e disponível no patrimônio do devedor. Penhora sobre o percentual do Faturamento Bruto Mensal da empresa - executada: só em último caso. Precedentes . Recurso Provido.
I - A penhora em dinheiro (art. 11, I, da Lei n. 6.830/80 e art. 655, I, CPC) pressupõe numerário existente, certo, determinado e disponível no patrimônio do executado.
II - A penhora sobre percentual do faturamento bruto mensal da empresa - executada configura constrição do próprio estabelecimento industria, hipótese só admitida excepcionalmente (par. 1º do art. 11 da Lei n. 6.830/80), ou seja, após ter sido infrutífera a tentativa de penhora sobre os outros bens arrolados nos incisos do art. 11 da Lei de Execução Fiscal.
III- Precedentes do STJ: Resp 108.245/SP, Resp 35.838/SP e Resp 37.027/SP.
IV - Recurso especial conhecido e provido.
RECURSO ESPECIAL Nº 161.903 (98.000578-1) - SÃO PAULO
Processual Civil. Execução Fiscal. A penhora em dinheiro pressupõe numerário existente, certo, determinado e disponível no patrimônio do executado. penhora sobre o movimento de caixa da empresa - executada: só em último caso. precedentes do STJ. Recurso Provido.
I - A penhora em dinheiro (art. 11, da Lei n. 6.830/80 e art. 655, I, do CPC) pressupõe numerário existente, certo, determinado e disponível no patrimônio do executado.
II - A penhora sobre percentual do movimento de caixa da empresa - executada configura penhora do próprio estabelecimento comercial, industrial ou agrícola, hipótese só admitida excepcionalmente (§ 1º do art. 11 da Lei n. 6.830/80), ou seja, após ter sido infrutífera a tentativa de constrição sobre bens arrolados nos incisos do art. da Lei de Execução Fiscal.
III - Inteligência dos arts. 10 e 11 da Lei n. 6.830/80 e dos arts. 655, 677 e 678 do CPC.
IV- Precedentes do STJ: EREsp n. 48.959/SP, n. 35.838/SP e Resp n. 37.027/SP.
V - Recurso especial conhecido e provido.
Relator Ministro Adhemar Maciel . (DJ1 de 24.08.98, p. 57)
Penhora de faturamento - limites
 Requisitos de admissibilidade (jurisprudência):
a) comprovada a inexistência de outros bens passíveis de
garantir a execução, ou, sejam os indicados de difícil
alienação;
b) nomeado o depositário (art. 655-A, § 3º, do CPC), o qual deverá prestar contas, entregando ao exequente as quantias recebidas à título de pagamento;
c) fixada em percentual que não inviabilize a atividade
econômica da empresa.
 Percentual Razoável (jurisprudência):
5%
É fundamental que a empresa mantenha as suas operações e que a penhora do faturamento não prejudique a sobrevivência da empresa. 
Quanto à expressão “tempo razoável” se manifestou o Prof. Humberto Theodoro Jr: 
o parágrafo 1º do art. 866 prevê, expressamente que o juiz” fixará percentual que propicie a satisfação do crédito exequendo em tempo razoável, mas que não torne inviável o exercício da atividade empresarial. O “tempo razoável” dependerá do valor da dívida e do faturamento mensal. 
O faturamento é importante para o empresário obter capital de giro, visando o cumprimento de suas obrigações. É necessário avaliar a capacidade de pagamento do executado, com relação à receita líquida em caixa e em pagamento futuro. 
O STJ entende que: 
A penhora de vendas efetuadas por meio de cartão de crédito e de débito implica, na realidade, em, verdadeira penhora sobre o faturamento da empresa, que deve obedecer a maior rigor, devendo ser determinada apenas se frustradas todas as tentativas de localização de bens pela exequente. 
Prevê também o parágrafo 2º do art. 866 que “o juiz nomeará administrador-depositário, o qual submeterá à aprovação judicial a forma de sua atuação e prestará contas mensalmente, entregando em juízo as quantias recebidas, com os respectivos balancetes mensais, a fim de serem imputadas no pagamento da dívida.” 
 Com relação ao papel do depositário, vale mencionar o entendimento de Araken de Assis: 
O depositário não irá administrar a empresa, cuja gestão subsiste íntegra, mas avaliará qual o percentual do faturamento que, atendidas as despesas correntes, pode satisfazer o exequente, paulatinamente, sem prejuízo da atividade empresarial. Destarte, o principal dever do administrador-depositário será o de transferir para a conta vinculada em Juízo a quantia mensal estabelecida. 
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA.
ART. 543-C, DO CPC. DIREITO TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE TERCEIRO.
FRAUDE À EXECUÇÃO FISCAL. ALIENAÇÃO DE BEM POSTERIOR À CITAÇÃO DO DEVEDOR. INEXISTÊNCIA DE REGISTRO NO DEPARTAMENTO DE TRÂNSITO - DETRAN. INEFICÁCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO. INSCRIÇÃO EM DÍVIDA ATIVA. ARTIGO 185 DO CTN, COM A REDAÇÃO DADA PELA LC N.º 118/2005. SÚMULA 375/STJ. INAPLICABILIDADE.
1. A lei especial prevalece sobre a lei geral (lex specialis derrogat lex generalis), por isso que a Súmula n.º 375 do Egrégio STJ não se aplica às execuções fiscais.
2. O artigo 185, do Código Tributário Nacional - CTN, assentando a presunção de fraude à execução, na sua redação primitiva, dispunha que: "Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa em fase de execução.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados pelo devedor bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida em fase de execução." 3. A Lei Complementar n.º 118, de 9 de fevereiro de 2005, alterou o artigo 185, do CTN, que passou a ostentar o seguinte teor: "Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita." 4. Consectariamente, a alienação efetivada antes da entrada em vigor da LC n.º 118/2005 (09.06.2005) presumia-se em fraude à execução se o negócio jurídico sucedesse a citação válida do devedor; posteriormente à 09.06.2005, consideram-se fraudulentas as alienações efetuadas pelo devedor fiscal após a inscrição do crédito tributário na dívida ativa.
5. A diferença de tratamento entre a fraude civil e a fraude fiscal justifica-se pelo fato de que, na primeira hipótese, afronta-se interesse privado, ao passo que, na segunda, interesse público, porquanto o recolhimento dos tributos serve à satisfação das necessidades coletivas.
6. É que, consoante a doutrina do tema, a fraude de execução, diversamente da fraude contracredores, opera-se in re ipsa, vale dizer, tem caráter absoluto, objetivo, dispensando o concilium fraudis. (FUX, Luiz. O novo processo de execução: o cumprimento da sentença e a execução extrajudicial. 1. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008, p. 95-96 / DINAMARCO, Cândido Rangel. Execução civil. 7. ed. São Paulo: Malheiros, 2000, p. 278-282 / MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 22. ed. São Paulo: Malheiros, 2003, p. 210-211 / AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. p. 472-473 / BALEEIRO, Aliomar. Direito Tributário Brasileiro. 10. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1996, p. 604).
