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Estudo dirigido Processo Legislativo

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Processo Legislativo 
Guia de Estudos – Exclusivo de Processo Legislativo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referência: aulas da disciplina e obra: 
BERNARDI, Jorge. O Processo Legislativo 
Brasileiro. Curitiba: InterSaberes, 2012. 
Guia de estudos elaborado pela Profa. Tânia Agostinho, revisado pela Profa. Daniele 
Assad, organizado pela ordem dos capítulos da obra de referência. 
Olá! Neste guia de estudos destacamos a importância de alguns 
temas diretamente relacionados ao contexto estudado nesta disciplina. 
Os temas sugeridos abrangem o conteúdo programático da sua 
disciplina nesta fase, e lhe proporcionarão maior fixação de tais assuntos, 
consequentemente, melhor preparo para as avaliações. 
É importante ressaltar que os conteúdos abaixo apresentados foram 
abordados pelo professor em suas aulas, por isso a dica é: veja e reveja as 
aulas quantas vezes forem necessárias. Esse é apenas um material 
complementar! Além do livro, os vídeos e os slides das aulas compõem o 
referencial teórico que irá embasar o seu aprendizado. Utilize-os da melhor 
maneira possível. 
Bons estudos! 
2 
Sumário 
 
Capítulo I – O Poder Legislativo Brasileiro .................................................... 3 
Capítulo II – Competências Legislativas ........................................................ 5 
Capítulo III – A norma legal ........................................................................... 6 
Capítulo IV – Emendas à Constituição e a outras normas ............................ 7 
Capítulo V – A Técnica Legislativa ................................................................ 8 
Capítulo VI – Do poder de iniciativa ............................................................... 9 
Capítulo VII – As comissões parlamentares ................................................ 10 
Capítulo VIII – A tramitação dos projetos..................................................... 11 
Capítulo IX – Elementos do processo deliberativo ...................................... 11 
Capítulo X – A deliberação nos legislativos brasileiros ................................ 12 
Capítulo XI – A fase conclusiva do processo legislativo .............................. 13 
 
3 
Capítulo I – O Poder Legislativo Brasileiro 
Conceitos 
O direito nasce do consenso social, o qual não se dá em termos 
absolutos. São necessárias regras para a elaboração do direito – no qual o 
processo legislativo tem papel fundamental. 
De acordo com o artigo “O processo Legislativo – espécies 
normativas, conceitos e questões controvertidas” de autoria do prof. Rafael 
Diogo Diógenes, lemos: “o processo legislativo, corolário do Estado 
Democrático de Direito, é matéria de crucial importância que, infelizmente, 
não vem sendo tratada de acordo pelos diversos manuais de Direito 
Constitucional de autores pátrios”. Refletindo sobre esta afirmação, salienta-
se que o processo legislativo apresenta dois sentidos: o sociológico e o 
jurídico. 
O sociológico envolve os legisladores no trabalho de formação das 
leis, e o jurídico envolve os procedimentos que devem ser seguidos para que 
a lei tenha validade. 
A formação das leis é um ato complexo e deve ser entendido como 
tal, pois, antes da norma, existe o momento social que levou à elaboração 
dela. Em relação ao processo legislativo, deve-se observar que existe 
diferença entre o ato legislativo e a norma jurídica. 
O processo legislativo “é o conjunto de atos (iniciativa, emenda, 
votação, sanção ou veto), realizado pelos órgãos legislativos visando à 
formação das leis constitucionais, complementares e ordinárias, resoluções 
e decretos legislativos”. 
Histórico 
A origem mais remota do Poder Legislativo encontra-se nos 
Conselhos de Anciãos, que vários povos antigos conheceram, como os 
egípcios, os sumérios, os babilônicos, os hebreus, os romanos e, também, os 
gregos. O conceito da divisão do Poder Legislativo passou a ser conhecido a 
partir da experiência da Inglaterra, tornando-o um poder autônomo e 
independente do Poder Executivo, ainda que harmonizado com este. 
