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16 AGRAVO CONTRA DECISÃO QUE INDEFERIU PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA EM AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE CUMULADA COM ALIMENTOS

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7.16	Agravo contra decisão que indeferiu pedido de tutela provisória em ação de investigação de paternidade cumulada com alimentos (alimentos provisórios)
7.16.1	Agravo de instrumento
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
C. E. S., brasileiro, menor impúbere, representado por sua genitora A. L. da S., brasileira, solteira, empregada doméstica, portadora do RG 00.000.000-SSP/SP e do CPF 000.000.000-00, sem endereço eletrônico, residente e domiciliada na Rua Francisco Lima Cabral, nº 00, Vila Natal, cidade de Mogi das Cruzes, CEP 00000-000, por seu Advogado, que esta subscreve (mandato incluso), com escritório na Rua João Vicente Amaral, nº 00, Centro, Mogi das Cruzes-SP, CEP 00000-000, onde recebe intimações (e-mail: gediel@gsa.com.br), vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, não se conformando, data venia, com a respeitável decisão do Meritíssimo Juiz de Direito da Terceira Vara Cível da Comarca de Mogi das Cruzes, expedida nos autos do processo de ação de investigação de paternidade cumulada com alimentos que move em face de R. F. C., da mesma agravar por instrumento, com pedido liminar, observando-se o procedimento dos arts. 1.015 a 1.020 do Código de Processo Civil, em conformidade com as inclusas razões.
Para tanto, junta cópia dos seguintes documentos: petição inicial, procuração ad judicia do agravante e do agravado, declaração de pobreza, contestação, procuração ad judicia do réu, exame de DNA positivo, decisão agravada, certidão de intimação. Registre-se, ainda, que o agravado encontra-se representado nos autos pelo seguinte advogado: Dr. E. V. de M. J., OAB/SP 00.000, com escritório na Rua Brás Cubas, nº 00, sala 00, Centro, cidade de Mogi das Cruzes-SP, CEP 00000-000.
O subscritor da presente petição DECLARA, sob as penas da lei, que todas as cópias que formam o presente instrumento CONFEREM com os originais (art. 425, IV, CPC).
Requer, outrossim, a concessão dos benefícios da justiça gratuita, por ser pessoa pobre na acepção legal do termo, conforme declaração de pobreza já juntada aos autos e reproduzida neste instrumento.
Requer, portanto, seja o presente recurso recebido e regulamente processado.
Termos em que,
p. deferimento.
Mogi das Cruzes/São Paulo, 00 de junho de 0000.
Gediel Claudino de Araujo Júnior
OAB/SP 000.000
RAZÕES DO RECURSO
Processo nº 0000000-00.0000.0.00.0000
Ação de Investigação de Paternidade cc Alimentos
Terceira Vara Cível do Foro de Mogi das Cruzes-SP
Agravante: C. E. S. 
Agravado: R. F. C. 
Egrégio Tribunal
Colenda Câmara
Dos Fatos:
O agravante ajuizou ação de investigação de paternidade cumulada com alimentos buscando compelir o agravado a reconhecer a sua paternidade em face dele, assim como estabelecer o valor mensal da pensão alimentícia.
Recebida a exordial, o réu foi citado e contestou o feito. Saneado o processo, determinou-se a realização de exame de DNA pelo IMESC, sendo o resultado juntado nos autos, fls. 41/49.
Confirmada a paternidade (probabilidade de paternidade é de 99,999999%), o autor requereu fosse fixado, em liminar (art. 300, CPC), o valor dos alimentos provisórios, tendo o ilustre representante do Ministério Público se manifestado de forma favorável ao pedido.
Conclusos os autos, o douto Magistrado de primeiro grau indeferiu o pedido de antecipação de tutela.
Em síntese, os fatos.
Da Liminar:
Ab initio, consoante permissivo do art. 1.019, inciso I, do Código de Processo Civil, requer-se seja deferido o efeito suspensivo ao presente recurso, fixando o valor dos alimentos provisórios devidos pelo agravado em ½ (meio) salário-mínimo nacional, com vencimento para todo dia 10 (dez) de cada mês, ou outro valor que entender adequado esse douto Relator, determinando-se a intimação do alimentante para que inicie o pagamento.
A concessão da liminar se justifica, seja porque nos autos já há prova da alegada paternidade, consistente justamente no exame de DNA realizado pelo IMESC, seja porque não é possível para o genitor continuar a ignorar suas obrigações em face do agravante, seja, por fim, porque a fome não espera.
Sendo assim, caracterizado o periculum in mora, em razão dos prejuízos que estão a advir ao agravante, que está sem qualquer ajuda do seu genitor, e o fumus boni juris, conforme se argumentou no item a seguir, REQUER-SE seja concedida a liminar.
Do Mérito:
Nobres julgadores, sem razão o ilustre Magistrado a quo, que indeferiu o pedido de alimentos provisórios sob o singelo argumento de que “não consta dos autos elementos suficientes para se aferir a capacidade econômica do réu”.
