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Os contratualistas

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Os contratualistas, descreveram diversas formas de como o indivíduo se insere na sociedade e as relações entre ele e o Estado, e o porquê de largarem um modo de vida livre para ou se submeterem ou apenas manterem seu modo de vida do estado de natureza. Tomando como exemplo os Estados Unidos, ou a terra da “liberdade”, nesta premissa se encontra um dos maiores paradoxos existentes na nossa atualidade, pois desde o século passado, vemos diversas situações em que um segmento da população americana, não teve direitos, igualdade e nem a liberdade para decidir se era melhor sair do estado de natureza ou não, tornado possível a discussão se realmente é a terra da liberdade, mencionando se os cidadão tem a chance de se sentirem iguais.
Tocquevile, em seus estudos sobre a democracia americana, crítica o fato que a democracia não só apresentava grandes disparidades em nível econômico, mas sim racial e cultural, demonstra que algum segmento da população não era integralmente respeitado. Esse segmento era os negros recém abolidos da escravidão, graças a 13º emenda que “Não haverá, nos Estados unidos ou em qualquer lugar sujeito a sua jurisdição, nem escravidão, nem trabalhos forçados, salvo como punição de um crime pelo qual o réu tenha sidos devidamente condenado”, a princípio essa emenda foi responsável pela liberdade dos negros, mas ela tem um brecha que fora muito bem explorada (para tirar a liberdade e instaurar o caos), não só pelos políticos mas também por corporações cujo interesses eram mais importantes que a própria vontade da nação.
O EUA, após a libertação dos escravos e da guerra civil, precisavam de mão de obra para reconstruir as cidades, e a partir disso começou o maior reformulação da escravidão. Os presos eram tratados como escravos para serviço. E para continuar com esse esquema, foi usada a mídia, nesse caso o cinema, para o controle da população (que não era bem instruída), rotulando a cada momento que o homem branco era superior e civilizado e o negro era animalizado e criminalizado, logo um agressor, essa rotulação foi imposta a sociedade racista da época o “mito” que foi muito bem utilizada para começar a caça brutal aos negros (klu klux klan), graças a isso ocorreu diversas migrações para não serem linchados.
O governo por sua vez, incentivava o dualismo, onde tanto negros quanto brancos temias pelas suas vidas acreditando que um grupo passaria atacar o outro, mas apenas um lado por ter poder do seu lado, realmente atacava, os brancos. Esse pensamento é muito parecido com a teoria do Hobbes sobre seu estado de natureza “O estado de natureza é uma condição e guerra, porque cada um se imagina (com razão ou sem) poderoso, perseguido, traído”(Renato Jaime Ribeiro, 2001), graças a isso o homem branco se sentia poderoso e perseguido e os negros traídos, por não conseguirem a tão sonhada liberdade, e vale também lembrar o Estado tem a função de proteger os direitos naturais dos indivíduos, a saber, a vida pois os indivíduos deram a sua liberdade e direitos ao Estado, e este não cumpriu com o combinado para uma das partes, logo causando um alongamento do racismo com uma nova característica a segregação racial.
Essa segregação e a falta de direitos, gerou o começo da luta por reconhecimento como seres humanos, um dos exemplos foi o Martin Luther King Jr, um ativista, considerado perigoso ao estado por reivindicar os direito civis aos negros. Entretanto quanto mais lutassem o governo também respondia, e a resposta era com uma mudança no discurso que não atacava mas aos negros mas ao medo dos americanos, um racismo mais velado e como antigamente a imagem do negro era vista como um criminoso em potencial, criou-se a guerra contra o crime, que logo se tornou uma espécie de terrorismo, começando uma guerra onde tantos brancos como negros procuram se proteger de uma ameaça não eminente, um exemplo é o a contra resposta a essa ofensiva dos brancos era Malcom X. 
Para justificar e remodelar as formas de prender e perseguir os negros, se instaurou a guerra contra as drogas, essas lei mostram claramente que era não só desigual e feitas para a parte mais pobre da sociedade mas também que as penas não eram igualitárias, isso mostra que o executivo e o legislativo abusaram do poder diversas vezes com a premissa de proteger seus cidadãos mas o objetivo era outro. Nas campanhas eleitorais expressa de forma explicita como os políticos usaram o medo e as clivagens sociais existentes para ter a chance de ganhar, usavam a premissa de que seu adversário não tenha boas leis ou leis frágeis para ganhar credibilidade, mas no final todas as promessas e campanhas eram para um mesmo fim. Podemos fazer um intertexto com o Brasil em 2018, onde os candidatos tem apoio de diversos segmentos por causa do aumento da criminalidade, principalmente no Estado do Rio de Janeiro, nos EUA e na Europa aconteceram o mesmo.