7. A jurisprudência hodierna da Corte preconiza referido entendimento consoante se colhe abaixo: “O acórdão embargado, considerando que não é possível aplicar a nova redação do art. 185 do CTN (LC 118/05) à hipótese em apreço (tempus regit actum), respaldou-se na interpretação da redação original desse dispositivo legal adotada pela jurisprudência do STJ”. (EDcl no AgRg no Ag 1.019.882/PR, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 06/10/2009, DJe 14/10/2009) "Ressalva do ponto de vista do relator que tem a seguinte compreensão sobre o tema: [...] b) Na redação atual do art. 185 do CTN, exige-se apenas a inscrição em dívida ativa prévia à alienação para caracterizar a presunção relativa de fraude à execução em que incorrem o alienante e o adquirente (regra aplicável às alienações ocorridas após 9.6.2005);”. (REsp 726.323/SP, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 04/08/2009, DJe 17/08/2009) "Ocorrida a alienação do bem antes da citação do devedor, incabível falar em fraude à execução no regime anterior à nova redação do art. 185 do CTN pela LC 118/2005". (AgRg no Ag 1.048.510/SP, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 19/08/2008, DJe 06/10/2008) “A jurisprudência do STJ, interpretando o art. 185 do CTN, até o advento da LC 118/2005, pacificou-se, por entendimento da Primeira Seção (EREsp 40.224/SP), no sentido de só ser possível presumir-se em fraude à execução a alienação de bem de devedor já citado em execução fiscal”. (REsp 810.489/RS, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 23/06/2009, DJe 06/08/2009) 
8. A inaplicação do art. 185 do CTN implica violação da Cláusula de Reserva de Plenário e enseja reclamação por infringência da Súmula Vinculante n.º 10, verbis: "Viola a cláusula de reserva de plenário (cf, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte." 
9. Conclusivamente: (a) a natureza jurídica tributária do crédito conduz a que a simples alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, pelo sujeito passivo por quantia inscrita em dívida ativa, sem a reserva de meios para quitação do débito, gera presunção absoluta (jure et de jure) de fraude à execução (lei especial que se sobrepõe ao regime do direito processual civil); (b) a alienação engendrada até 08.06.2005 exige que tenha havido prévia citação no processo judicial para caracterizar a fraude de execução; se o ato translativo foi praticado a partir de 09.06.2005, data de início da vigência da Lei Complementar n.º 118/2005, basta a efetivação da inscrição em dívida ativa para a configuração da figura da fraude; (c) a fraude de execução prevista no artigo 185 do CTN encerra presunção jure et de jure, conquanto componente do elenco das "garantias do crédito tributário"; (d) a inaplicação do artigo 185 do CTN, dispositivo que não condiciona a ocorrência de fraude a qualquer registro público, importa violação da Cláusula Reserva de Plenário e afronta à Súmula Vinculante n.º 10, do STF.
10. In casu, o negócio jurídico em tela aperfeiçoou-se em 27.10.2005 , data posterior à entrada em vigor da LC 118/2005, sendo certo que a inscrição em dívida ativa deu-se anteriormente à revenda do veículo ao recorrido, porquanto, consoante dessume-se dos autos, a citação foi efetuada em data anterior à alienação, restando inequívoca a prova dos autos quanto à ocorrência de fraude à execução fiscal.
11. Recurso especial conhecido e provido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C do CPC e da Resolução STJ n.º 08/2008. (REsp 1141990/PR, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 10/11/2010, DJe 19/11/2010)
OS EMBARGOS DO DEVEDOR (EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL)
Os embargos do devedor (embargos à execução fiscal)
Os embargos do devedor encontram previsão legal, no artigo 16, da Lei de Execuções Fiscais, de acordo com referido artigo devem ser oferecidos no prazo de 30 (trinta) dias, a contar das seguintes hipóteses: (a) da data da efetivação do depósito judicial, nos termos do artigo 32 da mesma Lei; (b) da data da juntada aos autos da prova da fiança bancária ou do seguro garantia; (c) da data da intimação da penhora efetivada em garantia do juízo. Destarte, é imprescindível que o executado garanta o juízo, para então oferecer esse meio de defesa.
Contagem prazo para Embargos:
A LEF nada menciona sobre como se dará a contagem dos prazos processuais na execução fiscal, limitando-se a esclarecer que o CPC deverá ser aplicado de forma subsidiária. Uma vez silente a LEF em tal sentido, a aplicação do art. 219 do CPC/15, no que se refere à contagem dos prazos processuais, torna-se plenamente cabível.
Tanto é verdade, que mesmo sendo o CPC/2015 relativamente recente, alguns tribunais já tiveram a oportunidade de se manifestar a respeito, a exemplo do TJ/MG, quando do julgamento da Apelação Cível 1.0016.16.007199-5/001, de Relatoria da Desembargadora Áurea Brasil, decidindo que:
“Nos termos do art. 1º da Lei n. 6.830/80, às execuções aplicam-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Civil. O prazo de 30 dias para oposição embargos à execução fiscal previsto no art.16 da LEF deverá ser contado em dias úteis, na forma do art. 219 do CPC/2015”
Ressaltamos que tal entendimento não esta pacificado, em razão do CPC ser recente nesse sentido.
Garantia da execução
Dispõe a lei de execuções fiscais, em seu art. 9º, que o executado deve garantir a execução para então opor os embargos à execução, através das seguintes maneiras:
Art. 9º - Em garantia da execução, pelo valor da dívida, juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, o executado poderá:
I - efetuar depósito em dinheiro, à ordem do Juízo em estabelecimento oficial de crédito, que assegure atualização monetária;
II - oferecer fiança bancária ou seguro garantia; 
III - nomear bens à penhora, observada a ordem do artigo 11; ou
IV - indicar à penhora bens oferecidos por terceiros e aceitos pela Fazenda Pública.
O CPC/15 manteve em seu artigo 914, o disposto no artigo 736 do CPC/73 (o qual foi introduzido pela lei 11.382/06 já em verdadeira inovação à época...), no que se refere possibilidade de se debater o débito, por meio de Embargos, sem que tenha ocorrido a devida garantia do juízo.
No entanto, o mesmo não poderá acontecer quando da Execução Fiscal, pois ao contrário do que aconteceu com o silêncio da LEF a respeito da contagem de prazo processual, consta no § 1º do artigo 16 de sobredito diploma especial expressa e clara disposição a respeito da condição de garantia do juízo, para o recebimento dos respectivos Embargos e, neste caso, “lei posterior não revoga lei especial anterior”. 
Embora a jurisprudência já tenha se manifestado a respeito do tema quando da vigência do CPC/73, merece destaque o seguinte julgado do Eg. TRF 1ª R., na AC 0004078-56.2016.4.01.3801/MG, de Relatoria do Desembargador Federal Hercules Fajoses, uma vez que analisou o mesmo conteúdo disposto no CPC/15, inclusive no que se refere ao termo de início para contagem do prazo para oposição de Embargos à Execução Fiscal, confira-se:
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. AUSÊNCIA DE PENHORA. FALTA DE INTERESSE DE AGIR. INAPLICABILIDADE DO ART. 914 DO NOVO CPC. 
1. Não hános autos nenhum documento que comprove que houve o oferecimento de garantia do Juízo correspondente ao valor executado, possibilitando oposição dos Embargos à Execução Fiscal. 