O Poder Legislativo brasileiro tem nas câmaras municipais do período 
colonial a sua origem. Eram elas compostas por um presidente, três 
vereadores, dois almotacéis (espécie de fiscais de pesos e medidas), um 
escrivão e dois juízes, escolhidos de forma indireta pelos eleitores. 
Modelos unicameral e bicameral 
No mundo todo, o Poder Legislativo é estruturado nas formas 
unicameral ou bicameral. UNICAMERAL é o modelo de estruturação do Poder 
Legislativo em que o processo de elaboração legislativa ocorre em apenas 
4 
uma única Casa Legislativa. Já o modelo BICAMERAL no qual, para que uma 
norma seja aprovada, ela deve passar pelo processo de votação em duas 
casas legislativas distintas. 
No Brasil, um país federativo, o Poder Legislativo federal é bicameral, 
sendo exercido pelo Congresso Nacional, que é composto pela Câmara dos 
Deputados e pelo Senado Federal (art. 44, CF/1988). Assim, no sistema 
legislativo brasileiro há duas casas legislativas de competência federal, o que 
significa que, para que um projeto de lei possa ser apresentado ao Presidente 
da República para sanção ou veto, deve primeiro ser aprovado pelos dois 
órgãos legislativos, com consenso entre os dois, já que um funciona como 
revisor do outro. 
Inviolabilidade 
Os parlamentares, no exercício de seus mandatos, gozam de 
prerrogativas que têm por objetivo manter a autonomia e a liberdade deles no 
desempenho de suas funções legais. 
“Inviolabilidade significa que não há crime quando esses 
parlamentares manifestam suas opiniões, palavras e votos, mesmo que 
possam com elas incorrer em determinado tipo penal. O preceito 
constitucional afugenta o crime, que deixa de existir.” 
Portanto, os deputados e senadores gozam de inviolabilidade civil e 
penal por suas opiniões, palavras e votos! 
Impedimentos e incompatibilidades 
Os encargos do exercício da função parlamentar trazem restrições de 
outras atividades. Os impedimentos e incompatibilidades se encontram 
enumerados na CF/1998, art. 54, e a consequência da violação deles é a 
perda do mandato.1 
Câmera Municipal 
No âmbito municipal, a Câmara Municipal, composta pelos 
vereadores, é quem exerce o poder Legislativo. É competência da câmara de 
vereadores deliberar sobre matérias administrativas, matérias financeiras, 
matérias tributárias de âmbito local e as matérias urbanísticas, tais como: 
votar e emendar a lei orgânica, o Plano Diretor, as leis orçamentárias, leis 
complementares, leis ordinárias, decretos legislativos, entre outros. 
Antes mesmo de o Estado brasileiro existir como nação politicamente 
organizada, quando ainda era colônia de Portugal, já existiam agentes 
públicos em atividade no Brasil. Esses agentes se constituem em uma 
categoria até hoje existente na nossa organização política. Assim, o vereador 
 
1 Consulte esses impedimentos na Constituição e, também, nas p. 55-57 da obra-base. 
5 
se constitui como o membro do Poder Legislativo municipal mais antigo, pois 
sua função ainda se encontra ativa nos dias de hoje. 
Regimentos Internos 
O Regimento é uma norma que possui caráter administrativo e 
disciplina o funcionamento de um determinado órgão. É competência 
indelegável das casas legislativas – de âmbito federal, estadual, distrital e 
municipal – a elaboração de seus respectivos regimentos internos, os quais 
estabelecem o funcionamento e os trâmites adotados em cada órgão. 
Capítulo II – Competências Legislativas 
O termo federação advém do latim foedus, que significa “aliança, 
união, pacto”. Desta forma, a federaçãorepresenta a união entre os entes 
autônomos, ou seja, os Estados. 
