Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
* OXIGENOTERAPIA * OXIGENOTERAPIA Objetivos da aula: - Identificar sinais e sintomas que estão correlacionados com problemas de oxigenação; - Identificar os tipos de sistemas de fluxo de administração de O2 e o fluxo adequado; - Identificar os riscos da oxigenoterapia; - Descrever as técnicas e intervenções de enfermagem destinadas a pacientes que têm problemas na satisfação das necessidades de oxigenação. * OXIGENOTERAPIA Oxigênio: necessidade básica de sobrevivência. Hipóxia: redução no aporte de O2 para os tecidos (BRUNNER, 1994). Induz ao metabolismo anaeróbio. Hipoxemia: diminuição na pressão arterial de O2 no sangue. A hipoxemia leva a hipóxia. * OXIGENOTERAPIA Sinais de Hipóxia: Sinais Respiratórios: - dispneia aos pequenos e médios esforços; - taquipneia; - retração intercostal; - batimento das asas do nariz; - cianose progressiva; - ortopneia; - Sinais Cardíacos: - taquicardia; - bradicardia; - hipotensão; - parada cardiaca; * OXIGENOTERAPIA Sinais de Hipóxia: (cont.) Sinais Neurológicos: - inquietação; - confusão; - prostração; - convulsão; - coma; Outros: palidez. * OXIGENOTERAPIA 1. CONCEITO: É a administração de concentrações de O2 superiores à atmosférica ( 21% ); com o objetivo de favorecer o transporte adequado do gás no sangue, até os diversos tecidos (BRUNNER, 1994). * OXIGENOTERAPIA 2. CONSIDERAÇÕES GERAIS: - O2 – gás inodoro, insípido, transparente, pouco mais pesado que o ar; - o O2 alimenta a combustão – cuidados com curto circuitos e fio terra de equipamentos; - o O2 é considerado medicamento sendo caro, com efeitos colaterais perigosos, e que exige controle permanente; - registro rigoroso de uso para fins contábeis; - necessidade de umidificação ( H2O destilada estéril ); - controle por gasometria arterial (invasivo) ou oximetria capilar (não invasivo); * OXIGENOTERAPIA Cont. - apresentação líquida ou gasosa sob pressão; - cilindros de alumínio, aço ou ferro, sistema de tubulação, cisternas criogênicas, concentrador para uso domiciliar ( 95 % com fluxo de 1 a 5 l / min. ); * OXIGENOTERAPIA Cont. - necessidade de válvula redutora de pressão ( 50 a 60 libras ); - uso de fluxômetro para medir o volume do gás administrado; * OXIGENOTERAPIA 3. Riscos da Oxigenoterapia: - Concentração entre 80 a 100 % riscos graves( BRUNNER, 1994); - Edema pulmonar, sangramentos, atelectasia; - RN prematuros: lesão do nervo óptico e dos capilares da retina; - Hipoventilação e apneia em DPOC; - Anorexia, náuseas, irritação da pele, córnea e cristalino, intoxicação do SNC; - Combustão; - Tosse seca. * OXIGENOTERAPIA 4. SISTEMAS DE FLUXO: O sistema de fornecimento de O2 é escolhido com base na necessidade de concentração e fluxo. O enfermeiro deverá saber correlacionar os diferentes sistemas para uma possivel adequação s/n e para prestar os cuidados adequados. * OXIGENOTERAPIA Sistemas de Baixo Fluxo: - Proporcionam concentrações de O2 entre 24 e 50%, dependendo do fluxo, FR e intensidade respiratória; - Fluxos maiores que 8 l/min não são tolerados; - Sempre ocorre diluição com ar ambiente; Ex.: Cânula nasal ( tipo óculos ); Cateter nasal; Máscara facial simples. * OXIGENOTERAPIA Sistemas de Alto Fluxo: Proporcionam maior controle na concentração do O2 oferecido, porém também dependem do fluxo, FR e intensidade respiratória; Ex.: Máscara com reservatório de