2. Considerando que o prazo para oferecimento de embargos à execução fiscal conta-se a partir da intimação pessoal da penhora, e que esta não foi efetivada, não há que se falar em legitimidade ou interesse processual na oposição dos presentes embargos à execução. 
3. O egrégio Superior Tribunal de Justiça, já firmou entendimento no sentido de que: "Quanto à prevalência do disposto no art. 736 do CPC - que permite ao devedor a oposição de Embargos, independentemente de penhora, sobre as disposições da Lei de Execução Fiscal, que determina a inadmissibilidade de Embargos do executado antes de garantida a execução -, tem-se que, em face do princípio da especialidade, no caso de conflito aparente de normas, as leis especiais sobrepõem-se às gerais (...). (AgRg no AREsp 621356/RJ, Rel. MINISTRO HERMAN BENJAMIN, Segunda Turma, DJe 06/04/2015). 
(...)(AC 0004078-56.2016.4.01.3801 / MG, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL HERCULES FAJOSES, SÉTIMA TURMA, e-DJF1 de 07/04/2017).
EFEITO SUSPENSIVO AOS EMBARGOS DO DEVEDOR
Sob o fundamento do principio da especialidade o Superior Tribunal de Justiça pela sua 1ª seção, decidiu em caráter repetitivo que a apresentação de embargos não suspende de forma automática a execução, mas sim que incumbe ao executado provar ao juiz o perigo de lesão irreparável ou de difícil reparação caso haja expropriação dos bens dados em garantia
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC. APLICABILIDADE DO ART. 739-A, § 1º, DO CPC ÀS EXECUÇÕES FISCAIS. NECESSIDADE DE GARANTIA DA EXECUÇÃO E ANÁLISE DO JUIZ A RESPEITO DA RELEVÂNCIA DA ARGUMENTAÇÃO (FUMUS BONI JURIS) E DA OCORRÊNCIA DE GRAVE DANO DE DIFÍCIL OU INCERTA REPARAÇÃO (PERICULUM IN MORA) PARA A CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO AOS EMBARGOS DO DEVEDOR OPOSTOS EM EXECUÇÃO FISCAL. 1. A previsão no ordenamento jurídico pátrio da regra geral de atribuição de efeito suspensivo aos embargos do devedor somente ocorreu com o advento da Lei n. 8.953, de 13, de dezembro de 1994, que promoveu a reforma do Processo de Execução do Código de Processo Civil de 1973 (Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - CPC/73), nele incluindo o § 1º do art. 739, e o inciso I do art. 791. 2. Antes dessa reforma, e inclusive na vigência do Decreto-lei n. 960, de 17 de dezembro de 1938, que disciplinava a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública em todo o território nacional, e do Código de Processo Civil de 1939 (Decreto-lei n. 1.608/39), nenhuma lei previa expressamente a atribuição, em regra, de efeitos suspensivos aos embargos do devedor, somente admitindo-os excepcionalmente. Em razão disso, o efeito suspensivo derivava de construção doutrinária que, posteriormente, quando suficientemente amadurecida, culminou no projeto que foi convertido na citada Lei n. 8.953/94, conforme o evidencia sua Exposição de Motivos - Mensagem n. 237, de 7 de maio de 1993, DOU de 12.04.1994, Seção II, p. 1696. 3. Sendo assim, resta evidente o equívoco da premissa de que a LEF e a Lei n. 8.212/91 adotaram a postura suspensiva dos embargos do devedor antes mesmo de essa postura ter sido adotada expressamente pelo próprio CPC/73, com o advento da Lei n. 8.953/94, fazendo tábula rasa da história legislativa. 
4. Desta feita, à luz de uma interpretação histórica e dos princípios que nortearam as várias reformas nos feitos executivos da Fazenda Pública e no próprio Código de Processo Civil de 1973, mormente a eficácia material do feito executivo a primazia do crédito público sobre o privado e a especialidade das execuções fiscais, é ilógico concluir que a Lei n. 6.830 de 22 de setembro de 1980 - Lei de Execuções Fiscais - LEF e o art. 53, § 4º da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991, foram em algum momento ou são incompatíveis com a ausência de efeito suspensivo aos embargos do devedor. Isto porque quanto ao regime dos embargos do devedor invocavam - com derrogações específicas sempre no sentido de dar maiores garantias ao crédito público - a aplicação subsidiária do disposto no CPC/73 que tinha redação dúbia a respeito, admitindo diversas interpretações doutrinárias. 5. Desse modo, tanto a Lei n. 6.830/80 - LEF quanto o art. 53, § 4º da Lei n. 8.212/91 não fizeram a opção por um ou outro regime, isto é, são compatíveis com a atribuição de efeito suspensivo ou não aos embargos do devedor. Por essa razão, não se incompatibilizam com o art. 739-A do CPC/73 (introduzido pela Lei 11.382/2006) que condiciona a atribuição de efeitos suspensivos aos embargos do devedor ao cumprimento de três requisitos: apresentação de garantia; verificação pelo juiz da relevância da fundamentação (fumus boni juris) e perigo de dano irreparável ou de difícil reparação (periculum in mora). 6. Em atenção ao princípio da especialidade da LEF, mantido com a reforma do CPC/73, a nova redação do art. 736, do CPC dada pela Lei n. 11.382/2006 - artigo que dispensa a garantia como condicionante dos embargos - não se aplica às execuções fiscais diante da presença de dispositivo específico, qual seja o art. 16, § 1º da Lei n. 6.830/80, que exige expressamente a garantia para a apresentação dos embargos à execução fiscal. 
7. Muito embora por fundamentos variados - ora fazendo uso da interpretação sistemática da LEF e do CPC/73, ora trilhando o inovador caminho da teoria do "Diálogo das Fontes", ora utilizando-se de interpretação histórica dos dispositivos (o que se faz agora) - essa conclusão tem sido a alcançada pela jurisprudência predominante, conforme ressoam os seguintes precedentes de ambas as Turmas deste Superior Tribunal de Justiça. Pela Primeira Turma: AgRg no Ag 1381229 / PR, Primeira Turma, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 15.12.2011; AgRg no REsp 1.225.406 / PR, Primeira Turma, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, julgado em 15.02.2011; AgRg no REsp 1.150.534 / MG, Primeira Turma, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 16.11.2010; AgRg no Ag 1.337.891 / SC, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 16.11.2010; AgRg no REsp 1.103.465 / RS, Primeira Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 07.05.2009. Pela Segunda Turma: AgRg nos EDcl no Ag n. 1.389.866/PR, Segunda Turma, Rei. Min. Humberto Martins, DJe de 21.9.2011; REsp, n. 1.195.977/RS, Segunda Turma, Rei. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 17/08/2010; AgRg no Ag n. 1.180.395/AL, Segunda Turma, Rei. Min. Castro Meira, DJe 26.2.2010; REsp, n, 1.127.353/SC, Segunda Turma, Rei. Min. Eliana Calmon, DJe 20.11.2009; REsp, 1.024.128/PR, Segunda Turma, Rei. Min. Herman Benjamin, DJe de 19.12.2008. 8. Superada a linha jurisprudencial em sentido contrário inaugurada pelo REsp. N. 1.178.883 - MG, Primeira Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 20.10.2011 e seguida pelo AgRg no REsp 1.283.416 / AL, Primeira Turma, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 02.02.2012; e pelo REsp 1.291.923 / PR, Primeira Turma, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 01.12.2011. 9. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C, do CPC, e da Resolução STJ n. 8/2008.