“O modelo federativo americano, ao longo do tempo, espalhou-se 
pelo mundo e chegou ao Brasil com a Proclamação da República, um século 
mais tarde, em 15 de novembro de 1889.” “A Federação ou Estado Federal 
tem como característica a união de coletividades com personalidades 
políticas regionais, territoriais ou locais autônomas, formando um ente político 
com soberania, constituindo-se em uma pessoa jurídica internacional.” 
Ademais, “No caso brasileiro, a federação corresponde à aliança de Estados, 
Municípios e Distrito Federal, formando um ente que a todos agrega, 
chamado de União.” 
Uma das características dos Estados federados é que cada unidade 
federativa pode elaborar leis no seu âmbito de competência. A União 
predomina nos assuntos de interesse geral; há predominância dos Estados-
membros no interesse regional; e, nos municípios, há predomínio com 
relação ao interesse local. Eventual conflito entre normas federais, estaduais 
e municipais é solucionado pela investigação de qual órgão possui 
competência sobre o assunto. Descoberta a competência legislativa do ente, 
as outras leis são afastadas e declaradas inconstitucionais. Em casos de 
haver competência de um ente em detrimento dos demais, não importa o 
tempo em que cada lei foi editada, pois a competência é exclusiva. Quando 
um ente invade a competência do outro, quebra-se o pacto federativo, e a 
norma resultante dessa quebra é inconstitucional. 
A competência de legislação e atuação dos Estados é residual ou 
remanescente. Isso significa que os Estados podem legislar e atuar 
administrativamente em todos os assuntos ou matérias que não lhes sejam 
proibidos de forma implícita ou explícita. Além disso, significa que a 
competência de legislação e atuação dos Estados é residual ou 
6 
remanescente, significando dizer que tudo aquilo que não for de competência 
reservada da União ou dos municípios é de competência dos Estados. 
Na distribuição de competências legislativas, há a espécie de 
competência legislativa concorrente. Na competência legislativa concorrente, 
mais de um ente federado pode legislar sobre um mesmo assunto. Essas leis 
não podem se contrapor, mas há uma hierarquia de leis. Por exemplo, as leis 
gerais emanadas da União devem servir de parâmetro para as leis especiais 
originárias dos Estados. Estas últimas não podem contrapor-se àquelas pois, 
se isso ocorrer, temos a inconstitucionalidade da lei estadual ou distrital. 
Há algumas competências que são privativas, ou seja, que apenas 
um determinado órgão pode exercer, não havendo permissão para que 
nenhum outro órgão legislativo o faça, sob pena de inconstitucionalidade. Por 
exemplo, a competência para suspender, no todo ou em parte, lei federal 
declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, pertence 
unicamente ao Senado Federal (art. 52, X, CF/1988). 
Capítulo III – A norma legal 
A palavra “lei” se confunde, muitas vezes, com o termo “direito” (do 
latim directus, “aquilo que é justo”, ou, como afirma a filosofia, “a arte do 
justo”, ou “aquilo que é reto”, “que está de acordo com a lei”). A Lei, 
filosoficamente, deve refletir o direito, deve ser justa, deve representar o 
conceito de bem. 
Existem muitos conceitos e definições sobre o que significa Lei, sendo 
este bastante aceito: “a Lei é uma regra escrita, abstrata, de caráter geral, 
emanada de um órgão competente do Estado, que sujeita a todos que 
estejam na situação prevista em seu enunciado.” 
A realidade do processo legislativo brasileiro contempla na 
Constituição Federal – CF/1988, em seu art. 59, as espécies de normas cuja 
elaboração ocorre por meio do Parlamento Nacional; são elas: 
 Emendas à Constituição 
 Leis complementares 
 Leis delegadas 
 Medidas provisórias 
 Decretos legislativos 
 Resoluções 
Vamos às definições: 
Lei Complementar – é aquela, como o próprio nome já diz, que 
complementa a Constituição no âmbito federal ou estadual e, conforme o 
7 
caso, também complementa a lei orgânica (esta última situada na esfera 
distrital e municipal). Esse gênero de lei tem por atribuição regular a matéria 
cuja competência é do Poder Legislativo e deve ser sancionada pelo chefe 
do Poder Executivo. 