O2 sem reinalação, com reinalação, Máscara de Venturi. * OXIGENOTERAPIA 4.1. CÂNULA NASAL ( Tipo Óculos): - tubo plástico, com pequenos prolongamentos que se projetam para as narinas; - usado quando se requer baixa concentração de O2; - o O2 flui para a nosofaringe / reservatório anatômico; - a concentração de O2 inspirado dependerá da FR e intensidade respiratória; - fluxo de 1 a 8 l/min = 24 a 45%; - SILVA 2004, não recomenda este dispositivo justificando o não preenchimento adequado das fossas nasais, o que faz com que quase todo o O2 ofertado não consiga saturar as vias aéreas superiores. A capacidade de aumentar a FIO2 não é confiável. * OXIGENOTERAPIA * OXIGENOTERAPIA Cont. Vantagens: - conforto; - não interfere na comunicação e alimentação; - não induz aerofagia e distenção gástrica; - não necessita ser removido para algumas atividades; Desvantagens: - apenas em respiração espontânea; - facilmente deslocável; - obstruções alteram a FIO2; - resseca mucosas; - pode causar dores nos seios da face; - restrições de fluxo; - concentrações de O2 não confiáveis. * OXIGENOTERAPIA PROCEDIMENTO: Verificar SSVV, nível de consciência, Sat O2; Lavar as mãos; Preparar o material ( cateter, fluxômetro, extensão, umidificador, água destilada esteril, luvas para procedimentos s/n ); Explicar o procedimento; Preencher o umidificador até a marca de nível ideal; Adaptar a cânula à extensão e ao umidificador; Calçar as luvas e avaliar as narinas ( se o EF for realizado anteriormete, não é preciso luvas ); Estabelecer o fluxo em l/min, verificar a saída; Colocar as saídas de O2 nas narinas do paciente; Ajustar as amarras plásticas ao redor das orelhas; Recolher o material; Lavar as mãos; Anotar o procedimento e fluxo; Avaliar as condições e S/S de hipóxia em 20 ou 30 minutos após o início da adm.; Inspecionar a pele periodicamente para observar irritações / lesões. * OXIGENOTERAPIA 4.2. CATETER NASAL: Cateter plástico, de calibre variável, com 6 a 8 orifícios na porção distal; Usado para administrar O2 em baixas ou moderadas concentrações: 24 a 45% - fluxo de 1 a 8 l/min ; A orofaringe serve como reservatório anatômico; a concentração de O2 inspirado dependerá da FR e intensidade respiratória; * OXIGENOTERAPIA Cont. * OXIGENOTERAPIA VANTAGENS: - permite a fala, alimentação e tosse; - econômico; DESVANTAGENS: - aerofagia e distenção gástrica; - estímulo do reflexo de vômito, se profundo; - hipersecreção de muco / trauma / crescimento bacteriano; - lesões de face por fixação; - irritação de mucosa; - necessidade de revezamento de narinas a cada 8 horas; * OXIGENOTERAPIA PROCEDIMENTO: Verificar SSVV, nível de consciência, Sat de O2; Lavar as mãos; Preparar o material ( fluxômetro, umidificador, água destilada, extensão, cateter, esparadrapo, luvas de procedimentos, lidocaína gel, gazes, algodão com álcool); Explicar o procedimento; Preencher o umidificador com água destilada estéril; Adaptar a extensão ao umidificador; Calçar as luvas; Observar obstruções nasais; Medir o tamanho do cateter a ser introduzido na narina; Medida 1 – da ponta do nariz ao lóbulo da orelha, com isso projeta-se que o cateter ficará na altura da glote, visivel atrás da úvula; Medida 2 – da ponta do nariz à região entre os supercílios, o que situará o cateter um pouco acima da glote. Mais indicado a pctes consciêntes e cooperativos, para evitar reflexos