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Resuminho Anti-Colinesterásicos

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Anti-colinesterásicos
As ações da acetilcolina no SNA são terminadas pela hidrólise enzimática da molécula. A enzima responsável por essa hidrólise é a acetilcolinesterase que está presente em altas concentrações nas sinapses colinérgicas. Os colinomiméticos de ação indireta têm seu efeito primário no sítio ativo dessa enzima, embora alguns também apresentem ações diretas em receptores nicotínicos. As diferenças principais entre os membros do grupo são químicas e farmacocinéticas, suas propriedades farmacodinâmicas são muito parecidas.
Química e farmacocinética
Existem 3 grupos de inibidores da colinesterase:
Alcóois simples que contém um grupo de amônio quaternário (ex: edrofônio);
Ésteres de ácido carbâmico de álcoois que contem grupos de amônio quaternário ou terciário (carbamatos, ex: neostigmina);
Derivados orgânicos do ácido fosfórico (organofosforados, ex: ecotiofato).
Absorção, distribuição e metabolismo:
A absorção dos carmabatos se dá melhor por injeção parenteral, pois sua carga positiva os torna apolares, sua distribuição belo SNC é irrisória (insignificante). A fisostigmina, diferente dos outros carmatos, é bem absorvida em todos os sítios e pode ser usada topicamente no olho (uso terapêutico para glaucoma). Os carbamatos são considerados estáveis em solução aquosa mas podem ser metabolizados por esterases inespecíficas no corpo. A duração de seu efeito é determinada pela estabilidade do complexo inibidor-enzima e não pelo metabolismo ou secreção.
Os anti-colinesterásicos organofosforados (exceto o ecotiofato) são bem absorvidos pela pele, pulmão, intestino e conjuntiva. O ecotiofato é bastante polar e mais estável que a maioria dos outros organofosforados, podendo ser preparado em solução aquosa para uso oftálmico. Todos os organofosforados, exceto o ecotiofato, são distribuídos para todas as partes do corpo, inclusive o SNC, por isso, toxicidade para o SNC pe um componente importante de envenenamento com esses agentes.
Farmacodinâmica
Mecanismo de ação: A acetilcolinesterase é o alvo primário, mas a butirilcolinesterase também é inibida. Na etapa catalítica inicial, a acetilcolina liga-se ao sítio ativo da enzima e é hidrolisada, gerando colina livre e enzima acetilada. Na segunda etapa, a ligação acetil-enzima é rompida com a adição de água. Todos os inibidores da colinesterase aumentam a concentração de acetilcolina endógena nos colinoceptores por inibição da acetilcolinesterase .
O primeiro grupo, consiste em álcoois quaternários. Esses ligam-se reversivelmente impedindo o acesso da acetilcolina. O complexo inibidor-enzima não possui uma ligação forte, e por isso, possui uma vida correspondentemente curta (entre 2 e 10 minutos).
O segundo grupo consiste em ésteres carbamatos. Esses agentes sofrem uma sequência de hidrólise em duas etapas, e tem a duração de ação considerada média (entre 30 minutos e 6 horas).
O terceiro grupo são os organofosforados. Esses sofrem ligação inicial e hidrólise pela enzima, resultando em um sítio ativo fosforilado. A ligação fósforo-enzima é muito estável e então sua duração de ação é longa (centenas de horas). 
Os organofosforados são referidos como inibidores irreversíveis a colinesterase e os outros dois grupos como reversíveis por causa da diferença acentuada quanto à duração de ação.
Efeitos nos sistemas orgânicos
SNC: em baixas concentrações causam ativação difusa ao eletroencefalograma, em concentrações altas, causam convulsões que podem ser seguidas por coma e parada respiratória.
Olho, trato respiratório, TGI, trato urinário: são efeitos similares aos agonistas colinérgicos.
Sistema cardiovascular: bradicardia, contratilidade atrial diminuída e alguma redução da contratilidade ventricular. Os anti-colinesterásicos tem efeitos mínimos por ação direta sobre músculos lisos vasculares porque a maioria dos leitos vasculares tem pouca inervação colinérgica. Em doses moderadas, causam aumento da resistência vascular sistêmica e da pressão sanguínea, bradicardia modesta . Em doses tóxicas ocorre bradicardia acentuada, débito cardíaco diminui e sobrevém a hipotensão. 
Junção neuromuscular: em concentrações terapêutias prolongam e intensificam as ações da acetilcolina liberada de maneira fisiológica, aumentando a força de contração, sobretudo em músculos engraquecidos por agentes bloqueadores neuromusculares. Em concentrações tóxicas, pode ocorrer fibrilação das fibras musculares e fasciculaçoes que envolvem toda a unidade motora. Alguns carbamatos (NEOSTIGMINA, principalmente) tem efeito agonista nicotínico direto adicional na junção neuromuscular.
Usos clínicos
Glaucoma (forma de colírio): demecário, ecotiofato, fisostigmina;
Miastenia gravis: ambenôniom edrofônio e neostigmina; 
Reversão do bloqueio neuromuscular competitivo (fármacos bloqueadores neuromusculares): neostigmina, edrofônio e piridostigmina.
Intoxicação e regeneradores da acetilcolinesterase
Pralidoxima e obidoxima;
Diacetil monoxima (cruza a barreira hematoencefálica).

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