Lei Ordinária – é a lei simples, normal, aquela que não requer 
maiores formalidades na sua elaboração, a não ser o apoio da maioria 
simples dos parlamentares, mesmo que haja apenas maioria absoluta dos 
membros do legislativo no ato de sua aprovação. Para efetivamente existir, 
ela depende da sanção do chefe do Poder Executivo. 
Lei Delegada – é a lei oriunda de uma procuração que o Poder 
Legislativo outorga ao Poder Executivo para que este legisle sobre 
determinada matéria 
Medida Provisória – “As medidas provisórias são atos de governo 
provenientes do exercício das funções legislativas do Poder Executivo” e 
podem ser definidas como “atos emanados do Poder Executivo com força de 
lei destinada a normatizar matérias em situações de relevância e que exijam 
urgência.” (Silva, 2005, citado na obra.) 
As medidas provisórias caracterizam-se pelo prazo de vida de que 
dispõem para serem transformadas em lei – no caso federal, pelo Congresso 
Nacional – e pela perda de validade, caso isso não ocorra. Após a emissão 
da medida provisória, o Poder Legislativo tem o prazo máximo de 120 dias 
para transformá-la em lei, sob pena de perder seus efeitos. 
Decreto legislativo – é um ato normativo de competência exclusiva 
do poder legislativo com eficácia análoga à de uma lei. É utilizado para os 
assuntos tratados no art. 49 e no art. 63, § 3º da CF/1988 
Resoluções – são atos legislativos interna corporis2 que objetivam 
regulamentar matérias de interesse próprio e de competência exclusiva dos 
legislativos, tanto nos aspectos político-legislativos como nas questões de 
ordem administrativa. 
Capítulo IV – Emendas à Constituição e a outras normas 
Emendar a Constituição Federal é a capacidade de que dispõe o 
Congresso Nacional, como poder constituinte derivado, de alterar as matérias 
 
2 “’Interna Corporis’ são questões que devem ser resolvidas internamente por cada poder, 
sendo questões próprias de regimento interno; ex.: cassação de um deputado ou senador 
por falta de decoro parlamentar.” (LFG. O que se entende por questão Interna Corporis? 
Ela pode ser objeto de ADI? - Daniel Leão de Almeida. Disponível em: 
<https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1994280/o-que-se-entende-por-questao-interna-
corporis-ela-pode-ser-objeto-de-adi-daniel-leao-de-almeida>. Acesso em: 14 maio 2019. 
8 
da Carta Magna que não sejam cláusulas pétreas,3 desde que cumprido 
determinado rito processual. 
A Constituição Federal não poderá ser emendada quando houver 
intervenção federal, estado de defesa ou estado de sítio (art. 60, § 1º, 
CF/1988). 
Nos projetos de normas tributárias, devem ser observados os 
princípios da anterioridade e da legalidade. Quando se tratar de contribuição 
social, precisa estar prevista a cobrança a partir de 90 dias da publicação. E, 
na instituição de taxas, o valor estabelecido deve obedecer e ser proporcional 
aos serviços públicos prestados. 
O processo de deliberação da emenda constitucional pelo Congresso 
Nacional, regido pela CF/1988, estabelece que a proposta deve ser discutida 
e votada pela Câmara e pelo Senado Federal, separadamente, em dois 
turnos, considerando-a aprovada se obtiver o voto favorável de três quintos 
dos membros de cada um dos órgãos legislativos (art. 60, CF/1988). 
Para conhecer os processos de apresentação, votação e 
aprovação de emendas, estude a suaobra, p. 163-180. 