(STJ - REsp: 1272827 PE 2011/0196231-6, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento: 22/05/2013, S1 - PRIMEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 31/05/2013)
Matéria de defesa
Na sua aplicação, o executado pode abordar toda e qualquer matéria de defesa.
Por não ter ocorrido o exercício do contraditório em juízo antes da formação do título executivo extrajudicial objeto da execução fiscal, qualquer limitação à matéria de defesa violaria o princípio do contraditório.
Legitimados
Os legitimados ativos para opor os embargos à execução fiscal, são aqueles elencados no artigo 4º, da Lei de Execução Fiscal, que na esfera da execução se encontram no pólo passivo, quais sejam: o devedor; o fiador; o espólio; a massa; o responsável nos termos da lei, por dívidas, tributárias ou não, de pessoas físicas ou pessoas jurídicasde direito privado e por fim os sucessores a qualquer título.
O que ocorre é uma inversão nos pólos, isto porque, o credor é o legitimado passivo nos embargos do devedor, enquanto na execução fiscal é legitimado ativo.
Efeito suspensivo dos embargos à execução fiscal 
Depreende-se do artigo 16 da Lei 6.830 de 1980 que os embargos à execução fiscal serão opostos no prazo de 30 dias e terão efeito suspensivo. Cumpre observar que, no entanto, o artigo 1° da lei retrocitada dispõe que o CPC será aplicado subsidiariamente à execução fiscal.
O entendimento recente do STJ é no sentido de não se aplicar os efeitos suspensivos aos embargos à execução fiscal, em decorrência da aplicação subsidiária do CPC.
“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. AUSÊNCIA DE EFEITO SUSPENSIVO. ART. 739-A DO CPC. APLICABILIDADE. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 07⁄STJ. DIVERGÊNCIA NÃO DEMONSTRADA. 1. A orientação adotada pelo Corte de origem harmoniza-se com a jurisprudência desta Corte no sentido de que embargos do devedor poderão ser recebidos com efeito suspensivo somente se houver requerimento do embargante e, cumulativamente, estiverem preenchidos os seguintes requisitos: a) relevância da argumentação; b) grave dano de difícil ou incerta reparação; e c) garantia integral do juízo. 2. Na hipótese vertente, a Instância a quo consignou que a embargante "não comprovou serem relevantes os seus fundamentos para efeitos de suspensão do executivo fiscal, sequer que o prosseguimento dele teria o condão de causar dano de difícil ou incerta reparação" (e-STJ fl. 159). 3. Para se chegar à conclusão contrária a que chegou o Tribunal a quo, no tocante a concessão do efeito suspensivo aos embargos à execução, faz-se necessário incursionar no contexto fático-probatório da demanda, o que é inviável em sede de recurso especial, nos termos da Súmula 07⁄STJ. 4. Nesse mesmo raciocínio, é patente que a divergência jurisprudencial suscitada não atende ao requisito da identidade fático-jurídica entre os acórdãos confrontados, uma vez que as peculiaridades do caso vertente não se encontram espelhadas nos paradigmas, os quais, a toda evidência, lastrearam-se em fatos, provas e circunstâncias distintas das constantes dos autos sob análise. 5. Agravo regimental não provido.” (STJ, AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.276.180 - RS (2010⁄0022652-0), Ministro Castro Meira, Julgado em 06 de abril de 2010).
Exceção de pré-executividade
A exceção de pré-executividade ou objeção de pré-executividade é definida por João Aurino de Melo Filho, como um meio de reação ou oposição do executado contra a execução. Trata-se de uma forma que é possibilitada ao executado de intervir no curso da execução, comunicando ao magistrado a existência de algum óbice ao seu prosseguimento.
É válido transcrever o conceito da exceção de pré-executividade, de acordo com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça: 
	A exceção de pré-executividade é espécie excepcional de defesa específica do processo de execução, admitida, conforme entendimento da Corte, nas hipóteses em que a nulidade do título possa ser verificada de plano, bem como quanto às questões de ordem pública, pertinentes aos pressupostos processuais e às condições da ação, desde que desnecessária a dilação probatória"
	(REsp 915.503/PR, Rel. Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, QUARTA TURMA, DJ 26/11/2007).
Hipóteses de cabimento
Esse meio de defesa não admite dilação probatória destarte, o executado somente deve usar desse meio, com o objetivo de alegar determinada matéria de ordem pública que não foi reconhecida de ofício pelo magistrado, bem como, que dispense a necessidade de dilação probatória, devendo dessa forma, ser demonstrada de plano através de prova documental ou somente por uma análise minunciosa dos documentos que compõe os autos da execução fiscal.
Ilegitimidade de partes
A lei de execuções fiscais é clara no que concerne à legitimidade passiva na ação de execução fiscal, quais sejam: o devedor; o fiador; o espólio; a massa; o responsável, nos termos da lei, por dívidas, tributárias ou não, de pessoas físicas ou pessoas jurídicas de direito privado e os sucessores a qualquer título. 
	Via de regra, a execução fiscal deve ser proposta em face do contribuinte, isto é, aquele que possui relação pessoal e direta que constitua o fato gerador. Logo, para que a execução fiscal possa ser proposta em face do responsável tributário, este deverá, necessariamente, constar no título executivo do qual se baseia a execução. Sobre o assunto, leciona Leonardo Augusto Santos Melo: “o título limita, objetiva e subjetivamente, a execução fiscal, não sendo de se admitir a inclusão a posteriori de sujeito cujo nome não constou da inscrição”
Destarte, uma vez presente a ilegitimidade de partes no curso da execução fiscal, esta poderá ser alegada por meio da exceção de pré-executividade, se possível comprová-la de plano.
Nulidade do título executivo
Conforme já fora exposto anteriormente, ainda que exista uma lei específica que rege o procedimento das execuções fiscais, o código de processo civil poderá ser aplicado subsidiariamente, de acordo com o art. 1º da LEF. Tendo em vista referida disposição, dispõe o art. 783 do CPC, que a execução por cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível.
	Corroborando com referida comparação, expõe o art. 203, da LEF sobre a omissão de quaisquer dos requisitos, que devem estar presentes no termo de inscrição de dívida ativa:
	Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior, ou o erro a eles relativo, são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte modificada.
Cumpre destacar, que referida nulidade deve ser sanada até a decisão de primeira instância, não obstante referido detalhe, é possível que o devedor alegue nulidade em sede de exceção de pré-executividade.
Extinção do crédito tributário
O art. 156 do Código Tributário Nacional, dispõe as hipóteses de extinção do crédito tributário, quais sejam: o pagamento, a compensação, a transação, a remissão, a decadência, a prescrição, a conversão do depósito em renda, o pagamento antecipado e a homologação do lançamento, a consignação em pagamento, a decisão administrativa irreformável, a decisão judicial passada em julgado e a dação em pagamento de bens imóveis.