Citado, o agravado tomou conhecimento formal da pretensão do recorrente quanto a alimentos, sendo que em sua contestação, fls. 22/24, informou expressamente que se encontrava “desempregado, sobrevivendo de pequenos trabalhos, que não lhe rendem por mês mais do que um salário-mínimo”.
Note-se que é o próprio agravado que confessa renda mensal de aproximadamente 1 (um) salário mínimo, isso quando estava desempregado (hoje ainda não se sabe). Obviamente que a representante do menor sabe que a renda do recorrido é superior ao declarado, mas isso na verdade nem importa nesse momento; o que importa é que o próprio agravado confessa, informa, a sua renda.
Diante de tal informação e considerando que nos autos já foi produzida prova cabal de parentesco (exame de DNA), assim como o fato de a lei declarar ser obrigação do genitor que não está com a guarda do filho contribuir para o seu sustento, deveria o Juiz de primeiro grau, diante do pedido expresso do recorrente, ter fixado o valor mensal dos alimentos provisórios.
Entendesse o ilustre Juiz que o valor pedido está acima da capacidade financeira declarada, confessada, do alimentante, poderia, por óbvio, fixar outro valor, o que não poderia, como infelizmente fez, era simplesmente negar o pedido do menor, condenando-o a ficar por mais alguns meses, no mínimo, sem a ajuda paterna.
Do Pedido:
Ante o exposto, e pelo mais que dos autos consta, requer-se o provimento deste recurso, a fim de que, reformando-se totalmente a r. decisão de primeiro grau, seja fixado o valor dos alimentos provisórios devidos pelo agravado em ½ (meio) salário-mínimo nacional, com vencimento para todo dia 10 (dez) de cada mês, ou outro valor que entender adequado esta nobre Câmara, determinando-se a intimação do alimentante para que inicie o pagamento.
Termos em que,
p. deferimento.
Mogi das Cruzes/São Paulo, 00 de junho de 0000.
Gediel Claudino de Araujo Júnior 
OAB/SP 000.000
7.16.2	Decisão do tribunal
Agravo de Instrumento nº 378.530.4/6
Comarca de Mogi das Cruzes-SP
Agravante: C. E. S.
Agravados: R. F. C.
EMENTA
Investigação de paternidade – Fixação de alimentos provisórios – Presunção legal da afirmada relação de paternidade – Quanto que não se mostrou excessivo, além de não ter o recorrido comprovado suas dificuldades econômicas – Recurso provido.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos de AGRAVO DE INSTRUMENTO nº 378.530.4/6, da Comarca de MOGI DAS CRUZES, em que é agravante C. E. S., menor representado por sua mãe, sendo agravado R. F. C. ACORDAM, em Quarta Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, proferir a seguinte decisão: “deram provimento ao recurso, v. u.”, de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos Desembargadores C. S. e Ê. Z..
Des. J. G. J. R. (Relatora)
Voto Nº 17.091
Vistos.
C. E. S., autor em ação de investigação de paternidade e alimentos proposta contra R. F. C. agrava de instrumento em face de decisão que indeferiu pedido de fixação de alimentos provisórios. Alegou ter sido realizado exame de DNA junto ao IMESC, acusada a conclusão do laudo a probabilidade de o recorrido ser seu genitor. Afirma que a disposição do art. 273 do CPC [de 1973] permite ao magistrado o acolhimento da pretensão e que passa por necessidades financeiras para sua formação.
O recurso foi processadocom efeito suspensivo, oferecendo o agravado contrarrazões (fls. 62/65). O parecer da Procuradoria-Geral de Justiça é no sentido do provimento.
Esse é o relatório.
Os elementos apresentados se mostravam suficientemente embasados em motivos para a concessão dos alimentos provisórios. Na inicial, o autor buscava alimentos, de modo que se deve entender que, desde logo, ante a situação aflitiva daquele, deveriam ser considerados.
Também pesa o fato de que o laudo pericial indicou probabilidade de 99,9999% da apontada paternidade. Opera no mesmo sentido a Súmula 277 do STJ, que dispõe que os alimentos decorrentes do eventual reconhecimento da paternidade são devidos a partir da citação. Forçoso é se entender, portanto, que presentes os requisitos da verossimilhança e da prova inequívoca, de maneira a amparar a decisão tomada.
No que respeita ao quanto da pensão (meio salário-mínimo) é de se convir que o agravado, apesar dos argumentos da contrariedade, não ofereceu qualquer outro elemento para que se tivesse condições, neste recurso, de se encontrar, eventualmente, outro valor. De qualquer forma, a dilação probatória nos autos principais indicará a solução a ser dada à questão, impondo-se, por ora, a manutenção da quantia.
Pelos motivos acima, é dado provimento ao recurso.
J. G. DE J. R. (Des. Relator)

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