Capítulo V – A Técnica Legislativa 
A questão de estilo na redação da norma é ponto de fundamental 
importância, pois quanto mais apurado for este estilo, mais clara e melhor 
será a lei. A lei deve, ao expressar uma ideia, utilizar-se de termos 
consagrados pela técnica legislativa e já interpretados de maneira clara pelos 
tribunais. O excesso pode trazer prejuízo à compreensão e interpretação da 
norma. 
“A norma legislativa deve refletir de maneira perfeita a ideia que 
almejamos traduzir, ou seja, a palavra usada na norma tem que ser aquela 
que mais se aproxima do conceito abstrato que pretendemos expressar.” 
De acordo com Campos, citado por Jorge Bernardi, “a lei deve primar 
pelo equilíbrio entre a forma e o fundo”, ou seja, a lei deve se valer do 
emprego exato das palavras e sua redação deve ter clareza e precisão para 
garantir que não haja ambiguidade ou redundância e possibilitar a 
interpretação adequada do conteúdo da lei. 
A boa redação deve conter as qualidades consideradas como 
fundamentais pelos catedráticos no assunto, tais como: simplicidade, clareza, 
 
3 São limitações materiais ao poder de reforma da constituição de um Estado. Em outras 
palavras, são dispositivos que não podem ser suprimidos ou restringidos, nem mesmo por 
meio de emenda. (Veja-se o art. 60, § 4º da CF/1988.) 
9 
precisão, concisão, correção, coerência, pureza, eufonia, propriedade, ordem 
e unidade. Aliás, esses aspectos técnicos são necessários em qualquer texto 
onde se pretenda compreensão do conteúdo. 
A lei deve ser elaborada seguindo uma determinada estruturação, 
dividida em partes que se denominam “dispositivos”, a saber: artigos, 
parágrafos, alíneas, incisos e itens. Além disso, deve haver uma ordenação 
do seu conteúdo, divido por temas que são apresentados em subseções, 
seções, capítulos, títulos, livros e partes. 
Capítulo VI – Do poder de iniciativa 
O processo legislativo se instaura no momento em que é apresentada 
a proposição ao órgão legiferante (a quem compete criar as leis). A proposta 
deve estar de acordo com a técnica legislativa para que possa desencadear 
o processo que a transformará em norma jurídica. 
Há que se destacar que há uma diferença fundamental entre iniciativa 
legislativa e competência legislativa. De acordo com Miranda, citado por 
Jorge Bernardi, “são conceitos evidentemente diversos: iniciativa legislativa 
significa propor a lei, enquanto competência legislativa é decretar a lei.” 
Todas as leis, tenham a natureza que tiverem, dependem de um momento 
inicial que desencadeia o processo legislativo. De acordo com essa premissa, 
temos o conceito de poder de iniciativa, que é a capacidade que determinado 
ente possui para deflagrar o processo legislativo que poderá culminar no 
surgimento de uma nova norma jurídica. 
De acordo com a Constituição Federal, a capacidade de iniciativa de 
desencadear o processo legislativo está sujeita à espécie normativa, como 
por exemplo: o presidente da República tem capacidade de iniciativa quanto 
às ementas constitucionais, os deputados e senadores têm, individualmente, 
capacidade de iniciativa de apresentar projetos de lei complementar e de lei 
ordinária. 
A iniciativa popular é uma inovação no processo legislativo brasileiro, 
incluída na Constituição de 1988, art. 14, inc. III. Pelo instituto da iniciativa 
popular, 1% do eleitorado nacional, no mínimo, pode apresentar projeto de lei 
à Câmara dos Deputados. Esses eleitores devem pertencer a pelo menos 5 
estados e constituir ao menos 0,3% do eleitorado de cada um deles (art. 61, 
§ 2º, CF/1988). 
Nos municípios, de acordo com a constituição, o percentual 
necessário de eleitores do município para apresentar um projeto de lei de 
iniciativa popular na Câmara Municipal é de 5% (cinco por cento) dos eleitores 
do município (art. 29, XIII, CF/1988). 