Qualquer das hipóteses elencadas acima, uma vez demonstradas sem a necessidade de dilação probatória, poderão ser discutidas através da exceção de pré-executividade. Em relação aos institutos da prescrição e decadência, tais merecem um destaque especial, se não vejamos.
A prescrição e a decadência, estão previstos no CTN como forma de extinção do crédito tributário, logo resta claro, que a demonstração de referidos institutos dispensam a necessidade da dilação probatória. Dessa forma, a prescrição e a decadência podem ser alegadas em sede de exceção de pré-executividade, sobre o assunto é pacífico o entendimento dos tribunais, conforme verifica-se abaixo:
TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. EXECUÇÃO FISCAL. CABIMENTO. PRESCRIÇÃO. OCORRÊNCIA.
1. Consoante entendimento desta Corte é perfeitamente cabível a oposição de exceção de pré-executividade em execução fiscal, objetivando a decretação da prescrição, desde que não seja necessária dilação probatória, conforme o caso dos autos.
2. Segundo disposto no art. 174, parágrafo único, I, do CTN, com redação anterior à LC n. 118/2005, o prazo de cinco anos para cobrança do crédito tributário é contado da data da sua constituição definitiva, e se interrompe pela citação pessoal feita ao devedor.
3. A suspensão de 180 (cento e oitenta) dias do prazo prescricional a contar da inscrição em Dívida Ativa, prevista no art. 2º, § 3º, da Lei 6.830/80, aplica-se tão-somente às dívidasde natureza não-tributária, porquanto a prescrição do direito do Fisco ao crédito tributário regula-se por lei complementar, in casu, o art. 174 do CTN. 4. A constituição definitiva do crédito se deu em 5.8.1999, e a citação válida, em 10.2.2005. Logo, não há como afastar o decreto de prescrição na espécie, uma vez que decorridos mais de cinco anos entre a constituição definitiva do crédito tributário e a citação válida do devedor. 5. A averiguação da assertiva de que a demora da citação se deu em virtude de falha nos mecanismos da justiça importa análise de matéria fática. Incidência da Súmula 7/STJ. 6. Recurso especial não provido. (RESP 200902176924, MAURO CAMPBELL MARQUES, STJ - SEGUNDA TURMA, 01/09/2010)
PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE ACOLHIDA. EXTINÇÃO PARCIAL DA EXECUÇÃO. CABIMENTO. ART. 20 DO CPC. 1. Nos termos do art. 20, caput, do CPC, o vencido será condenado a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os honorários advocatícios. Dessa forma, será sucumbente a parte que deu causa à instauração de uma relação processual indevida. No caso em questão, haja vista o caráter contencioso da exceção de pré-executividade, a qual foi acolhida integralmente para reconhecer a prescrição dos créditos tributários de cinco dos sete autos de infração executados, é devida a condenação do vencido ao pagamento de honorários advocatícios. Ademais, o trabalho realizado pelo causídico, quando do protocolo e do processamento da exceção de pré-executividade, deve ser retribuído. 2. Quanto ao percentual de fixação dos honorários, é cediço que o magistrado deve levar em consideração o caso concreto em face das circunstâncias previstas no art. 20, § 3º, do CPC, não estando adstrito a adotar os limites percentuais de 10% a 20%. 3. Embargos de divergência providos para condenar o Município de Curitiba ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 5% sobre o valor dos créditos prescritos. (ERESP 200902124124, MAURO CAMPBELL MARQUES, STJ - PRIMEIRA SEÇÃO, 09/04/2010)
PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO. TÍTULO EXTRAJUDICIAL. ARGÜIÇÃO DE PRESCRIÇÃO. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES.
I. É possível em exceção de pré-executividade a argüição de prescrição do título executivo, desde que desnecessária dilação probatória. Precedentes.
II. Recurso conhecido e provido. (RESP 200301294136, ALDIR PASSARINHO JUNIOR, STJ - QUARTA TURMA, 17/05/2010).
De acordo com o artigo 174 do Código Tributário Nacional, a ação para cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva, a prescrição se interrompe pelos despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; pelo protesto judicial; por qualquer ato que constitua em mora o devedor, por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor.
Além da prescrição prevista no artigo 174 do CTN, é comum verificar que os executados também alegam a ocorrência da prescrição intercorrente, tal instituto ocorre quando interrompido o prazo para o ajuizamento da ação, o fisco deixa de promover o andamento da execução, por inércia. 
Ação anulatória de débito fiscal
A ação anulatória de débito fiscal tem natureza desconstitutiva de lançamento e de certidão de dívida ativa que produz uma norma individual e concreta. A ação anulatória pode ser proposta mesmo após o inicio da execução fiscal. 
Na execução fiscal, para que o executado possa manejar embargos à execução precisa garantir o juízo, o que não é necessário para a propositura da ação anulatória de debito fiscal. Nesse sentido, há súmula vinculante n. 28 do STF:
 “É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade do crédito tributário”.
“EXECUÇÃO FISCAL. ANULATÓRIA. PRAZO. EMBARGOS. Cuida-se de recurso especial em que o município recorrente aponta ser inadmissível o executado ajuizar ação anulatória após o transcurso do prazo para oposição dos embargos à execução e ser impossível a aplicação da teoria da causa “madura” porque a controvérsia dos autos demanda a análise de matéria de prova. Explica o Min. Relator que o ajuizamento da ação anulatória de lançamento fiscal é direito do devedor (direito de ação) insuscetível, portanto, de restrição, podendo ser exercido antes ou depois da propositura da ação exacional, não obstante o rito previsto nesses casos ser o da ação de embargos do devedor como instrumento hábil à desconstituição da obrigação tributária, cuja exigência já é exercida judicialmente pela Fazenda. Aponta que a diferença entre a ação anulatória e a de embargos à execução é a possibilidade de suspensão dos atos executivos até seu julgamento. Assim, na ação anulatória, para que haja suspensão do executivo fiscal, assumindo a mesma natureza dos embargos à execução, é necessário o depósito do valor integral do débito exequendo (art. 151 do CTN). Nesse caso, ostenta o crédito tributário o privilégio da presunção de sua legitimidade (art. 204 do CTN). Ressalta ainda que, no caso dos autos, o pedido de ação anulatória não teve a pretensão de suspender a exigibilidade do crédito tributário, mas de desconstituir lançamentos tributários eivados de ilegalidade. Daí haver lícito exercício do direito subjetivo de ação. Por fim, o Min. Relator considerou que, quanto à controvérsia sobre a necessidade de produção probatória, que inviabiliza a aplicação do art. 515, § 3º, do CPC, ela encontra óbice na Súm. n. 7-STJ. Diante do exposto, a Turma conheceu parcialmente do recurso e, nessa parte, negou-lhe provimento. Precedentes citados: REsp 854.942-RJ, DJ 26/3/2007; AgRg no REsp 701.729-SP, DJe 19/3/2009; REsp 747.389-RS, DJ 19/9/2005; REsp 764.612-SP, DJ 12/9/2005, e REsp 677.741-RS, DJ 7/3/2005. REsp 1.136.282-SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 3/12/2009.”