As leis impostas, principalmente para o crack que tinha uma pena severíssima só serviram para aumentar ainda mais as disparidades sociais e o número de presos, a prisão a partir da década de 70 teve uma explosão assustadora do número de detentos, muitos lutaram contra o sistema ( nesse momento não eram só os negros por causa de líderes que conseguiram unificar algumas pessoas) e todos foram considerados criminosos (de alta periculosidade) e por causa disso inúmeros líderes e ativistas foram perseguidos, exilados ou mortos pelas instituições do Estado como a polícia, Tocqueville em seu pensamento descreve que a liberdade é frágil mas a igualdade não e ainda “Isso porque o verdadeiro sustentáculo da liberdade está posto na ação política dos cidadãos e na sua participação nos negócios públicos” (Célia Galvão Quirino, 2001), esse pensamento não contava com as instituições e o Estado atacando massivamente qualquer forma de protesto ou alerta sobre a violação que fizeram nos direitos humanos nos negros, assim matando qualquer foco ou chance de tentar mudar a realidade que os cerca e criando uma geração fraca de ir à luta por seus direitos, essa era praticamente uma ditadura da maioria, onde uma maioria controlada por uma minoria elitista.
A prisão é o oposto da sociedade e nos Estados Unidos é bem difícil de sair por causa das prisões perpetuas, nela possui tudo de péssimo e ainda tira seus direitos de cidadão, dificultando ainda mais quem por ventura consegue sair, manchando sua vida como um eterno criminoso e não mais um cidadão, os prisioneiro sofrem para achar empregos e mesmo que a cadeia tenha função de resocialisar, ela não faz, apenas é usada como uma forma de punição em uma sociedade que instaurou o direito penal um vingador. Porém ela é útil ao Estado principalmente por gerar lucro, e esse lucro provém da privatização das cadeias que teve como apoio uma corporação que apoiava os políticos para que criassem leis que tivesse a consequência do aumento das prisões e do número de prisioneiros, nesse momento vemos que, uma pessoa jurídica e um interesse individual guiado pelo lucro foi mais importante que os direitos fundamentais da população negra e carcerária, e a representação não foi como os seus eleitores esperavam porque eram apenas controlados cujo fim era dar algumas vantagens a corporação e que o associava. 
Após essa toda problemática por causa dos interesses que empresas tiveram, o foco agora foi outro, conseguiram mais uma vez reformular a segregação adicionando imigrantes (latinos), agora as prisões privadas, que vale lembrar tem uma distinção enorme entre brancos (minoria) e negros (maioria) segrega mais um ‘‘grupo”, isso mostra o quão forte é a ideologia criada em torno de qualquer tipo de pessoa que seja contrária aos seus ideias ou cor, não são livres e sempre serão importunados. Vale a pena citar que Rousseau, contratualista que também analisa a sociedade, ele diz que “O homem é bom por natureza, mas a sociedade o corrompe” essa frase descreve o que acontece desde a escravidão até a prisão, pois a desde o início as pessoas mais instruídas corrompem os cidadãos a acreditarem que são superioresa outros e que merecem ser escravizados, mas quando conseguem a liberdade vem outras problematizações que não acrescentam em nada para a evolução da sociedade apenas gerando mais problemas, e se pensar que o Estado ou estado de sociedade tem função de intervir, pelo contrário ela perpetua as desigualdades, como vemos a social, econômica e racial pois chegou num desnível que nem na lei somos iguais tornando uma realidade horrível de viver, um conceito de contrato social é que o homem perde a sua liberdade natural para ganhar a civil, a liberdade neste caso seria a possibilidade de votar e de criar leis, as duas que foram negadas por causa da segregação e por causa da corrupção presente no governo onde as corporações eram quem decidiam as leis mais importantes, o capitalismo triunfou perante a representatividade e a confiabilidade nos eleitores, assim, até quem tinha a ilusão de ser livre, levando por base este pensamento era livre mas em partes.
Por fim, o documentário a 13° emenda, é excelente para poder repensar sobre a realidade da sociedade atual, antes os negros eram tratados como uma forma de propriedade, mesmo após várias lutas por liberdade, para ter direitos civis, mas sempre tem um grupo contrário que não sofre os desafios de ser ou negro, homossexual, imigrante ou mulher. A cada época se tornar mais difícil conseguir emprego e viver com esses preconceitos que estão instaurados na nossa sociedade, a falta de igualdade presente, por exemplos, nas escolas públicas com as particulares ou as econômicas são um exemplo das dificuldades que a democracia e o contrato social não dão conta, se fossem levar em conta que o Estado deve proteger a nossa vida, muito mal conseguiria, as disparidades só aumentam e as insatisfações também, mas não conseguimos olhar para o bem comum e sim para os interesses pessoais ou de classes, firmemente demonstrada nas eleições em que preferem o candidato que atenta as nossas vontades. E sobre a liberdade, ela foi difícil de conseguir, e mesmo conseguindo algumas pessoas preferem a perder a liberdade para ter segurança “O preço da liberdade é a vigilância” vive-se em uma sociedade que os celulares e diversos aplicativos, instituições e pessoas monitoram o pensar, agir e viver, parece que a liberdade é falsa e está sempre à mercê de controle, ou por parte das fake News ou por parte da ditadura da maioria, em que se não estiver na maioria, não tem voz e nem opinião, e é excluído por ser diferente dentre os “normais” e sofrem com discursos de ódio, assim não se ouve mais quem clama por seus direitos e reconhecimentos por causa de pensamentos retrógrados de caráter excludente que degrada a imagem moral incitando a violência como aconteceu e acontece com os negros, imigrantes, homossexuais e as mulheres.

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