10 
Capítulo VII – As comissões parlamentares 
O papel básico das comissões parlamentar é aprofundar o debate, 
trazer novos elementos para enriquecimento das discussões e procurar 
formar maiorias a favor ou contra projetos. As atribuições de cada uma 
dessas comissões estão previstas e definidas no Regimento Comum do 
Congresso Nacional (RCCN) ou nos regimentos internos de cada casa 
legislativa (Câmara dos Deputados e Senado Federal). 
A comissão permanente integra a estrutura institucional do órgão 
legislativo ao qual pertence e visa analisar e apreciar as matérias ou 
proposições encaminhadas ao seu exame de acordo com a sua 
especialização. Ela possui caráter técnico legislativo ou especializado e 
compõe as Casas Legislativas em todos os níveis (federal, estadual e 
municipal). 
A comissão representativa do Congresso Nacional, instituída pelo art. 
58, parágrafo 4º da Constituição é considerada uma inovação no processo 
legislativo nacional e seus membros são eleitos pelas respectivas casas, na 
última sessão ordinária do período legislativo. A comissão representativa é 
composta de deputados federais e senadores, e tem como função 
representar o Congresso Nacional durante o recesso parlamentar. 
A comissão parlamentar de inquérito (CPI) é um órgão colegiado 
temporário, criado no interior das casas legislativas por meio de requerimento 
de, no mínimo, um terço de seus membros, com poderes de investigação 
próprios das autoridades judiciais. Esse tipo de comissão tem como objetivo 
apurar um fato específico em um período pré-determinado. O fato deve 
possuir relevância para o interesse público e para a ordem legal, 
constitucional, econômica e social. A conclusão da CPI deverá indicar 
soluções para as situações administrativas ou, se for o caso, encaminhar o 
seu parecer ao Ministério Público (MP) para que promova a responsabilidade 
civil ou criminal daqueles que infringiram a lei (art. 58, § 3º, CF/1988). 
Em caso de apuração de ato do Presidente da República, este é 
julgado pelo Senado Federal nos crimes de responsabilidade e pelo STF nos 
crimes comuns. Os crimes de responsabilidade do presidente da República 
são aqueles que atentam contra a Constituição. Esses crimes se dão, 
segundo o art. 85 da Constituição, quando se age contra: “I - a existência da 
União; II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do 
Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação; 
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; IV - a segurança 
interna do País; V - a probidade na administração; VI - a lei orçamentária; VII 
- o cumprimento das leis e das decisões judiciais.” 
11 
Capítulo VIII – A tramitação dos projetos 
Uma proposição, um projeto de lei ou uma emenda constitucional 
passa primeiramente por uma análise técnica sobre a sua 
constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, feita por uma comissão 
própria, denominada de Comissão de Legislação e Justiça (CLJ). A próxima 
etapa pode ocorrer em uma comissão de mérito ou uma comissão de 
previsões orçamentárias, como também, em comissões especializadas. O 
processo deve seguir todas as etapas até chegar ao plenário para discussão 
e votação pelo conjunto dos parlamentares. 
O regime de tramitação de uma proposição é o rito previsto nos 
regimentos internos dos órgãos legislativos, que deve ser cumprido em todas 
as etapas para que a proposta se torne uma norma jurídica. Os 
procedimentos legislativos podem ser classificados em três categorias: 
1. Tramitação Ordinária – é a tramitação normal dos projetos, na qual 
todas as fases e prazos devem ser cumpridos até o momento da 
deliberação final; normalmente destinada à elaboração de leis 
ordinárias e complementares.2. Regime de Urgência, ou Regime Sumário – estabelece um prazo 
para que haja deliberação sobre o projeto. O regime de urgência no 
Congresso Nacional dispensa certas exigências, prazos e 
formalidades na tramitação, para que possa haver uma deliberação 
em até 45 dias em cada casa legislativa. Está previsto 
constitucionalmente no art. 64, § 1º e outorga ao Presidente da 
República a competência para o requerer na tramitação da matéria. 