Ação anulatória de débito fiscal e depósito judicial
A propositura da ação anulatória de débito fiscal independe da efetivação de deposito do montante integral do debito, visto que tal exigência limita o direito de ação do contribuinte, bem como contraria o princípio do amplo acesso à justiça, nos termos artigo 5, inciso XXXV, da CF. Exigir o quantia em dinheiro para que a propositura de ação judicial excluirá a oportunidade de acesso ao judiciário o contribuinte que não disponha de recursos financeiros para garantir o débito tributário. Ocorre que, para que haja a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, há necessidade do depósito do montante integral do débito, enquadrando-se na hipótese de suspensão de exigibilidade do crédito tributário prevista no artigo 151, II, do CTN.
“PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC. AJUIZAMENTO DE AÇÃO ANULATÓRIA DO CRÉDITO FISCAL. CONDICIONAMENTO AO DEPÓSITO PRÉVIO DO MONTANTE INTEGRAL. IMPOSSIBILIDADE. VIOLAÇÃO DO ART. 535, II, DO CPC. INOCORRÊNCIA. 1. A propositura de ação anulatória de débito fiscal não está condicionada à realização do depósito prévio previsto no art. 38 da Lei de Execuções Fiscais, posto não ter sido o referido dispositivo legal recepcionado pela Constituição Federal de 1988, em virtude de incompatibilidade material com o art. 5º, inciso XXXV, verbis: "a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito". 2.  "Ação anulatória de débito fiscal. art. 38 da lei 6.830⁄80. Razoável a interpretação do aresto recorrido no sentido de que não constitui requisito para a propositura da ação anulatória de débito fiscal o depósito previsto no referido artigo. Tal obrigatoriedade ocorre se o sujeito passivo pretender inibir a Fazenda Pública de propor a execução fiscal. Recurso extraordinário não conhecido." (RE 105552, Relator Min. DJACI FALCAO, Segunda Turma, DJ 30-08-1985) 3. Deveras, o depósito prévio previsto no art. 38, da LEF, não constitui condição de procedibilidade da ação anulatória, mas mera faculdade do autor, para o efeito de suspensão da exigibilidade do crédito tributário,nos termos do art. 151 do CTN, inibindo, dessa forma,  o ajuizamento da ação executiva fiscal, consoante a jurisprudência pacífica do E. STJ. (Precedentes do STJ: AgRg nos EDcl no Ag 1107172⁄PR, Rel. Ministro  HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 03⁄09⁄2009, DJe 11⁄09⁄2009; REsp 183.969⁄SP, Rel. Ministro  MILTON LUIZ PEREIRA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 21⁄03⁄2000, DJ 22⁄05⁄2000; REsp 60.064⁄SP, Rel. Ministro  DEMÓCRITO REINALDO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 26⁄04⁄1995, DJ 15⁄05⁄1995; REsp  2.772⁄RJ, Rel. Ministro  HUMBERTO GOMES DE BARROS, PRIMEIRA TURMA, julgado em 15⁄03⁄1995, DJ 24⁄04⁄1995) 4. O art. 535 do CPC resta incólume se o Tribunal de origem, embora sucintamente, pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão. 5. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08⁄2008. (STJ- Recurso Especial Nº 962.838 - BA (2007⁄0145215-1), Ministro Luiz Fux, Data  julgamento- 25/11/2009).”
AÇÃO ANULATÓRIA E EXECUÇÃO FISCAL
TJ-MG - Agravo de Instrumento-Cv AI 10000150917946001 MG (TJ-MG) 
Data de publicação: 03/03/2016 
Ementa: Agravo de instrumento - Ação de execução fiscal e anulatória de débito fiscal - Discussão acerca do mesmo crédito tributário - Risco de serem proferidas decisões conflitantes - Conexão configurada - Decisão reformada - Recurso Provido. 1 - A ação de execução fiscal e ação anulatória de débito tributário que tenham como objeto de discussão o mesmo crédito tributário devem ser processadas e julgadas simultaneamente, sob pena de decisões conflitantes. 2 - Precedentes do Colendo Superior Tribunal de Justiça e deste Egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais. 3 - Recurso provido. AGRAVO DE INSTRUMENTO 1.0000.15.091794-6/001 - COMARCA DE BELO HORIZONTE - 4ª VARA DE FEITOS TRIBUTÁRIOS DO ESTADO - AGRAVANTE: M.R. PERFUMARIA LTDA - EPP - AGRAVADO: ESTADO DE MINAS GERAIS 
TRF-4 - APELAÇÃO CIVEL AC 50025142020144047106 RS 5002514-20.2014.404.7106 (TRF-4) 
Data de publicação: 10/12/2015 
Ementa: TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. AÇÃO DESCONSTITUTIVA DO TÍTULO. IDENTIDADE DE AÇÕES ENTRE OS EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL E AÇÃO ANULATÓRIA RELATIVA AO DÉBITO FISCAL. LITISPENDÊNCIA. 1. O Superior Tribunal de Justiça tem entendido que há conexão entre a ação anulatória e a execução fiscal, atribuindo-se à primeira os mesmos efeitos dos embargos. 2. A ação anulatória foi ajuizada antes mesmo da execução fiscal, já objetivando o cancelamento das CDA´s. A União, por sua vez, ajuizou o executivo fiscal e, mesmo após o trânsito em julgado da ação anulatória determinando o cancelamento dos débitos, prosseguiu com a execução, o que levou a parte executada a ajuizar os presentes embargos. 3. Assim, são devidos os honorários advocatícios fixados na sentença. 
Ação declaratória
A ação declaratória, em matéria tributária, tem como traço caraterístico ser uma ação de iniciativa do contribuinte. Por esta ação visa-se obter do poder judiciário a declaração de existência ou inexistência de um direito, ou seja, é através desta ação que o sujeito passivo vai a juízo procurar uma certeza jurídica e conclusiva sobre a existência ou não de determinada obrigação tributária.
A propositura da ação declaratória em matéria fiscal, por si só, não suspende a exigibilidade do tributo, isto é, caso o lançamento tenha sido efetuado antes da propositura da ação ou, mesmo que não tenha sido efetuado o lançamento quando da propositura, o fato da instauração não o torna inexigível e nem suspende as providências formalizadoras (apuração e lançamento)
“(...) Agravo de Instrumento. Ação Declaratória. Antecipação da tutela. Inscrição do devedor no cadastro de inadimplentes. Suspensão do crédito tributário. Expedição de certidão positiva com efeito de negativa. Não é possível a inscrição do contribuinte em registros negativos de crédito enquanto pendente a discussão judicial acerca da legalidade ou da correção do débito que deu causa à sua autuação por iniciativa do credor. Entretanto, descabe a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, quando ausentes as hipóteses legais de que cuida o artigo 151, do Código Tributário Nacional. No mais, o simples fato de o crédito tributário encontrar-se sub judice não significa que tenha o contribuinte direito à obtenção de certidão positiva com efeitos de negativa, o que somente surge com a suspensão de sua exigibilidade ou com a penhora. Agravo parcialmente provido.” (Agravo de Instrumento Nº 70010419125, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Arno Werlang, Julgado em 15/06/2005)
AÇÃO DECLARATÓRIA NO NCPC
“Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração:
I – da existência ou da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica;
II – da autenticidade ou da falsidade do documento;
Art. 20: É admissível a ação meramente declaratória ainda que tenha ocorrido a violação do direito.”
