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A Conquista dos Sertões Cearenses

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A Conquista dos Sertões Cearenses 
 - A Pecuária - 
 
 A conquista dos sertões cearenses foi a partir da segunda metade do século 
XVII, em função da pecuária, que inicialmente era uma atividade restrita ao 
litoral de Pernambuco e Bahia. 
 As razões que possibilitaram a colonização do interior do “Siará” e do 
Nordeste foram: 
• Crescimento da população açucareira 
• Aumento do número de rebanhos bovinos (dificultando ou prejuízos 
para o plantio da cana-de-açúcar) 
• O incentivo do próprio governo português com a Carta Régia em 1701, 
que proibia a criação de gado a menos de 3 metros da costa (para que 
no litoral de Pernambuco e Bahia apenas se cultivasse a cana). 
 A conquista dos sertões aconteceram por duas rotas: Sertão-de-fora, 
dominados por pernambucanos vindos pelo litoral; e Sertão-de-dentro, 
dominados por baianos. Essas rotas se encontravam no Ceará, com os colonos 
ocupando inicialmente o litoral e daí os rios Jaguaribe e Acaraú. 
 A terra era obtida através da requisição às autoridades de cartas de 
sesmarias, o que deu margem a formação de latifúndios cearense. 
 Quem mais sofreu nessa “conquista”, foram os índios ━ exterminado ou 
expulso para dar espaço para os currais de gado. Ou também, os índios foram 
jogados em aldeamentos, áreas onde eram construídas aldeias artificiais nas 
quais padres jesuítas os catequizavam, “civilizando-os”. Os aldeamentos 
também tinha função militar ━ dalí o índio ‘manso’ era levado para combater 
os índios ‘selvagens’. 
 É claro que os índios lutaram contra os invasores, como na Guerra dos 
Bárbaros, quando os nativos lutaram por quase 50 anos contra os 
conquistadores. Acabaram derrotados, massacrados ou escravizados. 
 O grande símbolo associado aos sertões, foi o vaqueiro. Mestiço, branco 
pobre, negro livre ou escravo, índio submetido. Conhecedor da fauna e da 
Flora, cuidava da fazenda na ausência do senhor. Não recebia salário, era pago 
no sistema de Quarteação. 
→ Na quarteação, o vaqueiro após trabalhar certo tempo na fazenda, 
recebia uma cria de cada quatro nascidas anualmente. Assim, com o 
tempo, poderia o vaqueiro fundar sua própria fazenda. 
 Pouco usou-se o negro escravo na pecuária cearense, devido ao alto preço 
dos africanos e a grande oferta de mão-de-obra sertaneja livre, barata e 
ociosa. Usado em pequena escala no pastoreio, o negro foi empregado mais 
nas atividades domésticas e artesanais. 
 
CIVILIZAÇÃO DO COURO 
 
 A baixa rentabilidade da pecuária ensejava o uso do couro para a fabricação 
de utensílios do dia-a-dia sertanejo ━ chapéus, roupas, etc. 
 
OUTRAS ATIVIDADES ECONOMICAS COLONIAIS 
 
1.1. Charque 
 
 As oficinas de charque aqui encontraram um ambiente propício. O vento 
constante, a baixa umidade do ar e o acesso as fontes salinas garantiram boa 
secagem do produto. 
 As oficinas encontravam-se na região litorânea, próxima aos rios, onde 
levavam a carne seca em sumacas a Recife, Salvador e até o Rio de Janeiro. 
Assim, destacaram-se como grandes centros charqueadores: 
 Aracati -> Rio Jaguaribe 
 Sobral e Acaraú -> Rio Acaraú 
 Granja e Camocim -> Rio Coreaú 
 O charque trouxe mudanças para o Ceará. Teve uma divisão de trabalho na 
capitania, uma maior interação política, cultural e comercial entre sertão e 
litoral, um crescimento do pequeno mercado interno local, o enriquecimento 
de latifundiários e comerciantes e o crescimento de centros urbanos como 
Aracati (o principal núcleo charqueador e mais importante cidade do Ceará até 
pelo menos metade do século XIX). 
 Essa atividade do charque dominou o comércio cearense por todo o século 
XVIII. 
 
1.2. Cotonicultura 
 
 O algodão já era cultivado pelos índios antes da invasão portuguesa. Com a 
colonização, passou a ser cultivado como atividade de subsistência nas 
fazendas. 
 Foi a partir do final do século XVIII que se desenvolveu a cotonicultura no 
Brasil e no Ceará. Isso devido aos bons preços do algodão no mercado 
internacional e á demanda da Inglaterra. Os preços também subiram devido a 
desorganização da produção dos Estados Unidos, que viviam a Guerra de 
Secessão (1861-65). 
 Assim como na pecuária, também não foi muito usada a mão-de-obra 
escrava no cultivo do algodão cearense. 
 O algodão e a pecuária, acomodaram-se uma a outra, dando assim origem 
ao Binômio gado-algodão. A rama do algodão servia de alimento para o boi, e 
o gado adubava a terra com esterco. 
 O plantio do algodão beneficiou Fortaleza, que passou a crescer a passos 
largos, superando Aracati (ainda abalado com a crise do charque). 
 A expansão da cotonicultura no Ceará foi fundamental para separar Ceará de 
Pernambuco em 1779. 
 Contudo, com a recuperação da cotonicultura nos Estados Unidos, o algodão 
e por consequência o próprio Ceará, entrou em crise, o que contribuiu para o 
envolvimento do Ceará em movimentos com “Revolução Pernambucana” e na 
“Confederação do Equador”.

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