3. Regime de procedimento legislativo especial – estabelecido para 
certas matérias referentes à CF/1988, às constituições estaduais e às 
leis orgânicas municipais. 
Capítulo IX – Elementos do processo deliberativo 
Plenário 
O ambiente tradicional no qual as decisões ocorrem é o plenário do 
órgão legislativo, onde todos os parlamentares, eleitos para representar os 
cidadãos, devem se reunir para participar dos debates das matérias e das 
deliberações. 
O colegiado que reúne todos os membros de um órgão legislativo 
denomina-se plenário. Esse é o principal órgão deliberativo da casa 
legislativa, em cujas sessões são tomadas as decisões mais importantes. 
12 
Sessões ordinárias e Sessões extraordinárias 
As sessões ordinárias são aquelas realizadas dentro do período 
estabelecido pelo regimento. As sessões extraordinárias devem ser 
convocadas quando as circunstâncias assim o determinarem ou quando 
houver necessidade de deliberação sobre matéria urgente. A convocação das 
sessões extraordinárias pode ser feita pelo chefe do Poder Executivo, pelo 
presidente do órgão legislativo, pelos líderes partidários ou de blocos 
partidários ou, ainda, por um percentual dos parlamentares e por deliberação 
do plenário. A realização dessas sessões se dará durante o período de 
recesso ou no período legislativo, mas em horário diferente do estabelecido 
para as sessões ordinárias. 
A regra é que as sessões sejam públicas, sendo exceção as sessões 
secretas. As sessões públicas podem ser assistidas por qualquer pessoa, 
desde que esta cumpra os requisitos do regimento interno e que haja vaga 
nas galerias. Em muitas casas legislativas, são transmitidas pela televisão, 
rádio ou internet. 
“Quorum” 
O termo quorum possui origem latina, cujo significado é “dos quais”. 
Este termo começou a ser utilizado na Inglaterra antiga, durante a Idade 
Média, para convocar pessoas que deveriam participar de um órgão judicial 
para auxiliar o descobrimento da verdade sobre determinados 
acontecimentos. Atualmente, o conceito de quorum (também grafado 
“quórum”) “é o número necessário de participantes para que as deliberações 
de uma assembleia sejam válidas”. No órgão legislativo, o quorum refere-se, 
portanto, ao número mínimo de parlamentares que são necessários para que 
seja iniciada uma sessão e ela possa ter continuidade até a fase de 
deliberações. O quorum é sempre uma proporção mínima relativa a todos os 
membros da casa legislativa. 
Capítulo X – A deliberação nos legislativos brasileiros 
“O momento áureo da atividade legislativa ocorre durante a sessão 
plenária deliberativa, pois é nela que a democracia representativa 
parlamentar acontece com as deliberações parlamentares.” 
Na Câmara dos Deputados há quatro tipos de sessões: preparativas, 
ordinárias, extraordinárias e secretas, cada qual com suas características. 
No Senado Federal, o Regimento Interno – RISF prevê que as 
sessões podem ser: deliberativas (que se classificam em ordinárias ou 
extraordinárias e que, por sua vez, se subdividem em públicas ou secretas), 
não deliberativas, e especiais (destinadas às comemorações e homenagens). 
13 
Os regimentos internos dos órgãos são documentos públicos, 
disponibilizados nas páginas oficiais na internet. 
Capítulo XI – A fase conclusiva do processo legislativo 
Sanção e veto 
O processo de formação da lei no Brasil, um estado federado, é o 
mesmo para todos os entes estatais (União, estados-membros, Distrito 
Federal e municípios). Na elaboração legislativa de qualquer dos entes 
federados, os princípios que devem ser obedecidos são os mesmos. 