 
O artigo 19 NCPC trata da ação declaratória pura, como lembra-nos Vitor Cassone e Maria Eugenia Teixeira Cassone. Em matéria tributária, a ação declaratória busca declarar a existência ou inexistência de uma relação jurídica entre o fisco e contribuinte.
 
James Marina conceitua a ação declaratória em matéria tributária como sendo “(...) a ação antiexacional imprópria, de rito ordinário, aforada pelo contribuinte em face da Fazenda Pública ou em face de ente que exerça funções parafiscais, com a finalidade de ver reconhecida judicialmente (declarada) a existência, a forma (declaração positiva) ou a inexistência (declaração negativa) de determinado vínculo jurídico-obrigacional de caráter tributário com o escopo de promover o acertamento da relação fiscal manchada pela incerteza.”
CASSONE, Vitorio; CASSONE, Maria Eugenia Teixeira. Processo Tributário: teoria e prática. 3. ed. rev., reform. e ampl. São Paulo: Atlas, 2002, p. 190.
MARINS, James. Direito Processual Tributário Brasileiro (Administrativo e Judicial). 3. ed. São Paulo: Dialética, 2003, p. 397.
STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 125205 SP 1997/0020772-2 (STJ) 
Data de publicação: 03/09/2001 
Ementa: Tributário e Processual Civil. Ação Declaratória Visando Crédito Fiscal Constituído. CTN , art. 142 . CPC , art. 4º. 1. A ação declaratória pressupõe um crédito fiscal ainda não constituído. Após a sua constituição formal, a hipótese será de ação anulatória. 2. Recurso provido. 
Encontrado em: 5231 -MS DESCABIMENTO, AÇÃO DECLARATORIA, INEXISTENCIA, RELAÇÃO JURIDICA, POSTERIORIDADE, CONSTITUIÇÃO... DO CREDITO TRIBUTÁRIO, DECORRENCIA, EXISTENCIA, LANÇAMENTO DEFINITIVO, CABIMENTO, AÇÃO ANULATORIA 
TJ-DF - 20140111069819 0025137-70.2014.8.07.0018 (TJ-DF) 
Data de publicação: 15/06/2016 
Ementa: DIREITO INTERTEMPORAL. REGÊNCIA CPC /73. CONSOLIDAÇÃO. TRIBUTÁRIO. PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. AÇÃO DECLARATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. CRÉDITO FISCAL CONSTITUÍDO. VIA INADEQUADA. 1. A Lei 13.105 /15, em vigor desde 18 de março de 2016, não se aplica à análise de admissibilidade e mérito dos recursos interpostos contra decisão publicada antes desta data. Inteligência do Enunciado Administrativo n. 2 do Superior Tribunal de Justiça. 2. A ação declaratória pressupõe um crédito fiscal ainda não constituído. Após a sua constituição formal, a hipótese será de ação anulatória. (precedentes do Superior Tribunal de Justiça). 3. In casu, impossível a desconstituição do ato constitutivo do crédito tributário mediante ação meramente declaratória, a qual está adstrita ao elencado no artigo 4º do Código de Processo Civil /1973. 4. Recurso conhecido e desprovido
Ação de repetição de indébito tributário
Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos:I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido;
        II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento;
        III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
A ação de consignação em pagamento tributária, ou simplesmente ação consignatória tributária, possui natureza de ação declaratória, de modo que é pretensão do autor de que o juiz declare que o depósito ora realizado em consignação tenha, afinal, extinguido seu débito. Funda-se, ademais, no direito à quitação de que é titular o sujeito passivo da obrigação tributária, que poderá ajuizá-la nas hipóteses especificamente previstas no artigo 164 do Código Tributário Nacional.
A consignação em pagamento é, portanto, segundo Pablo Stolze Gagliano, “o instituto jurídico colocado à disposição do devedor para que, ante o obstáculo ao recebimento criado pelo devedor ou quaisquer outras circunstâncias impeditivas do pagamento, exerça, por depósito da coisa devida, o direito de adimplir a prestação, liberando-se do liame obrigacional”.
A doutrina pátria se manifesta sobre o tema com o seguinte posicionamento, segundo entendimento do professor Eduardo Sabbag, na sua obra Manual de Direito Tributário, publicado pela Editora Saraiva: 
“Pagar um tributo não é apenas um dever mas também um direito. Essa é a razão pela qual existe ação própria para proteger tal direito do sujeito passivo, em certas circunstâncias, dele obstativas, evitando-se que se faça um pagamento inadequado – a ação de consignação em pagamento, comumente chamada “consignatória”.[...] No âmbito tributário, a consignatória assegura o direito de bem pagar o tributo, em decorrência de uma resistência oferecida pelo credor ou em virtude da existência de uma pretensão de mais de um credor em perceber a indigitada exação a ser quitada. (2011, pg. 1114)
No mesmo sentido, seguem apresentadas algumas decisões do Egrégio Superior Tribunal de Justiça consolidando os aspectos processuais de dita ação:
TRIBUTÁRIO - CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO - CABIMENTO - IPTU E TAXAS DE CONSERVAÇÃO E LIMPEZA - MUNICÍPIO DE CAMPINAS (SP) - PAGAMENTO PARCELADO DO IPTU INDEPENDENTE DA QUITAÇÃO DAS TAXAS DISCUTIDAS - APLICAÇÃO DO ART. 164, I DO CTN - INCONSTITUCIONALIDADE DAS REFERIDAS TAXAS RECONHECIDA PELO STF - PRECEDENTES.
- É cabível a ação consignatória para pagamento dos valores devidos a título de IPTU, independentemente do recolhimento das taxas de coleta e remoção de lixo e de combate a sinistros, constantes dos mesmos carnês de cobrança, desde que o contribuinte entenda indevida a cobrança das referidas taxas e pretenda discuti-las judicialmente.
- Inteligência do art. 164, I do CTN.
- O STF pacificou o entendimento no sentido de que são inconstitucionais as taxas nomeadas, por não terem por objeto serviço público divisível, mensurável e específico, devendo ser custeado por meio do produto da arrecadação dos impostos gerais.
- Recurso especial conhecido e provido.
(Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça - RECURSO ESPECIAL Nº 169.951 - SP (1998⁄0024070-5), Relator: Ministro Francisco Peçanha Martins, DJ 28/02/2005). 
"Art. 164 CTN - A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos:
I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória;
II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal;
III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador.
§ 1º - A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe pagar.
§ 2º - Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis."
Busca-se, pois, efetuar-se o pagamento em juízo, uma vez que:
a)  o Fisco tenha recusado o pagamento da prestação tributária, subordinando-o ao recebimento de outra prestação (relativo a tributo ou multa) ou ao cumprimento de obrigação acessória, com o sem fundamento legal (I e II);
b) duas ou mais pessoas jurídicas exijam tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador (inc. III).