protetores. * OXIGENOTERAPIA Cont. Marcar com uma pequena tira de esparadrapo o ponto de inserção do cateter; Colocar 0,5 ml de lidocaína gel na narina escolhida, para atenuar o desconforto; Introduzir o cateter com o fluxo desligado; Fixar o cateter próximo ao nariz, evitar uso de material apoiado na testa, e que atrapalhe a visão. A pele deve estar limpa e desengordurada ( usar algodão com alcool a 70%); Abrir o fluxo de O2, máximo de 6 a 8 l/min, fluxos maiores não aumentarão a FIO2; Recolher o material; Registrar o precedimento. * OXINENOTERAPIA FÓRMULA PARA CÁLCULO DO FLUXO E CONCENTRAÇÃO DE O2 - CATETER: 4 x fluxo de O2 em l/min + 21 % ( ar ambiente) 1 l/min = 25 % 3 l/min = 33 % … * OXIGENOTERAPIA 4.3. MÁSCARA FACIAL SAMPLES: Reservatório plástico desenhado para repousar sobre o nariz e boca, com furos laterais; Mantém FIO2 entre 40 e 60 %,com 6 a 10 l/min; Apresenta diferentes tamanhos; * OXIGENOTERAPIA VANTAGENS: - maior concentracão de O2 que a cânula ou cateter nasais; - menor risco de infecção; DESVANTAGENS: Uso apenas em respiração espontânea; Não tolerado em dispneia grave; Desconfortável; Dificuldade para comunicação e alimentação; Selamento na face; Fluxo acima de 10 l/min, não aumenta a concentração de O2 ofertado; * OXIGENOTERAPIA 4.4. MÁSCARA COM RESERVATÓRIO DE O2 E VÁLVULA UNIDIRECIONAL SEM REINALAÇÃO: - máscara com reservatório que permite a mistura do ar ambiente com o O2 a 100 %, através de uma válvula; - o ar exalado sai por furos laterais, não retornando ao resenvatório; - FIO2 de até 100%, com fluxo de 10 a 15 l/min (evitar colabamento); - inflar o reservatório com O2 antes do uso; * OXIGENOTERAPIA VANTAGENS: - concentrações de O2 maiores; - o O2 inspirado não se mistura ao ar ambiente; DESVANTAGENS: - uso apenas em respiração espontânea; - desconforto; - dificulta a comunicação e alimentação; - precisa ser removida no banho * e refeições; - selamento; * OXIGENOTERAPIA 4.5. MÁSCARA COM RESERVATÓRIO DE O2 E VÁLVULA BIDIRECIONAL COM REINALAÇÃO: - o reservatório armazena O2 e aproximadamente 1/3 do volume expiratório ( proveniente do espaço morto anatômico); - FIO2 de 35 a 60 %, com 6 a 10 l/min, dependendo da FR e intensidade; * OXIGENOTERAPIA VANTAGENS: - FIO2 de 35 a 60 %, com 6 a 10 l/min; DESVANTAGENS: - não bem tolerado em dispneia grave; - desconfortável; - dificulta a comunicação e alimentação; - selamento firme; - fluxo acima de 10 l/min não aumenta a concentração de O2; * OXIGENOTERAPIA PROCEDIMENTO: Verificar SSVV, nível de consciência, Sat O2; Lavar as mãos; Preparar o material ( máscara, fluxômetro, extensão, umidificador, água destilada esteril, luvas para procedimentos s/n ); Explicar o procedimento; Preencher o umidificador até a marca de nível ideal; Adaptar a máscara à extensão e ao umidificador; Calçar as luvas e avaliar as narinas ( se o EF for realizado anteriormete, não é preciso luvas ); Ajustar as amarras plásticas ao redor da cabeça; Estabelecer o fluxo em l/min, verificar a saída; Recolher o material; Lavar as mãos; Anotar o procedimento e fluxo; Avaliar as condições e S/S de hipóxia em 20 ou 30 minutos após o início da adm.; Inspecionar a pele periodicamente para observar irritações / lesões. Preencher o reservatório antes de instalar a máscara. * OXIGENOTERAPIA 4.6. MÁSCARA DE VENTURI: - máscara com tubo corrugado curto, válvula adaptada com orifício em jato