Assim, cabe ao Executivo sancionar as leis sobre as quais o 
Legislativo deliberou. Existem dois tipos de sanções que podem ser utilizadas 
pelo executivo: 
 A sanção expressa, que ocorre quando o chefe do Executivo assina 
o projeto, convertendo-o em lei. É um ato formal de concordância 
com a decisão legislativa. 
 A sanção tácita, que ocorre quando o chefe do Executivo silencia, ou 
seja, não se manifesta no prazo de 15 dias úteis após receber o 
projeto aprovado pelo órgão legislativo. O silêncio é interpretado 
como sanção tácita. 
Pode, ainda, haver veto. 
Após a deliberação a respeito do projeto de lei ou proposta de 
emenda constitucional, ou ainda, de lei orgânica distrital ou municipal, para 
saber se a mesma se tornará ou não uma norma jurídica, chega-se à fase 
conclusiva do processo legislativo. “A fase conclusiva do processo legislativo 
ocorre após a deliberação plenária do órgão legislativo.” Nesta etapa ocorre 
a participação do chefe do Poder Executivo que, no caso do Brasil, é o 
Presidente da República, que pode sancionar, vetar ou promulgar as leis. 
Essa fase é constituída de elementos essenciais, estabelecidos na CF/ 1988. 
O veto é um desses elementos do processo legislativo e define-se como “o 
processo de discordância dos projetos de lei aprovados pelo legislativo”. 
Nos termos do art. 66, § 1º da Constituição, “Se o Presidente da 
República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou 
contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de 
quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de 
quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.” 
Se o chefe do Poder Executivo não sancionar o projeto, nem o vetar no prazo 
estabelecido pela Constituição, significa que houve sanção tácita (art., 66, 
parágrafo 3º, CF/1988). 
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No âmbito federal, uma vez vetado o projeto pelo Presidente da 
República, este deve comunicar o veto ao presidente do Senado Federal, em 
48 horas, expondo os motivos do ato. Existem dois tipos de motivos que o 
chefe do Executivo pode apresentar para vetar o projeto de lei: a 
inconstitucionalidade ou a contrariedade ao interesse público. 
Procedimentos pós-deliberativos 
Encerrados os trâmites de iniciativa, discussão, votação, e sanção ou 
veto de um projeto, surge uma série de atos pós-deliberativos, como a 
promulgação e a publicação: 
Promulgação – é o ato que complementa o processo legislativo, em 
que o chefe do Executivo certifica a existência de nova lei no mundo jurídico. 
É ato formal e solene que determina a publicação da lei e a divulgação da 
norma, para que esta produza os efeitos aos quais se destina. 
Sidney Guerra e Gustavo Merçon, citados na obra-base, esclarecem 
que “após a proclamação de uma espécie normativa validamente elaborada, 
faz-se necessária a sua ciência, por parte de seus destinatários, para que, 
com isso, tal ato normativo possa ser exigido e aplicado às relações sociais.” 
Publicação – efetuada em jornal oficial, é o instrumento da 
promulgação para tornar a lei executável, além de ser o modo pelo qual a 
sociedade tem acesso a ela e passa a conhecê-la. 
Revogação 
O verbo “revogar” do latim “revocare”, significa “tornar sem efeito, 
anular, desfazer”. A revogação dentro do Processo Legislativo ocorre para 
que a nova lei sobre a mesma matéria possa produzir seus efeitos sem causar 
dúvidas para quem interpretará a legislação, seja o Poder Judiciário, seja 
quem tem o poder e o dever de aplicar a norma – em especial, a 
Administração Pública. Se não houvesse a revogaçãode uma lei velha pela 
nova, haveria um verdadeiro caos no ordenamento jurídico, principalmente 
em função das contrariedades entre as normas. 
 
 
Esperamos que tenha tido, e ainda venha a ter, bons momentos de 
aprendizado e progresso! 
Obrigado por este momento conosco! 
Antoine Youssef Kamel 
Coordenador adjunto de Gestão de Serviços Jurídicos e Notariais

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