Na primeira situação, “embora o legislador tenha procurado arrolar casos específicos de não recebimento da prestação pecuniária pelo Fisco, tem-se que qualquer que seja o motivo da recusa, caberá ação consignatória tributária”
A outra hipótese de cabimento da ação consignatória é a de exigência por mais de uma entidade tributante, de tributos sobre o mesmo fato gerador.
Art. 542 NCPC Na petição inicial, o autor requererá:
I – o depósito da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no prazo de 5 (cinco) dias contados do deferimento, ressalvada a hipótese do art. 539, § 3º;
II – a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação.
Parágrafo único. Não realizado o depósito no prazo do inciso I, o processo será extinto sem resolução do mérito
Art. 544 Na contestação, o réu poderá alegar que:
I – não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida;
II – foi justa a recusa;
III – o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento;
IV – o depósito não é integral.
Parágrafo único. No caso do inciso IV, a alegação somente será admissível se o réu indicar o montante que entende devido.
Art. 545 Alegada a insuficiência do depósito, é lícito ao autor completá-lo, em 10 (dez) dias, salvo se corresponder a prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato.
§ 1º No caso do caput, poderá o réu levantar, desde logo, a quantia ou a coisa depositada, com a consequente liberação parcial do autor, prosseguindo o processo quanto à parcela controvertida.
§ 2º A sentença que concluir pela insuficiência do depósito determinará, sempre que possível, o montante devido e valerá como título executivo, facultado ao credor promover-lhe o cumprimento nos mesmos autos, após liquidação, se necessária.
Art. 547 Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento, o autor requererá o depósito e a citação dos possíveis titulares do crédito para provarem o seu direito.
Art. 548 No caso do art. 547:
I – não comparecendo pretendente algum, converter-se-á o depósito em arrecadação de coisas vagas;
II – comparecendo apenas um, o juiz decidirá de plano;
III – comparecendo mais de um, o juiz declarará efetuado o depósito e extinta a obrigação, continuando o processo a correr unicamente entre os presuntivos credores, observado o procedimento comum
MANDADO DE SEGURANÇA
O mandado de segurança pode ser impetrado pelo contribuinte desde que tenha um direito líquido e certo ou lesado/ameaçado por ato de autoridade.
Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
A Constituição Federal, no título dos direitos e garantias fundamentais, prevê no artigo 5º, inciso LXIX, o mandado de segurança, que será concedido para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
Direito líquido e certo, protegível mediante mandado de segurança, é aquele cuja demonstração independe de prova. Sabe-se que todo direito (subjetivo) resulta da incidência de uma norma. Resulta, pois, do binômionorma-fato. Para que o direito seja líquido e certo basta que o fato do qual resulta seja incontroverso. A controvérsia quanto à norma não lhe retira a liquidez e certeza. O mandado de segurança pode ser impetrado para atacar o ato lesivo ou a ameaça de sua prática. Neste último caso diz-se que a impetração é preventiva (MACHADO, 2004)
Pois bem, havendo a possibilidade de impetrar o mandado de segurança, é imprescindível que o contribuinte possua a prova pré constituída, documentos suficientes que demonstrem o seu direito líquito e certo, posto que sua disciplina não admite dilação probatória, até mesmo por ser medida mais célere. 
Liminar: Em sede de mandado de segurança, exceto quando se tratar de compensação de créditos tributários, de entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, de reclassificação ou equiparação de servidores públicos e de concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza (artigo 7, § 2º da Lei), poderá ser concedida a medida liminar, conforme artigo 7, inciso III, da Lei, desde que demonstrado o fumus boni iuris e o periculum in mora, ou seja, mais uma vez a celeridade e a necessidade da prova pré constituída se manifestam, haja vista que para a concessão da medida liminar, o contribuinte, além de provar o seu direito líquido e certo, deverá justificar que a ausência da liminar provocará dano irreparável ou de difícil reparação.
Ao juiz, é facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento.
Sendo deferida a liminar, determina o § 4º do artigo 7 da Lei, que o processo terá prioridade de julgamento, e ainda, o contribuinte estará garantido pela suspensão da exigibilidade do crédito tributário, conforme artigo 151, inciso IV, do Código Tributário Nacional
Destarte, caso haja iminência de sofrer lesão ao direito líquido e certo, o contribuinte poderá preventivamente, como por exemplo, antes do lançamento, impetrar o mandamus, e sendo o caso, requerer a medida liminar com o fito de suspender a exigibilidade do crédito tributário, da mesma forma que, ocorrendo o ato coator, o contribuinte poderá se utilizar do remédio constituicional, observando o artigo 23 da Lei, que determina a extinção do direito de requerer o mandado de segurança no prazo de 120 dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. 
Além de natureza de ação civil e constitucional do mandado de segurança, vários fatores a seguir enumerados justificam a sua utilização:
a) Caráter vinculado dos atos, com o lançamento, a inscrição, a expedição de certidões, que induz ao exame amplo pelo Poder Judiciário;
b) Preferência no julgamento, com exceção do habeas corpus;
c) A possibilidade de suspensão liminar de ilegalidade ou abuso;
d) Ausência se sucumbência e o menor rigor quanto ao controle do valor da causa, minimizando a antecipação das custas;
e) A admissão da modalidade preventiva, possibilitando ao impetrante de boa-fé, mas inquieto quanto à solução do litígio, antecipar-se à imposição de sanções e inscrições e cobranças do passivo fiscal;
f) Rito simplificado, pouco oneroso e tendente ao rápido desate, aliado ao efeito meramente devolutivo da apelação interposta em fase da sentença de procedência. As peculiaridades dessa ação favorecem o seu manejo na órbita fiscal, uma vez que seus requisitos e seu trâmite se ajustam com precisão às necessidades tributárias que, frequentemente, envolve a proteção a direito líquido e certo.
Hipóteses elencadas no artigo 5º da Lei, em que não se concederá o mandado de segurança: 
Art. 5º Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: 
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; 
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
III - de decisão judicial transitada em julgado. 
Mandado de Segurança Coletivo em Matéria Tributária
Direito coletivo, pra fins de mandado de segurança coletivo, é o poder de ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional e por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelos menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros e associados, como diz a Constituição (art. 5º, LXX, “a” e “b”), 
Vicente Greco Filho aponta que o mandado de segurança coletivo terá grande utilidade nas ações relativas a direitos de contribuinte, em matéria tributária. 
Já se admitiu que o Sindicato da Indústria da Construção Civil impetrasse segurança coletiva para discutir contribuição social sobre o lucro líquido da Lei 7.689/88 (RE 157234-DF, rel. in. Marco Aurélio, j. 12.06.95).
Assim, a Federação da Indústrias de um Estado, por exemplo, pode impetrar mandado de segurança coletivo para impugnar o ato administrativo que aumente alíquotas do IPI, que repute ilegal ou inconstitucional, mesmo que nem todos os associados sejam contribuintes do referido imposto, ou que o aumento das alíquotas não tenham abrangido todos os produtos e assim algum associado, mesmo contribuinte do IPI, não tenha tido direito seu afetado pelo ato atacado.

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