conectado a uma fonte de O2; - o O2 sob pressão é forçado a entrar na máscara junto com ar ambiente; - método seguro e exato para liberar a concentração de O2 necessária, sem considerar FR e intensidade; - a concentração de O2 é alterada por adaptadores coloridos; Azul 24 % 4 l/min Amarelo 28 % 4 l/min Branco 31 % 4 l/min Verde 35 % 6 l/min Vermelho 40 % 8 l/min Laranja 50 % 12 l/min * OXIGENOTERAPIA VANTAGENS: - FIO2 precisa; DESVANTAGENS: - não bem tolerado em dispneia grave; - desconfortável; - dificulta a comunicação e alimentação; - selamento firme; * OXIGENOTERAPIA 4.7. PEÇA OU ADAPTADOR T: - usado para administrar O2 a pcte com TOT ou traqueostomia, que esteja em ventilação espontânea; - alta concentração de aerosol e O2 é liberado pelo circuito calibroso corrugado; 4.8. CAPACETE DE ACRÍLICO OU CAIXA DE HOOD: - usado para oxigenoterapia de RN e lactentes pequenos; - necessita mistura ao ar comprimido; * OXIGENOTERAPIA 5. CUIDADOS DE ENFERMAGEM: - usar redutor de pressão e fluxômetro; - usar água destilada esteril e não SF 0,9%; - controlar rigorosamente o fluxo; - trocar de dispositivo, com equivalência de concentração de O2, em caso de necessidade, comunicar / solicitar avaliação médica; - observar adaptações, selamentos e funcionamento dos dispositivos; - troca diária da extensão e umidificador; - trocar cateter a cada 8 horas; - revezamento de narinas; - explicar as condutas ao pcte; - manter as vias aéreas desobstruídas; - registrar criteriosamente o uso de O2 (tempo e fluxo); - controlar SSVV; - Avaliar S/S de hipóxia; - atentar para concentrações de O2 em DPOC – risco de PCR; - SaO2 entre 96 a 100% =adequada; - SaO2 entre 91 a 95 % = hipóxia leve; - SaO2 abaixo de 91 % = hipóxia grave. * OXIGENOTERAPIA 6. INALAÇÃO / NEBULIZAÇÃO: - administração de drogas ( em geral broncodilatadores ou mucolíticos ) diretamente ao trato respiratório, através da dispersão de partículas respiráveis ( 1 a 5 milimicras ); - fluxo de ar comprimido de 5 a 8 l/min; * OXIGENOTERAPIA PROCEDIMENTO: Verificar SSVV, nível de consciência e prescrição médica; Preparar material (máscara, copo dispersor, extensão, SF 0,9%, seringa, agulha, algodão com álcool, medicamento prescrito, bandeja ); Aspirar o SF 0,9 %, colocar no copo; Gotejar o medicamento; Fechar o copo e mantê-lo verticalizado; Conectar a máscara e colocar na bandeja; Levar ao quarto; Fornecer material para secreção eliminada; Explicar o procedimento; Conectar a extensão ao fluxômetro de ar comprimido e ao copo dispersor, testar o fluxo; Manter o fluxo ente 6 a 8 l/min; Adaptar a máscara à face do pcte, segurando-a ou solicitar que o mesmo a segure; Aguardar o término do precedimento; Avaliar a FR e FC durante e após o procedimento; Recolher o material; Lavar as mãos; Registrar eliminação de secreção; Registrar o procedimento. * Referências Bibliográficas: - POTTER, P. A. PERRY, A. G. Grande Tratado de Enfermagem Prática. 3 ed. São Paulo: Santos, 1998. ATKINSON, L. D.; MURRAY, M. E. Fundamentos de Enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989. DU GAS, B. W. Enfermagem Prática. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988. NETTINA, S. M. Prática de Enfermagem. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. BRUNNER; SUDDARTH. Tratado de Enfermagem Médico – Cirúrgica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1994.
Compartilhar